CÓDIGO - Caetano Veloso

Roberto Carlos só apareceu agora, quando da mudança de tom. 
Apanhamos muito da mídia e das redes, ele vem de Rei

É incrível que se queira dar agora a impressão de que os artistas reunidos na associação Procure Saber tenham mudado de posição quanto à questão das biografias. Se é para dizer que devemos equilibrar os dois princípios constitucionais — o do direito de livre expressão (na verdade o de informação) e o direito à privacidade —, isso já foi feito por Paula Lavigne em entrevista ao “Estadão” e em aparição no programa “Saia Justa”. 

O artigo de Gil que saiu no GLOBO ao lado de uma entrevista de Joaquim Barbosa (em que a edição enfatizava uma oposição que, se lidos os dois textos, era mais uma complementaridade na busca do fiel da balança) já apontava para o amadurecimento, entre nós, da discussão sobre o assunto. Eu próprio, em minhas afirmações mais definidoras, disse que os artigos 20 e 21 do Código Civil não eram bons e mereciam uma reescritura. 

Atribuí a Roberto Carlos o fato de ter sido obrigado a chegar até ali. Eu, que sempre me posicionara contra a exigência de aprovação prévia para biografias. Hoje (sexta) leio que um administrador de crises sugere que a Procure Saber seja desfeito, já que a mácula de atitude de censores pode sumir das imagens dos artistas, que são mais amados por grandes feitos ao longo de muitos anos do que odiados por uma campanha inglória, mas não da de uma associação.

Bem, o mínimo que posso dizer é que justamente meu desprezo pela ideia de cuidar de minha imagem como quem a programa para obter aprovação é o mesmo que me leva a tender para a liberação das biografias e a olhar com desconfiança para o conselho do especialista.

O que me interessa nessa confusão toda é o avanço que nossa sociedade pode ter ao deparar-se com esse quase-impasse. O pequeno artigo de Ruy Castro (não apenas um biógrafo ilustre como o pioneiro na guerra pública contra a necessidade de autorização) na “Folha” de hoje mostra, em termos simples, a inutilidade do novo discurso moderado. Mais veemente do que ele, Jânio de Freitas, um jornalista de histórico glorioso, viu na recente virada estratégica um desrespeito pior aos princípios democráticos do que na radicalidade dos primeiros pronunciamentos: ambos, Castro e Freitas, veem sobretudo dissimulação. 

Para mim, ressalta o fato de que não há novidade conceitual nenhuma, como já disse no primeiro parágrafo. Pode-se dizer que Roberto Carlos esteja se dirigindo ao público num tom de quem admite que o tema seja discutido, não como quem veta a hipótese de qualquer relativização da obrigatoriedade de autorização prévia. Mas isso porque Roberto era tido e sabido como o inimigo número um da invasão da privacidade. É notório que não era o meu caso, mas também ficou claro não ser o de Gil, Paulinha ou Djavan, por exemplo.
A defesa da intimidade é assunto palpitante no mundo atual. 

Não apenas a facilidade de entrar em correspondência eletrônica exibida pelas novas tecnologias, mas também casos como o esforço inglês de conter os terríveis abusos a que chegou sua imprensa tradicionalmente bisbilhoteira. Claro que o princípios luminosos da liberdade de expressão e do direito à informação reagiriam, como reagiram e reagirão, à ameaça que esse mundo novo apresenta. A discussão está longe de ter chegado a um termo. Não seria a mera retirada dos dois artigos do Código Civil que daria a última palavra sobre o assunto entre nós. Felizmente estamos todos sofrendo por ter ousado abrir o diálogo. 

O mero reconhecimento da importância do tema nos deveria tornar tolerantes com os vacilos, as imprecisões, as atitudes suspeitas de quem quer que tente tratar do assunto. Mas, se o tom unilateral que tomou a imprensa me causou alguma revolta, as notas e matérias que deixam entrever manobras suspeitas provocam considerável mal-estar.

