Será que o conceito e a vivência de pátria, o estudo sobre
pátria estão mais ligados à geografia ou à antropologia?
Será que pátria é um
conceito ligado a território ou à cultura?
A resposta mais imediata seria
“ambas as coisas”. Na escola, ao estudarmos noções sobre pátria, em grande
medida, ela estava vinculada a um território, até se diria: “nossa pátria vai
até onde vão nossas fronteiras”.
Essa noção é muito limitadora, afinal, alguém
que se considera pertencente a algum lugar, que diz “eu sou brasileiro” ou
“brasileira”, se refere a um território, mas acima de tudo, ao fato de ter
nascido, criado e se desenvolvido dentro de determinada cultura.
Portando, a
noção de pátria vai muito além da própria ideia de território.
Um dia, talvez, não nos definamos como brasileiro, espalho,
italiano, japonês, turco, mas como um terráqueo. O dia que nós vamos entender
que vivemos no mesmo planeta, juntas e juntos, de algum modo no mesmo lugar, na
mesma “casa”.
Nós somos, em última instância, terráqueos, isto é, a noção
mais forte de humanidade, que é aquilo que nos agrega, que nos junta.
Caetano Veloso um dia disse “minha pátria é minha língua”,
retomando Fernando Pessoa, a nossa cultura que é transportada pelo idioma, mas
nossa pátria é nosso planeta.
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