ATAQUE DE RAVIA É COMUM, O DESCONTROLE NÃO.

Quem nunca sentiu raiva de alguém ou de uma situação? A raiva é, como todos os sentimentos, normal e em diversas ocasiões você ficará frente a frente com ela. A raiva está relacionada com uma frustração, uma insegurança ou quando você de alguma maneira se sente ameaçado. Todos nós sentimos raiva, o que varia é a intensidade do sentimento e as formas de expressão. E é aí que você deve ter cuidado para não ser intenso demais e prejudicar a si e aos que te rodeiam.

Se você tem a agressividade exagerada e por qualquer motivo perde a razão, grita, xinga pessoas pode se tornar indesejada no ambiente social e profissional. Afinal, ninguém gosta de conviver com alguém que possa explodir a qualquer momento. A raiva convertida em agressividade intensa é também perigosa, pois, você não pode prever de que maneira a pessoa que é alvo de sua raiva vai reagir. Não é raro ver em noticiários que brigas banais de trânsito, por exemplo, terminem em morte. Portanto é bom tomar cuidado com ataques súbitos.

Algumas pessoas acham que os problemas só serão resolvidos aos gritos ou que só alcançaram o reconhecimento e o respeito se agirem com grosseria e descontando em todos sua raiva. Em muitas profissões ataques de raiva são inclusive confundidos com competência. Principalmente em cargos de chefia é comum encontrar pessoas que se descontrolam por motivos muitas vezes pequenos e acreditam que com a alteração da voz irão conseguir resolver os problemas.

Uma pessoa que está constantemente com raiva de tudo e de todos está certamente desequilibrada. O mesmo acontece com que nunca demonstra qualquer sinal de raiva. Que age desta maneira pode segura o sentimento até o ponto de fazer mal ao organismo. O famoso "engolir sapo" não faz bem a ninguém. Nenhuma das situações é benéfica e as duas personalidades precisam repensar na maneira como lidam com as frustrações e as contrariedade comuns da vida.

Nós todos somos compostos de sentimentos bons e ruins. Alegria, tristeza, raiva e amor convivem dentro de nós e cabe a cada um dar a vazão necessária para os sentimentos. O que não podemos jamais é que um sentimento seja mais forte e presente que os demais, pois desta forma ficamos desequilibrados e propensos a diversos fatores negativos.
Letícia Murta

MARTHA MEDEIROS - Feliz por nada

Geralmente, quando uma pessoa exclama Estou tão feliz!, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.
Digamos: feliz porque maio recém começou e temos longos oito meses para fazer de 2010 um ano memorável. Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou. Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama.
Esquece. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.
Feliz por nada, nada mesmo?
Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza. "Faça isso, faça aquilo". A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?
Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando "realizado", também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.
Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.
Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre. Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?
A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.

MARTHA MEDEIROS - Felizes por nada

Consagrar o Brasil como o campeão mundial de felicidade é passar
 atestado da nossa alienação e do nosso desinteresse pelo futuro".

Quando me perguntam q que atribuo o fato de minha última coletânea de crônicas estar há 32 semanas na lista dos mais vendidos, não me ocorre outra resposta: só pode ser por causa do título, já que o conteúdo é semelhante às coletâneas anteriores. No entanto, nenhuma teve uma receptividade tão calorosa quanto "Feliz por nada", um livro que traz textos sobre as triviais situações do cotidiano, e não sobre a Felicidade, aquela, com maiúscula e traje de gala. Como se explica?
Surgiu uma pista: foi divulgado, semana passada, o resultado de uma pesquisa que revela que o Brasil é o campeão mundial de felicidade. Mundia! As entrevistas devem ter sido feitas numa época do ano diferente da que estamos, pois quem consegue ser tão feliz prestes a entregar a declaração do imposto de renda? Pagamos os tubos para o governo , que gentilmente retribui nos dando uma banana. Os que buscam saúde de qualidade, educação de qualidade e segurança de qualidade t6em que pagar por fora. Os pedágios seguem altos. Tudo é caro: roupa, alimento, remédio, transporte. Aeroportos não dão conta do movimento, criminosos são soltos por falta de espaço nas prisões, o trânsito nas grandes cidades está estrangulado, o tráfico de drogas acontece a céu aberto. Nem precisamos perguntar para onde vão os bilhões que o governo arrecada e que deveriam ser reinvestidos no país. Vão para o mesmo lugar aonde vai nosso voto: para o bolso dos sem-escrúpulos
Logo, somos realmente felizes por nada. Se não temos a bravura de de nos mobilizarmos, ao menos nos sobra a capacidade de extrairmos alegria de todo o resto: desde os gols do Neymar até uma receita nova de panqueca. Não deixa de ser um estágio existencial avançado – em vez de um povo frustrado por não ter casa própria, o vestido de grife ou o Ipad recém-lançado, as pessoas curtem a floreira embaixo da sua janela, o café da manha com o namorado, o último capítulo da novela, o primeiro desenho que o filho fez na escola. A notícia é boa, mas também é ruim: tudo indica que estamos valorizando as pequenas delicadezas que a rotina oferece com fartura, o que explica não nos importarmos tanto por sermos roubados e por vivermos sitiados dentro de edifícios gradeados.
Faço parte do time que acredita que ficar em casa lendo um livro ou se reunir com amigos para tomar um vinho equivale a uma festa a rigor(na verdade, considero melhor que uma festa a rigor). Individualmente, a simplicidade é uma forma saudável de levar a vida, é o que defendo. Mas quando uma nação inteira se revela satisfeita com merrecas, sem ter o básico garantido, alto lá. Consagrar o Brasil como campeão mundial de felicidade é passar atestado da nossa alienação e do nosso desinteresse pelo futuro. Seria mais decente nos emburrarmos um pouco.

