Ó Alma doce e triste e palpitante!
que cítaras soluçam solitárias
pelas Regiões longínquas, visionárias
do teu Sonho secreto e fascinante!
Quantas zonas de luz purificante,
quantos silêncios, quantas sombras várias
de esferas imortais, imaginárias,
falam contigo, ó Alma cativante!
que chama acende os teus faróis noturnos
e veste os teus mistérios taciturnos
dos esplendores do arco de aliança?
Por que és assim, melancolicamente,
como um arcanjo infante, adolescente,
esquecido nos vales da Esperança?!
Em 24 de novembro de 1861, na cidade do Desterro, hoje, Florianópolis, nasceu João da Cruz e Sousa. Filho de escravos e alvo da hostilidade dos conterrâneos, o catarinense conquistou, após a morte, reconhecimento como um dos maiores poetas do País.
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Contos, Crônicas e Poesias
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