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AMAR BONITO - Arthur da Távola

Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar:
Aprendam a fazer bonito seu amor.
Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito.
Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito.
Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender...
Tenho visto muito amor por aí.
Amores mesmo: bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva.
Mas esbarram na dificuldade de se tornar bonitos.
Apenas isso: bonitos, belos ou embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção.
Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.
Aí, esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais, de repente se percebem ameaçados e tão somente porque não sabem ser bonitos: cobram, exigem, rotinizam,descuidam, reclamam, deixam de compreender, necessitam mais do que oferecem, precisam mais do que atendem, enchem-se de razões.
Sim, de razões.

Ter razão é o maior perigo no amor.

Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justiça, equidade, equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão.
Nem queira!!!
Ter razão é um perigo: em geral, enfeia um amor, pois é invocado com justiça, mas na hora errada.
Amar bonito é saber a hora de ter razão.
Ponha a mão na consciência. Você tem certeza de que está fazendo o seu amor bonito?
De que está tirando do gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro a maior beleza possível?
Talvez não.
Cheio ou cheia de razões, você separa do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer.
Quem espera mais do que isso sofre e, sofrendo, deixa de amar bonito.
Sofrendo, deixa de ser alegre, igual, irmão, criança.
E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito.

Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia.

Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de quem você ama.
Saia cantando e olhe alegre.
Recomenda-se: encabulamentos, ser pego em flagrante gostando, não se cansar de olhar e olhar, não atrapalhar a convivência com teorizações, adiar sempre se possível com beijos 'aquela conversa importante que precisamos ter', arquivar, se possível, as reclamações pela pouca atenção recebida.
Para quem ama, toda atenção é sempre pouca.
Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda a atenção possível.
Quem ama bonito não gasta tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter.

Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores que vemos a vida como criança de nariz encostado na vitrine cheia de brinquedos dos nossos sonhos); não teorize sobre o amor, ame.
Siga o destino dos sentimentos aqui e agora.
Não tenha medo exatamente de tudo o que você teme, como: a sinceridade, abrir o coração, contar a verdade do tamanho do amor que sente; não dar certo e depois vir a sofrer (sofrerá de qualquer jeito).
Jogue pro alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas, atitudes sabiamente eficazes (não é sábio ser sabido): seja apenas você no auge de sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser.
Seja você cantando desafinado, mas todas as manhãs.
Falando besteiras, mas criando sempre.
Gaguejando flores.
Sentindo o coração bater como no tempo do Natal infantil.
Revivendo os caminhos que intuiu em criança.
Sem medo de dizer eu quero, eu estou com vontade.

Deixe o seu amor ser a mais verdadeira expressão de tudo que você é.
Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto.
Não se preocupe mais com ele e suas definições.
Cuide agora da forma do amor:
Cuide da voz. Cuide da fala.
Cuide do cuidado. Cuide de você.
Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz.
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A Casa Encantada & À Frente, O Verso.
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JOÃO UBALDO RIBEIRO - O ritual do esperneio

Pode ser que, diante da rápida sucessão de acontecimentos notáveis que temos testemunhado, meu assunto deste domingo já haja caducado, apesar da importância que lhe deram. Tudo agora é soterrado num passado cada vez mais próximo do presente e o famoso de hoje é o anônimo de amanhã, assim como a novidade tecnológica já sai obsoleta das prateleiras e as modas passam antes mesmo de pegar de todo. 

Nas últimas semanas, a velocidade de certos eventos chega a ser atordoante, para quem está, por exemplo, acostumado ao ritmo quelônio do Congresso Nacional e seu toque de bola no meio do campo, sem nunca chegar ao gol, mesmo porque o bicho já está garantido, quer haja gol, quer não haja. Até a renomada semana de três dias foi pressurosamente esquecida, uma coisa em que a gente só acredita porque viu na televisão.