SEGREDO DA POPULARIDADE PODE SER A HABILIDADE DE PERCEBER O QUE OS OUTROS SENTEM

De acordo com um estudo das universidades de Oxford e Liverpool (Inglaterra), o segredo de quem tem muitos amigos pode estar na capacidade de “adivinhar” o que outras pessoas estão pensando e, em especial, antecipar o que querem. É claro que a habilidade não tem nada a ver com uma habilidade sobrenatural e sim com a sensibilidade e boa leitura de sinais, que permitem captar o estado mental de outras pessoas. O termo usado pelos cientistas para isso é “mentalising”.
Pois bem. Os pesquisadores descobriram que o córtex órbito-frontal (parte do cérebro logo acima dos olhos, importante para as habilidades sociais e a capacidade de imaginar o que está rolando na cabeça de outra pessoa) é bem maior em quem tem muitos amigos. O estudo também sugeriu uma ligação entre a habilidade da ‘leitura de mentes’ e a capacidade de manter um círculo de amigos realmente significativos, ao contrário de meros conhecidos.
Depois de terem seu cérebro analisado por meio de ressonância magnética na Universidade de Liverpool, 40 voluntários tiveram que listar todas as pessoas com quem haviam se envolvido socialmente (o que não incluía relações profissionais) ao longo dos últimos sete dias. Eles também passaram por um teste psicológico de sua capacidade de “ler a mente” dos outros.

O professor e pesquisador Robin Dunbar, do Instituto de Biologia Evolutiva e Cognitiva da Universidade de Oxford, explicou ao jornal Daily Mail: “Descobrimos que os indivíduos que tinham mais amigos se saíram melhor em tarefas de ‘mentalising’ e tinham mais volume neural no córtex órbito-frontal.”
A psicóloga e co-autora do estudo Joanne Powell, da Universidade de Liverpool, completou: “Talvez a descoberta mais importante do nosso estudo seja termos sido capazes de mostrar que a relação entre o tamanho do cérebro e o tamanho da sua rede social é mediada pela habilidade de ler mentes”.
O professor Dunbar ainda ressaltou a importância de lembrar que todos os voluntários eram estudantes de pós-graduação com praticamente a mesma idades e com oportunidades semelhantes para atividades sociais. Mesmo assim, alguns se deram melhor que outros. Apesar de fatores como a quantidade de tempo livre para socializar, onde vivem, sua personalidade e gênero influenciarem os tipos de amizade que a pessoa terá, a habilidade de saber o que se passa na mente dos outros foi um fator predominante.
P/Ana Carolina Prado

REBELDIA E CONFORMISMO PODEM ESTAR LIGADOS A TAMANHO DE REGIÃO CEREBRAL

Qual será que era o tamanho do córtex orbitofrontal lateral de James Dean, hein?
Cientistas das Universidades de Nova York, Aarhus e College London descobriram uma relação entre a quantidade de matéria cinzenta (basicamente, as células nervosas, onde o processamento das informações ocorre) em uma região cerebral específica e a propensão das pessoas a serem influenciadas pelas pressões sociais. O conformismo, no caso, significa o quanto nos deixamos levar pela opinião dos outros quando fazemos escolhas – desde aquilo que vamos comer no jantar até nossas preferências políticas.
Para identificar as regiões estruturais do cérebro que poderiam se relacionar com essa característica, os pesquisadores mediram os volumes das áreas cerebrais de 28 participantes a partir de imagens tridimensionais fornecida por Ressonância Magnética (RM).
Para medir como reagem à influência social, os participantes tiveram de fazer uma lista de suas músicas preferidas duas vezes: uma antes e outra depois de um crítico musical especializado ter dado sua opinião sobre essas escolhas e ter feito sua própria lista. O grau em que as suas opiniões diferiam entre uma lista e outra serviu como uma medida de conformidade à opinião alheia.
O resultado
Os pesquisadores descobriram que uma única região cerebral estava associada a essa característica: o córtex orbitofrontal lateral, em ambos os hemisférios do cérebro. A descoberta sugere que essa área está programada para reconhecer sinais de conflito social (como quando uma pessoa – no caso, um especialista – não aprova sua escolha), o que pode levar seu cérebro a atualizar suas opiniões para se conformar com a dos outros. Pode ser por isso que pessoas que tenham sofrido danos nessa região muitas vezes exibem alterações de personalidade e interação social.
Segundo o autores, o resultado é importante para mostrar que a nossa capacidade de nos adaptarmos aos outros e alinharmos nossas opiniões é, pelo menos em parte, uma questão estrutural: depende do nosso hardware (a estrutura do nosso cérebro), e não tanto do software (o processamento das informações que ocorre ali). E pode já estar determinado no momento do seu nascimento.
O estudo foi publicado recentemente no periódico Current Biology.
P/Ana Carolina Prado 

