Edmir Saint-Clair

NÃO DEVEMOS TER MEDO DA EVOLUÇÃO – Edmir Silveira

“Nada do que foi será,
De novo do jeito que já foi um dia...”
Nelson Motta

Não importa se queremos ou aceitamos, a evolução ocorrerá de qualquer forma. Nossa vontade pessoal não irá influir ou modificar isso. O que nos cabe é escolher se vamos participar e evoluir junto ou se vamos ficar por ali mesmo.

A evolução dos costumes ocorreu sempre de forma muita lenta, demorando várias décadas para se efetivar. Mas, me parece que pela velocidade com a qual a internet acelerou a possibilidade de aquisição de conhecimento, de uma forma nunca vista antes, essa evolução pode estar começando a acontecer um pouco mais rapidamente.

A velocidade da informação em tempo real e a comunicação global possível através da Web fazem com que a troca de informações de caráter pessoal ocorra como nunca antes na história da humanidade.
 Ou seja, interações entre culturas que antes seriam improváveis de ocorrer, não só podem como ocorrem diariamente entre grande parte do mundo, em todas as direções. As incontáveis mudanças que isso irá causar será um campo de estudos vastíssimo e importante, não tenho dúvidas.

Acredito que a influência intercultural irá trazer eventos pouco possíveis de serem previstos. Que influência um brasileiro exerce num árabe, chinês, africano, russo, Checo, islandês ou Norueguês. E, que influências aqueles exercem num brasileiro.

Para que esses contatos ocorram, bastam dois terminais ligados à internet e com os softwares adequados. Vale dizer, um smartphone com acesso à rede.

A evolução é muito mais sábia do que imaginamos.
Na minha ótica, a evolução só se efetiva quando é fruto de um aprofundamento na direção da verdadeira essência humana. Que, por sua vez, também vem sofrendo evoluções desde nossas mais remotas ancestralidades.

Se falo em verdadeira, subentende-se que o paradigma anterior tem que ser menos verdadeiro? Sim e Não.

Sim, quando julgamos o anterior com os olhos e os conceitos de agora, vigentes hoje.

Não, por que não devemos esquecer que o anterior foi à evolução do anterior a ele, no mesmo sentido e direção.

Por vivermos em sociedade, os paradigmas de comportamentos diversos são ditados por conveniências políticas, de aspecto pessoal (nada a ver com política partidária), dos membros da sociedade como um todo, o que permite que se estabeleça o maior nível de harmonia possível. 

Harmonia entre as diferenças. Ou seja, sempre muito volátil. Capaz de se desestabilizar a qualquer momento.

A evolução acontecerá sempre que a mudança do paradigma for forçada pela imposição soberana de uma realidade.

Claro que sempre haverá resistência. 
Como num cabo de guerra, onde dois grupos antepostos puxam a corda para seu lado. Essa força está sendo feita e sentida todos os dias, em todos os locais. E, se estivermos sozinhos em casa, continuará acontecendo dentro de nossas cabeças. 

A mudança ocorre não quando a força se impõe como tal. Impõe-se porque membros de um dos grupos começam a migrar para o outro grupo. A princípio, simplesmente deixam de fazer força contra. O que já quebra o frágil equilíbrio sempre vigente, fazendo a corda pender para um lado.

A evolução acontece de dentro pra fora e de fora pra dentro. Por isso, não tem como fugir. Por mais conservador que você se considere, a evolução também atende a anseios seus. Se você resistir demais vai terminar brigando consigo mesmo.

Muito provavelmente, essa mudança de padrões sociais atende a algum anseio que existe em você.  Com o qual você já foi confrontado inúmeras vezes sem se dar conta.

E, aí está a razão de não termos motivo algum para ter medo de mudanças, em qualquer sentido ou direção. Por que nós somos parte integrante de toda e qualquer mudança. Senão não a perceberíamos. Nós somos as mudanças.

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