AMOR OBSESSIVO: A SOMBRA DO TERROR

Os stalkers vigiam os passos de suas vítimas e transformam
 a vida da pessoa pela qual têm fixação em um verdadeiro inferno

Imagine que você não consiga pensar em nada que não tenha relação com determinada pessoa. Seu desejo e desespero são tão intensos que se aproximam da dor física. A ausência do ser amado o impele a escrever páginas e páginas de cartas e a discar seu número de telefone várias vezes ao dia. Por vezes, sentindo que está abandonado ou que ninguém dá atenção à sua dor, é compreensível que surjam ódio e planos de vingança. Em princípio, isso pode parecer apenas sinal de um comportamento irracional demonstrado por uma pessoa apaixonada que não é correspondida. Algo que, de acordo com senso comum, vai passar com o tempo. Mas e se esses sentimentos e comportamento persistirem? E se as tentativas de participar da vida do ser amado se tornarem cada vez mais exageradas e agressivas?

Esse foi o caso de Helene K. , uma fisioterapeuta de 40 anos. Em um fim de semana ela recebeu em casa o telefonema de um ex-paciente. Somente depois de pensar muito, se lembrou de que havia um ano o homem recebera alta da clínica onde ela trabalhava. O rapaz explicou que gostaria de revê-la, mas Helene, delicadamente, deixou claro que não tinha intenção de manter contato com ele. Seguiram-se então cartas com juras de amor e outros telefonemas. Até que um dia o antigo paciente apareceu com as malas feitas diante da porta da casa de Helene dizendo que estava fazendo alterações em sua vida – ele pedira demissão de seu trabalho para passar o maior tempo possível “cuidando dela” e pretendia mudar-se para a casa da terapeuta. Mesmo quando Helene o mandou embora rudemente ele não desistiu: pelo contrário, intensificou a perseguição, passando a vigiar todos os seus passos. A fisioterapeuta, por fim, mudou os números de telefone e obteve uma ordem de restrição do direito civil para garantir que ele fosse preso, caso se aproximasse dela. O admirador reagiu enviando cartas ameaçadoras – e continuou nos calcanhares de Helene, passando a aterrorizar até mesmo seus vizinhos.

CAÇADOR À ESPREITA
O fenômeno da perseguição excessiva ganhou atenção da mídia apenas há aproximadamente 20 anos, devido a alguns casos de assédio a famosos, como o da tenista Steffi Graf (ver quadro). Psicólogos e psiquiatras, porém, conhecem essa ameaça há mais tempo: no século XIX, um dos pais da psiquiatria forense, Richard von Krafft-Ebing, já escrevera sobre mulheres com fixação obsessiva que viajavam atrás de atores que idolatravam. Nos anos 80, a erotomania – também chamada síndrome de Clérambault – foi classificada como distúrbio psíquico. Quem sofre dessa patologia parte do princípio irremovível de que é amado pela outra pessoa – mesmo que não haja nenhum motivo para que chegue a essa conclusão. O esforço incessante de entrar em contato com alguém é considerado uma das principais características da erotomania. Para abordar esse comportamento costuma-se usar a expressão em inglês stalking, um termo relacionado à caça, que indica uma forma sorrateira de se aproximar da presa.

Da mesma forma, um stalker cerca sua vítima e procura não perdê-la de vista. Mesmo diante da rejeição explícita, ele insiste na aproximação – seja por telefone, carta, e-mail ou diretamente. Alguns enviam presentes ou objetos bizarros, às vezes assustadores, como colagens de fotos com caveiras no lugar dos rostos. Por vezes, fazem encomendas em nome da pessoa que perseguem, simplesmente com a intenção de difamá-la. Um em cada cinco stalkers se torna agressivo em algum momento, podendo voltar-se violentamente contra a vítima, seus parentes próximos ou conhecidos ou mesmo seu animal de estimação.

Embora as motivações amorosas dos stalkers sejam as mais frequentes, os perseguidores não se restringem a elas. Podem ser movidos, por exemplo, pelo desejo de vingança. Ex-parceiros íntimos, em geral, representam o maior e mais perigoso grupo de stalkers. Alguns deles têm autoestima instável, mostram indícios de distúrbios de personalidade narcisista ou borderline, mesmo que não tenham recebido esses diagnósticos. A maioria dos ex-parceiros perseguidores sabe que é malvista pelos seus atos. No entanto, para eles isso ainda é melhor do que serem ignorados.