CONSELHOS QUE NEM SEMPRE DÃO CERTO - Várias cabeças pensam melhor que Uma

Essa você já ouviu: diante de uma decisão difícil, o ideal é pedir ajuda. Afinal, ter duas pessoas quebrando a cabeça para resolver um problema é melhor do que uma só, dizem. Três, então, é ainda melhor do que duas, e assim por diante. Mas esse não é um bom conselho. Por que? Porque nem sempre.

Enrolações à parte, a explicação é bem simples: ao buscar uma solução com outras pessoas, você acaba confiando mais naquilo que for consenso e dá menos importância a opiniões individuais. Isso pode te fazer ignorar pontos importantes ou soluções mais espertas. “O processo colaborativo é o próprio problema”, explica a psicóloga Julia A. Minson, que conduziu um estudo sobre o tema na Universidade da Pensilvânia.

Na pesquisa, publicada na revista Psychological Science, Minson e a psicóloga Jennifer S. Mueller pediram a 252 pessoas que estimassem nove números relacionados com a geografia, demografia e o comércio dos Estados Unidos. Essas estimativas foram feitas individualmente e após discussões em grupos, e cada pessoa também teve que classificar o nível de confiança em suas respostas.
Depois, os voluntários puderam ver as estimativas de outros e fazer alterações nas suas próprias, se quisessem. Para deixar a brincadeira mais legal – e engajar ainda mais o pessoal – cada um ganhava US$30 a cada duas rodadas, mas perdia US$1 para cada ponto percentual que desviasse da resposta correta.
Os resultados:
1) Quem trabalhou em grupos de quatro pessoas (ou teve “mais cérebros pensando sobre um problema”) não se saiu melhor do que as duplas ou trios e 
2) nas primeiras tentativas, quem trabalhou em dupla acertou um pouquinho mais do que quem estava sozinho. Mas essa diferença sumiu depois que os participantes puderam comparar seus palpites com os dos outros e alterá-los.
O segundo ponto pode ser explicado pelo terceiro: 
3) Aqueles que trabalharam com um parceiro eram mais confiantes em suas estimativas e menos dispostos a aceitar influência de fora.

Segundo as pesquisadoras, esse excesso de confiança custou caro: se essas pessoas tivessem prestado mais atenção aos números que vieram de fora e reconsiderassem seus palpites, provavelmente teriam se saído melhor. Foi o que aconteceu com quem trabalhou sozinho.

Então não, um grupo de 10 pessoas não é 10 vezes melhor. Na verdade, ocorre o oposto: “Matematicamente, tem-se um resultado melhor quando a decisão é tomada a dois. Para cada pessoa adicional, esse benefício cai em uma curva descendente”, disse Julia Minson.
Mas que fique claro que isso não significa que devemos abolir o trabalho em equipe. O segredo, segundo o estudo, é saber dessa desvantagem (o excesso de confiança) e procurar formas de compensá-la. As equipes podem ser incentivadas, por exemplo, a ouvir mais as opiniões individuais e as de fora.
A mesma coisa vale para um casal que toma uma decisão financeira, por exemplo. “Só porque você tomou uma decisão com outra pessoa e se sente bem com isso, não tenha tanta certeza de que já resolveu o problema e não precisará da ajuda de ninguém”, disse Minson. Em outras palavras, tenha bom senso e não se feche em um mundinho com sua dupla ou equipe.
Ana Carolina Prado/Via Psychological Science

COMO A CIÊNCIA TENTA EXPLICAR O QUE CHAMAMOS DE PRESSENTIMENTO E POR QUE PRECISAMOS DELE

Você vê um amigo de longe e, em questão de pouquíssimos segundos, tem o “pressentimento” de que há algo errado. Quando os dois se sentam para conversar, ele conta que realmente está passando por problemas sérios. Como você sabia? O neurocientista David Eagleman, que dirige o Laboratório de Percepção e Ação do Baylor College of Medicine no Texas, traz uma explicação no livro “Incógnito – As Vidas Secretas do Cérebro”.

