Embora o título desse artigo não seja nada surpreendente, a moral por trás da história é outra: pesquisadores descobriram que resolver os problemas ou fazer terapia por telefone é tão eficaz quanto cara a cara.
Um estudo da Universidade de Cambridge (Reino Unido) analisou os resultados de terapias cognitivas, que envolvem a conversa para ajudar os pacientes, em 5.500 pessoas.
Cerca de metade dos pacientes compareceu a reuniões com um conselheiro, enquanto a outra metade fez terapia por telefone.
A abordagem utilizada por todos os conselheiros no estudo (ao vivo ou via telefone) foi a terapia cognitivo-comportamental (TCC), em que os pacientes são treinados para ver as conversas e eventos diários em uma luz mais positiva.
Segundo os pesquisadores, os dois métodos foram igualmente eficazes, com exceção de um pequeno grupo de pessoas com problemas mais graves.
Isso sugere que, quando as pessoas estão se sentindo para baixo, se não puderem obter o apoio de amigos, familiares ou médicos ao vivo, falar sobre o problema pelo telefone com um confidente pode dar um impulso semelhante à terapia cara a cara.
Além disso, esse tipo de terapia pode ser mais barato. Em cálculos do Reino Unido, uma sessão telefônica custa 79 libras esterlinas (cerca de R$ 248), comparado a 119 libras esterlinas (cerca de R$ 390) de uma consulta cara a cara.
Também já existe terapia por celular ao custo de US$ 0,99 (cerca de R$ 2,00): são aplicativos com conceitos de terapia cognitivo-comportamental (TCC) em smartphones, que, como a internet e o telefone, podem ser um complemento para o processo terapêutico.
Não é a primeira vez que esse assunto é estudado. Em 2004, a Associação Médica dos Estados Unidos revelou em artigo que as conversas telefônicas, além de permitirem contato entre pessoas em diferentes localidades, podem facilitar a abordagem de assuntos que as pessoas não conversariam pessoalmente por constrangimento.
Psiquiatras do Centro de Estudos da Saúde e do Grupo Cooperativos para a Saúde em Seattle (EUA) até sugeriram que a psicoterapia telefônica deveria complementar o tratamento da depressão de forma padrão, pois melhora muito os resultados finais.
No estudo de Seattle, feito com 600 pacientes de depressão incluindo várias formas de tratamento, como medicação, consultas diretas e sessões telefônicas, a psicoterapia telefônica reduziu a depressão de maneira considerável: 80% dos pacientes achavam que estavam muito melhores depois das sessões, e 59% se disseram muito satisfeitos.
Especialistas argumentam que os sistemas de saúde deveriam incluir esse tipo de terapia nos seus serviços. Algumas ONGs, como a CVV, já prestam esse tipo de serviço de forma voluntária, atendendo ligações de pessoas que não estão se sentindo bem por qualquer motivo.
O que você acha? Os médicos deveriam começar a adotar terapia por telefone, ou o governo deveria disponibilizá-la?