Mais de 60 países contaminados. Países inteiros em quarentena, a economia mundial sofrendo um impacto incalculável e sem luz no fim de um túnel que ninguém sabe o tamanho. Vôos internacionais, os maiores eventos esportivos, culturais e comerciais do mundo cancelados. Mais de 400 milhões de alunos sem aula ao redor do mundo.
O planeta inteiro mudou sua rotina tão subitamente como nunca antes se viu na história. Cada nação está enfrentando o problema do seu jeito, evidenciando seu grau de evolução humanitária e social.
Não importa se é ou não motivo para tamanha mobilização, o que importa é como a será a sua atitude: solidária e com consciência social? Ou com egoísmo querendo livrar o seu e o resto que se dane?
Essa proposição, por mais simples ou até mesmo simplória que possa parecer, tem um endereço certo: o Brasil.
Na Itália, um país inteiro em quarentena severa, vizinhos na cidade de Roma foram para a janela cantar juntos para espairecer, se distrair e se solidarizar. Ninguém compra uma unidade a mais do que não precisa para imediatamente. Não existe consumo desnecessário ou irresponsável socialmente. E assim acontece na maioria dos países infectados.
É hora de cada um decidir quem quer ser.
Uma pessoa do bem, com consciência social e boa vontade com quem precisar ou aquele que chega ao supermercado e leva os 50 frascos de álcool Gel, apesar de morar sozinho, zerando a prateleira, mesmo havendo tantas pessoas esperando para pegar a mesma coisa?
Para nós, brasileiros está na hora de mostrar que superamos o velho e ultrapassadissimo “levar vantagem em tudo, certo?”
Esclarecendo quem não conhece: tratava-se de uma campanha publicitária do cigarro Vila Rica com o jogador Gerson, o canhotinha de ouro, campeão mundial na icônica Copa de 70. Ele sempre fechava o comercial de TV falando o slogan: “O importante é levar vantagem em tudo, certo?”
Por isso, passou a ser conhecida como a “Lei de Gerson”. No fundo essa referência foi uma grande injustiça com o canhotinha de ouro, que sofreu com isso. Gerson nunca mereceu ser vinculado a uma máxima de ética tão duvidosa.
Essa mensagem ganhou, inicialmente, o significado de jeitinho brasileiro que, com o tempo, foi ficando mais pesado até significar qualquer atitude nebulosa. A expressão foi cada vez mais deturpada até significar “passar os outros para trás e levar vantagem sobre.” Já com os dois pés na marginalidade da lei.
Com o distanciamento que só o tempo nos dá, consigo perceber como o brasileiro médio foi agindo cada vez mais dessa forma, contando com a tolerância de toda sociedade. Ou, por outro lado, talvez isso tenha simplesmente exposto esse aspecto até então obscuro. O certo, é que a partir da década de 70, a ética foi sendo cada vez mais violentada, contando com uma complacência generalizada. E, se um pode todos podem. E, assim, chegamos a 2020...
Essa situação gerada pela Corona vírus serve como termômetro para nós, brasileiros, sabermos a quantas andamos como sociedade. A sociedade é composta por cada um de nós. A atitude da nação brasileira será a soma das atitudes de cada cidadão.
Essa é uma oportunidade única para pensar que tipo de brasileiro e de ser humano cada um deseja ser.
O Leblon pré-novelas do Manoel Carlos.
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