Você costuma se perguntar porque certas coisas são do jeito
que são? Ou como teria sido se tivesse feito diferente?
A ciência está longe de oferecer todas as respostas, ainda
bem ou a vida não teria graça, mas ela tem ajudado pessoas comuns a compreender
melhor suas atitudes e as das pessoas com quem convive.
“Saber é metade da batalha. Quando você descobre as inúmeras
formas em que nossas mentes criam percepções e ponderam decisões e,
subconscientemente opera, você começa ver as vantagens da psicologia. (Buffer
App Blog)”
O que você faz, a maneira como age, reage e pensa em
determinadas situações não é 100% você tampouco 100% consciente. Todos nós
viemos pré-programados pelos nossos genes e vamos sendo “updated” ao longo de
nossas vidas.
Conhecer um pouco dessa programação pode nos ajudar a viver
melhor, sermos mais felizes e bem-sucedidos. A seguir, estão 6 grandes
descobertas da psicologia que nos ajudam a entender melhor situações comuns do
dia a dia. Tire proveito disso, humano.
#1 Porque errar é algo positivo
Efeito Pratfall (1966)
Os dois escorregões da atriz Jennifer Lawrence não foram
suficientes para evitar que o publico se apaixonasse. É o Efeito Pratfall em
ação, que faz com que simpatizemos com aqueles que erram de vez em quando, como
nós, do que com pessoas perfeitas que estão sempre certas e nunca cometem uma
gafe. Errar é humano e quem não erra (ou faz de tudo para esconder seus erros)
é visto como não natural, perfeito demais e, acredite, as pessoas não gostam de
nada perfeito, já que percebem como algo sem graça e não realista.
Os seres humanos possuem maior afinidade com aqueles que
compartilham semelhanças, e todos nós erramos. Logo, gostamos de pessoas que
também erram. Desde que esses erros não se tornem hábitos. Cometer erros é
normal, mas é saudável não se acostumar com eles.
Lição: não queira ser perfeito ou ninguém gostará de você.
#2 Porque acreditar nas pessoas faz a diferença
Efeito Pigmaleão (1965)
Segundo a mitologia grega, Pigmaleão foi um escultor que se
apaixonou por uma de suas esculturas que considerava a imagem de mulher
perfeita. Solteiro convicto ele ficara completamente apaixonado (para não dizer
louco), então a deusa Afrodite transformou a sua obra em uma mulher real e
juntos tiveram até uma filha. A moral da história é que se você acredita muito
em algo, isso pode se tornar realidade.
Não com um passe de mágica de Atenas, mas porque você e as
pessoas envolvidas trabalharão para isso, gerando novas oportunidades e se
doando mais. Por exemplo, se o seu chefe lhe dá uma tarefa complicada e com
prazo curto, é porque ele acredita que você é capaz. Ele espera muito de você
e, certamente, o seu desempenho será maior que o de qualquer outro. Isso é
especialmente positivo para líderes, acreditar na sua equipe fará com que
naturalmente você ofereça melhores condições para que os resultados sejam
atingidos, além de motivá-los a dar o melhor de si.
Lição: Acredite em você e nos outros. Essa é a melhor forma
de incentivar bons resultados.
#3 Porque ter muitas opções levam a escolher nenhum
Paradoxo da escolha
Eu adoro esse estudo e já perdi a conta de quantas vezes o
vi citado em livros e artigos. Do ponto de vista do neuromarketing, as marcas
devem trabalhar para diminuir a dor da decisão do cérebro primitivo (a parte do
cérebro extremamente sensível à ameaça). Entenda “dor” como a resistência do
consumidor a algo, geralmente é preço, mas pode ser qualquer dificuldade de
chegar a uma decisão.
O clássico estudo da geléia demonstrou que quando havia 24
opções de geléia para escolher, 60% das pessoas paravam, mas apenas 3%
compravam. Por outro lado, com apenas 6 opções de geléia, o número de pessoas
que paravam para ver era menor (40%), mas 30% deles compravam ao menos um
produto. Em outras palavras, menos opções significa menos dor para o nosso
cérebro decidir.
