Eu acabara de sair da academia Lucinha&Cláudio, atravessara a Rua Humberto de Campos, na direção da Rua José Linhares que fica a menos de 50 metros, e já estava dobrando a esquina quando
vi uma senhora idosa vindo na direção contrária a minha.
Ela dá uma topada na
calçada, se desequilibra e começa a acelerar descontroladamente o passo. Não há como não cair.
Tento
correr nem sua direção para tentar ampará-la, mas antes de fazê-lo surge do nada uma
mulher esguia de cabelos pretos e a segura, colocando-a de pé e sumindo
novamente. Tudo não durou mais que 2 segundos.
Fiquei petrificado com a cena. Me senti muito estranho, um desconforto
cerebral desagradável. Como alguém aparece e desaparece do nada?
Sim. Ela não surgiu ou foi embora correndo e foi desaparecendo. Ela apareceu e
depois desapareceu, como um flash fotográfico.
A Senhora estava tão petrificada quanto eu. Quando conseguimos
trocar olhares, foram de pura estupefação.
Aproximei-me um pouco maias, perguntei-lhe o que tinha acontecido. Ela me
relatou exatamente a mesma coisa que vi. Utilizando, inclusive, as mesmas
palavras “apareceu” do nada, e “Desapareceu” do nada. Ela relatou o que eu
tinha presenciado com a mesma precisão de detalhes que vi. Ou seja, quase nenhum.
Com apenas uma e
fundamental diferença. Ela não vira uma mulher, ela vira um homem fazer
exatamente o que eu tinha visto a mulher fazer.
Ficamos em silêncio alguns minutos e depois a levei até a
entrada do prédio para onde ela estava indo, na Rua José Linhares.
Despedimo-nos
sem tocar mais no assunto, mas ainda visivelmente desconcertados, intrigados...
Nunca contei isso a ninguém. Nunca entendi o que havia
acontecido.
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Contos e Crônicas
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