O ex-namorado de Bettina M., por exemplo, começou a controlar a secretária de 28 anos mesmo antes de terminarem o relacionamento. Ambos trabalhavam no mesmo local; ele, muito ciumento, não queria que ela falasse com colegas. Por fim, a moça se separou depois de três meses – mas continuou encontrando o rapaz na empresa. Ele descobriu a senha do e-mail da ex-parceira e passou a acompanhar sua correspondência. Ele também entrou em um dos fóruns online de que a secretária participava e anunciou o suicídio de Bettina. E passou a bombardeá-la com mensagens SMS – o tom era ora suplicante, ora ameaçador e, por vezes, simpático. Após seis meses, ela arrumou um novo namorado, mas seu perseguidor se manteve espionando o casal e enviando mensagens regularmente.

O que leva uma pessoa a ter esse comportamento? Entre 2002 e 2005, nosso grupo de trabalho, coordenado por Hans-Georg Vo, na Universidade Técnica de Darmstadt, na Alemanha, realizou o primeiro estudo sobre essa questão. Entrevistamos 100 stalkers que nos contataram anonimamente pela internet. Revelou-se uma percepção bastante distorcida: apesar de suas tentativas de aproximação não terem sucesso, quatro em cada cinco perseguidores declararam que queriam continuar no encalço. O motivo mais alegado por eles foi o fato de estarem ligados ao outro “pelo destino”. Um terço dos entrevistados estava convencido, de forma onipotente, de que devia superar a resistência de sua vítima, pois ela própria, no fundo, queria isso. Outro terço sentia-se obrigado a cuidar da pessoa amada. Essas declarações trazem uma evidência: quem entra na mira de um stalker pode rejeitar as tentativas de contato seja o quanto for – o ofensor não aceitará as recusas.

EXCESO DE DOPAMINA
Nossas entrevistas mostraram que o próprio stalker em geral se sente profundamente infeliz. Mais de 60% deles se sentiam deprimidos. Um em cada três sofria de estados de ansiedade e eram acompanhados por médico ou psicólogo. Quase 40% declararam ser reincidentes. O psicólogo Reid Meloy, da Universidade da Califórnia em San Diego, e a antropóloga Helen Fischer, da Universidade Rutgers em New Jersey, descobriram em 2005 alterações relevantes na química cerebral dos stalkers. Eles perceberam que, após uma rejeição, os afetados permaneciam confinados em uma espécie de círculo vicioso. Motivo possível: excesso constante de dopamina, substância mensageira da motivação – o que, segundo Fisher, não é raro em pessoas que estão sofrendo por amor. “Claro que há questões psíquicas envolvidas, mas do ponto de vista orgânico, mal o objeto do desejo desaparece, é reforçada a atividade nesses circuitos cerebrais que geram a sensação de admiração intensa”, diz a pesquisadora. A dopamina é o combustível principal para a motivação e representa o sentimento de desejo no cérebro. Ao mesmo tempo, o nível de serotonina em stalkers é muitas vezes baixo, o que estimula estados
de depressão e ansiedade.

Enquanto as pesquisas relacionadas aos motivos que impulsionam os ofensores já estão sendo desenvolvidas há algum tempo, estudos a respeito dos efeitos do stalking sobre as vítimas são relativamente novos. Em 1998, Patricia Tjaden e Nancy Thoenness, do Center for Policy Research, em Denver, desenvolveram o estudo mais representativo até o momento sobre essa questão: 8% das mulheres e 2% dos homens nos Estados Unidos já foram, pelo menos uma vez, assediados de forma intensa, a ponto de temer pela própria segurança ou pelo bem-estar de pessoas próximas. O pesquisador Harald Dressing, da Universidade de Mannheim, realizou em 2004 um estudo na Alemanha, considerando também casos mais leves, e concluiu que um em cada oito alemães já foi “perseguido” alguma vez.

Diferentemente de pessoas que sofrem por eventos pontuais, as vítimas de stalking se confrontam de forma constante com o objeto de seu medo. Às vezes, são obrigadas a lidar com seus torturadores no dia a dia. Se o telefone toca, pensam automaticamente que pode ser o perseguidor. Nessa atmosfera de medo e perplexidade, esquecem o que é ter uma vida “normal”.

