Ao contrário da política, em que os fins que justificam os meios, na arte são os meios que possibilitam os fins. Sem o microfone, o mundo jamais teria ouvido a música suave e refinada de João Gilberto e Chet Baker. A amplificação elétrica liberou os cantores da força bruta do volume e permitiu que usassem seu talento no que mais importa musicalmente: timbre e afinação, ritmo e harmonia, estilo e sentimento.
Da mesma forma, não poderia existir rock and roll sem a guitarra elétrica. Inventada nos anos 30, a guitarra se adaptou bem ao jazz e ao blues, que nasceram e se desenvolveram acústicos, e fez história nas mãos de Django Reinhart e B.B.King. No rock, não, o som e a fúria das guitarras, os altos volumes como um dado estético, são a sua base rítmica, harmônica e ideológica, a sua energia vital, a sua razão de ser. Ironicamente, décadas depois, velhos roqueiros gravariam versões acústicas de seus sucessos elétricos.
Assim como não haveria rock and roll sem o som estridente das cordas de aço da guitarra, não existiria bossa nova sem o som macio das cordas de violão de nylon, criadas nos anos 50, e tocadas pela magia de João Gilberto.
No samba tradicional o som metálico do violão não era empecilho para os ritmos, acordes e dedilhados dos seus mestres, mas para a bossa nova cool, minimalista e moderna, só a suavidade do nylon daria os timbres macios que a batida e o canto de João requeriam. O hip hop e a eletrônica são os novos formatos musicais do século XXI e só puderam existir no mundo digital, com as infinitas possibilidades de combinar timbres, ritmos e acordes, que permitem a um músico tocar uma orquestra inteira sozinho. Bastam talento e uma tomada.
A fotografia mudou a história da pintura, oferecendo novos meios de expressão visual. Mas um século depois, com recursos digitais ilimitados, os grandes fotógrafos ainda se baseiam na arte dos mestres da pintura. O audiobook, com atores lendo e interpretando romances, também abriu novas possibilidades criativas. Logo haverá uma voz para cada personagem, ruídos de cena, música de fundo … e será reinventado o rádio teatro.
Da mesma forma, não poderia existir rock and roll sem a guitarra elétrica. Inventada nos anos 30, a guitarra se adaptou bem ao jazz e ao blues, que nasceram e se desenvolveram acústicos, e fez história nas mãos de Django Reinhart e B.B.King. No rock, não, o som e a fúria das guitarras, os altos volumes como um dado estético, são a sua base rítmica, harmônica e ideológica, a sua energia vital, a sua razão de ser. Ironicamente, décadas depois, velhos roqueiros gravariam versões acústicas de seus sucessos elétricos.
Assim como não haveria rock and roll sem o som estridente das cordas de aço da guitarra, não existiria bossa nova sem o som macio das cordas de violão de nylon, criadas nos anos 50, e tocadas pela magia de João Gilberto.
No samba tradicional o som metálico do violão não era empecilho para os ritmos, acordes e dedilhados dos seus mestres, mas para a bossa nova cool, minimalista e moderna, só a suavidade do nylon daria os timbres macios que a batida e o canto de João requeriam. O hip hop e a eletrônica são os novos formatos musicais do século XXI e só puderam existir no mundo digital, com as infinitas possibilidades de combinar timbres, ritmos e acordes, que permitem a um músico tocar uma orquestra inteira sozinho. Bastam talento e uma tomada.
A fotografia mudou a história da pintura, oferecendo novos meios de expressão visual. Mas um século depois, com recursos digitais ilimitados, os grandes fotógrafos ainda se baseiam na arte dos mestres da pintura. O audiobook, com atores lendo e interpretando romances, também abriu novas possibilidades criativas. Logo haverá uma voz para cada personagem, ruídos de cena, música de fundo … e será reinventado o rádio teatro.