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TEMPO – Poesia - Edmir Saint-Clair


Passa o vento, passa o tempo, passa rápido ou lento
Nunca é demais
É sempre ao seu tempo, mesmo que não pareça
Mesmo que anoiteça
Mesmo que nada aconteça
Mesmo sendo Invisível, insensível, imprevisível
Tão que parece perder-se em si
em um tempo sem tempo
Mas o tempo nunca se perde, 
porque o tempo pertence só a si
Não é meu, nem seu, nem sei de quem é
Sempre correndo, sempre tecendo
Essa tela de cores, amores, sabores e beijos
Sabe exatamente para onde vão os desejos
Quando viram felicidade,
Como uma missão, um sentido,
Como uma solução.

É raro esse momento sem tempo,
E é onde tudo acontece
Onde nunca anoitece,
Onde somos pra sempre.

POR QUE ÀS VEZES O TEMPO VOA E OUTRAS SE ARRASTA?

Você está assistindo à final do campeaonato num estádio de futebol e seu time está ganhando. Falta pouco para o jogo acabar, mas um gol do adversário pode estragar tudo. Você está à beira de um ataque de nervos porque aqueles minutos finais não terminam nunca. Enquanto isso, a torcida do outro time alimenta a esperança de um empate, mas o tempo está passando depressa demais e nada desse gol acontecer.

O lugar e a quantidade de minutos decorridos são os mesmos, mas os sentimentos das torcidas são bem diferentes e a forma como elas sentem o tempo passar também. Segundo o professor William Gomes, do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), esta situação ilustra bem como a percepção do tempo pode variar de pessoa para pessoa e de acordo com a situação.

Ele explica que, para a psicologia, o tempo “é a medida dos nossos julgamentos. O seu tempo psicológico não corresponde ao cronológico. Ele corresponde ao estado momentâneo de sua consciência”, completa. Então sim, é totalmente possível que o tempo voe ou se arraste em alguns momentos. Mas por que isso acontece?

Quando o tempo voa
Segundo o professor William, nosso tempo vai depender de como estamos nos sentindo, bem como da nossa atitude em relação ao passado e ao futuro. Por exemplo: quando está em jogo alguma coisa que te desafie e direciona sua atenção para o futuro, as horas podem passar voando. Tipo uma entrevista de emprego ou uma prova importante como o vestibular. Tudo por causa da ansiedade.

O professor José Lino Oliveira Bueno, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP em Ribeirão Preto, é referência nos estudos sobre o tempo, tanto no Brasil quanto lá fora. Ele descobriu que estímulos vindos da arte – principalmente música e artes plásticas – podem influenciar nossa percepção temporal e revelar outros motivos para essas distorções.

Um estudo orientado por ele expôs voluntários a trechos musicais curtos e pediu que informassem qual havia sido a sua duração. 

O resultado revelou que, quando a música terminava em uma tônica (como a dos Pôneis Malditos), a estimativa era próxima do real. Mas eles tinham a impressão de que o tempo havia passado mais depressa quando a música terminava distante da tônica. “O participante tem uma experiência de algo inacabado e subestima a duração do tempo do estímulo apresentado”, explicou José Lino.

Quando o tempo se arrasta
Quanto mais uma coisa te incomoda, mais o tempo tende a se arrastar. O professor William explica que um momento em que a pessoa precise lidar com algo que a tenha perturbado gravemente no passado provavelmente será mais longo, porque fará com que ela fique remoendo lembranças dolorosas e reavaliando suas atitudes.

Pesquisas têm relacionado a duração de um evento com a quantidade de energia gasta pelo cérebro naquele momento. Em outras palavras, o seu cérebro está trabalhando mais nessas horas, o que dá a impressão de que o tempo está passando mais devagar. 

Para ilustrar: quando você olha uma foto da casa em que passou sua infância, há muito mais coisa acontecendo em sua mente do que quando você vê uma foto que não lhe diz nada, mesmo que seja exposto a elas pelo mesmo período de tempo. A mesma coisa quando você está assistindo a um filme ruim que não acaba nunca – sua mente começa a trabalhar mais para encontrar meios de se distrair.


Excitação e perigo também podem fazer com que o tempo pareça passar mais devagar. Em um experimento conduzido no ano passado, pesquisadores da Universidade da Califórnia pediram a voluntários que estimassem por quanto tempo um ponto aparecia numa tela, ao mesmo tempo em que analisavam sua atividade cerebral por meio de ressonância magnética. 