Entre 2002 e 2004, nosso grupo entrevistou um total de 550 vítimas de stalking. Entre os voluntários, 85% eram mulheres, e a maioria revelou um histórico de muito sofrimento: em média, no momento da entrevista, a perseguição já durava 28 meses. Emum caso extremo, se prolongava por 30 anos. O estudo mostrou que as vítimas eram importunadas ou ameaçadas, em média, em três a quatro locais de sua vida rotineira. Por exemplo, no bar ou restaurante que costumavam frequentar, no supermercado perto de casa, na academia de ginástica ou no trabalho. Porém, o local mais comum era em casa – o que parecia ainda mais perturbador. Várias vítimas reagiam se isolando do mundo externo – viviam, por exemplo, com as janelas fechadas a maior parte do tempo. Muitas mandaram instalar fechaduras mais seguras, adquiriram números de telefone que compartilhavam apenas com poucas pessoas e passaram a evitar sair de casa. Isso teve um efeito dramático sobre sua vida social: as vítimas se afastaram visivelmente da família e de amigos, e muitas enfrentaram dificuldades com o parceiro. Uma em cada cinco vítimas acabou mudando de casa, e um em cada dez entrevistados pediu demissão do emprego.

Foi o que aconteceu com Bettina M. Ela não suportava mais encontrar o seu importunador todos os dias, vivia tensa e chegou a ser suspensa por causa de suas queixas constantes. Como se não bastasse, o chefe mostrou-se compreensivo com a decepção amorosa do perseguidor e censurou Bettina por sua “incompreensão”. Em seguida, ela obteve uma medida cautelar contra o stalker e iniciou um tratamento psicológico. Por enquanto, ele ainda mantém a “distância segura” determinada judicialmente. Mesmo assim, a moça vive com o medo constante de que ele apareça de repente ou a ameace. No momento, ela está fazendo psicoterapia e espera encontrar um
novo emprego.

Quase todos os perseguidores de pessoas famosas se iludem e idealizam a possibilidade de se aproximar de seu ídolo, colocando sobre ele uma série de projeções. A maioria dos stalkers de famosos, de certa forma “vampiros de identidades”, querem estar perto o suficiente para apropriar-se de características que os atraem. Um exemplo é Günther P., durante anos obcecado pela tenista alemã Steffi Graf. Em 1993 ele cometeu um atentado contra outra jogadora, Monica Seles, concorrente da esportista. Graf não era a primeira personalidade que Günther idolatrava – ele já havia se fixado no papa João Paulo II . Sua obsessão pela tenista começou em 1985, quando a viu em um programa de televisão. A partir de então, passou a escrever cartas para ela e para sua mãe. Chegou a mandar-lhe dinheiro, forrou as paredes de seu quarto com fotos gigantescas da moça e não perdia nenhum de seus jogos. Ela era para ele “uma criatura de sonhos, com olhos de diamantes e cabelos de seda brilhantes”. Via nela características virtuosas, como “limpeza, sinceridade e pureza”. Mais tarde, psicólogos identificaram um distúrbio de personalidade narcisista em Günther P. O problema teria relação com a falta de atenção dos pais durante a infância. Seu objetivo ao tentar estabelecer uma ligação com Graf era fortalecer a própria identidade. Quando a tenista foi derrotada por Monica Seles em 1990, durante o German Open, o mundo dele veio abaixo. “Isso me abalou tão fortemente que pensei em tirar minha própria vida”, contou mais tarde. Em abril de 1993, cometeu o atentado: cravou uma faca nas costas de Seles. Sua intenção era que sua adorada voltasse a ser a número um no ranking do tênis mundial.

Na divisão de psicologia forense de Darmstadt foi realizado o primeiro estudo sobre stalking de pessoas públicas em países de língua alemã. Para tanto, 53 personalidades conhecidas das áreas de entretenimento e da mídia foram entrevistadas. Mostrou-se que cerca de 80% delas já haviam estado na mira de um perseguidor pelo menos uma vez na vida – uma frequência aproximadamente oito vezes mais alta do que na média da população. A idade ou o sexo das estrelas não influenciavam o fato de serem alvo de perseguição obsessiva. Na verdade, foi muito mais decisiva a frequência com que aparecia na mídia. Aqueles que expõem sua vida privada, portanto, estão sob maior risco. São a essas pessoas que os stalkers se “apegam” com mais facilidade.

