Por que nos entediamos facilmente quando alguém está apresentando? Provavelmente porque o palestrante negligenciou a forma como as pessoas aprendem algo. É comum vermos apresentações serem desenvolvidas “a toque de caixa”, “para ontem” e outros termos populares que vem junto com aquela pressão nada saudável para realizar um trabalho com duração de dias em poucas horas.
Especialistas das universidades de Stanford, Amsterdã e Harvard realizaram um estudo com o objetivo de propor melhorias em nossa comunicação – e isso vale para apresentações também. Eles descobriram três etapas sobre a forma como nós processamos as informações em nossa mente: Aquisição, Processamento e Conexão ao conhecimento.
Quer um pouco de drama? Se uma das três etapas forem desconectadas/ignoradas, sua comunicação será um fracasso. Claro que eles foram além das três etapas e levantaram princípios que justificam os resultados deste estudo:
Aquisição
Existem três princípios: o da Distinção (facilitar ao máximo a informação teórica e visual, desde o resumo da mensagem até a melhor escolha de tipografia, paleta de cores etc.), o da Organização Perceptiva (a forma como os elementos de cada slide estão organizados, alinhados e balanceados na distribuição visual como um todo – não é feng shui, é ciência por trás do design, veja só) e o da Saliência (conceitos importantes e principais devem ser definidos visualmente através de soluções simples de design).
Processamento
Existem dois princípios: o da Capacidade (a mensagem precisa ser simples e de fácil assimilação, caso contrário será complicada a retenção da informação) e o da Mudança Informativa (qualquer mudança deve ter um propósito e significado, isto é, animações de slides só devem existir se forem úteis para a compreensão da mensagem).
Conexão ao Conhecimento
Existem três princípios: o do Conhecimento Apropriado (facilitar a forma como se transmite a mensagem, evitando jargões e termos técnicos que a maioria não possui conhecimento ou imersão na área de origem), o da Compatibilidade (toda apresentação precisa agregar valor à vida da audiência, ou então passará despercebida) e o da Relevância (por causa de nossa limitação cerebral, toda mensagem precisa ter profundidade suficiente para tornar-se relevante e oferecer o máximo da compreensão, ao mesmo tempo que precisa ser simplificado em sua essência e aparência para ajudar na retenção da mensagem).
Quer mudar as apresentações? Lembre-se de que por trás de cada planejamento de cada apresentação existe uma razão científica que possui como objetivo melhorar a experiência de comunicação entre as pessoas.
Existe um pouco de psicologia por trás da comunicação e de cada slide bem trabalhado e com tempo investido. Nada é simplesmente “bonito” ou “bem solucionado”, cada slide deve ser trabalhado para aperfeiçoar a comunicação e garantir uma mensagem com resultado.
Não ignore a complexidade da comunicação e como podemos aprender sobre sua efetividade através da psicologia, ou então faltará divã para tanta gente após sua próxima apresentação.