Algumas vezes, o ponto aumentava de tamanho, dando a impressão de que estava se aproximando, e outras vezes diminuía, parecendo se afastar. No primeiro caso aconteceu algo curioso: os participantes superestimavam o tempo em que o ponto aparecia, o que não acontecia quando o ponto dava a impressão de estar se afastando. 


Nesse momento em que o tempo parecia passar mais devagar, estavam mais ativas as áreas cerebrais relacionadas a autojulgamentos e reflexões – o cérebro estava ocupado pensando sobre si mesmo, seus planos e atividades. Mas ativaram-se também áreas relacionadas à excitação, perigo e sentimentos negativos. Faz sentido: algo se aproximando de você pode ser ameaçador; assim, seu cérebro precisará se preparar de alguma forma e buscar recursos para reagir, o que o fará com que trabalhe mais – e, assim, o tempo parece passar mais devagar. Nada aconteceu quando o ponto se afastava, pois nesse caso foi ativada no cérebro a região associada à sensação de segurança – um objeto se afastando não é ameaçador, o que dá a permissão para que você relaxe.

Os fatores emocionais na percepção do tempo
Tempo também tem a ver com emoção. Em um estudo do professor José Lino, voluntários ouviram trechos da obra musical “Quadros de uma Exposição”, de Modest Mussorgsky, mas apenas metades deles receberam informações de alto teor emocional sobre a composição dessa obra (ela foi feita homenagem a um grande amigo de Mussorgsky que havia falecido). Quem sabia sobre o drama sentiu o tempo passar mais devagar.

Segundo outro estudo, o andamento das músicas também influencia a percepção temporal. Foram compostas músicas nos sete modos eclesiásticos musicais (escalas com diferente distribuição de intervalo de notas). Trechos com mesma duração, mas diferente modo musical foram percebidos como tendo duração diferente

“Cada modo pode ser associado a estados emocionais diferentes (uma música lenta é associada à tristeza; se aumentamos o andamento, ela passa a ser percebida como alegre), o que indica uma relação possível entre estado emocional e tempo subjetivo”, afirmou José Lino. “Essas alterações de tempo têm sido explicadas em função da complexidade dos estímulos a que a pessoa se expõe, das expectativas geradas por esses estímulos ou do grau de atenção produzido pela experiência da audição musical”, explica.

Dá para controlar a forma como sentimos o tempo passar?
Dá, mas você vai precisar de uma boa dose de concentração. “Controlar o tempo depende da sua capacidade de dirigir a consciência para os objetos e colocar as suas preocupações em suspenso”, disse o professor William. “A filosofia oriental, com a prática da meditação, também ajuda, pois possibilita à pessoa ausentar-se ou afastar-se do tempo”, completa. Mas esses recursos são difíceis e limitados – e a correria do dia a dia não ajuda. Se você tem uma tarefa complexa e pouco tempo para executá-la, por exemplo, não vai encontrar soluções milagrosas. Ainda mais porque o estresse e a ansiedade que essa situação pode causar podem acabar agindo para que você “trave” e fazem o tempo passar ainda mais depressa. A concentração vai ajudar, mas não te dá superpoderes.
Ana Carolina Prado

O TEMPO E O TÉDIO – Thomas Mann

Com respeito à natureza do tédio encontram-se
 frequentemente conceitos errôneos.

Acredita-se em geral que a novidade e o caráter interessante do seu conteúdo "fazem passar mais rápido" o tempo, quer dizer, abreviam-no, ao passo que a monotonia e o vazio retardam o seu curso. Mas não é absolutamente verdade. O vazio e a monotonia alargam por vezes o instante ou a hora e tornam-nos "aborrecidos"; porém, as grandes quantidades de tempo são por elas abreviadas e aceleradas, a ponto de se tornarem um quase nada.

Um conteúdo rico e interessante é, pelo contrário, capaz de abreviar uma hora ou até mesmo o dia, mas, considerado sob o ponto de vista do conjunto, confere amplitude, peso e solidez ao curso do tempo, de tal maneira que os anos ricos em acontecimentos passam muito mais devagar do que aqueles outros, pobres, vazios, leves, que são varridos pelo vento e voam.

