Edmir Saint-Clair

SAUDADE - Edmir Silveira


                                  Chove, é outono. 
Cortinas abertas, cinza céu em gotas escorrem 

Não fui trabalhar, 
Só não fui.

A cama prendeu até mais tarde 
Ler-jornal. 

O dia é meu. Eu não.
              Parado, vazio, sem pensamento. Inerte. 
Não existe som. violão mudo, sem canto

     Chove mais forte, li todo o jornal, 
Não Gosto da tua ausência inevitável. 
Hoje, chorarei, em casa, faltando ao trabalho.
              Café na boca tem teu gosto.

A Saudade, a mesma, 
A diferença é que chove e não fui trabalhar.