A despeito disso, talvez alguém ainda lembre todo o alarido em torno da espionagem americana, na internet e nas comunicações por satélite. Embora certamente venha a sair das manchetes em breve, deve permanecer por aí ainda algum tempo, porque há todo um ritual a cumprir, uma coreografia de aparente complexidade, mas na verdade bastante simples. Consiste, basicamente, em fazer declarações e assumir posturas que todo mundo sabe serem inócuas, hipócritas, mentirosas ou tudo isto junto. Como existem, de uma forma ou de outra, precedentes para esse tipo de situação, já está disponível um estoque de reações mais ou menos padronizadas. Não há um só dos diretamente envolvidos que não saiba tratar-se de uma encenação, mas ela é levada adiante. Faz parte, imagino eu, do que muitos consideram ridículo, na condição humana.

Os protestos dos atingidos são feitos em discursos, pronunciamentos à imprensa e solenes reações diplomáticas. 

O fingimento começa em agir-se como se a espionagem tivesse sido inventada ontem e apenas os americanos a praticassem. É provável que a espionagem americana seja a mais bem aparelhada e a mais universal, mas as outras potências também espionam, embora, na hora da reclamação, isso seja deixado de lado, por complicar demais a coreografia. 

As médias e pequenas potências, as impotências e as miuçalhas também espionam o que podem, às vezes bem mais do que se concebe ou se teme. E a espionagem, inclusive comercial e industrial, sempre rolou solta.

O segundo fingimento é o de que fazer discursos e pronunciamentos adianta alguma coisa. Não adianta nada e ninguém ignora isso, mas, a depender das circunstâncias, podem ser feitos discursos inflamados e até cheios de xingamentos, pode-se bradar em defesa da soberania nacional e pode-se recorrer a organismos internacionais. Uma queixa na ONU, outra na OEA, outra aqui, outra acolá. E daí? De novo, todo mundo sabe que não vai dar em nada, mas essa parte do baile é aplicadamente dançada, entre vozes graves, cenhos franzidos e feições aguerridas. Ninguém esquece que os Estados Unidos não estão perguntando "não gostou, vai encarar?", mas estão pensando; sempre pensam - e é natural, ponhamo-nos honestamente no lugar dos americanos.

Segue outra parte da função. O espião nega que espionou e há quem respire aliviado. Mas acaso algum espião, ou patrocinador de espiões, admitiria espionar? Negar parece parte inerente dessa milenar atividade. Em seguida, vem um ato complementar, às vezes contrito, em que o espião faz que está aflitíssimo e morto de preocupação por causa das reclamações, pronunciamentos e recursos diplomáticos. Pede que desculpem qualquer coisa, diz que seu coração é todo do espionado, põe-se à disposição para explicações, convida para jantar, renova juras de amor eterno e, naturalmente, continua a espionar, só que com as cautelas ensinadas pela experiência. E todos os que podem continuam a espionar uns aos outros da melhor e mais disfarçada forma possível.

A não estou chamando ninguém de mentiroso, só estou pensando, pensar não ofende. Da mesma forma que os espiões negam espionar, ter espionado ou querer espionar, as grandes empresas americanas da internet, notadamente sites de busca, redes sociais e serviços de e-mail "gratuitos", nunca iriam confessar a transferência de dados a seu governo. 

Essas empresas fornecem serviços que o usuário otário acha que são de graça, mas são em troca de um volume de informações valiosíssimo. Somente os cruzamentos de dados estatísticos que elas podem fazer num piscar de olhos lhes dão um poder inestimável, pois é espantosa e aumenta a cada dia a quantidade de dados pessoais que entra na internet, geralmente fornecidos voluntária e até sofregamente pelos alvos de espionagem. Essas grandes empresas sabem qualquer coisa - como, para fazer uma gracinha, embora seja também uma possibilidade concreta, as identidades dos carecas míopes que residem em Copacabana em apartamentos de dois quartos e bebem cerveja no fim de semana. O governo americano sabe que eles sabem tudo isso e muito mais. Então, Deus que perdoe os que mal pensam, mas dá vontade de dizer a essas empresas "mordam aqui".

Não é à toa que os americanos querem pegar Edward Snowden, o autor das denúncias de espionagem. 

Não creio que isso acontecesse agora, mas ao longo de sua história, já enforcaram muitos que foram julgados traidores e na Guerra Fria torraram outros na cadeira elétrica, além de hoje manterem gente encarcerada e torturada sem julgamento ou culpa formada, eles não brincam muito em serviço. Não se enforca uma empresa e é óbvio que ela não quer ser traidora da pátria, não há dinheiro nem futuro nisso. 

