Problemas de memória?
O melhor a se fazer, para poder se lembrar, é esquecer.
Sim; cientistas descobriram que, quanto melhor você é em esquecer,
melhor você é em lembrar.
Como isso funciona: para se lembrar de fatos que são importantes na sua vida hoje, você tem que ser capaz de abrir mão de informações que você não precisa mais.
Por exemplo, se alguém lhe perguntar quem é o presidente atual do Brasil, você pode se lembrar de Fernando Henrique Cardoso, ou Lula. Claro, isso está incorreto. Então você tem que arrumar uma maneira de não pensar sobre FHC ou Lula, para poder se lembrar de que a presidente atual do Brasil é a Dilma Rousseff.
Claro, você não precisa se esquecer pra sempre dos outros presidentes do Brasil. Seu cérebro está cheio de informações, e para que você tenha informações importantes ao seu alcance – na ponta da língua -, tem que se esquecer de fatos que não são imediatamente necessários.
É como os seus pertences: coisas importantes que você pode armazenar em sua mesa. Coisas menos importantes, você coloca numa gaveta. Outras, você deixa ao alcance de sua mão. Se você realmente precisar do que estiver na gaveta, é só buscar o que você precisa, mas é mais difícil o acesso a ela.
Para ter uma noção de como o cérebro se esquece, a fim de se lembrar, pesquisadores realizaram algumas experiências.
Em uma delas, os voluntários receberam uma lista de seis palavras relacionadas; uma lista de seis frutas, por exemplo.
Em seguida, os voluntários tiveram que fazer um teste simples em que a categoria foi listada junto com a primeira letra de três itens, seguidos por um espaço em branco a ser preenchido. Por exemplo, categoria “frutas” seguido por um “L” de laranja, ou “M” de maçã.
Depois disso, os voluntários fizeram o mesmo teste, mas desta vez com letras iniciais para todos os seis itens. Os voluntários facilmente se lembraram dos três itens que estavam no outro teste. Os outros três foram muito mais difíceis de lembrar. Suas memórias desses itens haviam sido “perdidas”.
O experimento explica o que acontece quando trocamos de número de telefone, por exemplo. Uma vez que você aprendeu o novo número, é quase impossível recordar o antigo. E isso faz sentido, pois seria muito difícil para nós se lembrar de cada número de telefone que já tivemos.
Os pesquisadores afirmaram que algumas pessoas são melhores em “esquecer para lembrar” do que outras. Essas pessoas tendem a ser melhores em resolução de problemas, o que tem a ver com a maneira como seus cérebros organizam a informação, que as ajuda a pensar.
E você? É melhor em lembrar, ou esquecer?