Portanto, o que se chama de tédio é, na realidade, antes uma simulação mórbida da brevidade do tempo, provocada pela monotonia: grandes lapsos de tempo quando o seu curso é de uma ininterrupta monotonia chegam a reduzir-se a tal ponto, que assustam mortalmente o coração; quando um dia é como todos, todos são como um só; e numa uniformidade perfeita, a mais longa vida seria sentida como brevíssima e decorreria num abrir e fechar de olhos.

O hábito é uma sonolência, ou, pelo menos, um enfraquecimento do senso do tempo, e o fato dos anos de infância serem vividos vagarosamente, ao passo que a vida posterior se desenrola e foge cada vez mais depressa, esse fato também se baseia no hábito.

Sabemos perfeitamente que a intercalação de mudanças de hábitos, ou de hábitos novos, constitui o único meio de manter a nossa vida, de refrescar a nossa sensação de tempo, de obter um rejuvenescimento, um reforço, um atraso da nossa experiência do tempo, e com isso, a revolução da nossa sensação da vida em geral.

Tal é a finalidade da mudança de lugar e de clima, da viagem de recreio: nisso reside o que há de salutar na variação e no episódio. Os primeiros dias num ambiente novo têm um curso juvenil, quer dizer, vigoroso e amplo - seis ou oito dias. Depois, na medida em que a pessoa se "aclimata", começa a senti-los abreviarem-se: quem se apega à vida, ou melhor, quem gostaria de apegar-se à vida nota, com horror, como os dias começam a tornar-se leves e furtivos; e a última semana - de quatro, por exemplo - é de uma rapidez e fugacidade inquietante.

Verdade é que a vitalização do nosso senso de tempo faz-se sentir para além do momento, e desempenha o seu papel ainda quando a pessoa já voltou à rotina; os primeiros dias que passamos em casa, depois desta variação, afiguram-se também novos, amplos e juvenis, mas somente uns poucos: porque a gente acostuma-se mais rapidamente à rotina do que à sua suspensão, e quando o nosso senso do tempo está fatigado pela idade, ou nunca o possuímos desenvolvido em alto grau - o que é sinal de pouca força vital - volta a adormecer muito depressa, e ao cabo de vinte e quatro horas já é como se a pessoa jamais tivesse partido e a viagem não passasse de um sonho de uma noite.
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O VALOR DO TEMPO – Sêneca

Fico sempre surpreendido quando vejo algumas pessoas a exigir o tempo dos outros e a conseguir uma resposta tão servil. Ambos os lados têm em vista a razão pela qual o tempo é solicitado e nenhum encara o tempo em si - como se nada estivesse a ser pedido e nada a ser dado.

Estão a esbanjar o mais precioso bem da vida, sendo enganados por ser uma coisa intangível, não aberta à inspeção, e, portanto, considerada muito barata - de fato, quase sem qualquer valor.

As pessoas ficam encantadas por aceitar pensões e favores, pelos quais empenham o seu labor, apoio ou serviços. Mas ninguém percebe o valor do tempo; os homens usam-no descontraidamente como se nada custasse.

Mas se a morte ameaça estas mesmas pessoas, vê-las-ás a recorrer aos seus médicos; se estiverem com medo do castigo capital, as verá preparadas para gastarem tudo o que têm para se manterem vivas. Tão inconsistentes são nos seus sentimentos!

Mas se cada um de nós pudesse ter um vislumbre dos seus anos futuros, como podemos fazer em relação aos anos passados, como ficariam alarmados os que só podem ver com alguns anos de antecedência e como seriam cuidadosos a utilizá-los! E, no entanto, é fácil organizar uma quantidade, por pequena que seja daquilo que nos está garantido; temos de ser mais cautelosos a preservar o que cessará num ponto desconhecido.

Mas não deves pensar que tais pessoas não sabem como é precioso o tempo.

Dizem com regularidade àqueles de quem são particularmente chegados que estão dispostos a dar-lhe alguns dos seus anos. E dão-lhos sem estarem conscientes dele; mas a dádiva é tal que eles próprios perdem sem acrescentar nada aos outros. Mas o que de fato não sabem é que estão a perder; assim, podem suportar a perda do que não sabem que se foi.
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O MAIS INFALÍVEL VENENO É O TEMPO – Ralph Waldo Emerson

Tabaco, café, álcool, ácido prússico, estricnina — todos não passam de poções diluídas: o mais infalível veneno é o tempo. Essa taça, que a natureza nos põe nos lábios, possui uma propriedade maravilhosa que supera qualquer outra bebida. 