O artigo de Fernanda Torres na “Folha” diz o que eu gostaria de dizer, se minha cabeça fosse centrada como a dela. Ela diz: “Sou a favor da liberação”. Mas: “Por outro lado, alguns limites merecem atenção”. E, depois de afirmar não ser justo que um criminoso lucre com o crime que cometeu, conclui que o parágrafo que se queria adicionar ao artigo 20 demanda revisão. Já há propostas de mudança nisso. A coisa vai andar. Luta iniciada pel Procure Saber. Kakay é advogado de RC, não fala oficialmente pela associação. E RC só apareceu agora, quando da mudança de tom. Apanhamos muito da mídia e das redes, ele vem de Rei. É o normal da nossa vida. Chico era o mais próximo da posição dele; eu, o mais distante. De minha parte, apesar de toda a tensão, continuo achando que estamos progredindo. 

Assunto global quente, o Brasil não pode tratar tolamente.

AMOR OBSESSIVO: A SOMBRA DO TERROR

Os stalkers vigiam os passos de suas vítimas e transformam
 a vida da pessoa pela qual têm fixação em um verdadeiro inferno

Imagine que você não consiga pensar em nada que não tenha relação com determinada pessoa. Seu desejo e desespero são tão intensos que se aproximam da dor física. A ausência do ser amado o impele a escrever páginas e páginas de cartas e a discar seu número de telefone várias vezes ao dia. Por vezes, sentindo que está abandonado ou que ninguém dá atenção à sua dor, é compreensível que surjam ódio e planos de vingança. Em princípio, isso pode parecer apenas sinal de um comportamento irracional demonstrado por uma pessoa apaixonada que não é correspondida. Algo que, de acordo com senso comum, vai passar com o tempo. Mas e se esses sentimentos e comportamento persistirem? E se as tentativas de participar da vida do ser amado se tornarem cada vez mais exageradas e agressivas?

Esse foi o caso de Helene K. , uma fisioterapeuta de 40 anos. Em um fim de semana ela recebeu em casa o telefonema de um ex-paciente. Somente depois de pensar muito, se lembrou de que havia um ano o homem recebera alta da clínica onde ela trabalhava. O rapaz explicou que gostaria de revê-la, mas Helene, delicadamente, deixou claro que não tinha intenção de manter contato com ele. Seguiram-se então cartas com juras de amor e outros telefonemas. Até que um dia o antigo paciente apareceu com as malas feitas diante da porta da casa de Helene dizendo que estava fazendo alterações em sua vida – ele pedira demissão de seu trabalho para passar o maior tempo possível “cuidando dela” e pretendia mudar-se para a casa da terapeuta. Mesmo quando Helene o mandou embora rudemente ele não desistiu: pelo contrário, intensificou a perseguição, passando a vigiar todos os seus passos. A fisioterapeuta, por fim, mudou os números de telefone e obteve uma ordem de restrição do direito civil para garantir que ele fosse preso, caso se aproximasse dela. O admirador reagiu enviando cartas ameaçadoras – e continuou nos calcanhares de Helene, passando a aterrorizar até mesmo seus vizinhos.

CAÇADOR À ESPREITA
O fenômeno da perseguição excessiva ganhou atenção da mídia apenas há aproximadamente 20 anos, devido a alguns casos de assédio a famosos, como o da tenista Steffi Graf (ver quadro). Psicólogos e psiquiatras, porém, conhecem essa ameaça há mais tempo: no século XIX, um dos pais da psiquiatria forense, Richard von Krafft-Ebing, já escrevera sobre mulheres com fixação obsessiva que viajavam atrás de atores que idolatravam. Nos anos 80, a erotomania – também chamada síndrome de Clérambault – foi classificada como distúrbio psíquico. Quem sofre dessa patologia parte do princípio irremovível de que é amado pela outra pessoa – mesmo que não haja nenhum motivo para que chegue a essa conclusão. O esforço incessante de entrar em contato com alguém é considerado uma das principais características da erotomania. Para abordar esse comportamento costuma-se usar a expressão em inglês stalking, um termo relacionado à caça, que indica uma forma sorrateira de se aproximar da presa.