Para entender, imagine outra situação: você e outras pessoas estão diante de uma mesa com quatro baralhos. Cada um precisa escolher uma carta a cada rodada – e o que aparecer nela pode significar perdas ou ganhos em dinheiro. Mas há um detalhe: dois desses baralhos têm mais cartas boas (ou seja, fazem você ganhar dinheiro) e dois têm mais cartas ruins. Quem escolhe o baralho é o próprio participante que está tirando a carta. Em todas as rodadas, enquanto toma a decisão, cada pessoa é interrogada sobre quais baralhos acredita serem bons ou ruins. Quanto tempo você acha que levaria para descobrir isso?
Um neurocientista chamado Antoine Bechara e alguns colegas fizeram um experimento exatamente assim em 1997 e descobriram que os participantes precisavam tirar, em média, 25 cartas para sacar quais baralhos eram bons ou ruins.
Mas havia um detalhe: eles também mediram, durante toda a tarefa, as reações elétricas da pele de cada participante – que seriam um reflexo da atividade do sistema nervoso autônomo, responsável pela reação de luta ou fuga, por exemplo. Assim, quando a pessoa se sentisse ameaçada, isso seria indicado por esse medidor.
E foi isso que permitiu uma descoberta espantosa: o sistema nervoso autônomo conseguia decifrar a estatística dos baralhos bem antes que a consciência dos participantes: por volta da 13ª carta. A essa altura, cada vez que um deles estendia a mão para pegar a carta de um baralho ruim, havia um pico de atividade elétrica em sua pele – em outras palavras, uma parte do seu cérebro lhes enviava um sinal de alerta, como que dizendo “Cuidado, cara! Esse baralho vai te fazer perder dinheiro!”.
Mas acontece que a mente consciente dessas pessoas ainda não era capaz de captar a mensagem claramente. Isso se manifestou, então, na forma de um “pressentimento”: elas começavam a escolher os baralhos bons antes mesmo de poderem explicar o porquê.
Esse pressentimento é necessário para fazermos boas escolhas. O experimento foi repetido com voluntários que tinham danos na área do cérebro responsável pela tomada de decisões– o córtex pré-frontal ventromedial. Descobriu-se que essas pessoas não eram capazes de formar aquele sinal elétrico de alerta na pele. Ou seja, seu cérebro não conseguia compreender as estatísticas tão rápido e, assim, não os advertia. Mas, mesmo quando sua mente consciente finalmente compreendeu quais eram os baralhos bons e ruins, eles continuaram a escolher as cartas dos montes errados. Se a sua consciência sabia o que fazer, mas mesmo assim eles não o faziam, isso indicaria que a atividade “escondida” do cérebro (que se manifesta nesse caso na forma do que chamamos de “pressentimentos”), é essencial para a tomada de decisões vantajosas.

Reconhecendo rostos
O resultado desses estudos condiz com uma descoberta posterior relacionada a pessoas consideradas prosopagnósicas – aquelas que são incapazes de reconhecer rostos. Fazendo essa medição dos impulsos elétricos de sua pele, pesquisadores concluíram que elas apresentavam uma atividade maior quando viam o rosto de uma pessoa que conheciam. Uma parte do seu cérebro ainda era capaz de distingui-los. O problema é que isso não chegava à sua mente consciente.
Voltando ao caso do primeiro parágrafo: o “pressentimento” que você teve em relação ao seu amigo pouquíssimos segundos após olhar para ele provavelmente tem uma explicação parecida. Antes que sua mente consciente sequer tomasse conhecimento de que ele estava ali, é possível que seu cérebro já tivesse analisado sua linguagem corporal e registrado sinais de que havia algo de errado com ele.
Isso ensina que:
1) Apesar de sua mente consciente (ou aquilo que você considera você) levar o crédito por tudo, ela sabe muito pouco das atividades todas que rolam na sua cabeça – no máximo, ouve sussurros dela. 
Mas isso não é um problema porque 2) graças a esses “pressentimentos”, podemos tomar decisões vantajosas mesmo sem estarmos conscientes da situação.

Quer tomar a decisão certa? Jogue uma moeda
Se a nossa mente consciente sabe tão pouco do mundo em comparação com o que está inconsciente, como podemos acessar as informações que não chegam até ela e tomar boas decisões?
O neurocientista David Eagleman dá a dica: pegue uma moeda, determine qual face equivale a qual decisão e vá no cara ou coroa. Não, não é que você vai decidir assim, pelo acaso. O truque é avaliar sua sensação depois que a moeda cair. Caso se sinta levemente aliviado com o resultado, essa é a decisão correta para você. Se, em vez disso, se irritar e achar isso ridículo, talvez devesse escolher a outra opção.
P/Ana Carolina Prado.

