‘Primos’
extintos dos humanos modernos
foram descobertos no século XIX e
eram bem mais desenvolvidos do que se imaginava
As
primeiras evidências deste ramo perdido do gênero Homo foram
descobertas em 1856, quando mineiros no Vale de Neander, na Alemanha,
encontraram fósseis que pensaram ser de um urso, mas acabaram sendo
identificados como de algum tipo de humano antigo;
Apenas
três anos depois que os fósseis foram achados, Charles Darwin
publicou sua obra-prima “A origem das espécies”. Sob o contexto
da evolução, os ossos foram novamente estudados pelo anatomista
William King, que batizou a espécie como Homo neanderthalensis,
incorretamente sugerindo que ela seria o elo perdido entre primatas e
humanos;
Apesar
de não serem ancestrais diretos dos humanos modernos, o DNA dos
neandertais está presente na população atual de Homo sapiens, com
evidências genéticas de que integrantes das duas espécies
acasalaram e tiveram filhos quando seus caminhos se cruzaram na
Europa há pelo menos 37 mil anos;
Este
cruzamento também trouxe benefícios para os humanos modernos, pois
cientistas encontraram genes de neandertais em partes de nosso DNA
que nos ajudam a combater vírus como o Epstein-Barr, associado ao
desenvolvimento de diversos tipos de câncer;
Até
2010, no entanto, praticamente ninguém acreditava que seria possível
obter o genoma de um neandertal a partir de seus fósseis, cenário
que mudou quando o paleogeneticista Svante Pääbo sequenciou o DNA
de três esqueletos de neandertais encontrados na Croácia;
A
imagem popular dos neandertais como homens primitivos e de pouca
capacidade cognitiva está longe de verdadeira. Eles eram artesões
capazes e desenvolveram diversas habilidades práticas. Entre suas
grandes ideias, por exemplo, está a fabricação das primeiras
lanças a partir da colocação de pedras afiadas na ponta de cabos
de madeira, que usavam para caçar bisões, mamutes e rinocerontes;
E
quando um neandertal ficava ferido em uma caçada ele não era
abandonado pelo grupo, mas tratado para que se recuperasse, em outras
duas grandes invenções da espécie, a empatia e a compaixão;
Também
há evidências que os neandertais praticavam a medicina, já que
restos de camomila e milefólio, duas plantas com propriedades
anti-inflamatórias, foram encontrados nos dentes de neandertais;
Assim
como os humanos modernos, os neandertais eram omnívoros, balanceando
sua dieta predominantemente carnívora com o consumo de vegetais
assados em fogueiras;
Os
neandertais também eram artistas talentosos, como mostram pinturas
encontradas em cavernas na Espanha e datadas em mais de 40 mil anos.
E certamente eram melhores pintores que oradores, já que a anatomia
de suas gargantas indica que não eram capazes de emitir o som de
algumas vogais.