Sábado pode ser um dia pesado na vida de quem tem filho adolescente. Em geral, é nesse dia que eles querem sair para a balada, por isso os pedidos dirigidos aos pais para obter e permissão necessária começam a ficar mais pesados. Eles pressionam de todos os modos: ora com sedução, ora com embromação, ora com cara feia e reclamações sem fim. Mas, uma coisa é certa: eles não desistem facilmente, não.
E eles têm razão, não têm? Afinal, uma das partes boas da vida deles é justamente festejar. Estar com amigos, conhecer gente nova, ficar, dançar, beber, “zoar”, “azarar”, ficar na boa, ter prazer. O que mais eles poderiam querer?
A questão é que eles sabem – e muito bem – o que querem. Mas ainda não discriminam bem se o que eles querem pode fazer bem ou mal a eles. Além disso, não têm maturidade, muitas vezes, para não perder o próprio eixo frente às sedutoras tentações que surgem nem para reagir frente a situações totalmente inesperadas que podem ocorrer nessas situações. É por isso que muitos pais ainda não dão a eles a tão desejada permissão. Acham que é preciso esperar um pouco mais, ainda. É claro que isso eles não aceitam nem entendem, o que coloca seus pais frente a um dilema cruel. Afinal, deixar ou não deixar que eles saiam e freqüentem as baladas?
A questão é bem mais complexa para os pais. Decidir por uma ou outra alternativa até que pode não ser tão difícil assim. O que realmente exige a atitude firme dos pais é o que vem logo depois de a decisão ter sido tomada e comunicada ao filho.
Caso os pais tenham escolhido pela negativa, que se preparem para a tempestade que há de vir. Perder uma balada pode parecer, a eles, algo fatal. A vida deles nunca será a mesma, é o que imaginam. Outra oportunidade dessas de viver intensamente, eles nem consideram que possam existir.. É por isso que sofrem tanto quando não têm a permissão para ir, e fazem questão de declarar esse sofrimento aos pais. Firmeza, atitude acolhedora e encorajadora é o que eles precisam nesse momento. E isso nem sempre é fácil para os pais.
Já se os pais decidirem por permitir, o trabalho não acaba aí. É preciso tutela discreta, acompanhamento passo a passo para avaliar se já conseguem administrar a situação e respeitar os limites colocados para que o passe permaneça válido para o próximo pedido etc. E isso dá bastante trabalho.
Moral da história: nenhuma das escolhas é fácil de ser tomada e bancada. Muitos pais acreditam que dar qualquer uma das respostas – em geral a que o filho quer – os livra de problemas, chateações e do trabalho educativo. Deixar ou proibir resultam no mesmo trabalho, afinal. Por isso, talvez o mais sensato seja tomar a decisão que tenha valor de apontar ao filho o norte do estilo familiar de viver, e não a que tenha o simples valor de deixar ou não o filho ir à balada.