ELISA LUCINDA - Adoção


Não sei se te contei
mas há algum tempo sou minha
me adquiri num mercado
onde o escambo era da posse pela liberdade
me obtive numa dessas voltas da morte
me acolhi num desses retornos do inferno.
Dei banho, abrigo, roupas, amor enfim.
Adotei o meu mim
como quem se demarca e crava em si o mastro da terra à vista
a cheiro, a tato, a trato, a paladar e ouvido.
Não sei se te contei
me recebi à porta da minha casa
abracei, mandei sentar
Abracei eu mesma, destranquei a porta
que é preu sempre poder voltar.
Dei apenas o céu à sua legítima gaivota
Somos a sociedade
e ao mesmo tempo a cota
Visita e anfitriã
moram agora num mesmo elemento
juntas se ancoram
na viagem das eras
No novelo do umbigo
No embrião do centro
No colo do tempo. 

PABLO NERUDA - Soneto XLIII



Um sinal teu busco em todas as outras,
no brusco, ondulante rio das mulheres,
tranças, olhos apenas submergidos,
pés claros que resvalam navegando na espuma.

De repente me parece que diviso tuas unhas
oblongas, fugitivas, sobrinhas de uma cerejeira,
e outra vez é teu pelo que passa e me parece
ver arder na água teu retrato de fogueira.

Olhei, mas nenhuma levava teu latejo,
tua luz, a greda escura que trouxeste do bosque,
nenhuma teve tuas mínimas orelhas.

Tu és total e breve, de todas és uma,
e assim contigo vou percorrendo e amando
um amplo Mississipi de estuário feminino.

WALCYR CARRASCO - Fé e fofoca

Um dos meus livros prediletos é Os miseráveis, de Victor Hugo, do século XIX. Creio que um dos trabalhos mais apaixonantes da minha vida foi traduzi-lo e adaptá-lo para jovens. Uma das passagens mais marcantes, descrita em detalhes no original, fala do poder da fofoca. Fantine é mãe solteira e deixou sua filha, a menina Cosette, aos cuidados de um casal, a certa distância da cidade onde se fixou. Trabalha como operária e envia quase tudo o que ganha para o sustento da menina. Só que não sabe ler e escrever. Recorre a um profissional para redigir suas cartas e ouvir as respostas. As colegas de trabalho desconfiam. Para quem tantas cartas, afinal? Convencem o homem que as escreve não a revelar seu conteúdo – ele é discreto –, mas a fornecer o endereço para onde são enviadas. Uma delas, então, viaja às próprias custas para apurar a história. Volta com a satisfação de “saber de tudo”. Conta o que sabe para todas. Estigmatizada numa época em que ser mãe solteira era uma desonra, Fantine briga com as outras. É demitida por moralismo. Acaba nas ruas como prostituta. Quem leu o livro, viu algum dos filmes ou versões teatrais inspirados na obra sabe que ela vende os dentes e cabelos para depois morrer tragicamente. Onde começou toda a sua via-crúcis? Na curiosidade sobre a vida alheia.

Acredito que a fofoca é maléfica. É fundamentada no preconceito. Tem o poder de destruir vidas. Em sua primeira peça de teatro, em 1934, a escritora americana Lilian Hellman (1905-1984) aborda o tema. A peça, The children’s hour, foi sucesso na Broadway e ganhou versão cinematográfica com as estrelas da época, Audrey Hepburn e Shirley MacLaine. Aqui no Brasil, o filme ganhou o título de Infâmia. (Procurem, vale a pena ver.) Narra a história de duas mulheres, sócias fundadoras de uma escola infantil nos Estados Unidos. Uma aluna as acusa de ter uma relação homossexual. Não têm, de fato. Mas a avó da garota espalha a fofoca na comunidade. Perdem os alunos, quebram financeiramente e, finalmente, uma delas se suicida. Histórias como essa são frequentes. No mundo artístico, encontro jovens que deixaram a cidade distante onde viviam, porque não suportavam mais os falatórios. Certa vez, em visita à pequena Bernardino de Campos, interior de São Paulo, onde nasci, conversei com um rapaz de cabelos pintados de verde, num estilo meio punk, cuja família se mudara para lá. Fazia faculdade, mas queria voltar a São Paulo, onde trabalhava como motorista. Eu me espantei:

– Prefere o trânsito de São Paulo a terminar um curso universitário, ter uma carreira?
– Aqui, meu cabelo virou até notícia na rádio – respondeu ele.

Por que falo sobre tudo isso?

Sim, sei que a proposta de “cura gay”, do deputado Marco Feliciano, já foi muito comentada. Seria chover no molhado dizer quanto isso nos ridiculariza internacionalmente, já que a Organização Mundial da Saúde não classifica a homoafetividade como doença e, portanto, não se trata de algo a curar. Mas quero olhar a questão por outro ângulo. Todo esse movimento liderado por Feliciano, entre os evangélicos, e pela deputada Myrian Rios, como católica carismática, entre outros, não pode ser confundido com fé. É uma enorme curiosidade pela vida alheia. Como fofoca transformada em questão política. Convivo com esse tipo de comportamento não é de hoje. Tenho uma tia que frequenta a igreja Assembleia de Deus. Nunca corta os cabelos, devido a uma interpretação do Velho Testamento, em que eles são descritos como “véu da mulher” – embora nada proíba Feliciano de depilar as sobrancelhas. Adolescente, eu morava em Marília, interior de São Paulo. Uma jovem evangélica da Assembleia deixou de ser virgem. A fofoca se espalhou no templo. A moça foi expulsa publicamente da igreja. Não é o primeiro preceito cristão acolher os pecadores?

Normatizar a vida dos fiéis é exercer poder sobre eles. Esse poder é exercido pela fofoca entre os membros da comunidade religiosa, que passam a controlar o comportamento uns dos outros. Trazer esse tema, da igreja, para a política, é um acinte para a sociedade. Quanto mais se fala em “cura gay”, mais cresce o preconceito. E o preconceito estimula a fofoca, o controle sobre o comportamento alheio. É um risco para quem acredita nas liberdades individuais. Inevitavelmente surgirão novas vítimas, como a Fantine de Victor Hugo.

FERNANDA TORRES - Risco elevado

Minha avó e meus primos paternos moravam na Tijuca. Como meus pais trabalhavam no teatro nos fins de semana, eu e meu irmão costumávamos migrar do Jardim Botânico, onde cresci, para a Rua Padre Elias Gorayeb, nos dias de folga da escola.

E foi num sábado, 20 de novembro de 1971, que a notícia do desabamento do Elevado Paulo de Frontin transformou o percurso familiar em um pesadelo infantil. Estávamos nos preparando para sair quando a imagem insólita da laje de concreto colapsada sobre vinte carros, um ônibus e um caminhão, todos esmigalhados como uma folha de papel, emudeceu a família diante da televisão. Por questão de hora, não acontecera conosco. Desde então, a angústia de cruzar a Avenida Paulo de Frontin sob a sombra do minhocão me acompanha.

Voltei à rotina de gravações no Projac. O trânsito anda calmo, mas as novas medidas de segurança do Elevado do Joá provam que o belo traçado de asfalto está com as pernas bambas. O carro reduz para os 60 km/hora permitidos, enquanto a imaginação vaga em meio a elucubrações catastróficas. Fantasio um desmoronamento de filme pelo retrovisor, por vezes, considero a possibilidade de o chão se abrir de supetão e desenho a curva do carro no ar, a queda no mar e as notícias no dia seguinte.