Lição: as pessoas adoram a liberdade da escolha, mas isso
dificulta a decisão e podem acabar decidindo por nenhum.
(O outro lado: Benjamin Scheibehenne replicou vários estudos
para entender quando isso ocorre realmente e o que ele descobriu foi que, na
maioria das vezes, opções em excesso não fazem diferença alguma. Às vezes
prejudica, mas em muitas ocasiões não afeta em nada. No entanto, a dor do
cérebro primitivo realmente existe ao se deparar com muitas opções.
Parece existir um número ideal em que o consumidor se sente
confortável — nem opções de menos, nem de mais — um estudo da Universidade de
Bournemouth descobriu que o número ideal de opções em um cardápio de
restaurante é 7 para entradas e sobremesas e 10 para pratos principais. Talvez
isso explique porque o McDonald’s tem 9 sanduíches e o Burger King 10.)
#4 Porque quanto maior a equipe, menor a iniciativa
Efeito do espectador (Bystander Effect), 1968
Você está na sala de aula com um colega e o professor faz
uma pergunta. Você hesita e talvez não seja o 1º a responder. Agora pense na
mesma situação, com você sendo o único na sala e havendo outros 12 na turma. Os
psicólogos chamam isso de “confusão de responsabilidade”, o fenômeno de se
sentir menos responsável quando há outras pessoas por perto.
O estudo de Bibb Latane e John Darley que batizaram de
“Efeito Espectador” diz que as chances de você receber ajuda de alguém é
inversamente proporcional a quantidade de pessoas presentes. Pare para pensar
como isso afeta o ambiente de trabalho e as salas de aula; equipes grandes
costumam ser um problema porque um fica esperando pelo outro e quando um assume
a responsabilidade, os outros presumem que o trabalho já está encaminhado.
Lição: seja direto ao pedir ajuda de alguém e deixe claro as
responsabilidades de cada um.
#5 Porque deve-se dar menos importância ao que os outros
pensam
Efeito holofote (2000)
Além de ser uma completa bobagem porque impede você de ser
autêntico e feliz, estudos mostram que nós não somos tão populares como
imaginamos. A diferença entre o que se acha e a realidade é praticamente o
dobro.
Na maior parte do tempo, as pessoas estão ocupadas com
milhares de outras coisas para notar nosso cabelo despenteado, a roupa velha ou
que saímos dormindo na foto. Desculpa, mas você não é o centro das atenções.
Lição: não se preocupe demais com o que você fez ou que
deixou de fazer, o impacto é certamente muito menor do que você pensa.
#6 Porque damos muita importância a uma coisa e esquecemos o
resto
Ilusão de foco (The Focusing Illusion)
O ser humano tem uma enorme tendência a se ater a uma coisa
e ignorar as outras, geralmente, é a mais negativa delas. Pense na última
discussão banal com a namorada, o motivo pode ter parecido trivial para você,
mas talvez porque ele não seja o real motivo. Vasculhe na sua memória por
outros possíveis motivos, brigas anteriores, comentários, cara feia.
A ilusão de foco do Daniel Kahneman funciona muito bem para
aspectos negativos (quando se vê o problema, não a causa), mas ela está em
tudo. O político que distribui cestas básicas ao povo, uma marca de fast-food
com campanhas que promovem a alegria, uma matéria jornalística que diz que
pessoas ricas são felizes.
Todos exageram em um ponto, alterando a nossa percepção. A
ilusão de foco é quando nos focamos demais em algo, dando a ele importância
maior que a realidade, e deixamos de ver o que realmente importa. Somos
campeões disso, e isso nos afeta de uma maneira que nem percebemos.
Lição: procure sempre ter uma visão geral da situação,
evitando se ater a fatos isolados.
______________________________________________________________
______________________________
Contos e Crônicas
_____________________________________________________________
Contos e Crônicas
_____________________________________________________________