MÁRIO QUINTANA - Eu queria trazer-te uns versos muito lindos


                          Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
                          colhidos no mais íntimo de mim...
                          Suas palavras
                          seriam as mais simples do mundo,
                          porém não sei que luz as iluminaria
                          que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
                          Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
                          como essa que acende inesperadas cores
                          nas lanternas chinesas de papel!
                          Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas
                          do lado de fora do papel... 
                          Não sei, eu nunca soube o que dizer-te
                          e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento
                          da Poesia...
                          como uma pobre lanterna que incendiou!

MÁRCIA TIBUTI - A forma mais comum do medo é o medo do medo.

Até mesmo os animais sentem medo. Seres humanos que também são animais, do mesmo modo, sentem medo. Na vida humana o medo é mais que uma sensação corporal. Ele é também um sentimento e, como tal, tem sua carga de enigma. Por isso é tão difícil analisá-lo.

Nenhum sentimento consegue se explicar muito bem, mas sabemos que o medo tem certa validade objetiva. Quando alguém sente medo é porque há, ou pode haver, alguma ameaça. Sentir medo, portanto, é não só aceitável, mas algo razoável. E se ele tem sentido, não é errado pensar que ele seja até desejável. Em certa medida, o medo pode até proteger. Porém, ao ultrapassar sua medida aceitável, ou seja, aquela que não causa sofrimento, o medo pode transformar-se em medo do medo, eis o que significa o pânico. O pânico é o medo desmedido que ataca a capacidade de viver e conviver. É uma espécie de medo da vida e de tudo o que ela implica. Alguém em pânico está doente de medo como alguém apaixonado pode estar doente de amor. O problema, em qualquer dos casos não é o sentimento em si, pois não é possível viver a vida humana sem sentimentos. O problema é sempre a sua desmedida.

Que o medo seja um sentimento significa que ele está pleno de uma carga simbólica. Ou seja, que o medo sentido nunca está livre dos seus significados, do modo como nos relacionamos com ele. Não existe um grau zero do medo. O medo não é só uma sensação. Isto quer dizer que nunca experimentamos o medo diretamente, mas sempre por meio do que se diz dele.


O medo e a política
Poucas vezes os filósofos se ocuparam do medo. Thomas Hobbes, filósofo do século XVII que tornou famosa a frase de Plauto “o lobo é o lobo do homem” foi um dos poucos a pensar o medo como um sentimento manipulável que estaria na base da fundação do estado social. A frase explica que o homem, em vez de ser solidário e parceiro de seu semelhante, seria, na verdade, seu maior inimigo. Em função disso, a autoridade política teria a função específica de proteger os homens uns dos outros. Sem medo não haveria governabilidade, mas o governo deveria justamente tornar a vida das pessoas livre do medo. Cidadãos seriam aqueles que não viveriam mais do medo, mas em função de leis. O medo de ser morto pelo outro, ou de ser por ele dominado e escravizado, faria com que cada indivíduo entregasse ao governante a sua própria liberdade e até mesmo o direito que tem sobre suas próprias coisas. Em troca, o governante agiria como bem entendesse na realização do seu objetivo.

A teoria de Hobbes explica assim a função do governo e, por outro lado, a obediência dos homens às leis que viriam regular as relações humanas sempre perturbadas pelo medo que os homens têm dos próprios homens. A forma de vida na qual o medo seria absoluto foi chamado por Hobbes de “estado de natureza”. Nesta condição estaria em vigência a “guerra de todos contra todos”. Seria um tempo sem lei, de ameaça e angústia geral. O “estado de natureza” pode assustar, mas é bom lembrar que ele é hipotético. Nunca ninguém poderia localizá-lo na história. O que significa que, até hoje, o estado de natureza serve para que seres humanos pensem no que fazem com a política. Se não valeria a pena viver uma vida e trabalhar por uma sociedade na qual o medo não ocupasse a cena geral.

Deixar o medo em paz
Se bastasse falar do medo para superá-lo, já estaríamos livres deste sentimento há muito tempo. É impossível viver sem ele. Podemos dizer que o medo faz parte daquelas razões do coração desconhecidas da razão que rege os pensamentos. Sentimos medo, mas em uma sociedade que perde o sentido dos sentimentos diariamente, o medo se torna mais um destes nomes para uma diversidade de sensações inespecíficas. Como sentimento ele é intangível e, em certo sentido, até intraduzível. Melhor guardar o medo para falar de coisas sérias do que inflacionar seu sentido e produzir histerias desnecessárias.