Eu adoro o Elevado do Joá, as curvas sinuosas que acompanham a encosta, a altura abissal e o verde das ondas a bater nas rochas. É uma visão e tanto. Mas, desde que a precariedade e a má conservação do viaduto se tornaram evidentes, meus olhos abandonaram a paisagem para se concentrar nos vergalhões enferrujados, no concreto carcomido e na finura dos alicerces. Raramente vejo operários empenhados na recuperação da via. As colunas estão embrulhadas para a obra, mas a mão de obra é bissexta.

Estou inclinada a tomar o desvio tortuoso, porém seguro, do Morro da Joatinga. Mas a necessidade luta contra a vontade. O elevado cumpre uma função estética seriíssima no meu caminho para o trabalho, é o meu respiro, minha imensidão. A vista é o grande deus do carioca. Por isso esqueço de entrar à direita e arrisco a vida pelo exuberante horizonte.

Uma velha represa, acho que na China, ameaçava romper-se. Em caso de tragédia, as localidades vizinhas ao anunciado desastre sumiriam do mapa com a primeira enxurrada. Ao serem sondados sobre a preocupação de viver nas cercanias de uma barragem condenada, os habitantes próximos ao colosso confessaram não pensar no assunto. O medo aumentava na razão inversa do risco de óbito. As localidades afastadas, que teriam tempo para fugir das águas, demonstravam grande ansiedade com o problema.

A rotina banaliza o risco. Tento, como os chineses em perigo, relevar, esquecer, mas tremo toda vez que olho a viga.

Estive na abertura do elegantíssimo MAR, Museu de Arte do Rio. O evento contou com um pool de panelaços na porta. Quando cheguei, achei que a causa da revolta fossem os royalties do petróleo — a presidente estava presente na cerimônia —, mas uma repórter informou que os manifestantes escolheram o dia da inauguração da obra de dezenas de milhões de reais com o objetivo de chamar atenção para o estado de conservação dos teatros do Rio de Janeiro, muitos fechados por falta de equipamentos de segurança. Depois, soube que havia diversos grupos protestando por diferentes motivos de que não me recordo agora. O fato é que o encontro dos trios formou um baticum ruidoso que acompanhou os convidados noite adentro.

Não ligo o MAR ao abandono dos teatros públicos e tenho dúvidas se estaríamos melhor sem ele. Minha impressão é que não teríamos nem uma coisa nem outra. A parceria que viabilizou o MAR, pelo que percebo, se organizou de maneira a que o museu, uma vez erguido, possa caminhar com as próprias pernas.

Mas o buzinaço da classe teatral atenta para uma questão relevante. Não basta construir, é preciso manter; projetos futuros e passados. O MAR e o Teatro Carlos Gomes, a Perimetral e o Joá. O cobertor é curto, mas existem casos emergenciais.

Sem a providência divina, há precedentes, o Elevado do Joá periga cair antes da Copa.

COMPUTADOR CONSEGUE LER SONHOS EM TEMPO REAL

Cientistas japoneses criam técnica para enxergar 
o que uma pessoa vê enquanto está sonhando.

Pela primeira vez na história, cientistas conseguiram penetrar no mundo dos sonhos - e enxergar o que uma pessoa vê enquanto ela está dormindo. A nova técnica, que combina dois exames de mapeamento do cérebro e um computador inteligente, foi desenvolvida por cientistas de cinco universidades japonesas, que em 2008 já tinham criado uma técnica para ler a mente de pessoas acordadas.

A nova experiência aconteceu da seguinte forma: um grupo de voluntários dormiu no laboratório enquanto sua atividade cerebral era monitorada por máquinas de eletroencefalograma e ressonância magnética. As ondas cerebrais mudam quando estamos sonhando, então é possível saber quando isso está acontecendo. Os cientistas deixavam a pessoa sonhar por algum tempo, acordavam-na e perguntavam o que tinha visto. As imagens que cada voluntário relatou foram associadas aos registros da atividade cerebral dele, e tudo isso programado num computador, que recebeu os dados de 200 sonhos.

O computador aprendeu. E se tornou capaz de analisar as ondas cerebrais em tempo real e determinar, com 80% de precisão, o que uma pessoa está vendo durante o sonho. Com limitações, claro: ele só reconhece 20 coisas, como "carro, "homem" e "mulher". Mas é a maior janela já aberta para o mundo dos sonhos. "Saber mais sobre o conteúdo deles e como se relacionam com a atividade cerebral pode nos ajudar a entender sua função", diz o neurocientista Yukiyasu Kamitani, um dos autores do estudo.
por Salvador Nogueira e Bruno Garattoni

COMO NOSSOS PAIS - Denise Fraga

Comecei a cantarolar baixinho e o taxista perguntou se eu queria que ele aumentasse o volume. Tocava no rádio nada mais nada menos que "Father and Son", de Cat Stevens, hino de minha adolescência.


Eu e minha amiga Vânia ficávamos deitadas no tapete da sala lendo a letra no encarte do LP, acompanhando Stevens com nosso sofrível inglês e total sofreguidão.

O rapaz aumentou o volume, também adorava a música. "Mas não é ele cantando, é?" --perguntei.  Meu amigo taxista não sabia dizer, talvez fosse jovem demais. Havia muito tempo que eu não ouvia a canção. Fiquei esperando a parte de meu maior prazer, quando, quase em esgares, Stevens cantava "How can I try to explain? When I do, he turns away again. And it's always been the same, same old story...". Não vinha. Não veio .

A voz até parecia ser dele, mas quem cantava percorria tão suavemente a crise entre o pai e o filho, talvez até desse mais corpo à voz do pai, que acabei concluindo: "Não, não é ele. Ele cantava o filho que quer sair de casa quase gritando, com muito mais emoção".

Quando a música terminou, o locutor da rádio me desmentiu. Era o próprio. O que teria acontecido? Seria uma regravação? Eu me lembrei de que Stevens tinha se convertido ao islamismo. Talvez tivesse regravado a canção de forma mais branda, coisas de religião, sei lá.

Voltei a olhar pela janela suspeitando que a melhor explicação para a nova versão aguada de meu hino revolucionário talvez fosse só os atuais cabelos brancos do artista.  À esta altura, Stevens não era mais filho, e sim pai. Talvez avô.

Eu me entristeci um pouco por saber que a "minha" "Father and Son" havia sido substituída e fui para casa pensando nesse ciclo inevitável no qual percebemos assustados que fazemos muitas coisas como nossos pais.

Antes de começar a escrever, fui pesquisar na internet para ouvir de novo a nova versão. Não achei nenhuma regravação de "Father and Son" pelo próprio Cat Stevens, tampouco por Yusuf Islam, seu atual nome islâmico. Tremi. 

Muito provavelmente, a versão ouvida no táxi era a mesma da minha adolescência.

Será que foram meus ouvidos de mãe que se tornaram insensíveis à eloquência com que Stevens me fazia acompanhá-lo aos berros, no tapete de minha juventude? 

Ponho os fones de ouvido e, aos poucos, vai me voltando a emoção e a vontade de cantar junto.

