Nos privamos para manter a nossa integridade, poupamos a nossa saúde, a nossa capacidade de gozar a vida, as nossas emoções, nos guardamos para alguma coisa sem sequer sabermos o que essa coisa é. E este hábito de reprimirmos constantemente as nossas pulsões naturais é que faz de nós seres tão complexos.
Porque é que não nos embriagamos? Porque a vergonha e os transtornos das dores de cabeça fazem nascer um desprazer mais importante que o prazer da embriaguez.
Porque é que não nos apaixonamos todos os meses de novo? Porque, por altura de cada separação, uma parte dos nossos corações fica desfeita.
Assim, terminamos por nos esforçar mais tentando evitar o sofrimento inevitável do que buscando verdadeiramente o prazer.
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