Se é difícil compreendê-lo, será muito difícil superá-lo, deixar de ser sua vítima ou fazer dele um uso benéfico. Nossa cultura, por exemplo, trata o medo como um defeito, como algo negativo. Neste caso, ela deveria valorizar a coragem como seu oposto. Mas não é bem assim. Se esquecemos, no entanto, que a coragem precisa do medo para existir, podemos, ao assumir o medo como uma coisa absoluta, tornarmo-nos covardes, ou, negando absolutamente o medo, tornarmo-nos temerários. Nem uma coisa nem outra ajuda a ultrapassar o medo. Pode-se, assim, até renová-lo. Por isso, se o medo, em certa medida é até bom, mas é ruim quando desmedido, do mesmo modo, superá-lo vale apenas em certa dose.

Podemos odiar o medo, querer extirpá-lo de nossas vida, mas nem sempre o fazemos pela via mais simples, porque é muito difícil combater um sentimento. Melhor, quando se trata de sentimentos, aprender a conviver com eles. Um sentimento cresce na exata proporção em que o negamos. Torna-se mais leve quando o aceitamos. É a única chance de que nos deixe em paz.

PABLO NERUDA - De noite...

De noite, amada, amarra teu coração ao meu
e que eles no sonho derrotem
as trevas como um duplo tambor
combatendo no bosque
contra o espesso muro das folhas molhadas.
Noturna travessia, brasa negra do sonho.
Interceptando o fio das uvas terrestres
com pontualidade de um trem descabelado
que sombra e pedras frias sem cessar arrastasse.
Por isso, amor, amarra-me ao movimento puro,
à tenacidade que em teu peito bate.
Com as asas de um cisne submergido,
para que as perguntas estreladas do céu
responda nosso sonho com uma só chave,
com uma só porta fechada pela sombra.

HOMEM OU MULHER: QUEM É MELHOR CHEFE ?

Debatam o quanto quiserem, mas a ciência já tem sua resposta: as mulheres são melhores chefes. Essa é a conclusão de um novo levantamento, que constatou que as mulheres conduzem cargos de gestão de uma forma mais democrática, permitindo que os funcionários participem na tomada de decisões e estabeleçam canais de comunicação interpessoais.
“Em linha com as diferenças de gênero conhecidas na liderança individual, descobrimos que nos locais de trabalho com mais gestores mulheres, mais feedback individualizado é realizado”, disse o autor do estudo, Eduardo Melero, professor da Universidade Carlos III de Madrid.
A pesquisa foi baseada em dados da Pesquisa de Ambientes e Relações de Trabalho, um levantamento dos locais de trabalho do Reino Unido. Melero analisou os dados com foco no número de mulheres em cargos gerenciais em empresas e as táticas de liderança empregadas por essas empresas.
A pesquisa também traz evidência, embora mais fraca, de que nesses ambientes de trabalho as decisões são tomadas de forma mais democrática e mais canais interpessoais de comunicação são estabelecidos.
Esses canais interpessoais de comunicação facilitam a comunicação mais estreita entre os administradores e empregados em empresas com mulheres em cargos gerenciais.
Isso tem um duplo benefício para essas organizações. Primeiro, as empresas são capazes de tomar decisões mais bem informadas, já que as opiniões dos empregados serão utilizadas no processo de tomada de decisão. Além disso, os funcionários também terão a sensação de contribuir e ter suas opiniões ouvidas no trabalho.
“As gerentes parecem estar mais inclinadas a usar esses tipos de práticas, individualmente, bem como promovê-las entre o resto da equipe”, disse Melero. “E como tal, uma equipe de gestão com mais mulheres poderia ser mais eficaz (mantendo todos os outros fatores constantes) na implementação dessas práticas”.
[LiveScience]

A INTERNET ESTÁ NOS TORNANDO MAIS INTELIGENTES OU MAIS BURROS?