Da mesma forma, um stalker cerca sua vítima e procura não perdê-la de vista. Mesmo diante da rejeição explícita, ele insiste na aproximação – seja por telefone, carta, e-mail ou diretamente. Alguns enviam presentes ou objetos bizarros, às vezes assustadores, como colagens de fotos com caveiras no lugar dos rostos. Por vezes, fazem encomendas em nome da pessoa que perseguem, simplesmente com a intenção de difamá-la. Um em cada cinco stalkers se torna agressivo em algum momento, podendo voltar-se violentamente contra a vítima, seus parentes próximos ou conhecidos ou mesmo seu animal de estimação.

Embora as motivações amorosas dos stalkers sejam as mais frequentes, os perseguidores não se restringem a elas. Podem ser movidos, por exemplo, pelo desejo de vingança. Ex-parceiros íntimos, em geral, representam o maior e mais perigoso grupo de stalkers. Alguns deles têm autoestima instável, mostram indícios de distúrbios de personalidade narcisista ou borderline, mesmo que não tenham recebido esses diagnósticos. A maioria dos ex-parceiros perseguidores sabe que é malvista pelos seus atos. No entanto, para eles isso ainda é melhor do que serem ignorados.

O ex-namorado de Bettina M., por exemplo, começou a controlar a secretária de 28 anos mesmo antes de terminarem o relacionamento. Ambos trabalhavam no mesmo local; ele, muito ciumento, não queria que ela falasse com colegas. Por fim, a moça se separou depois de três meses – mas continuou encontrando o rapaz na empresa. Ele descobriu a senha do e-mail da ex-parceira e passou a acompanhar sua correspondência. Ele também entrou em um dos fóruns online de que a secretária participava e anunciou o suicídio de Bettina. E passou a bombardeá-la com mensagens SMS – o tom era ora suplicante, ora ameaçador e, por vezes, simpático. Após seis meses, ela arrumou um novo namorado, mas seu perseguidor se manteve espionando o casal e enviando mensagens regularmente.

O que leva uma pessoa a ter esse comportamento? Entre 2002 e 2005, nosso grupo de trabalho, coordenado por Hans-Georg Vo, na Universidade Técnica de Darmstadt, na Alemanha, realizou o primeiro estudo sobre essa questão. Entrevistamos 100 stalkers que nos contataram anonimamente pela internet. Revelou-se uma percepção bastante distorcida: apesar de suas tentativas de aproximação não terem sucesso, quatro em cada cinco perseguidores declararam que queriam continuar no encalço. O motivo mais alegado por eles foi o fato de estarem ligados ao outro “pelo destino”. Um terço dos entrevistados estava convencido, de forma onipotente, de que devia superar a resistência de sua vítima, pois ela própria, no fundo, queria isso. Outro terço sentia-se obrigado a cuidar da pessoa amada. Essas declarações trazem uma evidência: quem entra na mira de um stalker pode rejeitar as tentativas de contato seja o quanto for – o ofensor não aceitará as recusas.

EXCESO DE DOPAMINA
Nossas entrevistas mostraram que o próprio stalker em geral se sente profundamente infeliz. Mais de 60% deles se sentiam deprimidos. Um em cada três sofria de estados de ansiedade e eram acompanhados por médico ou psicólogo. Quase 40% declararam ser reincidentes. O psicólogo Reid Meloy, da Universidade da Califórnia em San Diego, e a antropóloga Helen Fischer, da Universidade Rutgers em New Jersey, descobriram em 2005 alterações relevantes na química cerebral dos stalkers. Eles perceberam que, após uma rejeição, os afetados permaneciam confinados em uma espécie de círculo vicioso. Motivo possível: excesso constante de dopamina, substância mensageira da motivação – o que, segundo Fisher, não é raro em pessoas que estão sofrendo por amor. “Claro que há questões psíquicas envolvidas, mas do ponto de vista orgânico, mal o objeto do desejo desaparece, é reforçada a atividade nesses circuitos cerebrais que geram a sensação de admiração intensa”, diz a pesquisadora. A dopamina é o combustível principal para a motivação e representa o sentimento de desejo no cérebro. Ao mesmo tempo, o nível de serotonina em stalkers é muitas vezes baixo, o que estimula estados
de depressão e ansiedade.

