A vida político-policial brasileira está tão frenética na escala federal que temos pouco ou nenhum tempo para prestar atenção nos desmandos que acontecem na esfera da nossa cidade. Nesse contexto, Crivella está como pinto no lixo, no caso dele, pastor no cofre.
Já no seu primeiro carnaval como prefeito do Rio, pouco depois de empossado, mostrou claramente sua intenção de diminuir e menosprezar a maior festa popular do mundo e, literalmente, vital para a vida econômica da nossa falida cidade. Naquela data, o pastor-Prefeito fez questão de, não só demonstrar seu menosprezo pelas nossas tradições, como fez questão, também, de jogá-lo na cara de todos, sem a menor cerimônia. Aliás, literalmente, sem cerimônia.
Ele faltou à tradicional cerimônia de entrega das chaves da cidade feita pelo prefeito ao Rei Momo e sua corte. Na hora prevista, todos os personagens da festa estavam em seus lugares. A cerimônia estava pronta. Mas, ele não deu as caras. Deu um perdido na galera... Causou um grande constrangimento e não demonstrou se importar nem um pouco com isso. Chutou a alma carioca da mesma forma que seu correligionário pastor chutou a padroeira do Brasil. Sem a menor cerimônia ou respeito.
Hoje, 12 de junho, vendo um telejornal local, por acaso, me deparo com a declaração do pastor-Prefeito Crivella dizendo que cortaria 50% da verba para o carnaval carioca. E continuou sua declaração, dizendo que utilizaria essa verba para pagar as creches conveniadas do município.
Nunca tinha visto tamanho cinismo. Esse tipo de ardil sócio-sentimental de quinta categoria é inadmissível. É um achincalhe, uma ofensa, um escarro no rosto da nossa cidade já roubada e estraçalhada até a alma. Dito no popular da maneira mais carioca que existe:
- Tá de sacanagem!!
- Tá de sacanagem!!
Depois do episódio de nepotismo envolvendo a nomeação do Crivellinha Júnior, quantos outros ardis já não estão acontecendo agora? Que pano de fundo mais ideal poderia existir para a esfera municipal desmandar do que esse que temos agora?
Todas as atenções estão voltadas para Brasília. No Executivo, no legislativo e no judiciário não tem pra ninguém, só dá Brasília. Só uma profissão está empregando hoje no Brasil: o jornalismo. Pela primeira vez na história os telejornais dão mais audiência que novelas. Gilmar Mendes já está até mandando a “modéstia às favas”.
É hora de tirar até os ditados das gavetas e ficar com “um olho no padre e outro na missa”.
É, no mínino, exdruxula a idéia do pastor-Prefeito de esvaziar o carnaval do Rio em nome de idéias agressivas e perigosas, que pregam ódio e chutam santas, além de uma burrice estratégica e pobreza de espírito sem precedentes na cidade.
E, para mascarar os verdadeiros objetivos, lançou mão do ardil de declarar que essa verba seria para pagar as "creches conveniadas para as criancinhas do município", visando sensibilizar a opinião pública. Uma atitude cínica e de uma baixeza torpe, característica dos demagogos mais sem escrúpulos.
E, para mascarar os verdadeiros objetivos, lançou mão do ardil de declarar que essa verba seria para pagar as "creches conveniadas para as criancinhas do município", visando sensibilizar a opinião pública. Uma atitude cínica e de uma baixeza torpe, característica dos demagogos mais sem escrúpulos.
Porque em vez de cortar 50% das verbas do carnaval, não destina por decreto parte da gigantesca arrecadação oriunda da movimentação econômica bilionária que reverte aos cofres do município e pague as importantissimas creches municipais e tudo mais que for possível.
Aproveite pastor-Prefeito Crivella e apresente um projeto de lei que faça com que os bilhões de reais que sua igreja não recolhe de impostos passem a ser recolhidos.
Isso sim é uma indecência sem vergonha.