Será que o acesso constante à internet vai tornar os jovens de hoje mais brilhantes ou mais burros? Uma nova enquete de opinião descobriu que os especialistas em tecnologia acreditam que a resposta é “todas as alternativas anteriores”.
De acordo com a nova pesquisa, que incluiu 1.021 especialistas e críticos de tecnologia, a hiperconectividade é uma boa mistura. 50% dos entrevistados concordaram que a internet é um local que estimula vários talentos e a habilidade de encontrar informação de relevância online. Mas 42% acredita que a hiperconectividade deixa o cérebro raso, com uma dependência da internet e dos serviços móveis.
“Períodos de atenção curta, resultado de interações rápidas, vão vir em detrimento do foco nos problemas maiores, e provavelmente vamos ver uma estagnação em muitas áreas: tecnologia, e até elementos sociais, como a literatura”, afirma Alvaro Retana, da HP. “As pessoas que vão liderar o avanço serão as que conseguirem se desconectar e focar”.

Previsões péssimas
De acordo com Universidade Elon e o Projeto Pew, que conduziram o estudo, a divisão entre os especialistas tecnológicos é perto de 50/50%. Muitos dos que responderam que a geração Y da internet tem vantagem mental temperaram essa opinião com avisos sobre o lado negro desse excesso de conectividade.
“Enquanto eles disseram que o acesso às pessoas e à informação aumentou intensamente com a era da internet móvel, eles adicionaram que já estão percebendo deficiências na habilidade de foco de atenção dos jovens, de ser paciente e de pensar profundamente”, afirma Janna Anderson, da Elon. “Alguns expressaram preocupações de que as modas estão levando a um futuro onde as pessoas serão consumidores rasos de informação, e muitos mencionaram o livro de George Orwell, ‘1984’”.
O livro citado descreve uma sociedade onde a informação é completamente controlada. Um dos que citaram o livro foi Paul Gardner-Stephen, da Universidade de Flinders.
“Poderes centralizados que podem controlar o acesso à internet conseguirão controlar muito as gerações futuras”, afirma Gardner-Stephen. “Será muito parecido com o ‘1984’, onde o controle foi atingido usando a linguagem para limitar e delimitar o pensamento, então os regimes futuros podem usar o acesso à internet para controlar o pensamento”.

Otimismo online
Muitos especialistas comentaram os talentos necessários para navegar na internet, e sugeriram que as pessoas que cresceram conectados vão se destacar.
“Não há dúvida de que o cérebro está sendo religado”, afirma Danah Boyd, pesquisadora da Microsoft. “As técnicas e mecanismos para entrar no sistema de atenção rápida serão muito úteis para as pessoas criativas”.
Outros especialistas afirmam que o uso da internet é como um “cérebro externo”, onde os fatos são armazenados, liberando espaço mental que vai além da memorização.
“A tomada de lugar da memorização pela análise será o grande boom da sociedade”, afirma Paul Jones, um especialista em novas mídias da Universidade da Carolina do Norte.
Mesmo que existam algumas diferenças de opinião entre os benefícios e os custos do aumento da importância da internet, os especialistas concordam que certas habilidades e talentos serão importantes para as gerações futuras. Entre elas estão: a habilidade de cooperação para resolver problemas; a de pesquisas efetivas por informação; a de sintetizar informações de várias fontes; a de se concentrar; e a de filtrar a informação útil do “ruído” da internet.
“Existe uma preocupação palpável entre esses especialistas de que as novas divisões sociais e econômicas vão emergir entre aqueles que são motivados e ao mesmo tempo entendem das novas mídias”, afirma o coautor do estudo, Lee Rainie, deretor do Projeto Pew. “Eles pedem por uma reinvenção da educação pública para ensinar essas habilidades e evitar os problemas de um estilo de vida hiperconectado”.
[LiveScience]

ARNALDO JABOR - O mundo de hoje é travesti

Vou falar um pouco de mulher, eu que mal as entendo na vida. Não falarei das coxas e seios e bumbuns... Falo de uma aura mais fluida que as percorre.
Gosto do olhar de onça, parado, quando queremos seduzi-las, mesmo sinceramente, pois elas sabem que a sinceridade é volúvel, não perdura. Um sorriso de descrédito lhes baila na boca quando lhe fazemos galanteios, mas acreditam assim mesmo, porque elas querem ser amadas, muito mais que desejadas. Elas estão sempre fora da vida social, mesmo quando estão dentro.