GABRIEL GARCIA MARQUEZ - É Necessário Abrir os Olhos...


É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão. 
O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, 
pois a vida está nos olhos de quem saber ver.
Gabriel Garcia Marquez

MARTIN LUTHER KING JR. - Fragmentos


Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira.O que me assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos.Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos.

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É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão que sentar-se, fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em casa me esconder.
Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver.

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O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem-caráter, nem dos sem-ética.
O que mais preocupa é o silêncio dos bons.
Martin Luther King 

ARNALDO ANTUNES - O Que Você Quer Saber de Verdade


Vai sem direção
Vai ser livre
A tristeza não, não resiste
Solte seus cabelos ao vento não olhe pra trás
Ouça o barulhinho que o tempo no seu peito faz
Faça sua dor dançar, atenção para escutar esse movimento que trás paz
cada folha que cair, cada nuvem que passar
Ouve a terra respirar pelas portas e janelas das casas
Atenção para escutar o que você quer saber de verdade.
Arnaldo Antunes

DALAI LAMA - do livro "O caminho da tranquilidade"

"Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior. Estas atitudes se refletirão em mudanças positivas no seu ambiente familiar.
Deste ponto em diante, as mudanças se expandirão em proporção cada vez maiores. Tudo o que fazemos produz efeito, causa algum impacto."

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"Descobri que o mais alto grau de paz interior decorre da prática do amor e da compaixão. Quanto mais nos importamos com a felicidade de nossos semelhantes, maior o nosso próprio bem-estar. Ao cultivarmos um sentimento profundo e carinhoso pelos outros, passamos automaticamente para um estado de serenidade. Esta é a principal fonte da felicidade."

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"Se seus sonhos estiverem nas nuvens, não se preocupe, pois eles estão no lugar certo; agora construa os alicerces"
(Dalai Lama)

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FRANZ KAFKA - 15 pensamentos

1 - Quem possui a faculdade de ver a beleza, não envelhece.

2 - O tempo é teu capital; tens de o saber utilizar. Perder tempo é estragar a vida.

3 - Existe uma meta, mas não há caminho; o que chamamos caminho não passa de hesitação.

4 - Só podia encontrar a felicidade se conseguisse subverter o mundo para o fazer entrar no verdadeiro, no puro, no imutável.

5 - Toda a educação assenta nestes dois princípios: primeiro repelir o assalto fogoso das crianças ignorantes à verdade e depois iniciar as crianças humilhadas na mentira, de modo insensível e progressivo.

6 - Acreditar no progresso não significa que já tenha acontecido algum progresso.

7 - Um livro deve ser o machado que quebra o mar gelado em nós.

8 - Depois de ter dado abrigo ao mal, ele não mais pedirá que você acredite nele.

9 - Todos os erros humanos são fruto da impaciência, interrupção prematura de um processo ordenado, obstáculo artificial levantado ao redor de uma realidade artificial.

10 - A incitação à luta é um dos meios de sedução mais eficazes do mal.

11 - A história dos homens é um instante entre dois passos de um caminhante.

12- Os pontos de vista da arte e da vida são diferentes ainda que no mesmo artista.

13 - O gesto de amargura do homem é, com freqüência, só o petrificado assoreamento de um menino.

14 - A literatura é sempre uma expedição à verdade.

15 - Não desesperes, nem sequer pelo fato de que não desesperas. Quando tudo parece findo, surgem novas forças. Isto significa que vives.

WILLIAM FAULKNER - Loucura Subjectiva


Às vezes não tenho tanto a certeza de quem tem o direito de dizer quando um homem é louco e quando não é. 

Às vezes penso que não há ninguém completamente louco tal como não há ninguém completamente são até a opinião geral o considerar assim ou assado. 

É como se não fosse tanto o que se faz, mas o modo como a maioria das pessoas o encara quando o faz. 

TATE BRITAIN MUSEUM (GALLERY), London - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra, passo a passo pelo museu

THE METROPOLITAN MUSEUM OF ART , New York - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra, passo a passo pelo museu

MUSEU RAINHA SOFIA - Madrid - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra, passo a passo pelo museu

GEMÄLDEGALERIE - Berlin - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra, passo a passo pelo museu

MUSEU VAN GOGH - Amsterdam - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra, passo a passo pelo museu

MUSEU NACIONAL REINA SOFIA - Madrid - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra, passo a passo pelo museu

THE NATIONAL GALLERY OF LONDON - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra, passo a passo pelo museu

PALÁCIO DE VERSAILLES - França - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra, passo a passo pelo museu

RIJKSMUSEUM - Amsterdam - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra, passo a passo pelo museu

