Qualquer
pessoa que exerce atividade de risco usa capacete. De metal, de fibra
ou de plástico, sempre coloridos, eles protegem pilotos de carros,
motos e aeronaves, operários de usinas, minas, fábricas e
construções, além de militares, policiais e bombeiros. É um
símbolo forte de trabalho, de ação e de perigo, e até mesmo de
coragem, porque pressupõe os riscos de quem o usa.
Depois
do cocar de penas que os caciques indígenas oferecem aos caciques
políticos, e que eles hesitam em colocar na cabeça pela crença de
que traz má sorte, é com o capacete de segurança que eles ficam
mais engraçados, visitando obras, fábricas e usinas.
Até o
fechamento desta edição, não havia registro de nenhum caso de um
político que tenha sido salvo de algum dano na cabeça pelo
capacete. Aliás, jamais aconteceu qualquer acidente com alguém
nessas inaugurações e visitas.
O
pessoal que pega no pesado nas obras e corre riscos reais é que
precisa usar, mas, quando os caciques os visitam, tudo vira um
teatrinho, sem nenhuma atividade que possa provocar riscos ou sustos.
Mesmo assim eles não dispensam o capacete, apesar do paletó e da
gravata. E ficam todos com aquela cara ... reparem só.
Respeitáveis
homens públicos, grandes estadistas, líderes carismáticos, ninguém
resiste ao ridículo com aquele penico colorido encarapitado no
cocuruto, sempre parecendo não lhes caber direito na cabeça. Talvez
o problema não seja o tamanho dos capacetes, que os há para
cabecinhas e cabeçorras, mas a falta de prática dos usuários.
Mulheres então, coitadas ...
Estas
são imagens clássicas dos políticos no poder, lançando, tocando e
inaugurando as suas obras.
Não
há campanha eleitoral sem elas. Não há politica no Brasil sem ele,
o capacete.