Podem ser as maiores executivas, mas seu corpo lateja sob o tailleur e lá dentro os órgãos estranham a estatística e o negócio. Elas querem ser vestidas pelo amor. O amor para elas é um lugar onde se sentem seguras, protegidas.
O termômetro das mulheres é: "Estou sendo amada ou não? Esse bocejo, seu rosto entediado... será que ele me ama ainda?" A mulher não acredita em nosso amor. Quando tem certeza dele, pára de nos amar. A mulher precisa do homem impalpável, impossível. As mulheres têm uma queda pelo canalha. O canalha é mais amado que o bonzinho. Ela sofre com o canalha, mas isso a justifica e engrandece, pois ela tem uma missão amorosa: quer que o homem a entenda, mas isso está fora de nosso alcance. A mulher pensa por metáforas.

O homem por metonímias. Entenderam? Claro que não. Digo melhor, a mulher compõe quadros mentais que se montam em um conjunto simbólico sem fim, como a arte. O homem quer princípio, meio e fim. Não estou falando da mulher sociológica, nem contemporânea, nem política. Falo de um sétimo órgão que todas têm, de um "ponto g" da alma.

Mulher não tem critério; pode amar a vida toda um vagabundo que não merece ou deixar de amar instantaneamente um sujeito devoto. Nada mais terrível que a mulher que cessa de te amar. Você vira um corpo sem órgãos, você vira também uma mulher abandonada.
Toda mulher é "Bovary"... e para serem amadas, instilam medo no coração do homem. Carinhosas, mas com perigo no ar. A carinhosa total entedia os machos... ficam claustrofóbicos. O homem só ama profundamente no ciúme. Só o corno conhece o verdadeiro amor. Mas, curioso, a mulher nunca é corna, mesmo abandonada, humilhada, não é corna. O homem corneado, carente, é feio de ver. A mulher enganada ganha ares de heroína, quase uma santidade. É uma fúria de Deus, é uma vingadora, é até suicida. Mas nunca corna. O homem corno é um palhaço. Ninguém tem pena do corno. O ridículo do corno é que ele achava que a possuía. A mulher sabe que não tem nada, ela sabe que é um processo de manutenção permanente. O homem só vira homem quando é corneado.

A mulher não vira nada nunca. Nem nunca é corneada... pois está sempre se sentindo assim. Como no homossexualismo: a lésbica não é viado.

A mulher é poesia. O homem é prosa. Isso não quer dizer que a mulher seja do bem e o homem do mal. Não. Muita vez, seus abismos são venenosos, seu mistério nos mata. A mulher quer ser possuída, mas não só no sexo, tipo "me come todinha". Falam isso no motel, para nos animar. O homem é pornográfico; a mulher é amorosa. A pornografia é só para homens. A mulher quer ser possuída em sua abstração, em sua geografia mutante, a mulher quer ser descoberta pelo homem para ela se conhecer. Ela é uma paisagem que quer ser decifrada pelas mãos e bocas dos exploradores. Ela não sabe quem é. Mas elas também não querem ser opacas, obscuras. Querem descobrir a beleza que cabe a nós revelar-lhes. As mulheres não sabem o que querem; o homem acha que sabe.

O masculino é certo; o feminino é insolúvel. O homem é espiritual e a mulher é corporal. A mulher é metafísica; homem é engenharia. A mulher deseja o impossível; desejar o impossível é sua grande beleza. Ela vive buscando atingir a plenitude e essa luta contra o vazio justifica sua missão de entrega. Mesmo que essa "plenitude" seja um "living" bem decorado ou o perfeito funcionamento do lar. O amor exige coragem. E o homem... é mais covarde. O homem, quando conquista, acha que não tem mais de se esforçar e aí , dança...

A mulher é muito mais exilada das certezas da vida que o homem. Ela é mais profunda que nós. Ela vive mais desamparada e, no entanto, mais segura. A vida e a morte saem de seu ventre. Ela faz parte do grande mistério que nós vemos de fora, com o pauzinho inerme. Ela tem algo de essencial, tem algo a ver com as galáxias. Nós somos um apêndice.