Enquanto as pesquisas relacionadas aos motivos que impulsionam os ofensores já estão sendo desenvolvidas há algum tempo, estudos a respeito dos efeitos do stalking sobre as vítimas são relativamente novos. Em 1998, Patricia Tjaden e Nancy Thoenness, do Center for Policy Research, em Denver, desenvolveram o estudo mais representativo até o momento sobre essa questão: 8% das mulheres e 2% dos homens nos Estados Unidos já foram, pelo menos uma vez, assediados de forma intensa, a ponto de temer pela própria segurança ou pelo bem-estar de pessoas próximas. O pesquisador Harald Dressing, da Universidade de Mannheim, realizou em 2004 um estudo na Alemanha, considerando também casos mais leves, e concluiu que um em cada oito alemães já foi “perseguido” alguma vez.

Diferentemente de pessoas que sofrem por eventos pontuais, as vítimas de stalking se confrontam de forma constante com o objeto de seu medo. Às vezes, são obrigadas a lidar com seus torturadores no dia a dia. Se o telefone toca, pensam automaticamente que pode ser o perseguidor. Nessa atmosfera de medo e perplexidade, esquecem o que é ter uma vida “normal”.

Entre 2002 e 2004, nosso grupo entrevistou um total de 550 vítimas de stalking. Entre os voluntários, 85% eram mulheres, e a maioria revelou um histórico de muito sofrimento: em média, no momento da entrevista, a perseguição já durava 28 meses. Emum caso extremo, se prolongava por 30 anos. O estudo mostrou que as vítimas eram importunadas ou ameaçadas, em média, em três a quatro locais de sua vida rotineira. Por exemplo, no bar ou restaurante que costumavam frequentar, no supermercado perto de casa, na academia de ginástica ou no trabalho. Porém, o local mais comum era em casa – o que parecia ainda mais perturbador. Várias vítimas reagiam se isolando do mundo externo – viviam, por exemplo, com as janelas fechadas a maior parte do tempo. Muitas mandaram instalar fechaduras mais seguras, adquiriram números de telefone que compartilhavam apenas com poucas pessoas e passaram a evitar sair de casa. Isso teve um efeito dramático sobre sua vida social: as vítimas se afastaram visivelmente da família e de amigos, e muitas enfrentaram dificuldades com o parceiro. Uma em cada cinco vítimas acabou mudando de casa, e um em cada dez entrevistados pediu demissão do emprego.

Foi o que aconteceu com Bettina M. Ela não suportava mais encontrar o seu importunador todos os dias, vivia tensa e chegou a ser suspensa por causa de suas queixas constantes. Como se não bastasse, o chefe mostrou-se compreensivo com a decepção amorosa do perseguidor e censurou Bettina por sua “incompreensão”. Em seguida, ela obteve uma medida cautelar contra o stalker e iniciou um tratamento psicológico. Por enquanto, ele ainda mantém a “distância segura” determinada judicialmente. Mesmo assim, a moça vive com o medo constante de que ele apareça de repente ou a ameace. No momento, ela está fazendo psicoterapia e espera encontrar um
novo emprego.

Quase todos os perseguidores de pessoas famosas se iludem e idealizam a possibilidade de se aproximar de seu ídolo, colocando sobre ele uma série de projeções. A maioria dos stalkers de famosos, de certa forma “vampiros de identidades”, querem estar perto o suficiente para apropriar-se de características que os atraem. Um exemplo é Günther P., durante anos obcecado pela tenista alemã Steffi Graf. Em 1993 ele cometeu um atentado contra outra jogadora, Monica Seles, concorrente da esportista. Graf não era a primeira personalidade que Günther idolatrava – ele já havia se fixado no papa João Paulo II . Sua obsessão pela tenista começou em 1985, quando a viu em um programa de televisão. A partir de então, passou a escrever cartas para ela e para sua mãe. Chegou a mandar-lhe dinheiro, forrou as paredes de seu quarto com fotos gigantescas da moça e não perdia nenhum de seus jogos. Ela era para ele “uma criatura de sonhos, com olhos de diamantes e cabelos de seda brilhantes”. Via nela características virtuosas, como “limpeza, sinceridade e pureza”. Mais tarde, psicólogos identificaram um distúrbio de personalidade narcisista em Günther P. O problema teria relação com a falta de atenção dos pais durante a infância. Seu objetivo ao tentar estabelecer uma ligação com Graf era fortalecer a própria identidade. Quando a tenista foi derrotada por Monica Seles em 1990, durante o German Open, o mundo dele veio abaixo. “Isso me abalou tão fortemente que pensei em tirar minha própria vida”, contou mais tarde. Em abril de 1993, cometeu o atentado: cravou uma faca nas costas de Seles. Sua intenção era que sua adorada voltasse a ser a número um no ranking do tênis mundial.