Mas que é verdade que hoje também me emociona a parte do pai, lá isso é. Os cabelos brancos são meus.

PAUL VERLAINE - Meu sonho familiar


Sonho às vezes o sonho estranho e persistente
De não sei que mulher que eu quero e que me quer,
E que nunca é, de fato, uma única mulher
E nem outra, de fato, e me compreende e sente.

Compreende-me, e este meu coração, transparente
Para ela, não é mais um problema qualquer,
Só para ela, o meu suor de angústia, se quiser,
Chorando, ela transforma em frescura envolvente.

Se é morena, ou se loura, ou se ruiva – eu ignoro.
Seu nome? É como o nome ideal, doce e sonoro,
Dos amados que a vida exilou para além.

Seu olhar lembra o olhar de alguma estátua antiga,
E sua voz longínqua, e calma, e grave, tem
Certa inflexão de emudecida voz amiga.

ARTHUR RIMBAUD - Minha Boemia (fantasia)


Eu caminhava, as mãos soltas nos bolsos gastos;
O meu paletó não era bem o ideal;
Ia sob o céu, Musa! Teu amante leal;
Ah! E sonhava mil amores insensatos

Minha única calça tinha um largo furo.
Pequeno Polegar, eu tecia no percurso
Um rosário de rimas. A Grande Ursa,
O meu albergue, brilhava no céu escuro.

Sentado na sargeta, só, eu a ouvia
Nessa noite de setembro em que sentia
O odor das rosas, que vinho vigoroso!

Ali, entre inúmeros ombros fantásticos,
Rimava com a débil lira dos elásticos
De meus sapatos, e o coração doloroso!

DANUZA LEÃO - O preço a pagar

Escolher entre os prazeres da mesa e a vaidade 
é de uma crueldade que deve ter sido inventada pelo demônio

UM DOS PRAZERES da vida é comer, comer o que a gente gosta; e depois que a gastronomia ficou na moda, difícil é decidir entre comer de tudo ou viver fazendo dieta a vida inteira. Pode parecer que este é um tema superficial, só que não é; implica fazer uma opção, o que é sempre um tormento.
As tentações estão em todos os lugares: nas fotos das revistas, nas vitrines, numa conversa no telefone. Onde vamos almoçar domingo, recebi um chouriço e aprendi uma receita nova, venha para cá, você traz o vinho, e quem resiste a um convite desses? E dizer não a troco de quê?

A vida é combate, como sabemos; mas escolher entre os prazeres da mesa e a vaidade de ter um corpinho esbelto é de uma crueldade que deve ter sido inventada pelo demônio. É sempre assim: a cada prazer vem imediatamente a conta, aliás, o castigo, como aprendemos com as freiras. Se num único dia você come tudo que não devia, vai precisar de dez a pão e água -aliás, só água- para voltar ao peso antigo, o que é a prova da injustiça da vida. Se viajou por duas semanas, quando chegar vai encontrar a TV sem funcionar, e se estiver tudo na mais santa paz, desconfie. Tem mais: quanto mais maravilhosa tiver sido a viagem, mais dramáticos serão os problemas; talvez o melhor seja filosofar, imaginando que este é o tal do equilíbrio fundamental da vida -dizem.

Estamos cansados de saber que é preciso comer com moderação, beber com moderação, ser sensata ao passar por uma vitrine, não tomar sol demais, não beber demais, não ler demais, para não cansar a vista, não rir demais -muito riso, pouco siso-, não amar demais para não cair do cavalo, não acreditar demais no ser humano para não se decepcionar, mas também não ser totalmente descrente, pois sem acreditar, a vida não tem sentido. Por sensatez, compreenda-se: o mundo quer que se viva de maneira média -e quando se fala em mundo, fala-se dos pais, dos irmãos mais velhos, das leis, das pessoas com juízo; crianças médias não ameaçam a estabilidade da família, esposas com desejos médios não põem em risco o casamento, cidadãos médios são mais fáceis de ser governados. Mas é possível ser sensata e feliz? É possível ficar na praia olhando o relógio para ver se já são 10h, já que a partir daí não se pode mais tomar sol?

Não, não é; viver medindo tudo, para não ser nem de menos nem de mais, ser equilibrada o tempo todo, a vida inteira, não dá. Às vezes é preciso ser radical, em qualquer dos sentidos, e escolher: ou come tudo que tiver vontade ou passa fome; ou bebe tudo que tiver vontade ou toma água. Água, essa coisa tão sem graça, não só pode, como deve.

Uma coisa é certa: seja qual for sua decisão, você vai pagar por ela. Deve haver um lugar no universo onde se possa ter tudo o que se quer ao mesmo tempo, sem precisar contar as calorias, pesar, medir os prós e os contras, e sem pagar o preço.

Tem alguma graça ganhar uma caixa de chocolates e comer civilizadamente só um ou dois? E sentir de repente uma paixão daquelas incontroláveis e se conter, quando sua vontade é ir para o fim do mundo, se fim de mundo houvesse, e fazer tudo, absolutamente tudo que tem vontade, mandando às favas a tradição, a família, a propriedade e o que mais for preciso? Qual a relação entre uma caixa de chocolates e uma paixão? Teoricamente, nenhuma.

Só que as duas, depois que acabam, costumam deixar uma mulher devastada. No corpo ou na alma.

PABLO NERUDA - O Poço


Cais, às vezes, afundas
em teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.

Meu amor, o que encontras
em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancorosa e ferida?

Não acharás, amor,
no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.

Não me temas, não caias
de novo em teu rancor.
Sacode a minha palavra que te veio ferir
e deixa que ela voe pela janela aberta.
Ela voltará a ferir-me
sem que tu a dirijas,
porque foi carregada com um instante duro
e esse instante será desarmado em meu peito.

Radiosa me sorri
se minha boca fere.
Não sou um pastor doce
como em contos de fadas,
mas um lenhador que comparte contigo
terras, vento e espinhos das montanhas.

Dá-me amor, me sorri
e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil,
não me firas a mim porque te feres.

DENISE FRAGA - Uma rasteira no cotidiano

Dia desses, precisei pingar um remédio no nariz e deitei na cama pra fazer isso. O remédio desceu pelas minhas narinas, mas eu não conseguia mais me levantar.

Meu pé foi capturado pela delícia de um raio de sol que costuma atravessar o meu quarto àquela hora do dia.

Eu fiquei ali parada, deitada sobre a colcha, esquentando os pés enquanto olhava uns reflexos dançando no teto. Minha cabeça começou a caminhar.

Não fosse o meu nariz congestionado, não estaria ali. Eu me assustei. Não conseguia me lembrar de uma única vez que eu tivesse deitado na minha cama assim, no meio do dia, sem exata serventia. Uma coisa tão simples, tão boa e por que tão rara? Por quê? Por que não faço isso mais vezes?

Sempre tenho a sensação de que levamos uma vida inventada. Inventamos ser assim, agitados, ansiosos, o tempo inteiro correndo atrás de algo que não se pode perder.

A vida cotidiana sempre me parece excessiva, mas eu também me rendo ao que parece ser a ordem natural das coisas e vivo correndo de um lado para outro com meu celular na mão.

Fiz uma coisa tão banal! Deitei na minha cama de dia e entrei numa bolha subversiva de calma e prazer. Dei uma rasteira no cotidiano.