Hoje em dia, as mulheres foram expulsas de seus ninhos de procriação, de sua sexualidade passiva, expectante e jogadas na obrigação do sexo ativo e masculino. A supergostosa é homem. É um travesti ao contrário. Alguns dizem que os homens erigiram seus poderes e instituições apenas para contrariar os poderes originais bem superiores da mulher.
As mulheres sofrem mais com o mal do mundo. Carregam o fardo da dor histórica e social, por serem mais sensíveis e mais fracas. Os homens, por serem fálicos, escamoteiam a depressão e a consciência da morte com obsessões bélicas, financeiras ou políticas. As mulheres agüentam firmes a dor incompreendida. O mundo está tão indeterminado que está ficando feminino, como uma mulher perdida: nunca está onde pensa estar. O mundo determinista se fracionou globalmente, como a mulher. Mas não é o mundo delicado, romântico e fértil da mulher; é um mundo feminino comandado por homens boçais. Talvez seja melhor dizer um mundo travesti. O mundo hoje é travesti. 

LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - Marte & Vênus

Nunca tinha entendido por que as necessidades sexuais dos homens e das mulheres são tão diferentes.
Nunca tinha entendido tudo isso de Marte e Vênus. E nunca tinha entendido por que os homens pensam com a cabeça e as mulheres com o coração.
Uma noite, semana passada, minha mulher e eu estávamos indo para a cama. Bom, começamos a ficar à vontade, fazer carinhos, e nesse momento, ela fala:
- "Acho que agora não quero, só quero que você me abrace".
Eu falei:
- "O queeeee??????"
Ela falou:
- "Você não sabe se conectar com as minhas necessidades emocionais como mulher".
Comecei a pensar onde podia ter falhado.
No final, assumi que naquela noite não ia rolar nada, virei e dormi.
No dia seguinte fomos a um grande hipermercado, com muitas lojas dentro dele. Dei uma volta enquanto ela experimentava três modelitos caríssimos. Como não podia decidir por um ou outro, falei para comprar os três.
Então ela me falou que precisava de uns sapatos que combinassem, a R$ 200,00 cada par. Respondi que tudo bem. Depois fomos à seção de joalheria, de onde saiu com uns brincos de diamantes. Estava tão emocionada!
Deveria estar pensando que fiquei louco, agora penso que estava me testando quando pediu também uma raquete de tênis, porque nem tênis ela joga.
Acredito que acabei com seus esquemas e paradigmas quando falei que sim.
Ela estava quase excitada sexualmente depois de tudo isso; Vocês tinham que ver a carinha dela, toda feliz!
Quando ela falou: - "Vamos passar no caixa para pagar" , tive dificuldade para me segurar ao falar com ela:
- "Não, meu bem, acho que agora não quero comprar tudo isso".
Ela ficou pálida. Ainda falei:
- "Só quero que você me abrace".
No momento em que começou a ficar com cara de querer me matar, falei:
- "Você não sabe se conectar com as minhas necessidades financeiras como homem.."
Acredito que o sexo acabou para mim até o natal de 2008... 

