O fim inesperado de uma relação é uma experiência dolorosa,
especialmente se a chama do amor ainda estiver acesa para alguma das pessoas
envolvidas.
Quase tudo que está impregnado de amor traz consigo alegria, mas
também sofrimento. São os dois lados da mesma moeda. Uma unidade indissolúvel,
que se não soubermos administrar, pode nos quebrar em pedaços.
No entanto, há pessoas que são capazes de eliminar as
crenças irracionais sobre o amor, os relacionamentos e os vínculos afetivos que
a cultura pouco a pouco nos transmitiu. O amor não precisa produzir sofrimento.
De fato, Buda disse que a ignorância é a origem de todo sofrimento psicológico.
Da mesma forma, um número considerável de pensadores e
mestres espirituais têm pesquisado e refletido sobre a importância de pensar
corretamente para não se sentirem mal, e isso também envolve questões de
relacionamento. Somos ignorantes no amor? Talvez sim, embora eu não ouse
confirmar isso. O que está claro é que precisamos aprender a administrar melhor
tudo que tem a ver com o amor e os relacionamentos. Vamos nos aprofundar.
Racionalizar o amor?
O que aprendemos com o fim inesperado de uma relação?
- Nada é para sempre
- Não podemos controlar tudo
- É possível viver sem um parceiro
- A vida é imprevisível (ou pelo menos não tão previsível quanto pensamos)
- Nada é tão terrível quanto imaginamos
Sofrer por amor
Sofremos muito por amor, essa é a verdade. Mesmo aqueles que
se orgulham de estar perfeitamente conectados com seu parceiro, no mais íntimo
de seu ser, às vezes abrigam dúvidas e inseguranças, pequenos medos sobre seu
futuro afetivo.
Como lidar com o fim
inesperado de uma relação?
Quem não sofreu em algum momento por estar com a pessoa
errada, por sentir uma diminuição no desejo ou por um término inesperado? Não
há nada mais hipersensível que o amor. Nada mais arrebatador, nada mais vital.
De fato, há aqueles que pensam que desistir dele é viver menos ou não viver.
Assim, quando uma relação acaba inesperadamente, nossos
planos de vida desaparecem em um horizonte distante. Nós sentimos como se
estivéssemos morrendo. O desespero e a descrença tomam conta de nós. Ficamos
perplexos, imóveis. A sensação de vazio é devastadora.
Alguns argumentam que o amor não é para “entender”, mas para
sentir e desfrutar, e que o romantismo não suporta nenhum tipo de lógica.
Nada
mais errado, na minha opinião. A atitude sentimentalista, além de ingênua, é
perigosa.
Uma das principais causas do “mal de amor” surge
precisamente das crenças irracionais e irrealistas que desenvolvemos sobre o
afeto. As concepções errôneas que desenvolvemos sobre o amor são uma das
principais fontes de sofrimento afetivo.
Racionalizar o amor? Isso mesmo, não muito, apenas o
suficiente para não ficarmos intoxicados. O amor não deve apenas ser provado,
mas incorporado ao nosso sistema de crenças e valores. Você tem que ordená-lo e
regulá-lo para torná-lo mais amigável e próximo aos neurônios. Temos que
ensiná-lo a voar, em vez de cortar suas asas.
O que aprendemos com
o fim inesperado de uma relação?
Se “entendermos” o amor e sua lógica, podemos “entender”
também o desamor. Este último pode ocorrer por vários motivos. Se virmos o lobo
chegando, estaremos melhor preparados para enfrentá-lo. No entanto, o que
acontece quando o fim é inesperado?
Esta pode ser uma das experiências mais angustiantes na vida
de uma pessoa. No entanto, tudo é aprendizado. Podemos obter lições valiosas
que nos façam crescer a partir do fim inesperado de uma relação. Algumas delas
são as seguintes:
Nada é para sempre
É a lei da vida. Tudo que tem começo também tem um final.
Algumas coisas acabam antes, outras depois, mas todas terminam algum dia.
Casais podem terminar devido à falta de desejo, por terem objetivos divergentes
ou por problemas de comunicação.
Há casais que duram a vida toda, isso é
verdade. No entanto, quando um dos dois morre, o idílio também termina. E isso
é inevitável.
Não podemos controlar
tudo
Há pessoas que vivem a vida controlando tudo que acontece ao
redor de seu parceiro. Acham que, se estiverem alertas, podem evitar um
possível término. Nada está mais longe da realidade. Não podemos mudar certas
coisas, mesmo que desejemos com toda a nossa força. Se o nosso parceiro quiser
nos deixar, ele o fará, não importa o que fizermos.
É possível viver sem
um parceiro
Viver sem um parceiro é outra opção, assim como é viver com
ele. As duas opções são válidas. Ambas têm seus prós e contras. Todos
conhecemos os benefícios de viver em casal. Agora, viver sem alguém não
significa renunciar ao amor.
O amor pode ser encontrado de muitas outras maneiras.
Nosso
bem-estar não deve depender de outra pessoa.
A vida é imprevisível (ou pelo menos não tão previsível
quanto pensamos)
Essa ideia está muito relacionada com a percepção de
controle. Quando terminamos uma relação inesperadamente, percebemos que a vida
não pode ser prevista. Podemos fazer planos para o futuro, e devemos fazê-los,
mas também devemos deixar espaço para improvisos e imprevistos.
Nada é tão terrível
quanto imaginamos
É bom aprender a relativizar as coisas. O fim inesperado de
uma relação é terrível? Quantas coisas terríveis você acha que podem nos
acontecer? Nosso parceiro nos deixar não é terrível. Terrível é sofrer de uma
doença incurável, uma guerra mundial, a morte trágica e acidental das pessoas
que mais amamos. Isso é terrível.
Podemos imaginar que, se nosso parceiro nos deixar, nossa
vida não terá sentido, não poderemos continuar com nossa existência, que nos
afogaremos em um poço sem fundo. E pode ser assim no começo.
No entanto, pouco
a pouco, a situação se normalizará e voltaremos à tona. Eu garanto a você.