Se estão decididos a encaçapar Snowden, pensem no prejuízo que uma empresa recalcitrante sofreria. Nada de básico, na espionagem reinante, foi ou será alterado, a não ser para aperfeiçoá-la. E além disso, a privacidade já morreu e não sabe, nada mais é segredo. Mas podemos continuar a espernear, por enquanto.

MENTIRA: UM FARDO PESADO DEMAIS

 Mesmo que você não conheça o termo “mitomania“,
certamente já ouviu falar dos mentirosos 
patológicos ou compulsivos.

Provavelmente venha na memória algum filme ou livro onde o personagem tinha este problema e contava inúmeras mentiras. Estes filmes, às vezes, são catalogados no gênero de comédia; contudo, longe de ser uma coisa divertida, é algo realmente cruel e dramático para as pessoas que o vivem e para as pessoas que atravessam o seu caminho.

É um problema muito sério que tem consequências penosas, tanto para a pessoa que mente patológica e compulsivamente como para as pessoas que se relacionam com ela. Além disso, é especialmente difícil para as pessoas que confiaram cegamente no outro e jamais esperariam o que vieram a descobrir com o tempo.

As mentiras brancas precisam ser eventuais, não habituais

Mentir é um ato comum na sociedade em que vivemos. As chamadas “mentiras brancas” nada mais são do que um último recurso que às vezes utilizamos para sair de um situação que nos traz algum conflito. Às vezes são usadas para nos defendermos dos outros ou para protegermos a nossa própria dignidade.

Desde o conceito de “não posso ficar com você porque estou ocupada a tarde toda” quando na verdade a tarde está livre, mas não estamos com vontade de sair de casa; até o “sim, você está muito bonita, esse vestido fica lindo” quando na verdade não é isso que pensamos. No primeiro caso, não queremos dizer para a outra pessoa que existe alguma coisa que nos agrada mais do que a sua companhia – dizemos simplesmente “não posso” em vez de “não quero” – no segundo caso não queremos causar um desgosto à outra pessoa dizendo que ela fez uma má aquisição quanto ao vestido.

“Não é o fato de você ter mentido para mim, 
e sim o fato de que já não posso mais
acreditar em você, que me apavora.”
-Friedrich Nietzsche-

Que sejam “brancas” não implica que seja necessário recorrer a elas de forma constante, já que perdemos autenticidade com nós mesmos e com os outros. Se realmente não queremos sair de casa, temos todo o direito de não ter vontade e de expressá-lo assim para a outra pessoa.

Ganhamos em honestidade e autenticidade cada vez que dizemos a verdade

“Me perdoe, mas hoje estou cansada e não sinto vontade de sair. Que tal se fizermos isso outro dia?” Com esta simples frase ganhamos mais um pouquinho de sinceridade com a outra pessoa e com nós mesmos. Contudo, estas “mentirinhas”, como costuma-se dizer, não são sinônimo de gravidade ou transtorno, mas sim um tipo de subterfúgio que aprendemos desde crianças para sair de alguns conflitos rápida e facilmente sem ferir sentimentos alheios.

“Uma mentira não teria sentido se a verdade 
não fosse vista como perigosa.”
-Alfred Adler-

Sentimentos que, mentindo ou não, não depende de nós que sejam feridos, mas depende da pessoa com a qual interagimos. Se meu amigo fica chateado porque hoje eu não tenho vontade de sair de casa porque estou cansado, não é a minha responsabilidade; mas é minha responsabilidade se eu mentir ou não para ele.

A mitomania: um transtorno psicológico onde a mentira é protagonista

As mentiras patológicas vão muito além de tudo isso. Implicam um salto em gravidade que não deveria passar despercebido para ninguém. Estas pessoas inventam experiências que não tiveram, mentem sobre a sua idade, sua profissão, sua vida passada, seus méritos acadêmicos ou profissionais, os lugares onde viveram… Mentem também sobre as pessoas que as rodeiam.