ELIANE BRUM - Enfim, a emancipação masculina


O que é ser homem hoje? A boa notícia é que ninguém sabe

Lembro de um evento psicanalítico ocorrido em Porto Alegre, anos atrás, sobre “Masculinidade”. De repente, apareceu um engenheiro por lá, adentrando o mundo dos psis. Ele queria entender, como homem, a sua falta de lugar no mundo. Não sei se conseguiu, mas sua presença foi um belo movimento para fora do território conhecido, onde as contas já não fechavam, rumo ao insondável. Ainda tateando sobre esse tema tão fascinante, penso que a melhor notícia para todos nós é a confusão sobre o lugar do homem. Sobre isso, Laerte Coutinho, entrevistado no Roda Viva (TV Cultura), fez uma grande observação: os homens nunca fizeram a revolução masculina.
Para começar, quem é Laerte? Se você não ouviu falar dele, está perdendo uma revolução encarnada numa pessoa. Antes, porém, é importante sublinhar que ele talvez seja o maior cartunista brasileiro. Para mim, é um gênio. E não é uma opinião solitária. Não aquele gênio banalizado dos manuais 171 vendidos nas livrarias, mas gênio mesmo, daqueles que nasce um a cada muitos e muitos e muitos anos. Só para recordar, são dele histórias em quadrinhos como “Piratas do Tietê” e personagens como Overman, Deus e Fagundes, o Puxa-Saco. A minha vida, pelo menos, seria mais pobre se eu não pudesse ler todo dia as tirinhas do Laerte publicadas na Folha de S. Paulo.
Em 2010, Laerte passou a se vestir de mulher – publicamente. Tipo ir à padaria de saia e meia-calça. Laerte se tornou ora ele, ora ela, ele/ela no mesmo corpo e na mesma cabeça. E, desde então, não para de dar entrevistas nas quais parte dos entrevistadores tenta, com certo grau de ansiedade, encaixá-lo/a em alguma definição. A novidade, no sentido libertador do novo, mesmo, é que Laerte se coloca para além das definições. Nem acho que cross-dresser (homem que gosta de se vestir de mulher – ou vice-versa – sem necessariamente ser gay) serve para enquadrá-lo/a. Acho que todos nós ganharíamos – “héteros, gays, bissexuais, transgêneros, travestis, transexuais, assexuais etc etc” – se abolíssemos a necessidade de caber em algum verbete. Seres humanos não são como aqueles jogos de montar para crianças pequenas, em que é preciso encaixar o retângulo no retângulo, o triângulo no triângulo e assim por diante. A única definição que vale a pena é justamente a indefinição. Sou aquele/a que é sem se dizer. Ou sou aquele/a que é sem precisar dizer o que é.
E essa é a novidade de Laerte, que é homem, é mulher, é masculino, é feminino e é também alguma coisa além ou aquém disso. Que se veste de mulher, mas fala e caminha como um homem. Que na infância gostava de costura e de futebol. Que vai jantar de saia e unhas vermelhas com uma namorada, mas pode também ter um namorado. Que enfia um pretinho básico sem se tornar efeminado. Que começa a entrevista de pernas cruzadas e, lá pelas tantas, se empolga e abre as pernas sem se importar que no meio delas more um pinto. Laerte é novo/a porque nos escapa. É um homem novo, mas também pode ser uma mulher nova.
Em janeiro, Laerte foi protagonista de uma polêmica ao ser repelido/a no banheiro feminino de uma pizzaria paulistana por uma cliente que se sentiu incomodada com sua ambígua figura. Surgiram então ideias esdrúxulas, como a de fazer um terceiro banheiro para os que não se enquadrariam nas definições tradicionais. Se o terceiro banheiro vingar, vou começar a frequentar os três, porque começo a achar uma afronta a exigência de que eu tenha de me definir para fazer xixi. Por agora, acho tão ultrapassado haver banheiros separados por qualquer coisa, que nem pretendo me estender nesse assunto. Era apenas para contar um pouco quem é Laerte para aqueles que ainda o/a estão perdendo. E desembarcar no tema que me interessa mais.

