Por
sobre os pantanais, os vales orvalhados,
As
montanhas, os bosques, as nuvens, os mares,
Para
além do íngneo sol e do éter que há nos ares,
Para
além dos confins dos tetos estrelados,
Flutuas,
meu espírito, ágil peregrino,
E,
como um nadador que nas águas afunda,
Sulcas
alegremente a imensidão profunda
Com um
lascivo e fluido gozo masculino.
Vai
mais, vai mais além do lodo repelente,
Vai te
purificar onde o ar se faz mais fino,
E
bebe, qual licor translúcido e divino,
O puro
fogo que enche o espaço transparente.
Depois
do tédio e dos desgostos e das penas
Que
gravam com seu peso a vida dolorosa,
Feliz
daquele a quem uma asa vigorosa
Pode
lançar às várzeas claras e serenas;
Aquele
que, ao pensar, qual pássaro veloz,
De
manhã rumo aos céus liberto se distende,
Que
paira sobre a vida e sem esforço entende
A
linguagem da flor e das coisas sem voz!
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O Leblon pré-novelas do Manoel Carlos.
Contos e crônicas.
A Casa Encantada
Contos do Leblon
Edmir Saint-Clair
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