Na divisão de psicologia forense de Darmstadt foi realizado o primeiro estudo sobre stalking de pessoas públicas em países de língua alemã. Para tanto, 53 personalidades conhecidas das áreas de entretenimento e da mídia foram entrevistadas. Mostrou-se que cerca de 80% delas já haviam estado na mira de um perseguidor pelo menos uma vez na vida – uma frequência aproximadamente oito vezes mais alta do que na média da população. A idade ou o sexo das estrelas não influenciavam o fato de serem alvo de perseguição obsessiva. Na verdade, foi muito mais decisiva a frequência com que aparecia na mídia. Aqueles que expõem sua vida privada, portanto, estão sob maior risco. São a essas pessoas que os stalkers se “apegam” com mais facilidade.

VERGONHA E CULPA
A maioria dos entrevistados por nós também desenvolveu, com o tempo, sintomas físicos e psíquicos. Vários se envergonhavam do ocorrido ou até mesmo se culpavam. Dois terços dos entrevistados sofriam de ataques de pânico, dificuldades de concentração, depressão ou distúrbios alimentares ou de sono. O estresse constante, além disso, era a causa de irritação, acessos de raiva e agressividade. Mesmo nos casos em que a situação de stalking havia chegado ao fim, os estados de ansiedade quase sempre se mantinham. Um em cada quatro entrevistados declarou já ter pensado em se matar ou mesmo já ter realizado uma tentativa concreta de suicídio.

Esses exemplos mostram que os perseguidores adquirem um poder fatal sobre a vida de suas vítimas, apesar de poucas vezes chegarem a agressões físicas. No entanto, em um de cada cinco casos, o ofensor utiliza violência física, não recuando diante de surras, ataques com armas ou mesmo tentativas de assassinato. Segundo uma análise do psicólogo Reid Meloy, para vítimas de stalking o risco de ser assassinadas é 50 vezes mais alto do que para a média da população. Nesse caso, ex-parceiros são os mais vulneráveis: e quanto mais intenso foi o relacionamento entre vítima e stalker, maior é o risco.

Em geral, porém, a situação não se agrava sem aviso prévio. Em todos os casos, o aconselhável é não lidar com o problema sozinho, mas buscar apoio psicológico e registrar um boletim de ocorrência. Tribunais de direito civil podem emitir uma proibição de aproximação e contato, mas, em geral um em cada cinco casos, isso desencadeia um perigoso agravamento, pois a vítima insulta o stalker, de certa forma, publicamente. Para alguns, a violência torna-se então a única possibilidade de compensar o orgulho ferido ou o desespero. De qualquer forma, vale lembrar que, apesar do risco, denúncias podem interromper a ação de ofensores, e terapias que tornem a vítima mais apta a se proteger, inclusive psiquicamente, oferecem suporte durante a situação de sofrimento, ajudando a pessoa a compreender as próprias questões, em geral antigas, que de alguma forma podem ter contribuído para essa situação.
Revista Mente Cérebro

O DRIBLE - Fernanda Torres

A imprensa se mantém alerta para qualquer movimento 
que interfira em direitos conquistados

Lanço um romance agora em novembro. Chama-se "Fim".

Saindo de uma reunião na editora, parei para observar a estante de lançamentos e fui convidada a escolher alguns títulos. Interessei-me pela biografia de Cruz e Souza, Bashô, Jesus e Trotsky, do Leminski, botei o exemplar no bolso e me dirigi à porta.

