“Nada do que foi será,
De novo do jeito que já foi um dia...”
Nelson Motta
Não importa se queremos ou aceitamos, a evolução ocorrerá de
qualquer forma. Nossa vontade pessoal não irá influir ou modificar isso. O que
nos cabe é escolher se vamos participar e evoluir junto ou se vamos ficar por
ali mesmo.
A evolução dos costumes ocorreu sempre de forma muita lenta,
demorando várias décadas para se efetivar. Mas, me parece que pela velocidade
com a qual a internet acelerou a possibilidade de aquisição de conhecimento, de
uma forma nunca vista antes, essa evolução pode estar começando a acontecer um
pouco mais rapidamente.
A velocidade da informação em tempo real e a comunicação
global possível através da Web fazem com que a troca de informações de caráter pessoal
ocorra como nunca antes na história da humanidade.
Ou seja, interações
entre culturas que antes seriam improváveis de ocorrer, não só podem como
ocorrem diariamente entre grande parte do mundo, em todas as direções. As incontáveis
mudanças que isso irá causar será um campo de estudos vastíssimo e importante,
não tenho dúvidas.
Acredito que a influência intercultural irá trazer eventos
pouco possíveis de serem previstos. Que influência um brasileiro exerce num
árabe, chinês, africano, russo, Checo, islandês ou Norueguês. E, que
influências aqueles exercem num brasileiro.
Para que esses contatos ocorram, bastam dois terminais
ligados à internet e com os softwares adequados. Vale dizer, um smartphone com
acesso à rede.
A evolução é muito
mais sábia do que imaginamos.
Na minha ótica, a evolução só se efetiva quando é fruto de
um aprofundamento na direção da verdadeira essência humana. Que, por sua vez,
também vem sofrendo evoluções desde nossas mais remotas ancestralidades.
Se falo em verdadeira, subentende-se que o paradigma anterior
tem que ser menos verdadeiro? Sim e Não.
Sim, quando julgamos o anterior com os olhos e os conceitos
de agora, vigentes hoje.
Não, por que não devemos esquecer que o anterior foi à evolução
do anterior a ele, no mesmo sentido e direção.
Por vivermos em sociedade, os paradigmas de comportamentos
diversos são ditados por conveniências políticas, de aspecto pessoal (nada a
ver com política partidária), dos membros da sociedade como um todo, o que
permite que se estabeleça o maior nível de harmonia possível.
Harmonia entre as
diferenças. Ou seja, sempre muito volátil. Capaz de se desestabilizar a
qualquer momento.
A evolução acontecerá sempre que a mudança do paradigma for
forçada pela imposição soberana de uma realidade.
Claro que sempre haverá resistência.
Como num cabo de
guerra, onde dois grupos antepostos puxam a corda para seu lado. Essa força
está sendo feita e sentida todos os dias, em todos os locais. E, se estivermos sozinhos
em casa, continuará acontecendo dentro de nossas cabeças.
A mudança ocorre não
quando a força se impõe como tal. Impõe-se
porque membros de um dos grupos começam a migrar
para o outro grupo. A princípio, simplesmente deixam de fazer força contra. O que já quebra o
frágil equilíbrio sempre vigente, fazendo a corda pender para um lado.
A evolução acontece de dentro pra fora e de fora pra dentro.
Por isso, não tem como fugir. Por mais conservador que você se considere, a
evolução também atende a anseios seus. Se você resistir demais vai terminar
brigando consigo mesmo.
Muito provavelmente, essa mudança de padrões sociais atende a
algum anseio que existe em você. Com o
qual você já foi confrontado inúmeras vezes sem se dar conta.
E, aí está a razão de não termos motivo algum para ter medo
de mudanças, em qualquer sentido ou direção. Por que nós somos parte integrante
de toda e qualquer mudança. Senão não a perceberíamos. Nós somos as mudanças.
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