Pare de procurar alguém parecido com você: segundo um novo estudo, para um relacionamento durar, o casal não precisa ter personalidade parecida.
O estudo incluiu homens e mulheres casados por pelo menos 40 anos. 32 casais avaliaram a sua personalidade e quão satisfeitos eles estavam em seus casamentos. Cada um devia avaliar a sua própria personalidade, bem como suas percepções da personalidade de seus parceiros.
Os casais completaram os questionários em salas separadas e não tinham permissão para ver as respostas de seus parceiros.
Tanto os homens como as mulheres eram muito felizes em seus casamentos, mas, em média, as mulheres relataram ser um pouco mais felizes do que os homens.
Nem a duração do casamento, nem traços de personalidade (autoidentificados e percebidos pelo cônjuge) foram associados com o nível de satisfação marital do casal.
Ou seja, os pesquisadores descobriram que nem semelhanças, nem diferenças de personalidade pareceram afetar o quão felizes eles eram.
As descobertas sugerem que a correspondência de personalidade feita por sites de namoro podem fazer pouca diferença no sucesso final de um relacionamento.
Os resultados também contrariam o que as pessoas poderiam esperar intuitivamente. “Uma das minhas suspeitas, apesar de especulativa, é que a necessidade de um relacionamento é tão forte que supera diferenças”, disse o pesquisador do estudo e psicólogo Frederick Coolidge.
Ou seja, a necessidade evolucionária de se relacionar com alguém pode superar incongruências de personalidade.
Coolidge diz que, como a amostra do estudo foi muito pequena, são necessárias mais pesquisas para descobrir exatamente o que faz um relacionamento durar. “Parece que, no que diz respeito à satisfação conjugal, os motivos escapam da detecção, pelo menos por testes psicológicos padronizados e medidas de personalidade”, comenta Coolidge.
Outra pesquisa sugere que diferenças de personalidade podem ser mais benéficas do que semelhanças, em termos de manter um relacionamento a longo prazo.
Em um estudo de 2007 com casais de meia-idade e mais velhos (alguns juntos há 55 anos), as semelhanças de personalidade foram associadas com diminuição da satisfação conjugal ao longo de um período de 12 anos. Em algumas áreas, as diferenças de personalidade foram relacionadas com maior sucesso marital.
Segundo o pesquisador Robert Levenson, isso pode ser porque, a longo prazo, personalidades diferentes podem fornecer aos casais recursos complementares para lidar com os desafios da vida.
Por exemplo, um casal em que um parceiro é mais sociável e o outro mais detalhista. “Em uma certa noite, se alguém precisa fazer e pagar as contas, e alguém precisa conversar com outros pais para combinar caronas aos filhos, o casal ‘complementar’ presumivelmente discutirá menos sobre quem faz o quê do que um casal ‘similar’”, explicou Levenson.
E, mais tarde na vida, conforme os casais passam mais tempo juntos, os cônjuges demasiado semelhantes podem se tornar entediados uns com os outros.
Natasha Romanzoti