Ela abre os sentidos, adiciona poder e povoa-nos de sonhos exaltados, a que chamamos esperança, amor, ambição, ciência. Em particular, ela desperta o desejo por maiores doses de si. Mas aqueles que tomam as maiores doses ficam embriagados, perdem estatura, força, beleza e sentidos, e terminam em fantasia e delírio. 

Nós adiamos o nosso trabalho literário até que tenhamos maturidade e técnica para escrever, mas um dia descobrimos que o nosso talento literário não passava de uma efervescência juvenil que perdemos.
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O PARADOXO DOS GÊMEOS - Ronald C. Lask

O tempo passa com a mesma velocidade para todas as pessoas?

A máxima “o tempo é relativo” pode não ser tão famosa como “tempo é dinheiro”. Mas a noção de que o tempo se acelera ou desacelera dependendo da velocidade com que um objeto se desloca relativamente a outro certamente está entre as ideias mais inspiradas de Albert Einstein.

O termo “dilatação do tempo” foi cunhado para descrever a desaceleração do tempo provocada pelo movimento. Para ilustrar o efeito, Einstein propôs um exemplo – o paradoxo dos gêmeos – que é indiscutivelmente o mais famoso experimento idealizado da teoria da relatividade. Nesse suposto paradoxo, um dos gêmeos viaja quase com a velocidade da luz para uma estrela distante e volta à Terra. De acordo com a teoria da relatividade, quando voltar estará mais jovem que seu gêmeo idêntico que aqui permaneceu.

O paradoxo se baseia na pergunta “Por que o irmão que viajou está mais jovem ao regressar?” A relatividade especial afirma que, ao passar por um observador, um relógio deslocando-se a altas velocidades parece andar mais devagar – isto é, há uma dilatação do tempo. (Muitos de nós resolvemos esse problema do relógio em deslocamento em física do ensino médio para demonstrar um efeito da natureza absoluta da velocidade da luz.) Como a relatividade especial garante que não existe movimento absoluto, o irmão que viajou para a estrela também não deveria ver o relógio de seu irmão na Terra andar mais devagar? Se isso fosse verdade, eles não deveriam ter a mesma idade?

Esse paradoxo é discutido em vários livros, mas resolvido em poucos. Para explicá-lo costuma-se dizer que o irmão que sente a aceleração é o que está mais jovem, logo o irmão que viaja para a estrela estará mais jovem no retorno. Embora o resultado esteja correto, a explicação é falaciosa. Alguns podem assumir falsamente que a aceleração provoca a diferença de idade e que é necessário apelar para a teoria geral da relatividade, que trata de sistemas de referência não inerciais ou em aceleração para explicar o paradoxo. Mas a aceleração a que foi submetido o viajante é acidental e a relatividade especial sozinha pode não ser suficiente para desvendar o paradoxo.

Estranha Viagem

Vamos supor que os irmãos gêmeos, apelidados de “viageiro” e “caseiro”, vivem em Hanover, no estado americano de New Hampshire. Eles têm gostos diferentes, mas compartilham um desejo comum: construir uma nave espacial que possa chegar a 0,6 vez a velocidade da luz (0,6 c). Depois de trabalhar na espaçonave durante anos eles estão prontos para lançá-la, tripulada por viageiro, em direção a uma estrela situada a seis anos-luz de distância.

A nave é acelerada rapidamente a 0,6 c. Para atingir essa velocidade, Viageiro levará pouco mais de 100 dias a uma aceleração de 2 g. Dois g significa duas vezes a aceleração da gravidade, a aceleração experimentada quando se gira num loop de uma montanha-russa. No entanto, se Viageiro fosse um elétron, poderia ser acelerado até 0,6 c numa fração de segundo. Por isso, o tempo para atingir 0,6 c não é essencial para a discussão.

Viageiro utiliza a equação da contração do espaço da relatividade especial para medir a distância. Assim, a estrela que está a seis anos-luz de Caseiro parece estar somente a 4,8 anos-luz de distância de Viageiro a uma velocidade de 0,6 c. Dessa forma, para Viageiro, a viagem até a estrela leva apenas oito anos (4,8/0,6), enquanto para Caseiro o cálculo resulta em 10 anos (6,0/0,6). Para resolver esse paradoxo precisamos considerar como cada gêmeo veria o tempo marcado pelo seu próprio relógio e pelo relógio do outro durante a viagem. Vamos supor que cada gêmeo tenha um telescópio muito poderoso, que permita essa observação. Surpreendentemente, para explicar o paradoxo basta considerar o tempo que a luz leva para se propagar entre os dois gêmeos.

