Para o cérebro, as pessoas gostam de música pela mesma razão que gostam de comer ou fazer sexo: todas essas ações o fazem liberar uma substância química que dá prazer.
O novo
estudo descobriu que a substância do cérebro envolvida nesse prazer
– a dopamina – faz as pessoas sentirem tanto a antecipação de
um momento musical particularmente emocionante, como uma excitação
por causa dele.
A
dopamina normalmente ajuda as pessoas a sentirem prazer quando comem
ou fazem sexo, por exemplo, mas também ajuda a produzir euforia a
partir de drogas ilegais. Ela é ativa em determinados circuitos do
cérebro.
Para
testar o papel da substância no prazer de ouvir música, os
pesquisadores exploraram o cérebro de 8 voluntários, escolhidos
porque sentiram arrepios em momentos particulares de algumas peças
de música preferidas.
Os
resultados sugerem que as pessoas que gostam de música, mas não
sentem “calafrios”, também experimentam os efeitos da dopamina.
Porém, essa característica permitia que os cientistas estudassem
melhor como o cérebro lida com a antecipação e a chegada de um
“prazer musical”.
O
estudo utilizou apenas música instrumental, mostrando que vozes não
são necessárias para produzir a resposta da dopamina. Outros
trabalhos deverão estudar como as vozes contribuem para o efeito de
prazer.
Os
cérebros dos participantes bombearam mais dopamina ao escutar
músicas favoritas. A dopamina subiu em uma parte do cérebro chamada
estriado, durante os 15 segundos que antecederam um momento
emocionante, e apareceu em uma parte diferente quando o momento
musical finalmente chegou.
Os
pesquisadores dizem que isso faz sentido: a área ligada à
antecipação se conecta com as partes do cérebro envolvidas com
“fazer previsões” e “responder ao ambiente”, enquanto a zona
de reação ao momento máximo em si está ligada ao sistema límbico
do cérebro, envolvido na emoção.
Uma
dúvida dos cientistas que os cientistas querem esclarecer é, como
os participantes já conheciam as peças musicais que escutaram, não
foi possível saber se a reação de antecipação veio da memória
ou de um sentimento natural que as pessoas desenvolvem conforme a
música se desenrola.
A
ligação com a dopamina também ajuda os pesquisadores a explicar
porque a música é tão amplamente popular entre as culturas. E ela
não é a única experiência cultural que afeta os circuitos de
recompensa do cérebro. Outros pesquisadores mostraram recentemente a
mesma ligação quando pessoas estudam obras de arte.
Por
Natasha Romanzoti [Telegraph]
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