Nós temos uma tendência a dar mais peso a notícias boas do que a ruins – e agora cientistas descobriram qual é a parte do nosso cérebro responsável por esse “otimismo”.
Em estudo recente, um grupo de pesquisadores da Universidade College London (Inglaterra) reuniu 30 voluntários e estimulou regiões específicas de seus cérebros para investigar como elas afetavam suas atitude diante de possibilidades boas ou ruins.
Por meio de estimulação magnética transcraniana, a equipe “desligou” temporariamente regiões cerebrais específicas (os giros inferiores frontais esquerdo e direito) dos voluntários e perguntaram a eles sobre as chances de passarem por situações ruins (como ser assaltados ou descobrir que têm uma doença terminal) no futuro. Pouco depois, os pesquisadores interferiram em outras regiões cerebrais e refizeram as perguntas. Resultado: aqueles que tiveram o giro frontal inferior esquerdo “desligado” deram respostas muito menos otimistas.
Pela primeira vez, cientistas e psicólogos conseguiram evidências concretas de que essa é a região cerebral que nos faz lembrar de coisas boas com mais intensidade (e encarar o futuro com mais otimismo). Curiosamente, 40% daqueles que tiveram a estrutura temporariamente desativada ainda demonstraram certo otimismo (embora muito menor do que o dos outros participantes), sugerindo que algumas pessoas têm mais facilidade em dar peso maior a ideias e possibilidades boas.
Os resultados do estudo devem abrir novos caminhos para pesquisas sobre comportamento e, em especial, sobre depressão – afinal, pessoas com depressão têm maior dificuldade em reforçar “coisas boas”, e entender melhor o mecanismo por trás do fenômeno pode dar base a tratamentos mais eficazes.
Por Guilherme de Souza