Viageiro e Caseiro zeram seus relógios quando Viageiro parte da Terra rumo à estrela. Quando Viageiro chega à estrela, seu relógio marca oito anos. Mas quando Caseiro vê Viageiro chegar à estrela, seu relógio indica 16 anos. Por que 16 anos? Porque, para Caseiro, a nave leva 10 anos para chegar à estrela, e a luz que mostra Viageiro na estrela leva mais seis anos para voltar à Terra. Assim, visto pelo telescópio de Caseiro, o relógio de Viageiro parece estar andando com metade da velocidade do seu próprio relógio (8/16).

Quando Viageiro chega à estrela, seu relógio indica que se passaram oito anos, como mencionado, mas para ele o relógio de Caseiro marca seis anos menos (o tempo que a luz leva para ir da Terra até ele), ou quatro anos (10 menos 6). De modo que Viageiro também vê o relógio de Caseiro andando com metade da velocidade de seu relógio (4/8).
De gêmeo a irmão caçula

Na viagem de volta, Caseiro vê o relógio de Viageiro passar de oito para 16 anos, num período de apenas quatro anos, porque seu relógio marcava 16 anos quando ele viu Viageiro deixar a estrela e indicará 20 anos quando Viageiro chegar à Terra. Assim, Caseiro agora vê o relógio de Viageiro avançar oito anos num período de apenas quatro anos de seu tempo; para ele, o relógio de Viageiro anda duas vezes mais rápido que o seu.

Enquanto Viageiro volta para casa, ele vê o relógio de Caseiro avançar de quatro para 20 anos em oito anos de seu tempo. Assim, ele também vê o relógio de seu irmão avançar com o dobro da velocidade do seu. Mas ambos concordam que, no final da viagem, o relógio de Viageiro marca 16 anos e o de Caseiro 20 anos. Portanto, Viageiro está quatro anos mais jovem.

A assimetria no paradoxo é que Viageiro sai do sistema de referência da Terra e volta, enquanto Caseiro nunca deixou a Terra. Também é uma assimetria o fato de Viageiro e Caseiro concordarem sobre a leitura no relógio de Viageiro em cada evento mas não concordarem sobre a leitura do relógio de Caseiro em cada evento. As ações de Viageiro definem os eventos.

Juntos, o efeito Doppler e a relatividade explicam esse efeito matematicamente em qualquer instante. O leitor também poderá notar que a velocidade com que determinado relógio parece marcar o tempo também depende de ele estar se afastando ou se aproximando do observador.



Finalmente, é preciso mostrar que o paradoxo dos gêmeos é, hoje, mais que uma teoria, porque suas bases foram confirmadas experimentalmente. Num experimento desse tipo, o tempo de decaimento de um múon confirma a existência da dilatação do tempo. Múons estacionários têm vida média de cerca de 2,2 microssegundos. Quando passam por um observador em velocidade de 0,9994 c, sua vida média aumenta para 63,5 microssegundos, exatamente como prevê a relatividade especial. Experimentos em que relógios atômicos são transportados em velocidades variáveis também produziram resultados que confirmam a relatividade especial e o paradoxo dos gêmeos. No famoso experimento de Hafele-Keating em 1971, por exemplo, os pesquisadores colocaram relógios atômicos de césio a bordo de aviões comerciais que viajavam – primeiro para leste e depois para oeste – e compararam esses tempos com medidas de relógios fixos no Observatório Naval dos Estados Unidos.

TEMPO, TEMPO, TEMPO... - Fernanda Torres

Duas horas e quarenta minutos. No relógio. Foi quanto eu levei para completar a terceira sessão de depilação definitiva.

O dia não havia começado promissor.

Às 9 da matina daquela sexta-feira, eu já me encontrava sentada na cadeira da dentista. Acreditei que na segunda consulta concluiria a contenção da arcada inferior, algo que eu estava adiando havia mais de ano com a ajuda de um aparelho de dentes que eu esqueci no avião. Reagi com espanto à notícia de que o fio pré-moldado não se encaixava corretamente. Tentei negociar uma forma de me livrar de uma terceira visita ao 7º andar da Siqueira Campos, mas foi em vão.