Experimente, caro leitor. Experimente deitar-se fora de hora. Cuide para não dormir, apesar do cansaço dos dias. Deite-se simplesmente, dez minutos que seja. Sem função. Sem ser para tomar sol ou fazer exercícios. Deite-se para ouvir-se.

Sempre tive uma curiosa inveja desses trabalhadores de praças e jardins da prefeitura que vejo à sesta, depois do almoço, deitados nos tristes gramados urbanos.

Apesar do serviço duro, são capazes de deitar na grama no meio do dia, enquanto nós continuamos no trânsito passando séculos sem ver uma árvore de baixo para cima. Quando estou num táxi e vejo um deles, eu me lembro de recostar a cabeça no banco de trás para, no mínimo, ver uma inédita cidade passando pelo céu.

Por que abandonamos certos prazeres ao privilégio de nossa infância? No outro dia, lembrei-me de fazer uma coisa deliciosa que fazia quando menina: deitei no asfalto morno. Coisa difícil achar uma rua onde se possa fazer isso, mas experimente um dia ver o caminhar das nuvens deitando-se no asfalto depois do pôr do sol de um dia quente.

Pura delícia. Se alguém vier lhe socorrer, diga que paradoxalmente caiu ali, porque resolveu dar uma rasteira no cotidiano.

IVAN MARTINS - Nós e a multidão

Os casais costumam dividir o mundo em nós e eles. Basta uma semana de namoro para que esse forma perversa de cumplicidade comece a se manifestar. Nós somos inteligentes, bem informados, de bom gosto. Eles, ah meus deus, eles são um horror, mesmo quando são nossos amigos queridos.

Por razões que têm a ver com a política e a economia, a divisão do mundo entre nós e eles tornou-se muito mais profunda que a mera organização psicológica dos casais. Ela dominou a vida social. A maior parte de nós vive nos dias de hoje confinado ao universo do nós - eu e meus amigos, eu e minha garota, eu e minha família - e tem com o resto do mundo uma relação de ignorância ou hostilidade. São eles.

Aquilo que antigamente se chamava de vida privada tornou-se a única forma de existência. Vamos ao futebol ou aa balada, votamos a cada dois anos, mas vivemos a maior parte do tempo no interior da nossa bolha, onde experimentamos solitariamente as glórias e misérias do cotidiano. A vida pública, momento em que faríamos parte de algo maior do que nós mesmos, não existe. Ou quase.

Nesta semana, com as manifestações que tomaram as ruas das cidades brasileiras, houve uma espécie de renascimento. O coletivo e o geral atropelaram o particular. Milhares de pessoas deixaram seus problemas pessoais na gaveta e foram marchar por questões públicas, como cidadãos. Com esse pequeno gesto grandioso, revelaram ao país uma forma nobre e esquecida de felicidade, a de participar.

Quando nós viramos eles e eles viraram nós, foi possível perceber que não somos, afinal, tão diferentes. Com essa descoberta, o círculo de nossas relações se ampliou para incluir um número maior e mais heterogêneo de pessoas. Nosso universo se expandiu, nossa percepção enriqueceu, nos tornamos seres humanos mais interessaentes, e melhores. Além de mais poderosos. Ainda que momentaneamente.

Nos últimos anos - sejamos sinceros - andávamos obcecados por nossos problemas pessoais. Os amores. O trabalho. A familia. Foi como se o resto não nos dissesse respeito. Ou estivesse fora do nosso alcance. Chegamos a duvidar que aquilo que acontece "lá fora", no mundo da política, fosse capaz de penetrar nossa redoma privada e nos afetar. Mas penetrou e afetou, não? A violência, a pobreza, a injustiça, a corrupção... Aquilo que impede a felicidade de todos de alguma forma atrapalha a felicidade de cada um de nós. Isso aprendemos.

Talvez possamos, então, recomeçar, agora de um jeito mais equilibrado.

Somos indivíduos, com nossos sentimentos e nossos problemas, mas também somos parte da multidão. Algumas respostas que buscamos sozinhos talvez possam ser encontradas na companhia de outros. A fraternidade baseada em valores, e não apenas em cerveja, pode aquecer os nossos corações. Talvez ela seja um contraponto a certa afetividade triste que se multiplica por aí, na forma de amores sem esperança. O que não falta na rua é esperança: muita angústia se perde na confusão das passeatas e nunca mais é encontrada; muita dor de cotovelo desaparece. O mundo coletivo oferece novas emoções. Por que não abraçá-las?

Da minha parte, tenho me lembrado, diariamente, de um verso de Carlos Drummond de Andrade em Canção Amiga: "Minha vida, nossas vidas, formam um só diamante". É isso. Como podemos nos dividir em nós e eles se fazemos parte de um todo eterno e cintilante?


PROJETO PREVÊ ROBÔS COM MENTE HUMANA

É difícil imaginar um dia em que as ideias propostas por Dmitry Itskov, 32, multimilionário russo e ex-magnata da mídia on-line, não parecerão implausíveis e inviáveis. Chamada de Iniciativa 2045, em alusão ao ano em que Istkov espera que o projeto esteja finalizado, sua ideia prevê a produção em massa de avatares de baixo custo e aparência humana nos quais seja possível carregar o conteúdo de um cérebro humano, incluindo todos os detalhes específicos de consciência e de personalidade.

Seria uma cópia digital da mente de uma pessoa em um portador não biológico - uma versão de uma pessoa integralmente senciente, que poderia viver por centenas ou milhares de anos.

No entanto, Istkov conseguiu a atenção e, em alguns casos, o apoio entusiasmado de figuras altamente respeitadas da Universidade Harvard e do Massachusetts Institute of Technology (MIT), além de líderes em campos como a genética molecular e as neuropróteses. Cerca de 30 palestrantes dessas e de outras disciplinas vão participar da segunda edição anual do Congresso sobre o Futuro Global 2045, marcado para 15 e 16 de junho no Lincoln Center, em Manhattan.

Os participantes ouvirão pessoas como Roger Penrose, professor emérito de física matemática na Universidade Oxford que pode ser visto no site 2045.com com uma videochamada sobre a "natureza quântica da consciência", e George M. Church, professor de genética na Escola Médica de Harvard, cujo vídeo no site é sobre "a extensão da gama de saúde cerebral". Como esses vídeos sugerem, cientistas dão passos pequenos e constantes em direção à fusão humano-máquina. O futurista Ray Kurzweil, hoje diretor de engenharia do Google, argumentou no livro "The Singularity is Near", de 2005, que a tecnologia avança exponencialmente e que "a vida humana será transformada irreversivelmente", a tal ponto que não haverá diferença entre "o humano e a máquina ou entre a realidade física e a realidade virtual".

Os avanços tecnológicos não pararam desde que Kurzweil escreveu o livro --como a criação de computadores capazes de derrotar humanos em partidas (como Watson, da IBM, vencedor do programa "Jeopardy"), até uma tecnologia que monitora as batidas do coração de jogadores de games e possivelmente seu grau de excitação (é o caso do novo Kinect), passando por ferramentas digitais para portadores de deficiências (como implantes cerebrais que podem ajudar tetraplégicos a movimentar braços robóticos).