De alguma forma procuram preencher um vazio com estas mentiras e a sua justificativa é algo como: se eu detesto a minha vida e a minha pessoa, posso inventar um personagem com quem acontece tudo que eu sempre desejei. Isto faz com que os outros admirem a vida desta pessoa, e ela imediatamente se sente estimulada por isso; então, continuará mentindo já que descobriu que a priori não existem consequências negativas para ela, e sim que tudo são “vantagens”. Vantagens que se transformarão em veneno para a sua vida e para as dos que a rodeiam.

Esta forma de mentir vai gerando outro tipo de mentiras: as compulsivas. A pessoa já mente de forma automática. Evita o conflito interior e exterior sistematicamente e isso acaba transformando-se em um estilo de comportamento totalmente arraigado e perfeitamente estruturado. Evito, me valendo da mentira, aquilo que me cria conflito.

Quando são descobertos, ficam bravos e se protegem atacando

Quando o mentiroso é descoberto, costuma cobrir “a mentira” com outras mentiras. Se percebe que a pessoa não acreditou nele com facilidade e continua questionando, costuma se mostrar na defensiva e se protege atacando. Isto acaba prejudicando as relações, já que não dá para entender este comportamento visto de fora.

Isso acaba gerando desconfiança, e as pessoas que o rodeiam começam a viver em um estado de alerta constante, já que sentem que precisam encontrar a verdade a qualquer custo para poder confiar novamente.

“O castigo do trapaceiro é não ser crível, 
mesmo quando diz a verdade”
-Aristóteles-

A pessoa que mente sistematicamente e sem perceber precisa se dar a oportunidade de receber ajuda psicológica. Pense que com suas mentiras a única coisa que faz é tentar tapar um buraco que não para de crescer, e o faz sendo cúmplice da falsidade e da imaginação.

É preciso aceitar o que somos, realizar o que queremos, sem ter que recorrer às mentiras. A única coisa que elas fazem é nos afastar do que realmente almejamos em nossas vidas.
Fonte: Science of US

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A CIÊNCIA DA BONDADE

Por que as pessoas fazem o bem? A bondade está programada no nosso cérebro ou se desenvolve com a experiência? O psicólogo Dacher Keltner, diretor do Laboratório de Interações Sociais da Universidade da Califórnia, em Berkeley, investiga essas questões por vários ângulos e apresenta resultados surpreendentes. Em seu novo livro Born to be good: the science of a meaningful life (W.W.Norton, 2009, ainda sem tradução em português), Keltner compila descobertas científicas que revelam o poder da emoção humana inata e criam conexões entre as pessoas, segundo ele um caminho eficaz para uma boa vida. Em entrevista, o pesquisador discute altruísmo, neurobiologia e aplicações práticas de suas descobertas.

Mente&Cérebro – Para o senhor, que quer dizer a expressão “nascido para ser bom”?
Dacher Keltner – Significa que a evolução criou uma espécie, os humanos, com inclinação para bondade, brincadeira, generosidade, reverência e autossacrifício – vitais para a evolução, vale dizer, sobrevivência, replicação genética e habilidade de convívio em grupo –, que se manifestam por meio de emoções como compaixão, gratidão, medo, vergonha e felicidade. Estudos recentes revelam que as capacidades humanas de cuidar, brincar e respeitar foram desenvolvidas pelo cérebro e pela prática social.

M&C – Uma das estruturas corporais que parece ter sido adaptada para gerar altruísmo é o nervo vago, como sua equipe em Berkeley descobriu. Fale um pouco sobre essa pesquisa e suas implicações.
Keltner – O nervo vago é um feixe neural que se origina no topo da espinha dorsal. Ele estimula diferentes órgãos (como coração, pulmão, fígado e aparelho digestivo). Quando ativo, produz uma sensação de expansão confortável no tórax, como quando estamos emocionados com a bondade de alguém ou ouvimos uma bela música. O neurocientista Stephen W. Porges, da Universidade de Illinois em Chicago, há tempos argumenta que essa região cerebral é o “nervo da compaixão”. Acredita-se que esse nervo estimule alguns músculos na cavidade vocal, permitindo a comunicação. Estudos recentes apontam que ele pode estar conectado à rede de receptores para a oxitocina, neurotransmissor relativo à confiança e aos laços maternais. Nossas pesquisas e as de outros cientistas indicam que a ativação dessa região está associada aos sentimentos de cuidado e intuição que humanos de diferentes grupos sociais têm. Pessoas com alta ativação dessa região cerebral são mais propensas a desenvolver compaixão, gratidão, amor e felicidade. A psicóloga Nancy Eisenberg, da Universidade Estadual do Arizona, descobriu que crianças com atividade alta do nervo vago têm mais chances de cooperar e doar. Segundo pesquisas recentes, ele estimula tal comportamento.

