Se bem lembro, lá pelos anos 1980 ele era saudado pelos jornalistas como o fino do cult. Um reconhecimento, considero, infantil, já que era assumidamente tosco e, como tal, era reverenciado por alguns críticos claramente por isso, para que mostrassem que só esses escribas-fãs conseguiam enxergar a arte escondida numa confusão sonora e letras em linguagem muitas vezes inventadas pelo próprio.
A verdade é que ele era desequilibrado. Nascido na Bahia, segundo muitos em Lauro de Freitas, em 1935, a forma era muito mais relevante que sua música.
Ele nunca teve gravadora, nunca teve formalidade na produção e muito menos no lançamento de seus discos. Soltou uns 35 trabalhos. Com títulos tão engraçados quanto bizarros. “Damião Experiença no Planeta Lavoura” (1978), “Damião Experiença Chupando Cana Verde no Planeta Lamma / Damião Experiença Cheirando Alho no Planeta Lamma", “Damião Experiença no Planeta Mendigo”, “Planeta Quentão”, “Planeta Cachaça”, “Planeta Cabelo”, “Cemitério Nazismo” e, meu preferido, “AdeusAdolfHitler1945fim”.
Morava no Rio, em apartamento condizente aos títulos que dava às obras, cheio de entulhos, caixas de pizza, garrafas de refrigerantes e discos. Tocava na rua e vendia seus discos igualmente por elas.
A lenda diz que mudou para o Rio para trabalhar na Marinha, caiu de um mastro, acidente que teria gerado sua confusão mental.
Não aceitava convites para shows e teve uma única participação ilustre conhecida, na música “Forró de Janeiro”, do disco “Pérola Negra”, de Luiz Melodia, no começo dos anos 70.
Em entrevista ao jornal O Globo, ano passado, terminou com uma das suas: “Dizem que minhas músicas estão na internet. Se estiverem, pode copiar. É tudo de graça.”
A cantora Cláudia Sette postou no seu perfil:
- Ah...Fiquei triste! Nos anos que morei em Ipanema nos encontrávamos todos os dias para papos descansados e profundos na calçada do zona sul. Nos cumprimentávamos e despedíamos com dois beijos e um abraço enquanto transeuntes olhavam espantados. Cheiroso, doce e uma mente muito adiante!
A cantora Cláudia Sette postou no seu perfil:
- Ah...Fiquei triste! Nos anos que morei em Ipanema nos encontrávamos todos os dias para papos descansados e profundos na calçada do zona sul. Nos cumprimentávamos e despedíamos com dois beijos e um abraço enquanto transeuntes olhavam espantados. Cheiroso, doce e uma mente muito adiante!
Tá aí uma dele, de 1999. “ Linguagem do Povo do Infinito ao Universo de Rose”.