VERGONHA E CULPA
A maioria dos entrevistados por nós também desenvolveu, com o tempo, sintomas físicos e psíquicos. Vários se envergonhavam do ocorrido ou até mesmo se culpavam. Dois terços dos entrevistados sofriam de ataques de pânico, dificuldades de concentração, depressão ou distúrbios alimentares ou de sono. O estresse constante, além disso, era a causa de irritação, acessos de raiva e agressividade. Mesmo nos casos em que a situação de stalking havia chegado ao fim, os estados de ansiedade quase sempre se mantinham. Um em cada quatro entrevistados declarou já ter pensado em se matar ou mesmo já ter realizado uma tentativa concreta de suicídio.

Esses exemplos mostram que os perseguidores adquirem um poder fatal sobre a vida de suas vítimas, apesar de poucas vezes chegarem a agressões físicas. No entanto, em um de cada cinco casos, o ofensor utiliza violência física, não recuando diante de surras, ataques com armas ou mesmo tentativas de assassinato. Segundo uma análise do psicólogo Reid Meloy, para vítimas de stalking o risco de ser assassinadas é 50 vezes mais alto do que para a média da população. Nesse caso, ex-parceiros são os mais vulneráveis: e quanto mais intenso foi o relacionamento entre vítima e stalker, maior é o risco.

Em geral, porém, a situação não se agrava sem aviso prévio. Em todos os casos, o aconselhável é não lidar com o problema sozinho, mas buscar apoio psicológico e registrar um boletim de ocorrência. Tribunais de direito civil podem emitir uma proibição de aproximação e contato, mas, em geral um em cada cinco casos, isso desencadeia um perigoso agravamento, pois a vítima insulta o stalker, de certa forma, publicamente. Para alguns, a violência torna-se então a única possibilidade de compensar o orgulho ferido ou o desespero. De qualquer forma, vale lembrar que, apesar do risco, denúncias podem interromper a ação de ofensores, e terapias que tornem a vítima mais apta a se proteger, inclusive psiquicamente, oferecem suporte durante a situação de sofrimento, ajudando a pessoa a compreender as próprias questões, em geral antigas, que de alguma forma podem ter contribuído para essa situação.
Revista Mente Cérebro

O DRIBLE - Fernanda Torres

A imprensa se mantém alerta para qualquer movimento 
que interfira em direitos conquistados

Lanço um romance agora em novembro. Chama-se "Fim".

Saindo de uma reunião na editora, parei para observar a estante de lançamentos e fui convidada a escolher alguns títulos. Interessei-me pela biografia de Cruz e Souza, Bashô, Jesus e Trotsky, do Leminski, botei o exemplar no bolso e me dirigi à porta.

Meu editor veio atrás com "O Drible", de Sérgio Rodrigues, nas mãos. Perguntou se eu não queria levar. Sérgio foi um dos que tiveram a pachorra de ler e escrever o blurb, palavra odienta, uma pequena resenha na contracapa do meu "Fim". Agradeci a lembrança, encabulada por não ter partido de mim o impulso.

A vergonha me fez atacar o livro de bate-pronto e descobrir um escritor finíssimo, mineiro radicado no Rio. Sérgio se vale de um péssimo pai, cronista de futebol aposentado, que, desenganado, decide reatar relações com o filho, para compor uma tragédia burguesa que atravessa os últimos 70 anos da nossa história.

Através da paixão poética do pai pelo esporte bretão, Sérgio explora a geração que conviveu com Nelson Rodrigues e Mário Filho, que viu Nilton Santos, Garrincha e Pelé em campo, que testemunhou o apogeu e queda do futebol arte. Murilo desenha paralelos entre o jogo e o país, enquanto o filho, nascido junto com o golpe de 64, cresce em uma sociedade utilitária, movida a autoajuda, embalado pelo saudosismo dos seriados americanos da infância, o rock de 80 e as caixas de farmácia que come pelo caminho.

O "Drible" é primo-irmão do "Fim". Melhor, é claro, mais sórdido, mais macho, mas primo. O Rio de Janeiro é o seu palco. O hedonismo libertário, vazio, a decadência da corte, o desprezo por qualquer grande ato e a natureza imperiosa.