A certa altura da entrevista, ele/ela fez a seguinte observação: “Existiu a tal da revolução feminina, que é um dos marcos da humanidade. O que não aconteceu é a revolução masculina”. Laerte referia-se ao fato de que as mulheres já fizeram mil e uma rebeliões e continuam se batendo por aí. Marlene Dietrich, por exemplo, causou comoção por usar calças, mas isso em 1920! Quase um século depois, Laerte nos empapa de assombro por ir ao supermercado de saia. Isso diz alguma coisa, não?
Eu acho que não é nada fácil ser homem hoje em dia porque não se sabe o que seja isso. Mas, se essa dificuldade fez o engenheiro do primeiro parágrafo ousar se sentar na plateia de um seminário de psicanalistas para se entender, esta é também a melhor notícia possível para um homem. A princípio, os homens nunca precisaram fazer nenhuma revolução para conquistar direitos porque supostamente tinham todos eles garantidos desde sempre. Uma posição cômoda, mas apenas na aparência. Podiam fazer o que bem entendiam. Desde que fossem “homens”. E aí é que morava – e ainda mora, em muitos casos – a prisão. Podiam tudo, desde que fossem uma coisa só.
Ser forte e competitivo; sustentar a casa e a família; ter todas as respostas, muitas certezas e nenhuma dúvida; gostar de futebol e de vale-tudo; dar tapas nas costas do colega; falar bastante de mulher, mas jamais de intimidade; nunca demonstrar sensibilidades; dar mesada para a esposa; fazer o imposto de renda; resolver o problema do encanamento... Que peso incomensurável. Era isso ser homem por muitos séculos, sem falar nas guerras. E era preciso estar satisfeito com isso porque, afinal, você estava no topo da cadeia alimentar da espécie, ia reclamar do quê?
Acontece que, hoje, nenhuma das características citadas define o que é ser um homem. Assim como nenhuma característica – tradicional ou não – define o que é ser uma mulher. Do mesmo modo que a anatomia também não é mais capaz de definir o que é ser um homem e o que é ser uma mulher. E nem a escolha da carreira ou a posição na sociedade. Se há algo que define o que é ser um homem e o que é ser uma mulher, este algo está fora das palavras. E isso é o que torna Laerte fascinante: ele se apropriou da confusão e tornou-se a indefinição.
Graças às mulheres, e também aos homens que ousaram sair do armário (e aqui não me refiro somente à orientação sexual), os homens começam a autorizar-se a vagar sem rumo por aí, cada um do seu modo. Até porque não há caminhos já trilhados para seguir, já que não é mais possível apenas refazer os passos do pai ou do avô – nem é suficiente se contrapor totalmente a eles e segui-los pelo avesso. O que há são vidas a serem inventadas.
É claro que muitos homens se arrastam pelas ruas lamentando a perda de lugar. Sem saber o que fazer da existência nem de si, alguns arrotam alto ou espancam gays na tentativa pífia de mostrar que ainda sabem o que são. Perder o lugar e confundir-se não é fácil, não é mesmo. Mas é um espaço inédito de liberdade. É possível arrancar o terno de chumbo e descobrir que pele existe embaixo dele. E faz parte estar ainda em carne viva.
Acho que os homens alcançaram, finalmente, um começo de emancipação. E espero que as mulheres tenham a grandeza de estar à altura desses novos homens que começam a surgir. E enfiem a saudade do macho provedor na lata de material reciclável. Porque há muitas mulheres que ainda suspiram de nostalgia do macho provedor, mesmo se achando modernas e liberadas. Pode até ser que esse seja um bom arranjo para alguém, mas já não há garantias. Faz parte da jornada amorosa acolher a confusão dos homens que amamos porque tudo deve ser mesmo muito novo e muito assustador para eles.
Uma amiga contava, dias atrás, que seu marido passou uns tempos arrebatado pela agente do FBI da série americana “Fringe” (ótima, aliás!). Ocorre que Olivia Dunham, a dita agente, é uma loira linda, inteligente e destemida. E ocorre que o marido da minha amiga não estava encantado no sentido erótico convencional: ele não queria transar com Olivia Dunham, mas “ser” a agente do FBI.
Os leitores com menos imaginação e ainda presos ao velho mundo pensaram nesse instante: o cara é gay. Não, ele não é. Ele pode preferir transar com mulheres – e, no caso, faz minha amiga muito feliz – e se identificar com a agente Olivia Dunham como outros se identificam com os personagens sempre “muito machos” de Sylvester Stallone ou até com o Neymar. Há espaço para tudo. E para todos. Se podemos ter fantasias infinitas, para que se limitar, seja nós o que formos? Minha amiga, que é sábia, achou muito divertido. E, assim, teve a experiência de namorar Olívia Dunham algumas vezes. Ainda não é para qualquer um/a, mas que pena que não é.
Lembram da frase mítica? “Uma terra onde os homens são homens, e as mulheres são mulheres”. Ufa, o faroeste se foi e ninguém sabe bem o que é ser homem nem o que é ser mulher nos dias de hoje. E não, os homens também não são de Vênus, nem as mulheres de Marte. Ou será que era o contrário?
Se estivermos à altura do nosso tempo, descobriremos que há infinitas possibilidades – e não uma só – de sermos seja lá o que for. Como alguém disse no twitter: “Na vida, não limite-se. Laerte-se!”.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

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Livros de Edmir Saint-Clair

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