MARTHA MEDEIROS - Fidelidade Feminina

Eu adoraria trocar minha manicure por outra novinha que recém entrou no salão.
Me diz se tem cabimento isso. 
Já troquei de marido três vezes, e não tenho coragem de deixar a Suely”

Peguei a conversa pela metade, mas não pude deixar de acompanhar até o final. Ninguém resiste a escutar uma mulher confidenciado um segredo a outra.
- Desde quando isso está acontecendo?
- Ainda não está acontecendo, mas vai acontecer em breve. É horrível ter que traí-lo, nunca me imaginei nessa situação. A gente sempre se deu tão bem. Mas sinto que chegou a hora de meu turning point.
Você conheceu outro?
- Uma colega me apresentou. Fiquei fascinada. Tão solto, tão moderno.
- Procura resistir, Marília! Afinal, você construiu uma relação sólida de...quanto tempo mesmo?
- Dezessete anos, acredita? E nunca olhei para o lado, sempre com ele, fiel como uma labradora. Hoje, é meu melhor amigo. Muito além do que qualquer outra coisa.
- E você vai arriscar perder essa cumplicidade por causa de uma tentação?
- Rê, chega uma hora em que é preciso mudar. Eu vou fazer 50 anos. Olho todos os dias para o espelho e exergo a mesma cara, a mesma falta de brilho. Estou envelhecendo sem arriscar nada, sem experimentar algo diferente, nunca. Me diz a verdade: você acha que ele irá suportar?
- Tá brincando! Você pretende contar a ele????
- Ele vai reparar, né? Lógico!
- Não precisa falar nada, mulher! Se você for discreta, ele não vai descobrir.
- Só se eu trocasse de cidade, Rê. Ele vai ficar sabendo no mesmo dia. Você sabe como as fofocas voam.
- Se você pretende fazer essa besteira mesmo, melhor pensar nas consequências. A não ser que ele seja muito bem resolvido.
- Quem é bem resolvido numa hora dessas? Ele vai querer me matar. Vai me chamar de traíra pra baixo. Vai se sentir um lixo de homem.
- Ai, Marília. Pra que inventar moda a essa altura do campeonato? Claro que às vezes também fico a fim de experimentar uma novidade, quem não fica? Mas, por outro lado, é tão bom não precisar mentir, não ter que criar desculpas...Uma amiga minha fez essa bobagem e conseguiu ser perdoada porque garantiu que tinha acontecido uma vez só, e em Nova York! O cara engoliu, mas a relação está estremecida até hoje, nunca mais foi a mesma.
- Eu sei, eu sei, só que não aguento mais usar o mesmo corte há 17 anos. Estou decidida, Rê. Vou trocar de cabeleireiro. Se me arrepender, assumo as consequências. Não suporto mais ficar refém de uma situação que é cômoda, mas que não me revitaliza.
- Então só posso te desejar boa sorte, amiga. Vou te confessar uma coisa, mas não espalha: eu adoraria trocar minha manicure por outra novinha que recém entrou no salão. Me diz se tem cabimento isso. Já troquei de marido três vezes, e não tenho coragem de deixar a Suely.

ROSELY SAYÃO - Filhos, Sábado é Dia de Balada e de Preocupação

Sábado pode ser um dia pesado na vida de quem tem filho adolescente. Em geral, é nesse dia que eles querem sair para a balada, por isso os pedidos dirigidos aos pais para obter e permissão necessária começam a ficar mais pesados. Eles pressionam de todos os modos: ora com sedução, ora com embromação, ora com cara feia e reclamações sem fim. Mas, uma coisa é certa: eles não desistem facilmente, não.

E eles têm razão, não têm? Afinal, uma das partes boas da vida deles é justamente festejar. Estar com amigos, conhecer gente nova, ficar, dançar, beber, “zoar”, “azarar”, ficar na boa, ter prazer. O que mais eles poderiam querer?

A questão é que eles sabem – e muito bem – o que querem. Mas ainda não discriminam bem se o que eles querem pode fazer bem ou mal a eles. Além disso, não têm maturidade, muitas vezes, para não perder o próprio eixo frente às sedutoras tentações que surgem nem para reagir frente a situações totalmente inesperadas que podem ocorrer nessas situações. É por isso que muitos pais ainda não dão a eles a tão desejada permissão. Acham que é preciso esperar um pouco mais, ainda. É claro que isso eles não aceitam nem entendem, o que coloca seus pais frente a um dilema cruel. Afinal, deixar ou não deixar que eles saiam e freqüentem as baladas?

A questão é bem mais complexa para os pais. Decidir por uma ou outra alternativa até que pode não ser tão difícil assim. O que realmente exige a atitude firme dos pais é o que vem logo depois de a decisão ter sido tomada e comunicada ao filho.

