Não
sei se te contei
mas há
algum tempo sou minha
me
adquiri num mercado
onde o
escambo era da posse pela liberdade
me
obtive numa dessas voltas da morte
me
acolhi num desses retornos do inferno.
Dei
banho, abrigo, roupas, amor enfim.
Adotei
o meu mim
como
quem se demarca e crava em si o mastro da terra à vista
a
cheiro, a tato, a trato, a paladar e ouvido.
Não
sei se te contei
me
recebi à porta da minha casa
abracei,
mandei sentar
Abracei
eu mesma, destranquei a porta
que é
preu sempre poder voltar.
Dei
apenas o céu à sua legítima gaivota
Somos
a sociedade
e ao
mesmo tempo a cota
Visita
e anfitriã
moram
agora num mesmo elemento
juntas
se ancoram
na
viagem das eras
No
novelo do umbigo
No
embrião do centro
No
colo do tempo.