Esse fenômeno todo mundo já experimentou: ficar com uma certa música ou melodia na cabeça por dias, sem parar.
E por isso acontece? Segundo a Dra. Vicky Williamson da Universidade Goldsmith, pode ser que a nossa memória processa certa música de uma forma que faz com que nossos cérebros sejam particularmente propensos a recuperá-la espontaneamente.
Ou seja, uma canção pode ser desencadeada em nossa mente por uma palavra encontrada nas letras, ou por sentimentos como estresse ou surpresa, que correspondem a uma memória particular na qual você estava ouvindo a música.
Por exemplo, ler a palavra “Delícia” em uma marca de margarina faz você lembrar da música do Michel Teló a ponto de cantá-la o dia todo. Ou, em um dia que você está triste, sente vontade de ouvir repetidamente uma música que lhe traz lembranças.
Muitas pessoas relatam casos de músicas grudentas desencadeadas por estresse. Por exemplo, uma mulher alegou que certa canção de Nathan Jones tem lhe assombrado desde que grudou em sua cabeça enquanto esperava para um exame com 16 anos. Ela se lembrou espontaneamente da música em todos os momentos estressantes que passou depois disso, inclusive seu casamento e o nascimento de seu filho.
A causa disso pode ser o fato de que o nosso cérebro codifica as músicas em uma variedade de maneiras diferentes, porque elas estimulam vários sentidos diferentes. As músicas também podem carregar fortes associações pessoais e emocionais, que tornam as pessoas mais propensas a lembrar dela.
Surpreendentemente, a pesquisadora Vicky descobriu que a composição da música (por exemplo, se é uma música que “pega”) não é especialmente importante para determinar se lembraremos dela ou não.
Em um experimento em que as pessoas tinham que contar suas histórias sobre músicas grudentas, apenas algumas foram listadas por mais de um usuário. Fatores como quão recentemente e frequentemente ouvimos a música são mais importantes. “Às vezes cinco ou seis pessoas relatam que não esquecem a música de um novo filme, porque acabaram de vê-lo”, diz Vicky.
Por Natasha Romanzoti [Telegraph]
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