Caso os pais tenham escolhido pela negativa, que se preparem para a tempestade que há de vir. Perder uma balada pode parecer, a eles, algo fatal. A vida deles nunca será a mesma, é o que imaginam. Outra oportunidade dessas de viver intensamente, eles nem consideram que possam existir.. É por isso que sofrem tanto quando não têm a permissão para ir, e fazem questão de declarar esse sofrimento aos pais. Firmeza, atitude acolhedora e encorajadora é o que eles precisam nesse momento. E isso nem sempre é fácil para os pais.

Já se os pais decidirem por permitir, o trabalho não acaba aí. É preciso tutela discreta, acompanhamento passo a passo para avaliar se já conseguem administrar a situação e respeitar os limites colocados para que o passe permaneça válido para o próximo pedido etc. E isso dá bastante trabalho.

Moral da história: nenhuma das escolhas é fácil de ser tomada e bancada. Muitos pais acreditam que dar qualquer uma das respostas – em geral a que o filho quer – os livra de problemas, chateações e do trabalho educativo. Deixar ou proibir resultam no mesmo trabalho, afinal. Por isso, talvez o mais sensato seja tomar a decisão que tenha valor de apontar ao filho o norte do estilo familiar de viver, e não a que tenha o simples valor de deixar ou não o filho ir à balada.