M&C – Frequentemente, quando lemos trabalhos acadêmicos sobre emoções, moralidade e áreas relacionadas, perguntamos: existe alguma coisa que possamos fazer para usar isso na prática? Ao olhar para o futuro, que repercussão o senhor gostaria que seu trabalho tivesse?
Keltner – Em resumo, após tratar da nova ciência das emoções no meu livro, percebi o quanto isso é útil. Segundo alguns estudos, cooperação e senso moral são traços evolucionários, e essas habilidades são encontradas nas emoções sobre as quais escrevo. Uma ciência da felicidade está revelando que esses sentimentos podem ser cultivados, o que traz o lado bom dos outros – e o nosso – à tona.

M&C – O que esse tipo de ciência o faz pensar?
Keltner - Ela me traz esperanças para o futuro. Que nossa cultura se torne menos materialista e privilegie satisfações sociais como diversão, toque, felicidade, que do ponto de vista evolucionário são as fontes mais antigas de prazer. Vejo essa nova ciência em quase todas as áreas da vida. Os médicos, por exemplo, hoje recebem treinamento para desenvolver empatia para com seus pacientes, ouvi-los, tocá-los com carinho; são atitudes que ajudam no tratamento. Os professores interagem com mais proximidade com seus alunos. Ensina-se meditação em prisões e em centros de detenção de menores. Executivos aprendem que inteligência emocional e bom relacionamento podem fazer uma empresa prosperar mais do que se ela for focada apenas em lucros.
Revista Mente Cérebro
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QUE HUMANIDADE É ESTA? – José Saramago


Se o homem não for capaz de organizar a economia mundial de forma a satisfazer as necessidades de uma humanidade que está a morrer de fome e de tudo, que humanidade é esta?

Nós, que enchemos a boca com a palavra humanidade, acho que ainda não chegamos a isso, não somos seres humanos. Talvez cheguemos um dia a sê-lo, mas não somos, falta-nos mesmo muito.

Temos aí o espetáculo do mundo e é uma coisa arrepiante. Vivemos ao lado de tudo o que é negativo como se não tivesse qualquer importância, a banalização do horror, a banalização da violência, da morte, sobretudo se for a morte dos outros, claro.

Tanto nos faz que esteja a morrer gente em Sarajevo, e também não devemos falar desta cidade, porque o mundo é um imenso Sarajevo. E enquanto a consciência das pessoas não despertar isto continuará igual.

Porque muito do que se faz, faz-se para nos manter a todos na abulia, na carência de vontade, para diminuir a nossa capacidade de intervenção cívica.

COMO É UMA RELAÇÃO SAUDÁVEL? – Augusto Cury

Ser individualmente inteligente não significa construir uma relação inteligente e saudável. Pessoas cultas podem construir uma relação irracional, falida emocionalmente, saturada de atritos, destituída de sensibilidade e troca. Casais saudáveis amam-se com um amor inteligente e não apenas com a emoção. Quem usa apenas o instrumento da emoção para sustentar um relacionamento corre o risco de ver os seus sentimentos a flutuar entre o deserto e os glaciares. Num momento, a pessoa vive as labaredas da paixão, noutro vive os glaciares dos atritos. Numa altura troca juras de amor, noutra troca golpes de ciúme. Hoje é dócil como um anjo, amanhã implacável como um carrasco.