A diferença é que Sérgio é das Gerais, seus personagens sobem a BR-040, a mesma que dá em Minas, para se esconderem na umidade do Rocio; possuem a doença do interior, são abatidos pelo oculto, pela insanidade, arquitetam crimes.

Infelizmente, de nada vale o elogio. O Sérgio acaba de me prestar um grande favor e, em prol da isenção crítica, a ética literária condena troca-trocas desse tipo. Como amadora, me permito a heresia, o autor merece.

Por falar em boa escrita, o Procure Saber foi obrigado a rever a sua posição com respeito às leis que regem a publicação de biografias.

A liberdade de expressão está sob ameaça em muitos países latino-americanos. No Brasil, a imprensa se mantém alerta para qualquer movimento que interfira em direitos conquistados. É um tema sagrado para os meios de comunicação e entendo o porquê de a contenda ter tomado contornos tão radicais.

Sou a favor da liberação. O "sem fins lucrativos" beneficia a internet e a versão chapa-branca da história; a informação duvidosa, sem fontes seguras. A má-fé existe, o mau gosto também, e não só em Gutenberg. Talvez menos em Gutenberg.

Por outro lado, alguns limites merecem atenção.

Não é justo que um criminoso lucre com o crime que cometeu. Nos Estados Unidos e na França esse direito é negado, aqui, não há lei para isso.

Estranha também que a reparação a um dano físico, ou moral, seja calculada com base nos dividendos da pessoa lesada. Quem ganha pouco, recebe pouco, quem ganha muito, recebe muito.

E não acho certo a veiculação de fotos de crianças sem a autorização dos pais. Tem muito louco nesse mundo e eu gostaria de ter o direito, ou não, de expor meus filhos ao Coliseu.

Caso seja aprovada a nova versão do artigo 20 do Código Civil, uma coisa permanecerá imutável, a sua frágil redação. Ficaria assim:

"A mera ausência de autorização não impede a divulgação de imagens, escritos e informações com finalidade biográfica de pessoa cuja trajetória pessoal, artística ou profissional tenha dimensão pública ou esteja inserida em acontecimentos de interesse da coletividade."

É a liberdade irrestrita, mas preocupa o uso de um termo tão ambíguo quanto divulgação no enunciado. Divulgar é promover, um verbo que abre espaço para a comercialização indevida. Não tem nada a ver com o livre pensar ou a memória da história. Não é publicar e nem transmitir.

Valia uma revisão.

LIBERDADE, SEXUALIDADE, VISIBILIDADE - Gisela Haddad

Teria o mundo se transformado numa grande vitrine 
na qual só quem se exibisse poderia fazer parte dele?

Mulheres comuns estão tirando as roupas e exibindo sua nudez. Algumas participam de ensaios de fotos sensuais feitas em estúdio para presentear maridos ou namorados; outras estampam calendários, vendidos para angariar fundos para alguma causa social. Sem motivos aparentes, mães de família de classe média americana, por exemplo, responderam ao apelo de um site para serem fotografadas nuas em alguma atividade banal, como jogar cartas. Suas fotos podem ser vistas por quem quiser visitar o tal endereço na internet. Teria o mundo se transformado em uma grande vitrine e somente quem conseguir certa visibilidade (seja lá qual for o preço) pode fazer parte dele? A liberdade sexual alcançada nas últimas décadas pelas mulheres as estaria incentivando a “assumir” sua sensualidade sem constrangimentos? Seria mais fácil hoje viver a fantasia feminina (antes inadmissível) de ser parte do imaginário erótico masculino? Por que, diante de tanta liberdade para escolhermos estilos de vida sexual e modos inusitados de gerenciar nosso corpo, a exibição deste nos parece tão sedutora?

Refletir sobre esta associação entre liberdade, sexualidade e visibilidade requer uma pequena – e não tão simples – revisão do percurso da cultura, este complexo patrimônio simbólico produzido por nós mesmos, sem deixar de lado o fato de as mudanças de alguns valores, que antes demoravam mais de uma geração para se constituir, hoje nos atropelarem com novas e inusitadas questões. Dentre elas, as desconstruções radicais de antigas crenças e modos de existência, que aparecem tanto na maneira de viver a sexualidade (independentemente do gênero), incluindo aí os contornos e limites do corpo erótico (principalmente para as mulheres), quanto a “midiatização” do cotidiano. Vale lembrar que a publicidade se apropriou de imagens eróticas femininas para agregar valor às mercadorias.

