Vá entender-1: quando era raro mulher ir a futebol os calçõezinhos curtos dos jogadores deixavam suas coxas reluzentes à mostra. À medida que mulheres começaram a frequentar os estádios, os calções foram aumentando de tamanho. Hoje são até mais compridos do que os que usavam os europeus, e dos quais dávamos risadas.
Quando o Arsenal veio jogar no Brasil, na pré-história, nada parecia mais estranho do que seus calções até os joelhos. Hoje, vendo jogos antigos da seleção e de times brasileiros, nada parece mais estranho do que seus calçõezinhos apertados. As coxas reluzentes foram sonegadas das moças. Explicações sociológicas à vontade.
Quando o Arsenal veio jogar no Brasil, na pré-história, nada parecia mais estranho do que seus calções até os joelhos. Hoje, vendo jogos antigos da seleção e de times brasileiros, nada parece mais estranho do que seus calçõezinhos apertados. As coxas reluzentes foram sonegadas das moças. Explicações sociológicas à vontade.
Vá entender-2: na Europa as manifestações populares são contra a austeridade e o corte nos gastos sociais do governo, para pagar as dividas e sanar as finanças. No Brasil, as manifestações são pela austeridade: protestam, entre outras coisas, pelo desperdício de dinheiro em estádios de futebol e os outros custos da Copa.
Claro que nem os manifestantes europeus pedem que seus governos construam estádios de futebol para ficarem ociosos, como exemplo de estimulo à economia, nem os manifestantes brasileiros pedem que o governo não gaste nada.
Mas o contraste entre as reivindicações de parte a parte mostra como essa questão de intervencionismo keynesiano versus conservadorismo monetarista pode ser apenas uma questão de geografia.
Claro que nem os manifestantes europeus pedem que seus governos construam estádios de futebol para ficarem ociosos, como exemplo de estimulo à economia, nem os manifestantes brasileiros pedem que o governo não gaste nada.
Mas o contraste entre as reivindicações de parte a parte mostra como essa questão de intervencionismo keynesiano versus conservadorismo monetarista pode ser apenas uma questão de geografia.
E chegamos, não me pergunte como, aos pelos pubianos. Durante muitos anos a “Playboy” americana publicou fotos de mulheres nuas sem mostrar seus pelos pubianos. Até que houve uma edição histórica por duas razões: pela primeira vez a nua do mês era negra, e apareciam seus pelos pubianos. Agora, como sabe quem costuma ver a “Playboy” brasileira, os pelos pubianos voltaram a desaparecer. Não por obra de retoque editorial ou fotoshop, mas por obra das próprias mulheres, que os raspam — ou no máximo os reduzem a um bigodinho do Hitler. Vá entender-3.
PAPO VOVÔ
Lucinda, nossa neta de 5 anos, volta e meia aparece com palavras novas, que não sabemos onde aprendeu. Sua palavra favorita, no momento, é “estatelado”. E no outro dia ela estava brincando de apresentadora de um programa culinário e, quando terminou seu bolo de faz de conta, mostrou para a câmera imaginária e disse: “Voalá!” Ficamos estatelados.