Ela chegou de novo, de repente,
de longe, de sempre.
de longe, de sempre.
Nossas vidas sempre se encontram
em surpresas improváveis.
Desde o primeiro encontro, resolvemos nos amar pra sempre. Só crianças podem resolver para sempre. Porque sempre não é aqui, não é agora. Mas, pode até ser, porque sempre não tem hora, é sempre.
E nosso tempo sempre foi bem diferente dos outros tempos.
Sempre foi repente, um presente, sempre não mais que de repente. Sempre só presente.
Toda mulher escolhe a dança, a dança escolhe poucas mulheres. É quando a alma nasce maior, já sabendo o seu propósito na vida.
E minha bailarina chegou, de novo, quando preciso da sua dança. Minha bailarina sempre sabe quando chegar.
Faz tempo que precisava dos seus silêncios que me conhecem sem falar.
Seu abraço e seu silêncio. Eu precisava me ouvir na música que dança clássica, elegante e perfeita, num corpo único para aquele propósito, perfeito no detalhe de cada movimento. De cada respiração, sublinhando as palavras não ditas.
E de novo a mágica se faz. De novo no Leblon, de novo na Casa Encantada.
De novo para sempre. Até nos despedirmos de novo.
(Parte do livro A Casa Encantada, Contos do Leblon - Edmir Saint-Clair)
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