A paciência é a virtude dos corações tranquilos, capazes de
entender que ser prudente em um dia de raiva pode evitar cem dias de tristeza.
Muitas vezes, a tristeza continuada pode ser um gatilho para
que a Depressão se inicie.
Ser paciente não é ser frágil nem covarde. Às vezes é muito
melhor guardar silêncio e aquietar a raiva do que perder tudo em um momento de
ira descontrolada. Porque a paciência é a virtude dos corações tranquilos,
capazes de entender que ser prudente em um dia de raiva pode evitar cem dias de
tristeza.
Todos já experimentamos momentos assim. De fato, às vezes
habitamos o “epicentro” de entornos muito exigentes que colocam à prova a nossa
capacidade de resistência e essa habilidade que devemos ter como bons gestores
emocionais. A ira é como um gatilho que dispara quando perdemos o controle e
que, longe de descarregar nossas emoções, costuma trazer efeitos secundários
que ninguém deseja.
Aprenda a ser paciente, a acalmar a raiva, a amarrar a ira
ao laço do entendimento e da compreensão para perceber que a raiva não
soluciona nada, porque podemos perder tudo.
Na hora de falar dessas duas virtudes, que são o silêncio e
a paciência, parece que estas dimensões se associam mais à passividade, a quem
é incapaz de reagir. Não devemos vê-lo assim. O silêncio sábio que não agride e
é paciente permite acalmar a mente para agir com maior equilíbrio, com mais
assertividade e moderação.
Os bons gestores emocionais aprendem cedo que dois dos
inimigos mais complexos com os quais devem lidar são sem dúvida a ira e a
raiva. Além disso, eles se relacionam com diversas mudanças fisiológicas que
intensificam ainda mais a sensação negativa e de ameaça. Por isso, na hora de
controlar um inimigo, a melhor coisa é conhecê-lo.
Conhecendo um inimigo
comum, a ira
Existem pessoas que se zangam com mais ou menos freqüência.
A razão dessas diferenças individuais poderia ser explicada por um tolerância
menor à frustração, ou inclusive por determinados indicadores genéticos.
A ira surge no nosso cérebro por causa de um leve
desequilíbrio entre a serotonina, a dopamina e o óxido nitroso. Tudo isso pode
fazer com que existam pessoas com maior tendência a explosões de ira e raiva.
Segundo um interessante artigo publicado no “The New York Times”
pelo psiquiatra Richard Friedman, a ira pode se mostrar também como resultado
de uma depressão encoberta.
Uma revolta não controlada, que não é racionalizada ou
administrada de forma adequada, pode derivar em frustração e mal-estar. Quando
a ira inunda o cérebro por causa do efeito dessa química neuronal acontecem
diversas mudanças fisiológicas que vão incrementar ainda mais a emoção
negativa. A raiva galopa de forma descontrolada.
Não devemos esconder a revolta, e nem deixar que se
transforme em um ataque de raiva. É preciso compreendê-la e canalizá-la de
forma adequada para que não asfixie, para que não machuque nem procure vítimas
sobres as quais projetar a raiva.
Paciência, calma e conduta assertiva para tratar os
aborrecimentos
Desconfie de alguém que diga que “ele ou ela não fica bravo
nunca”. Todos passamos por injustiças, ouvimos palavras tolas e comentários tão
injustos quanto ofensivos. Agora, antes de deixar que a irritação atue como o
isqueiro que acende o fogo da raiva, é preciso refletir alguns momentos sobre
estas dimensões.
Dê um nome ao que o aborrece. Não fique só com as sensações,
com esse desconforto que fica virando o estômago e trava a sua mente. Descreva
em palavras concretas o que o incomoda.
Procure a calma por alguns instantes, feche-se no seu
“palácio de pensar”. É um espaço tranqüilo e sereno que só pertence a você, visualize
um lugar onde você deixe de fora a raiva e as emoções negativas para se trancar
com “a razão”. Pense agora qual é a melhor opção diante da aquilo que o
incomoda.
Expresse de forma assertiva a razão da sua chateação. De
nada serve “engolir” aquilo que nos prejudica, porque os aborrecimentos não se
guardam sob a cama, se expressam em forma de palavras respeitosas para
evidenciar com clareza o que nos fere, o que não queremos.
Controle, reestruture e mude de cenário. Uma das melhores
formas de administrar a revolta e a raiva é controlar aspectos como a
respiração ou inclusive os processos mentais capazes de potencializar ainda
mais a emoção negativa. Não procure culpados, desligue o ruído mental e os
pensamentos irracionais.
Às vezes uma coisa tão simples como caminhar, respirar fundo
e procurar um ponto visual no horizonte para descansar a mente e desligar o
interruptor da irritação pode nos salvar de todos esses alfinetes externos que
tanto abundam no dia a dia.
É preciso se lançar no mundo com o coração
tranquilo, conhecendo os próprios limites, e sabendo que haverá momentos ruins,
sem dúvida, mas os bons momentos abundam mais e são a nossa razão de ser…
Por Valéria Amado
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