A relação «desinteligente» é intensamente instável, enquanto a relação saudável, ainda que golpeada por focos de ansiedade, tem estabilidade. A relação desinteligente é saturada de tédio, enquanto a saudável tem uma aura de aventura. Na relação desinteligente, um é perito em reclamar do outro, enquanto, na relação saudável, um curva-se em agradecimento ao outro. Na relação desinteligente, os atores são individualistas, pensam apenas em si, enquanto, na saudável, os participantes são especialistas em tentar fazer o outro feliz. Na relação doente cobra--se muito e apoia-se pouco, na saudável dá-se muito e cobra-se pouco. Que tipo de casal o leitor forma: saudável ou doente, inteligente ou desinteligente?

Casais inteligentes têm uma mente madura, focam-se no essencial, na grandeza do afeto, na preferência pelo diálogo, pelo espetáculo do respeito mútuo, enquanto casais desinteligentes valorizam o trivial, discutem por tolices, dissipam a sua energia psíquica com pequenos estímulos stressantes, são rápidos a acusar-se e lentos a abraçar-se.

Casais inteligentes enriquecem o território da emoção, valorizam o que o dinheiro não pode comprar, enquanto casais desinteligentes, mesmo quando enriquecem, empobrecem. Como? Empobrecem dentro de si, pois dão uma importância excessiva àquilo que o dinheiro consegue conquistar e não a si próprios.

Casais inteligentes mapeiam e domesticam os vampiros emocionais que sugam a sua alegria, espontaneidade e romance, enquanto os casais desinteligentes escondem os fantasmas nos porões da sua mente.
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ESTUPIDIFICAÇÃO HUMANA - Isabela Spínola

Este é precisamente o momento em que realizamos que a concentração de poder tem apenas por fim a manipulação de sociedades, pela necessidade de ordem social que o ser humano necessita. Se assim não o fosse, ainda hoje seríamos um neandertal. Quem não chegou a esta fronteira de pré-loucura jamais identificará a manipulação diária de que é alvo.

Algumas das características que os aprendizes de vida possuem, são a certeza de que nunca saberão demasiado, a busca da verdade na sua essência e um acesso ilimitado aos mais diversos e coloridos mundos.

Aprender é uma vontade inata e natural, não se aprende a ter vontade de aprender, é preciso ser curioso, é preciso não se bastar, é preciso constatar, é preciso conhecer, é preciso ver as formas na sua forma original. A fome de conhecimento desemboca num cérebro em contínua expansão, para quem não bastam as verdades comunitárias e colectivas.

Nietzsche, um dos meus aprendizes preferidos, foi para muitos um insano, para outros um génio. Incapaz de lidar com a sua condição de ser emocional, enveredou pela misoginia, passando mais tarde por diversos estados de loucura, pela frustração que lhe causava o não reconhecimento público das suas obras.

Nietzsche dedicou toda a sua vida ao aprendizado, deixando hábeis e preciosos escritos, que apenas traduzem o comportamento humano e o impacto deste na sociedade. Aponta como sendo o exercício mais difícil o auto-conhecimento, não pela carga reflectiva que tal implica, mas antes pela necessidade de superar os nossos próprios limites, para que seja possível identificá-los e assim balizá-los.

As saídas da zona de conforto, são desconfortáveis efectivamente, mas sem passar por elas, nunca saberemos do que somos capazes, e não tendo este conhecimento, nunca nos conheceremos realmente.

O auto-conhecimento está aberto a todos, todavia, apenas os aprendizes lá chegarão. Não por serem melhores, apenas porque são mais curiosos, e esta viagem é sempre traçada na vida de um aprendiz. Cedo ou tarde algum caminho desembocará no auto-conhecimento. O que move os aprendizes na vida é apenas um motor: a busca da essência. Este tema interessa a alguém? Possivelmente não, nem tão pouco é sujeito a juízos de valor a inércia intelectual.

A essência da verdade apenas interessa aos aprendizes, que com o seu espírito inconformista e analítico esmiúçam a fundo qualquer tema que lhe desperte interesse. Este é o patamar onde os conceitos se confundem, e frequentemente duvidamos deles, sendo necessário um mergulho ainda mais profundo nos pântanos do conhecimento.

O homem reduzido à sua essência, é um animal controlado. Questiona-se qual a necessidade de racionalidade, porque não vivemos apenas como os animais irracionais, porque tivemos de dar este uso à nossa racionalidade, qual o objectivo da racionalidade afinal.

