Comer chocolate é
prazeroso — disso nem consumidores nem cientistas discordam. Agora,
pesquisadores finlandeses descobriram que o doce age como protetor contra o
estresse em bebês que ainda não nasceram. Mães que haviam consumido chocolate
diariamente durante a gravidez, tiveram bebês mais ativos e felizes aos seis
meses – o resultado foi medido de acordo
com a frequência dos sorrisos das crianças. Em filhos de mães estressadas, o
efeito foi ainda mais evidente.
O corpo precisa de uma
série dos aminoácidos para favorecer a ação dos neurotransmissores
(responsáveis pela comunicação entre as células nervosas). O triptofano, por
exemplo, é um dos componentes que atuam
na ativação da serotonina, molécula envolvida na regulação do humor.
Níveis baixos da substância podem abrir o caminho para o desenvolvimento de
distúrbios como depressão e ansiedade.
De fato, a administração
de triptofano alivia sintomas depressivos. Quanto maior quantidade da
substância no cérebro, mais serotonina é produzida. O aminoácido é encontrado
em abundância na soja, castanha de caju e no pó de cacau não adoçado. No
entanto, adicionar açúcar ao chocolate parece reforçar seus efeitos positivos.
A mistura estimula o pâncreas a liberar insulina, facilitando o acesso do
triptofano ao cérebro. Como resultado, os níves de serotonina aumentam e
melhoram o humor.
Além do triptofano, os
componentes anandamida e feniletilamina também aumentam o bem-estar. No
entanto, a quantidade das substâncias presentes no chocolate são pequenas
demais para ter um efeito perceptível. Os grãos de cacau contêm, ainda,
cafeína, que provoca um efeito levemente estimulante e melhoram o ânimo.
No entanto, o psicólogo
Peter Rodgers, da Universidade de Bristol, acredita que o desejo por comer
chocolate, provavelmente, está muito mais ligado à psicologia alimentar do que
às suas ações benéficas ao organismo: a substância parece não ter o mesmo
efeito sobre o humor quando absorvidas de outros alimentos. O cientista
acredita que a combinação entre o açúcar e a gordura presentes no doce (fonte
de energia para o cérebro), têm um papel importante na sensação de prazer.
Estudos demonstram que basta a visualização de uma barra de chocolate para
ativar o sistema de recompensa cerebral.
Além disso, aprendemos a
nos premiar ou nos consolar com o chocolate. Se a sensação de “felicidade”
surge ao comê-lo, ela pode estar associado às nossas expectativas. No entanto,
comer alimentos ricos em acúcar com frequência, pode acarretar uma série de
consequências menos positivas, como sobrepeso e a diabetes. Em longo prazo e,
associados a um estilo de vida sedentário, a gordura e o açúcar presentes no
chocolate podem representar um importante fator de risco para a saúde e o
bem-estar.
Revista Mente
Cérebro