Acadêmicos parecem enxergar Istkov como alguém sincero e bem-intencionado. Eles consideram que, se ele quer liderar a torcida global em favor de áreas em que cientistas geralmente trabalham na obscuridade, ótimo. Pergunte a participantes na conferência 2045 se os sonhos de Istkov poderão virar realidade algum dia. Você ouvirá desde um "pode ser" até frases de grande entusiasmo.

"Sou contra dizer que alguma coisa é impossível, a não ser que ela viole as leis da física", responde o professor Church, acrescentando, a respeito de Istkov: "Só acho que seus planos contêm muitos pontos sem linhas que os interliguem. Não constituem um mapa do caminho real."

"Isso não é mais improvável do que o que se viu no início dos anos 1960 com a chegada dos transplantes de fígado e rins", opinou Martine A. Rothblatt, fundadora da United Therapeutics, empresas de biotecnologia que fabrica produtos cardiovasculares. "Na época, as pessoas acharam que era uma maluquice total. Hoje cerca de 400 pessoas fazem esses transplantes por dia."

Istkov diz que vai investir pelo menos parte de sua fortuna em qualquer start-up que promova sua visão -ele afirma que, até agora, já gastou US$ 3 milhões de seu próprio dinheiro-, mas seu objetivo principal com o projeto 2045 não é enriquecer. Ele acha que seus avatares não apenas podem acabar com a fome mundial -porque uma máquina precisa de manutenção, não de comida-, mas também inaugurar uma era mais pacífica e espiritualizada.

"Precisamos mostrar que estamos aqui para salvar vidas", explicou. "Para ajudar os deficientes, curar doenças e criar a tecnologia que nos permita, no futuro, responder a algumas questões existenciais. Como, por exemplo, o que é o cérebro, o que é a vida, o que é a consciência e, finalmente, o que é o Universo."

Istkov passou sua infância em Bryansk, cidade situada a 370 km a sudoeste de Moscou. Seu pai era diretor de teatro musical e sua mãe professora primária. Ele estudou na Academia Russa Plekhanov de Economia, onde conheceu seu futuro sócio comercial, Konstantin Rykov. Em 1998, Rykov fundou uma e-zine cujo título era um palavrão em inglês. Istkov começou a trabalhar na e-zine no ano seguinte. Eles criaram o tarakan.ru, blog sobre a internet russa, e um jornal on-line, o Dni.ru. Seguiram-se sites de games e outros jornais on-line, além de uma revista impressa, uma editora de livros e um canal de televisão na internet.

Aos 25 anos de idade, Istkov começou a apresentar os sintomas de uma crise de meia-idade. Ele previu as coisas que poderia lamentar quando chegasse à velhice: os instrumentos musicais que não teria aprendido a tocar e os livros que não teria lido. De repente, o tempo de vida médio de cerca de 80 anos lhe pareceu muito pouco. Quanto mais contemplava o mundo, mais lhe parecia que tudo estava errado.

"Olhe para isto", explicou, abrindo seu laptop e começando a exibir slides com uma estatística dolorosa após outra: quase 1 bilhão de pessoas no mundo estão passando fome. Quarenta e nove países estão envolvidos em conflitos militares. Dez por cento das pessoas no mundo têm deficiências físicas. E assim por diante.

Istkov calcula que precisamos mudar nosso modo de pensar ou dar às nossas mentes a chance de "evoluír". Para que isso possa acontecer, porém, precisamos de um novo paradigma do que significa ser humano. Isso requer uma transição para um mundo em que a maioria das pessoas não seja obrigada a se dedicar às questões básicas da sobrevivência.

Assim surgiu a ideia dos avatares. As leis da oferta e da demanda continuam presentes na utopia de Istkov. Ele presume que, a partir do momento em que a produção de avatares crescer, o custo deles cairá. Também prevê que as organizações humanitárias, que hoje se dedicam a alimentar, vestir e curar os pobres, passarão a se dedicar à meta de fabricar e distribuir corpos saudáveis, ou seja, máquinas.

Por enquanto, a simples aquisição de uma cabeça robótica com aparência natural já custa muito. Algo que Istkov descreve como a cabeça mecânica mais sofisticada da história -uma réplica do próprio Istkov do pescoço para cima- está sendo construído em Plano, no Texas, sede da Hanson Robotics. A empresa foi fundada por David Hanson, doutor em artes e engenharia interativas.

"A maioria das cabeças robóticas tem 20 motores", comentou Hansen. "As minhas possuem 32. Esta terá 36. Assim, mais expressões faciais, simulando todos os principais grupos de músculos."

A expectativa ainda mais surpreendente é que, enquanto Istkov estiver em outra sala, sentado diante de uma tela com sensores para captar cada movimento seu, a cabeça será capaz de reproduzir suas expressões e sua voz. "Ele está controlando o robô e controlando seus gestos, sua expressão e sua fala com sua voz, em tempo real", diz Hanson.

Istkov vê sua iniciativa futurista como uma finalidade em si mesma para hoje. "Nossos líderes buscam a estabilidade", declarou. "Não temos algo que una a humanidade inteira. Essa iniciativa vai inspirar as pessoas."

Será que as pessoas querem realmente viver para sempre? Se sim, gostariam de passar essa eternidade num "portador não biológico"? O que acontecerá com o cérebro de uma pessoa depois que ele for descarregado no robô? E com seu corpo? Se você pudesse escolher quando adquirir um corpo avatar, qual seria a idade ideal para fazê-lo? Avatares podem transar?

Essas são apenas algumas das dezenas de perguntas levantadas pela Iniciativa 2045. Por sinal, Istkov diz que avatares podem fazer sexo, sim, porque "um corpo artificial pode ser projetado para receber qualquer tipo de sensação".

Se ele atingir seu objetivo, ficará na história como o visionário arrojado cujo dinheiro e garra redefiniram a vida e encontraram soluções para alguns dos problemas mais renitentes do mundo. Se fracassar, a palavra "tresloucado" com certeza figurará em seu obituário.
David Segal "New York Times”



MAPA DO CÉREBRO EM 3D MOSTRA DETALHES MAIS FINOS QUE CABELO

 Um novo modelo tridimensional do cérebro humano criado por cientistas alemães e canadenses mapeou pela primeira vez um exemplar completo do órgão mostrando detalhes no limite daquilo que é visível a olho nu.


O mapa da iniciativa BigBrain, feito a partir do cérebro de uma mulher de 65 anos cujo corpo fora doado à ciência, faz parte do Projeto Europeu do Cérebro Humano, que tem como objetivo simular o funcionamento da mente humana em um computador.

Antes de servir a essa meta de longo prazo, porém, o mapa de precisão inédita pode ajudar na pesquisa de doenças degenerativas, por isso já está disponível gratuitamente na internet para pesquisadores e estudantes.

"Atingimos uma resolução de 20 micrômetros cúbicos, 50 vezes melhor do que a resolução típica de um atlas cerebral feito com ressonância magnética", disse em entrevista coletiva a neurocientista Katrin Amunts, da Universidade de Düsseldorf, na Alemanha, líder do projeto.

Para atingir tanta precisão no mapeamento, cientistas usaram um aparelho especial para cortar o cérebro-modelo, segmentando-o em 7.404 fatias (veja quadro à direita). O método foi descrito em estudo na revista "Science".