Este é seguramente um patamar irreversível e onde identificamos que somos sempre essência pura não formatada sem necessidade física ou mental de produtos massificados (neste ponto recomendo vivamente a leitura de José Saramago no seu "Ensaio de Cegueira").

A zona de perigo (se é que assim poderei chamar) desta constatação
reside apenas no isolamento social que tal pode provocar, podendo chegar já a um estado de pré-loucura nietzschiana. Este é precisamente o momento em que realizamos que a concentração de poder tem apenas por fim a manipulação de sociedades, pela necessidade de ordem social que o ser humano necessita.

Se assim não o fosse, ainda hoje seríamos um neandertal. Quem não chegou a esta fronteira de pré-loucura jamais identificará a manipulação diária de que é alvo.

Um dos grandes pilares que fomentou a manipulação nas sociedades ocidentais, foi sem dúvida a religião católica, que criou raízes há já vinte séculos com seus dogmas e ainda hoje perdura como a grande linha orientadora da consciência humana. Baseada no Cristianismo, surge num contexto político em que se verificava uma necessidade revanchista de fuga ao império romano. A natural defesa pelas minorias, a necessidade humana de mártires comuns, fez com que o cristianismo se propagasse exponencialmente durante os três séculos em que foram perseguidos pelos romanos.

No século IV, os romanos passam a tolerar o Cristianismo, passando a religião católica de uma seita de minorias para uma religião de massas. A decadência do próprio império romano vem a fortalecer as figuras cristãs da época, elegíveis desde logo pelas multidões, passando estas a assumir funções de destaque na sociedade civil.

Faltava dar um corpo e fundamento à igreja cristã, e é a partir deste momento que são fundados os mais profundos pilares comportamentais da sociedade ocidental. Baseada na doutrina da Trindade, e considerando-se mandatados por entidades divinas, dividem a sociedade ao meio, admitindo apenas em raras excepções, a salvação aos seus infiéis. Não existindo à data um código civil baseado em valores emocionais, o cristianismo é rapidamente absorvido como forma de gratificação emocional (boas acções garantem um lugar no paraíso), tendo até hoje perdurado na consciência humana, inibindo-a de qualquer valor divergente implicando tal a punição de consciência no indíviduo.

Actuando como super-ego na consciência humana, a religião actua sobre emoções, constituindo um padrão comportamental já racionalizado e que se transmite através das gerações.

Existe realmente esta necessidade de ordem na vida comunitária, não obstante todo o fanatismo e comércio envolto na matéria. Se a linha de valores cristãos é a mais adequada à nossa sociedade? Não sei responder. Considero ser tão válida como seria outra linha de valores qualquer, na verdade a mina de ouro foi descoberta pelos poucos que perceberam a capacidade de manipulação das massas.

Os membros alfa da sociedade rapidamente teriam de enveredar por caminhos onde pudessem comandar as suas alcateias, a religião terá sido apenas uma via para atingir um fim. Nos dias de hoje, a tendência é a de baixar a fasquia ainda mais. Foram substituídos valores morais por valores líquidos, e a experiência em sabotagem social é sem dúvida superior, e na actualidade comandada por dois grandes exércitos: poder político e mediático.

O acesso total a informação não filtrada e de fraca qualidade intelectual, exponencia a estupifidicação humana, na medida em que não propicia o crescimento intelectual, despromovendo assim as capacidades e liberdades individuais. Receio que as próximas gerações, apresentem uma percentagem inferior de neurónios, pelo seu desuso em crescendo e consequente não replicação via adn.

O que acontecerá ao nosso mapa neurológico dentro de 3 séculos? Isto leva-me a pensar que inevitavelmente as sociedades auto-conduzem-se a este patamar de estupidificação ao ponto de não restar nada. Será desta forma que regressarmos à nossa essência, a tempos pré-históricos, para depois recomeçar de novo. Será esta a explicação para já termos tido civilizações mais evoluídas do que nossa?
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A FITA MÉTRICA DO AMOR - Martha Medeiros

Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. 

É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.

Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? 

Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.


É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações.

Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.


Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.

