É frequente que vários entendam paixão apenas ligada ao
mundo do amor, do afeto, aquela exaltação de um sentimento profundo e intenso.
Rotineiramente pode ser significante de uma forma exagerada de apego ou até de
obsessão por algumas coisas. Mas não podemos esquecer que a expressão “paixão”
tem também, no nosso idioma, mas não só nele, o sentido de sofrimento, de
“aquilo que te afeta”.
Quando se fala da paixão no campo da religião está-se
falando da paixão como sendo aquilo que afetou. A expressão vem do grego
pathos, e chega até a ideia de “patologia”, aquilo que nos atinge de alguma
maneira. No latim, passione está ligado ao verbo patior (suportar), de onde
surgiu ainda “patíbulo”, por exemplo, aquilo que conduz a algum sofrimento.
A expressão paixão sofredora é uma redundância, porque em
princípio, dentro da palavra “paixão” já está incluída a ideia de algo que pode
ferir, pode machucar.
Claro que há o lado positivo, que nos afeta para nos
“incendiar”, produzir uma fagulha de extrema vitalidade, que, se persistir por
muito tempo, fica negativo, dado que esgota a pessoa e a leva à dependência
daquela emoção.
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