Essa técnica, porém, ainda resultou em algumas imperfeições, que tiveram de ser corrigidas por cientistas de forma semiartesanal, sem que houvesse processo automatizado para fazer todo o trabalho. O grupo levou mais de cinco anos na tarefa.

FERRAMENTA EXTRA
Apesar de o novo mapeamento superar a resolução de tecnologias automatizadas, a ideia não é suplantá-las. O novo modelo deve ser usado como referência para observar cérebros vivos com ferramentas similares à própria ressonância magnética.

"Para quem está interessado numa doença neurodegenerativa comum, como o alzheimer, este é o primeiro modelo cerebral no qual se pode olhar com tanto detalhe para o hipocampo humano, uma região cerebral extremamente importante para a memória", diz Karl Zilles, outro cientista do projeto na Universidade de Düsseldorf.

As outras instituições participantes da empreitada são a Universidade de Montreal, no Canadá, e o Instituto Max Planck para Ciências Cognitivas e do Cérebro Humano, de Leipzig, na Alemanha.

Apesar de ter atingido um grau de precisão sem precedentes, o novo mapa do projeto BigBrain ainda não possui resolução suficiente para enxergar neurônios individuais com clareza.

RUMO À SINAPSE
Segundo Amunts, o objetivo de longo prazo do instituto é conseguir produzir um mapa com precisão de 1 micrômetro: 20 vezes melhor que a atual. Ainda assim, não está claro se esse grau de precisão será suficiente para simular um cérebro em computador, algo que pode requerer a análise de todas as sinapses (conexões elétricas) de cada um dos neurônios.

As sinapses possuem tamanho da ordem de dezenas de nanômetros (milionésimos de milímetros) e podem estar além do alcance planejado para o BigBrain.

"Aquilo que estamos descrevendo está numa escala intermediária entre o nível das sinapses e o nível da neurociência de sistemas, que trata do cérebro inteiro", diz Alan Evans, da Universidade McGill. 

"O que o BigBrain oferece é uma estrutura para interligar esses dois mundos."
____________________

___________________________________________________

Gostou? Compartilhe, o Cult agradece muito!

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.
Livros de Edmir Saint-Clair

Escolha o tema:

- Mônica El Bayeh (1) 100 DIAS QUE MUDARAM O MUNDO (1) 45 LIÇÕES QUE A VIDA ME ENSINOU (1) 48 FRASES GENIAIS (1) 5 CHAVES PARA FREAR AS RELAÇÕES TÓXICAS NA FAMÍLIA (1) 5 MITOS SOBRE O CÉREBRO QUE ATÉ OS NEUROCIENTISTAS ACREDITAM (1) A ALMA ESTÁ NA CABEÇA (1) A FUNÇÃO SOCIAL DA CULPA (1) A GREVE DAS PALAVRAS (1) A LUCIDEZ PERIGOSA (1) A PANDEMIA VISTA DE 2050 (1) A PARÁBOLA BUDISTA (1) A PÍLULA DA INTELIGÊNCIA (1) A PRÁTICA DA BOA AMIZADE (1) A PREOCUPAÇÃO EXCESSIVA COM A APARÊNCIA FÍSICA (1) A QUALIDADE DO SEU FUTURO - Edmir Silveira (1) A SOMBRA DAS CHUTEIRAS IMORTAIS (1) A Tua Ponte (1) A vergonha pode ser o início da sabedoria (1) AFFONSO ROMANO DE SANT'ANNA (5) Amigos (4) amizade (2) ANA CAROLINA DECLAMA TEXTO DE ELISA LUCINDA (1) ANDRÉ COMTE-SPONVILLE (3) ANTONIO CÍCERO (2) ANTÓNIO DAMÁSIO (3) ANTÔNIO MARIA (2) ANTONIO PRATA (2) antropologia (3) APENAS UMA FOLHA EM BRANCO SOBRE A MESA (1) APOLOGIA DE PLATÃO SOBRE SÓCRATES (1) ARISTÓTELES (2) ARNALDO ANTUNES (2) ARNALDO BLOCH (1) Arnaldo Jabor (36) ARTHUR DA TÁVOLA (12) ARTHUR DAPIEVE (1) ARTHUR RIMBAUD (2) ARTHUR SCHOPENHAUER (5) ARTUR DA TÁVOLA (9) ARTUR XEXÉO (6) ASHLEY MONTAGU (1) AUGUSTO CURY (4) AUTOCONHECIMENTO (2) BARÃO DE ITARARÉ (3) BARUCH SPINOZA (3) BBC (9) BBC Future (4) BERNARD SHAW (2) BERTRAND RUSSELL (1) BISCOITO GLOBO (1) BRAINSPOTTING (1) BRUNA LOMBARDI (2) CACÁ DIEGUES (1) CAETANO VELOSO (10) caio fernando abreu (5) CARL JUNG (1) Carl Sagan (1) CARLOS CASTAÑEDA - EXPERIÊNCIAS DE ESTRANHAMENTO (1) CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (23) CARLOS EDUARDO NOVAES (1) CARLOS HEITOR CONY (3) CARTA DE GEORGE ORWELL EXPLICANDO O LIVRO 1984 (1) CECÍLIA MEIRELES (5) CELSO LAFER - Violência (1) CÉREBRO (17) CHARLES BAUDELAIRE (4) CHARLES BUKOWSKI (3) Charles Chaplin (4) Charles Darwin (2) CHÂTEAU DE VERSAILLES (1) CHICO ANYSIO (3) Christian Ingo Lenz Dunker (9) CIÊNCIA E RELIGIÕES (1) CIÊNCIAS (20) CIENTISTA RUSSO REVELA O QUE OCORRE CONOSCO APÓS A MORTE (1) cinema (6) CLARICE LISPECTOR (17) CLÁUDIA LAITANO (3) CLAUDIA PENTEADO (8) Coletâneas Cult Carioca (1) COMO A INTERNET ESTÁ MUDANDO AS AMIZADES (1) COMO A MÚSICA PODE ESTIMULAR A CRIATIVIDADE (1) COMO A PERCEPÇÃO DO TEMPO MUDA DE ACORDO COM A LÍNGUA (1) COMO A PERDA DE UM DOS PAIS PODE AFETAR A SUA SAÚDE MENTAL (1) COMO A SOLIDÃO ALIMENTA O AUTORITARISMO (1) COMO COMEÇAR DO ZERO EM QUALQUER IDADE (1) COMPORTAMENTO (528) Conexão Roberto D'Avila - STEVENS REHEN - IMPERDÍVEL - ALTISSIMO NIVEL DE CONHECIMENTO (1) CONHEÇA 10 PESSOAS QUE QUASE FICARAM FAMOSAS (1) conhecimento (6) CONTARDO CALLIGARIS (17) CONVERSAS NECESSÁRIAS (1) CORA CORALINA (3) CORA RÓNAI (6) CORTES DIRETO AO PONTO (32) Cristiane Segatto (8) CRÔNICAS (992) Crônicas. (172) CRUZ E SOUSA (1) CULT MOVIE (5) CULT MUSIC (10) CULT VÍDEO (21) DALAI LAMA (5) DALTON TREVISAN (1) Dante Alighieri (1) DANUZA LEÃO (30) DE ONDE VÊM OS NOMES DAS NOTAS MUSICAIS? (1) DEEPAK CHOPRA (3) DENTRO DE MIM (1) DRAUZIO VARELLA (11) E. E. CUMMINGS (3) EDGAR MORIN (2) Edmir Saint-Clair (78) EDUARDO GALEANO (3) ELIANE BRUM (25) ELISA LUCINDA (4) EM QUE MOMENTO NOS TORNAMOS NÓS MESMOS (1) Emerson (1) EMILY DICKINSON (1) Emmanuel Kant (1) Empatia (3) entrevista (11) EPICURO (3) Epiteto (1) Erasmo de Roterdam (1) ERÓTICA É A ALMA (1) Eu Cantarei de Amor Tão Docemente (1) Eu carrego você comigo (2) Fábio Porchat (8) FABRÍCIO CARPINEJAR (5) FEDERICO GARCIA LORCA (2) FERNANDA TORRES (23) FERNANDA YOUNG (6) Fernando Pessoa (13) FERNANDO SABINO (4) FERREIRA GULLAR (24) FILHOS (5) filosofia (217) filósofo (10) FILÓSOFOS (7) Flávio Gikovate (25) FLORBELA ESPANCA (8) FRANCISCO DAUDT (25) FRANZ KAFKA (4) FRASES (39) Frases e Pensamentos (8) FREUD (4) Friedrich Nietzsche (2) Friedrich Wilhelm Nietzsche (1) FRITJOF CAPRA (2) GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ (2) GEMÄLDEGALERIE - Berlin - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) GERALDO CARNEIRO (1) Gilles Deleuze (2) HANNAH ARENDT (1) HELEN KELLER (1) HELOISA SEIXAS (10) Heloísa Seixas (1) Henry David Thoreau (1) HERMANN HESSE (10) HILDA HILST (1) IMMANUEL KANT (1) INTELIGENCIA (2) intimidade (6) IRMÃ SELMA (1) Isaac Asimov. (1) ISABEL CLEMENTE (2) IVAN MARTINS (22) JEAN JACQUES ROUSSEAU (1) JEAN PAUL SARTRE (1) JEAN-JACQUES ROUSSEAU (3) Jean-Paul Sartre (2) JEAN-YVES LELOUP - SEMEANDO A CONSCIÊNCIA (1) Jô Soares (4) JOÃO CABRAL DE MELO NETO (1) JOÃO UBALDO RIBEIRO (14) JOHN NAUGHTON (1) JORGE AMADO (1) JORGE FORBES (1) jornalista (3) JOSÉ PADILHA (2) JOSE ROBERTO DE TOLEDO (1) JOSÉ SARAMAGO (8) JULIO CORTÁZAR (2) KAHLIL GIBRAN (3) Kant (2) KETUT LIYER (1) Khalil Gibran (5) Klaus Manhart (2) KRISHNAMURTI (1) Lao-Tzu (1) LE-SHANA TOVÁ TIKATEVU VE-TECHATEMU - Nilton Bonder (1) LEANDRO KARNAL (3) LEDA NAGLE (2) LÊDO IVO (2) LETÍCIA THOMPSON (2) literatura (69) literatura brasileira (23) LUIGI PIRANDELLO (2) LUIS FERNANDO VERISSIMO (15) LUIS FERNANDO VERÍSSIMO (7) LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO (13) LUIS VAZ DE CAMÕES (2) LUIZ FERNANDO VERISSIMO (6) LYA LUFT (33) LYGIA FAGUNDES TELLES (1) MADHAI (4) Mahatma Gandhi (5) Maiakowski (1) MANOEL CARLOS (11) MANOEL DE BARROS (1) MANUEL BANDEIRA (4) MAPA INTERATIVO PERMITE VIAJAR NO TEMPO E VER 'SUA CIDADE' HÁ 600 MILHÕES DE ANOS (1) Marcel Camargo (12) MARCELO RUBENS PAIVA (7) MARCIA TIBURI (12) MARÍLIA GABRIELA entrevista RAFINHA BASTOS (1) MARINA COLASANTI (6) MÁRIO LAGO (1) Mário Prata (3) MÁRIO QUINTANA (15) MÁRIO SÉRGIO CORTELLA (4) MARIO VARGAS LLOSA (1) MARK GUNGOR (1) martha medeiros (92) MARTIN LUTHER KING JR (1) MARTINHO DA VILA (1) MELATONINA: O HORMÔNIO DO SONO E DA JUVENTUDE (1) MIA COUTO (14) MIA COUTO: “O PORTUGUÊS DO BRASIL VAI DOMINAR” (1) MICHEL FOUCAULT (1) MIGUEL ESTEVES CARDOSO (4) MIGUEL FALABELLA (14) Miguel Torga (2) MILAN KUNDERA (1) MILLÔR FERNANDES (3) MOACYR SCLIAR (12) MÔNICA EL BAYEH (4) Monja Cohen (1) MUSÉE D'ORSAY - PARIS - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) MUSEU NACIONAL REINA SOFIA - Madrid - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) MUSEU VAN GOGH - Amsterdam - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) NÃO DEVEMOS TER MEDO DA EVOLUÇÃO – Edmir Silveira (1) NARCISISMO COLETIVO (1) Natasha Romanzoti (3) NÉLIDA PIÑON (1) NELSON MANDELA (1) NELSON MOTTA (28) NELSON RODRIGUES (3) NEUROCIÊNCIA (143) NILTON BONDER (1) NOAM CHOMSKY (2) NOITE DE NATAL (1) O BRASIL AINDA NÃO DESCOBRIU O CABRAL TODO (1) O CLIQUE (1) O MITO DA CAVERNA DE PLATÃO: A DUALIDADE DA NOSSA REALIDADE (1) O MITO DO AMOR MATERNO – Maria Lucia Homem (1) O Monge Ocidental (2) O MUNDO DA GENTE MORRE ANTES DA GENTE (1) O MUNDO SECRETO DO INCONSCIENTE (1) O PENSAMENTO DE CARL SAGAN (1) O PODER DO "TERCEIRO MOMENTO" (1) O PODER TERAPÊUTICO DA ESTRADA - Martha Medeiros (1) O QUE A VIDA ENSINA DEPOIS DOS 40 (1) O QUE É A TÃO FALADA MEDITAÇÃO “MINDFULNESS” (1) O QUE É A TERAPIA EMDR? – Ignez Limeira (1) O QUE É BOM ESCLARECER AO COMEÇAR UM RELACIONAMENTO AMOROSO (1) O QUE É CIENTÍFICO? - Rubem Alves (1) O que é liberdade (1) O QUE É MAIS IMPORTANTE: SER OU TER? (1) O QUE É MENTE (1) O QUE É MODERNIDADE LÍQUIDA (1) O QUE É O AMOR PLATÔNICO? (1) O QUE É O PENSAMENTO ABSTRATO (1) O QUE É OBJETIVISMO (1) O QUE É SER “BOM DE CAMA”? (1) O QUE É SER INTELIGENTE (1) O QUE É SER LIVRE? (1) O QUE É SER PAPA? - Luiz Paulo Horta (1) O QUE É SERENIDADE? (1) O QUE É UM PSICOPATA (1) O QUE É UMA COMPULSÃO? - Solange Bittencourt Quintanilha (1) O QUE FAZ O AMOR ACABAR (1) O que se passa na cama (1) O ROUBO QUE NUNCA ACONTECEU (2) O Sentido Secreto da Vida (2) OBRIGADO POR INSISTIR - Martha Medeiros (1) OCTAVIO PAZ (2) OLAVO BILAC (1) ORGASMO AJUDA A PREVENIR DOENÇAS FÍSICAS E MENTAIS (1) ORIGEM DA CONSCIÊNCIA (1) Os canalhas nos ensinam mais (2) OS EFEITOS DE UM ÚNICO DIA DE SOL NA SUA PELE (1) OS HOMENS OCOS (1) OS HOMENS VÃO MATAR-SE UNS AOS OUTROS (1) OTTO LARA RESENDE (1) OUTROS FORMATOS DE FAMÍLIA (1) PABLO NERUDA (22) PABLO PICASSO (2) PALACIO DE VERSAILLES - França - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) Pandemia (2) PAULO COELHO (6) PAULO MENDES CAMPOS (2) PEDRO BIAL (4) PENSADORES FAMOSOS (1) pensamentos (59) PERFIL DE UM AGRESSOR PSICOLÓGICO: 21 CARACTERÍSTICAS COMUNS (1) PERMISSÃO PARA SER INFELIZ - Eliane Brum com a psicóloga Rita de Cássia de Araújo Almeida (1) poemas (8) poesia (281) POESIAS (59) poeta (76) poetas (18) POR QUE A CULPA AUMENTA O PRAZER? (1) POR QUE COMETEMOS ATOS FALHOS (1) POR QUE GOSTAMOS DE MÚSICAS TRISTES? (1) porto alegre (6) PÓS-PANDEMIA (1) PRECISA-SE (1) PREGUIÇA: AS DIFERENÇAS ENTRE A BOA E A RUIM (1) PROCRASTINAÇÃO (1) PROPORÇÕES (1) PSICANALISE (5) PSICOLOGIA (432) psiquiatria (8) QUAL O SENTIDO DA VIDA? (1) QUANDO A SUA MENTE TRABALHA CONTRA VOCÊ (1) QUANDO FALAR É AGREDIR (1) QUANDO MENTIMOS MAIS? (1) QUANDO O AMOR ACABA (1) QUEM FOI EPICURO ? (1) QUEM FOI GALILEU GALILEI? (1) Quem foi John Locke (1) QUEM FOI TALES DE MILETO? (1) QUEM FOI THOMAS HOBBES? (1) QUEM INVENTOU O ESPELHO (1) Raul Seixas (2) Raul Seixas é ATROPELADO por uma onda durante uma ressaca no Leblon (1) RECEITA DE DOMINGO (1) RECOMEÇAR (3) RECOMECE - Bráulio Bessa (1) Reflexão (3) REFLEXÃO DE BERT HELLINGER (1) REGINA NAVARRO LINS (1) REJUVENESCIMENTO - O DILEMA DE DORIAN GRAY (1) RELACIONAMENTO (5) RENÉ DESCARTES (1) REZAR E AMAR (1) Rick Ricardo (5) RIJKSMUSEUM - Amsterdam - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) RIO DE JANEIRO (10) RITA LEE (5) Robert Epstein (1) ROBERT KURZ (1) ROBERTO D'ÁVILA ENTREVISTA FLÁVIO GIKOVATE (1) ROBERTO DaMATTA (8) Roberto Freire (1) ROBERTO POMPEU DE TOLEDO (1) RUBEM ALVES (26) RUBEM BRAGA (1) RUTH DE AQUINO (16) RUTH DE AQUINO - O que você revela sobre você no Facebook (1) Ruy Castro (10) SAINDO DA DEPRESSÃO (1) SÁNDOR FERENCZI (1) SÁNDOR MÁRAI (3) SÃO DEMASIADO POBRES OS NOSSOS RICOS (1) SAÚDE MENTAL (2) Scott O. Lilienfeld (2) século 20 (3) SÊNECA (7) SENSAÇÃO DE DÉJÀ VU (1) SER FELIZ É UM DEVER (2) SER MUITO INTELIGENTE: O LADO RUIM DO QUAL NÃO SE FALA (1) SER OU ESTAR? - Suzana Herculano-Houzel (1) Ser Pai (1) SER PASSIVO PODE SER PREJUDICIAL À SAÚDE (1) SER REJEITADO TORNA VOCÊ MAIS CRIATIVO (1) SERÁ QUE SUA FOME É EMOCIONAL? (1) SEXO É COLA (1) SEXO TÂNTRICO (1) SEXUALIDADE (2) Shakespeare. O bardo (1) Sidarta Ribeiro (4) SIGMUND FREUD (4) SIMONE DE BEAUVOIR (1) Simone Weil (1) SINCERICÍDIO: OS RISCOS DE SE TORNAR UM KAMIKAZE DA VERDADE (1) SÓ DE SACANAGEM (2) SÓ ELAS ENTENDERÃO (1) SOCIOLOGIA (10) SÓCRATES (2) SOFRER POR ANTECIPAÇÃO (2) Solange Bittencourt Quintanilha (13) SOLITÁRIOS PRAZERES (1) STANISLAW PONTE PRETA (5) Stephen Kanitz (1) Steve Ayan (1) STEVE JOBS (5) SUAS IDEIAS SÃO SUAS? (1) SUPER TPM: UM TRANSTORNO DIFÍCIL DE SER DIAGNOSTICADO (1) Super YES (1) Suzana Herculano-Houzel (10) T.S. ELIOT (2) TALES DE MILETO (2) TATE BRITAIN MUSEUM (GALLERY) (1) TERAPIA (4) THE METROPOLITAN MUSEUM OF ART (1) THE NATIONAL GALLERY OF LONDON - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) THIAGO DE MELLO (2) TODA CRIANÇA É UM MAGO - Augusto Branco (1) Tom Jobim (2) TOM JOBIM declamando Poema da Necessidade DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (1) TONY BELLOTTO (3) Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (2) TRUQUE DO PANO: PROTEJA O CACHORRO DO BARULHO FEITO PELOS FOGOS DE ARTIFÍCIO (1) UM CACHORRO PRETO CHAMADO DEPRESSÃO (1) UM ENCONTRO COM LACAN (1) UM VÍRUS CHAMADO MEDO (1) UMA REFLEXÃO FABULOSA (1) UNIÃO EUROPEIA INVESTE EM PROGRAMA PARA PREVER O FUTURO (1) ÚNICO SER HUMANO DA HISTÓRIA A SER ATINGIDO POR UM METEORITO (1) velhice (2) Viagem ao passado (2) VICTOR HUGO (4) VÍDEO - O NASCIMENTO DE UM GOLFINHO (1) VÍDEO - PALESTRA - MEDO X CRIATIVIDADE (1) VÍDEO ENTREVISTA (2) VÍDEO PALESTRA (14) Vinícius de Moraes (3) VIVIANE MOSÉ (4) VLADIMIR MAIAKOVSKI (2) W. B. YEATS (1) W. H. Auden (2) WALCYR CARRASCO (4) WALT WHITMAN (4) Walter Kaufmann (1) Way Herbert (1) Wilhelm Reich (2) WILLIAM FAULKNER (1) William Shakespeare (4) WILSON SIMONAL e SARAH VAUGHAN (1)

RACISMO AQUI NÃO!

RACISMO AQUI NÃO!