Meu destempero deixou as duas doutoras discretamente boquiabertas. Como explicar que não sobra tempo? Que, fora o trabalho e a família, a idade aumenta a necessidade de rotinas de saúde e beleza, o que congestiona ainda mais a vida curta?

A dermatologista, eficientíssima, que se esmerou por duas horas e quarenta no comando do incinerador de pelos a laser, contou que, certa vez, receitou uma lista de cuidados para um senhor que sofria de uma coceira causada por ressecamento cutâneo. Ao ler o tratado, o paciente deu uma pausa e respondeu com mesura que, para executar o protocolo a contento, teria de acordar às 4 da matina, todos os dias, antes de ir trabalhar. “E isso é uma coisa que, vamos combinar, não vai acontecer.”

Quanto mais vivido o cidadão, mais revisões ele deve fazer. É difícil dar conta. Quando eu era jovem, tinha medo de ir mal na prova da escola. A maturidade me trouxe um receio ainda pior, o de ser reprovada no exame de sangue.

Embora frívolos, os cuidados cosméticos não ficam a dever em termos de obrigatoriedade.

É possível ser hippie até os 30 anos, depois complica. Se você é mulher, complica muito. Os cabelos brancos são um divisor de águas, o momento decisivo de se tornar, ou não, uma mulher bem tratada. Para sê-lo, saiba que uma boa parte da sua passagem na Terra será gasta com cutículas e raízes aparentes.

Sempre fugi de salão de beleza. Fico exasperada com o tempo gasto em cortar, pintar, fazer unha, escova… Talvez por executar esse ritual constantemente na minha profissão eu tenha desenvolvido essa aversão quando estou à paisana, mas desconfio que não aguentaria mesmo se fosse veterinária ou cozinheira.

Fora o tédio, a aplicação da tintura provoca queda na autoestima. É um terrível efeito colateral. Nenhuma mulher deveria ser vista com o cabelo empastelado de amônia, perfume e pigmento, é feiíssimo. Para dar resultado, fica-se uma boa hora diante do espelho nesse estado monstruoso e exalando um cheiro meio bom, meio ruim. É um exercício de desapego digno de um monge budista. Igualmente humilhantes são as sessões depilatórias.

No fim da interminável recauchutagem, a sensação de égua tratada realmente não tem preço, mas o custo em segundos é incalculável.

Quando optei por não me deixar largar, criei a ilusão de que conseguiria ocupar as tardes nos salões de maneira produtiva. Carreguei computador e livros e me instalei na bancada. Pra quê?

Não conheço cristão que resista à tara por revistas de moda e fofoca no cabeleireiro. É a literatura ideal, não tem outra. Curiosamente, em ambientes menos fúteis, como as antessalas dos especialistas em medicina, também impera esse tipo de publicação. É corpo são e mente em compasso de espera.

Talvez por ter me exasperado mais do que queria na dentista, enfrentei sem muxoxo as duas horas e quarenta de gelo, ar refrigerado e agulhadas lancinantes poros adentro. A promessa de me livrar da intimidade excessiva com moças que eu mal conheço, munidas de cera quente, me segurou na maca.

Sigo resignada. Não tem jeito. É daí para pior. Otimizar é a palavra de ordem.

Juntei o check-up do ginecologista com o do clínico geral. É tanto teste que eu nem sei quanto tempo vão demorar para me virar do avesso. Faço uma escova razoável em mim mesma e já não queimo o pescoço quando piloto o baby liss.

Eu me esmero na tentativa de executar breves paradas no boxe, seguidas de uma longa corrida.

CORA RÓNAI - Tempo, memória, cortesia: vitímas da informação?

Cora Rónai -23 de julho de 2009

TEMPO, MEMÓRIA, CORTESIA: VÍTIMAS DA INFORMAÇÃO?


 *Obs: Prestem atenção na data em que foi escrito. Hoje, está muito pior...