Freud foi um dos teóricos mais sensíveis ao papel que a sexualidade humana teria na produção de cultura e, percebendo seu caráter disruptivo, apontou a importância de sua regulação para um gerenciamento da convivência. Para cada época existem comportamentos que são incentivados e aprovados e outros que costumam ser desestimulados e condenados. O apetite sexual das mulheres já foi encarado como uma alquimia de feiticeiras e bruxas prontas a exercer as tentações que culminariam com a perdição da alma humana, mas estão longe de nós os dias em que a sexualidade humana – e o ato sexual, propriamente dito – era tabu. Hoje, esses assuntos fazem parte de uma ciência que se preocupa em nos informar sobre como bem viver.

Mas é justamente por falhar repetidas vezes em conformar as normas e restrições da cultura que a regulam que a sexualidade humana se manteve durante grande parte da história como um tema pouco veiculado. Isto foi particularmente mais verdadeiro em relação à sexualidade feminina, abafada sob diferentes justificativas, fosse pela ideologia judaico-cristã que nos guiou durante séculos exaltando um modelo de mulher assexuada, fosse porque coube aos homens, durante longo período, gerenciar a distribuição de prazer (e de poder) da cultura, tomando para si a parte majoritária. 

Com isso, as mulheres viveram muito tempo entre dois modelos: o da santa (todas as “mães puras”) e o da prostituta (as mulheres que exalassem sensualidade). Ambos gravitam em torno de uma lógica masculina de compreensão do feminino, fantasia que ainda prende pessoas de ambos os sexos, com aval da cisão promovida pela tradição cristã que tanto dividiu de um lado o amor sexual e de outro o sentimento casto, quanto tentou dar um destino à interdição do corpo materno, santificando-o.

O recato (cobrir as partes do corpo que pudessem lembrar qualquer sinal de êxtase) foi por muito tempo uma norma, um imperativo que visava acalmar as pulsões eróticas das mulheres, assim como os temores masculinos de uma sexualidade feminina ilimitada. Paradoxalmente este recato como regra abriu a possibilidade para que cada parte do corpo feminino pudesse se transformar em fetiche para os olhos desejosos dos homens (vide o longevo sucesso das revistas com poses sensuais ou com nudez parcial, voltadas para o consumo principalmente masculino). 

Hoje não só a mulher foi sensualizada e está eroticamente emancipada, como a corporeidade de ambos os sexos ganhou vulto nunca antes alcançado em termos de visibilidade e espaço na vida social. Mas se é verdade que certo “excesso do erótico” pode funcionar como forma de se opor ao longo período de censura e repressão à sexualidade feminina, também é verdade que a mídia contemporânea incentiva a cultura atual à exaltação do corpo. Esta passagem do recato à visibilidade não é gratuita.

Vivemos em sociedades cada vez mais complexas em que o excesso de imagens exige-nos a tarefa permanente de traduzir e discernir este “a mais”. Há uma articulação constante entre a prevalência de imagens, a circulação de informações e estímulos velozes e simultâneos e a produção e consumo de narrativas. Sabemos que a imagem nos constitui e dela nos apossamos em um constante movimento de subjetivação para nos apresentarmos, nos comunicarmos, nos seduzirmos e sermos seduzidos. Se hoje dependemos muito mais do olhar de reconhecimento dos outros sobre nós para afirmar e reafirmar nossa existência e nosso valor, a mídia se alimenta do interesse e acena o tempo todo com a possibilidade de alguns minutos de fama. Ficamos diante desta tênue fronteira que a lógica do consumo e do espetáculo impõe à ética e que descortina ao menos dois fatos da atualidade. 

Primeiro: cabe à cultura conciliar uma civilização mais erótica e ao mesmo tempo mais livre e mais justa sem que isso se confunda com fundamentos moralistas de comportamento sexual. 

Segundo: cabe a cada um o gerenciamento da exposição de sua imagem, incluída aí a difícil administração dos apelos sedutores aos minutos de fama, cada vez mais acessíveis, que muitas vezes alimentam nossa sede de amor. Difícil tarefa.
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A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

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