GUERREAR É PRECISO? - Ferreira Gullar

A TV mostra quarteirões transformados em ruínas por bombas e foguetes. 
Que sentido tem isso?

Diante das guerras que se travam hoje no mundo, 
sou obrigado a me perguntar por que, depois de 
séculos de massacres, o homem continua, como nos 
primórdios da civilização, a se armar e guerrear.

Aliás, não apenas continua, torna-se mais capaz de matar, valendo-se de armas cada vez mais sofisticadas.

Logo me vem à mente a bomba atômica, que só não foi usada na escala que os belicistas pretendiam, porque, neste caso, quase ninguém sobreviveria. E os estadistas querem a guerra desde que ela não os atinja pessoalmente. Eles decidem por fazê-la, mas quem morre são os soldados e o povo em geral. Os chefões, quase nunca.

Costumo dizer que frequentemente me surpreendo com o óbvio, e isso acontece agora, quando a televisão me bombardeia diariamente com o número de mortos pelas bombas e foguetes na faixa de Gaza, na Síria, na Líbia, no Iraque, na Ucrânia.

Surpreendo-me com a quantidade de dinheiro que os países gastam com armamentos. E não só com armamentos, mas também com as forças armadas. Todos os países têm permanentemente centenas de milhares de soldados que constituem os efetivos militares. Eles fazem parte do Estado, como elemento fundamental dele, e constituem carreiras a que milhares e milhares de pessoas dedicam suas vidas.

Com isso, gastam-se fortunas, com a finalidade de fazer guerra. Claro, se for preciso. Mas a verdade é que essas forças são formadas e mantidas com essa finalidade: a defesa da pátria pelas armas, se for o caso. E por que isso? Porque a guerra é uma possibilidade permanente para os Estados, todos, sem exceção.

Mas por quê? Que os povos selvagens vivessem se matando, dá para entender. Por exemplo, os índios do Brasil neolítico, que eram nômades, viviam do que colhiam na natureza, eram obrigados a se deslocar para outras regiões em busca de alimentos. Se houvesse outra tribo ali, a guerra entre as duas era inevitável. Mas e hoje, por que a guerra?

As razões são as mais diversas. Ou é um louco como Hitler, que sonhava dominar o mundo, ou é concepção religiosa que leva líderes a atacar seus vizinhos, ou disputa de mercado. Mas, depois de tanta guerra que já houve, por essas e outras razões, resultando na morte de milhões de pessoas, parece que muito pouco o homem aprendeu com isso.

É certo que uma boa parte dos países --particularmente aqueles que sofreram na carne as consequências das últimas guerras-- evita lançar mãos das armas para impor seus interesses, mas mesmo estes continuam a produzir armamentos, cada vez mais sofisticados e mais mortais. A cada dia surgem notícias de aviões de guerra invisíveis aos radares, foguetes com velocidade e alcance inimagináveis, armas essas que anulam qualquer possibilidade de defesa.

Que significa isso, senão que a guerra é possível a qualquer momento, embora não se saiba entre que países e por que razão? Para que aquelas armas sejam concebidas e produzidas, os governos investem em pesquisa tecnológica e na formação de cientistas que dedicarão sua inteligência, seus conhecimentos e sua vida a produzir instrumentos de destruição. Mas não só os governos, há também empresas privadas que investem em armamentos, que vendem para diferentes países e com isso ganham fortunas. Muitos desses países mal têm recursos para atender as necessidades básicas de seu povo mas, ainda assim, compram armas e mantêm exércitos prontos para a guerra.

Desse modo, a guerra, quer ocorra ou não, é fator importante da economia mundial. Mesmo o Brasil, que não se caracteriza como um país belicoso, produz e vende armas para outros países. Deve-se concluir, portanto que a hipotética eliminação da guerra, por tornar a produção de armas desnecessária, não conviria a esses países, mesmo porque conduziria a uma grave crise na economia em escala planetária.

Isso, portanto, está fora de cogitação. E a televisão, a cada momento, dia após dia, nos mostra populações em pânico, mulheres desesperadas tentando escapar com seus filhos, das bombas que explodem à sua volta. E mostra também quarteirões inteiros de cidades transformados em amontoados de ruínas por bombas e foguetes. Que sentido tem isso?

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