– Estou impressionada com as pessoas, — disse a amiga que mora parte do tempo no Rio, outra em Nova York e o que sobra pelo resto do mundo. — Aqui no Brasil ninguém responde mais a email, a convite formal, a nada! Não sei se é falta de educação, falta de tempo ou se as coisas agora são assim mesmo…


Se eu não tivesse ligado exatamente para responder a um convite, poderia ter pensado que estava diante de uma indireta: é que a carapuça parecia feita sob medida. Ainda que saiba que não responder aos amigos (e não agradecer aos livros que enviam) é imperdoável, ainda que comece praticamente todos os dias com a consciência culpada por causa dos emails que deixei de responder na véspera e já agoniada com os que não responderei ao longo das próximas horas, o fato é que, por mais que tente, não encontro tempo ou concentração para me manter em dia com o que a civilidade exige.
Este é um tema recorrente nas minhas colunas da “Revista Digital”, até porque atribuo boa parte da culpa dessa desatenção ao mundo hi-tech e à vida-ponto-com em que ando mergulhada há tantos anos. Cada carta manuscrita se transformou em centenas de emails, cada fonte de informação multiplicou-se ao infinito e está a um clique de distância. Resultado: de pessoa cortês que enviava flores em datas significativas e cartões bonitinhos escritos com letra até legível, virei um bípede sem dúvida bem informado, mas sempre em falta com suas obrigações elementares.
Há uns tempos, em desespero de causa, escrevi isso no Facebook (e na Revista): “Cora Rónai está com o trabalho todo atrasado!”. Era só parcialmente verdade. Para variar, tudo estava atrasado na minha vida.
“A sobrecarga de informação acertou o passo comigo, me ultrapassou e periga me jogar fora da estrada,” disse então. “Como todo mundo, eu também precisaria de um dia de 48 horas para ficar minimamente em dia com o que me cerca. Recebo e compro mais livros do que consigo ler, tenho mais DVDs do que posso assistir pelos próximos dez anos, CDs e revistas se amontoam ao meu redor, há mensagens por responder na secretária eletrônica, no celular e na mailbox.”
De lá para cá, nada melhorou; pelo contrário. Tudo está ao nosso alcance ao mesmo tempo, um link puxa outro, os torpedos e o Twitter piam insistentemente no celular e no notebook. Olho para os gatos enroscados no tapete e invejo sua vidinha singela. A quantidade de informação que um gato administra está perfeitamente de acordo com o seu tempo físico e com a capacidade do seu cérebro: onde ficam os potes de água e ração, quem são os bípedes e quadrúpedes com quem convive, o que significam os vários ruídos da casa, o que é bom para brincar e o que é melhor deixar quieto. É um universo descomplicado, que permanece inalterado desde que os gatos são gatos. A mesma coisa acontece com os cães e com quase todas as espécies do planeta. Até a lagartixinha pálida que vive no lavabo não tem preocupações muito diferentes daquelas que passavam pela cabeça dos seus avôs dinossauros.
Já a complexidade da vida dos humanos, depois de alguns milênios em banho-maria, vem se acelerando a uma velocidade assustadora. Nosso cérebro continua igual ao dos nossos antepassados que viviam em aldeias de umas poucas almas, mas o tempo encolhe progressivamente, pois tem que ser dividido em fatias cada vez menores. Nas pequenas aldeias, a vida seguia o ritmo do sol, todos se conheciam desde sempre e, tirando as atribuições básicas da vida cotidiana, por árduas que fossem, não havia muito o que fazer. Dependendo da capacidade de imaginação de cada um, havia ainda menos em que pensar. As notícias que chegavam de fora vinham com anos de atraso e jeito de lenda; o que importava saber, de verdade, se restringia à vizinhança imediata, ao espaço conhecido.
O próprio mundo em que Andy Warhol previu quinze minutos de fama para cada um — ainda ontem! — era um mundo razoavelmente controlável, pré-internet, em que a sobrecarga de informação (information overload) não existia nem como expressão. Na época, o peso maior da equação estava na fama, uma figura de retórica distante e ilusória; hoje está no tempo, real. Quinze minutos no vertiginoso ano de 2009 são uma eternidade, uma abundância de segundos de que ninguém mais dispõe.
O ser humano é, por definição, um animal multi-tarefa, mas há um limite para a sua capacidade de processamento de dados. Se já não a ultrapassamos, estamos perto disso, como provam os esquecimentos constantes e a falta de memória que não poupam ninguém, numa espécie de gripe suína dos neurônios.
Quem tem lembrança de um pai ou avô que sabia longos poemas de cor fica pasmado: como era possível?! A conclusão quase inevitável é que não se fazem mais pessoas como antigamente. Mas talvez não seja bem assim. A capacidade de armazenagem do cérebro dos nossos antepassados não era diferente da nossa; apenas estava ocupada de outra forma. Entre outras infinitas coisas, eles não precisavam administrar centenas de contatos no Orkut nem seguir milhares de pessoas no Twitter.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

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