DALTON TREVISAN - Grávida porém virgem

Na volta da lua-de-mel, Maria em lágrimas confessou à mãe que ainda era virgem.
Lembrava dona Sinhara como o noivo se apresentou pálido na igreja, por demais nervoso? Justificou que, filho amoroso, muito se afligia com a mãe doente. No ônibus, a mão suada, e esquecido da noiva, olhava a paisagem.
Primeira noite o varão fracassou vergonhosamente. Foi alegada inexperiência. A estranha palidez na igreja de violenta crise nervosa — a mãe tinha saúde perfeita. Maria iludiu-se que era desastre passageiro. Ai dela, assim não foi: noite após noite João repetiu o fiasco. Arrenegava-se de trapo humano, não tomava banho nem fazia a barba. A pobre moça buscou recuperá-lo para os deveres de estado. Uma noite, envergando a capa pijama, saiu de óculo escuro, a noite inteira entregue às práticas do baixo espiritismo.
— O que me conta, minha filha! Me nego a acreditar. João, um rapaz tão simples, tão dado... Dona Sinhara evocava o noivo delicado e de fina educação.
— É para a senhora ver, mãe!
Dia seguinte ao casamento um tipo esquisito, que vivia aflito. Uma feita e outra feita, submeteu a moça a provas de intimidade, as quais não foram além do ensaio.
Mais que se enfeitasse para agradá-lo, indiferente aos encantos de Maria. De vez em longe, sem resultado, perseguia o impossível ato. Depois a acusava de única culpada. Suspeitando-a de traição com o primeiro noivo, agredida a bofetão e pontapé:
— Tem de apanhar bastante, Maria. Você é uma histérica!
Proibida de pintar a olho, tingir o cabelo, usar saia curta e calça comprida, sem que ele chegasse a conhecer a noivinha.
Pretendia arrastá-la ao suicídio a fim de esconder o seu desastre. Em provocação soprava-lhe no rosto a fumaça do cigarro.
Com a brasa queria marcar-lhe a bochecha para que deixasse de ser vaidosa.
— Por que judia de mim, querido?
— Bem sabe por que, sua cadela!
E, quarenta dias de casada, vinte em viagem e vinte em casa, ali estava Maria, a mais inteira das donzelas.
— Ter uma conversa com esse sujeitinho — bradou furiosa dona Sinhara.
Não era tudo: comprou coleção de fotos pornográficas, obrigada a admirá-las uma por uma. Nem assim prestou-se aos caprichos do noivo — eram quadros imundos e pecaminosos. Suspendendo pelo cabelo ou afogando a garganta, ele a constrangia às suas loucas fantasias. Saciado, era jogada ao chão, dali erguida aos bofetões.
— Ah, o teu pai que saiba... – persignou-se dona Sinhara.
Na volta da lua-de-mel, João em lágrimas confessou à mãe que a noiva não era pura. Desde a primeira noite, mais carinhoso que fosse, acusava-o de trair o seu ideal. Sá havia casado para se livrar dos pais e merecer o título de esposa.
— Por que judia de mim, querida?
— Você não soube ganhar o meu amor.
Ao exigir satisfações, ouviu dela que tinha caspa na sobrancelha. Censurava-o por deixá-la fria e manifestava repulsa física. Se insistia em tomá-la nos braços, atacada dos nervos, atirava-se ao chão em convulsões. Para reanimá-la, sacudia-a gentilmente, batia de leve no rosto.
Não era a ele que amava e sim ao primeiro noivo, de quem se separou por exigência dos pais. Três dias antes do casamento, estivera com a mãe na casa de Joaquim, propusera com ele fugir, mas o outro respondeu que era tarde. Além do mais, segunda dona Sinhara, todos os convites já distribuídos.
Não queria confessar, abrigada revelava toda a verdade — somente nojo sentia por ele, os seus dentes eram amarelos:
— Depois que me beija tenho de cuspir três vezes!
Não saía do espelho, olho pintado, de saía curta ou calça comprida, o cabelo retinto de loiro:
— Nasci para artista. Não mulher de você, um pobretão!
Reclamando de sua presença no leito conjugal, implicava com o assobio do nariz torto de João:
— Vai você ou vou eu para a sala?
Por ter comido salada de cebola — lembrava-se a mãezinha de como gosta de bife sangrento? — forçado a dormir no sofá.
— O que me conta, meu filho! Me nego a acreditar. Maria, moça tão querida, tão dada... Educada no colégio de freiras, toda cuidados com a futura sogra: um beijinho aqui, um abracinho ali.
— É para ver, mãe! Usa roupa de baixo que a senhora não imagina...
Se não a deixasse em paz, Maria acabava seus dias: engolindo vidro moído, escrevia com batom no espelho que era o culpado. Tal intriga fizera para os sogros que, ao visitá-la, conversavam apenas com a filha, nem cumprimentavam o pobre rapaz, como se ausente estivesse. Uma tarde surgiu-lhe o sogro porta adentro, bradando que recolhera a moça descabelada. Queria saber o que lhe fizera para que ficasse tão chorosa. Se era verdade que lhe marcava a coxa, com brasa de cigarro, se lhe surrupiava o dinheiro da bolsa, se ao sair de casa apagava todas as luzes. Sem esperar a resposta, berrou que tinha mais duas filhas para casar e bateu a porta.
— Ter uma conversa com essa sujeitinha — acudiu furiosa dona Mirazinha, com a mão no peito, sofria de palpitação.
Qual a sua surpresa: a náusea da noiva era... de estar...
— Grávida?! — espantou-se dona Sinhara. — Grávida, apesar de virgem?
O incrível resultado de um ato falho do noivo, segundo Maria, tanto bastou para a concepção.
— Grávida?! — surpreendeu-se dona Mirazinha. — E ainda pretende que é virgem?
— Para a senhora ver, mãe, quem ela é. Após a confissão do filho, Maria foi visitada pela sogra:
— Eu vivo para Cristo. Não para o imundo de seu filho!
Após a confissão da filha, João recebeu a visita de dona Sinhara, que se instalou na companhia dos noivos. A moça não deu a menor atenção a João assim não fosse o rei da família. Ele passava o dia no trabalho e, de volta, queria certa liberdade: lá estava a maldita sogra. Negando-se a moça a ir para o quarto, ficavam bocejando na sala diante da televisão, até que dona Sinhara os mandava dormir. Ele não exercia poder sobre a noiva: nem bife sangrento nem cebola na mesa.
Bem desconfiou que ela era amante da própria tia Zezé. Revoltou-se contra a atitude da noiva que, instigada pela mãe, se negava a cumprir o dever conjugal, arrependida de ter casado tão novinha quando podia aproveitar a vida.
Sempre na casa do pai, Maria confidenciava que João dormia a manhã inteira. À tarde, em vez de ir para o emprego, escondido na esquina, espiava se a pobre moça não recolhia o ex-noivo Joaquim. Mostrava uma folha em branco, exigia lhe revelasse o que estava escrito, eram palavras em tinta invisível — bom pretexto para tentar esganá-la a toda custo.
Existe um motivo para o noivo sentir ciúme, pensou dona Sinhara, é não ser o rei da casa. Bradou para Deus e o mundo que João não era homem bastante para sua filha.
O moço confidenciou para a mãe que, na tarde anterior, entrara a noiva batendo a porta (ó família que tanto bate a porta) e gritando bem alto:
— Fomos a uma parteira. Ela provou que sou virgem!
O pobre rapaz discutiu com o sogro que era detalhe para ser esclarecido.
— Quantos anos você tem, João?
— Vinte e três, sim senhor.
— Com essa idade, João, não sente vergonha de uma esposa virgem?
— Virgem, porém grávida.
O velho indignado exigiu a filha de volta. Respondeu João que Maria estava muito bem com ele. O sogro berrou que se retirasse imediatamente, e a partir daquele dia, proibido de pisar nos seus domínios.
Dona Mirazinha perguntou a uma amiga:
— Como vai a grande cadela?
Porque a chamava de cadela, Maria nunca mais foi visitá-la.
Cada um se queixa do outro para a respectiva família. Ora, a família de Maria está ao lado dela. E a família de João ao lado dele. Casados de três para quatro meses e Maria, segundo ela, sempre virgem. Como pode ser, contesta João, se está grávida?
Um mistério que até hoje não foi decifrado.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

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