Meu editor veio atrás com "O Drible", de Sérgio Rodrigues, nas mãos. Perguntou se eu não queria levar. Sérgio foi um dos que tiveram a pachorra de ler e escrever o blurb, palavra odienta, uma pequena resenha na contracapa do meu "Fim". Agradeci a lembrança, encabulada por não ter partido de mim o impulso.

A vergonha me fez atacar o livro de bate-pronto e descobrir um escritor finíssimo, mineiro radicado no Rio. Sérgio se vale de um péssimo pai, cronista de futebol aposentado, que, desenganado, decide reatar relações com o filho, para compor uma tragédia burguesa que atravessa os últimos 70 anos da nossa história.

Através da paixão poética do pai pelo esporte bretão, Sérgio explora a geração que conviveu com Nelson Rodrigues e Mário Filho, que viu Nilton Santos, Garrincha e Pelé em campo, que testemunhou o apogeu e queda do futebol arte. Murilo desenha paralelos entre o jogo e o país, enquanto o filho, nascido junto com o golpe de 64, cresce em uma sociedade utilitária, movida a autoajuda, embalado pelo saudosismo dos seriados americanos da infância, o rock de 80 e as caixas de farmácia que come pelo caminho.

O "Drible" é primo-irmão do "Fim". Melhor, é claro, mais sórdido, mais macho, mas primo. O Rio de Janeiro é o seu palco. O hedonismo libertário, vazio, a decadência da corte, o desprezo por qualquer grande ato e a natureza imperiosa.

A diferença é que Sérgio é das Gerais, seus personagens sobem a BR-040, a mesma que dá em Minas, para se esconderem na umidade do Rocio; possuem a doença do interior, são abatidos pelo oculto, pela insanidade, arquitetam crimes.

Infelizmente, de nada vale o elogio. O Sérgio acaba de me prestar um grande favor e, em prol da isenção crítica, a ética literária condena troca-trocas desse tipo. Como amadora, me permito a heresia, o autor merece.

Por falar em boa escrita, o Procure Saber foi obrigado a rever a sua posição com respeito às leis que regem a publicação de biografias.

A liberdade de expressão está sob ameaça em muitos países latino-americanos. No Brasil, a imprensa se mantém alerta para qualquer movimento que interfira em direitos conquistados. É um tema sagrado para os meios de comunicação e entendo o porquê de a contenda ter tomado contornos tão radicais.

Sou a favor da liberação. O "sem fins lucrativos" beneficia a internet e a versão chapa-branca da história; a informação duvidosa, sem fontes seguras. A má-fé existe, o mau gosto também, e não só em Gutenberg. Talvez menos em Gutenberg.

Por outro lado, alguns limites merecem atenção.

Não é justo que um criminoso lucre com o crime que cometeu. Nos Estados Unidos e na França esse direito é negado, aqui, não há lei para isso.

Estranha também que a reparação a um dano físico, ou moral, seja calculada com base nos dividendos da pessoa lesada. Quem ganha pouco, recebe pouco, quem ganha muito, recebe muito.

E não acho certo a veiculação de fotos de crianças sem a autorização dos pais. Tem muito louco nesse mundo e eu gostaria de ter o direito, ou não, de expor meus filhos ao Coliseu.

Caso seja aprovada a nova versão do artigo 20 do Código Civil, uma coisa permanecerá imutável, a sua frágil redação. Ficaria assim:

"A mera ausência de autorização não impede a divulgação de imagens, escritos e informações com finalidade biográfica de pessoa cuja trajetória pessoal, artística ou profissional tenha dimensão pública ou esteja inserida em acontecimentos de interesse da coletividade."

É a liberdade irrestrita, mas preocupa o uso de um termo tão ambíguo quanto divulgação no enunciado. Divulgar é promover, um verbo que abre espaço para a comercialização indevida. Não tem nada a ver com o livre pensar ou a memória da história. Não é publicar e nem transmitir.

Valia uma revisão.

LIBERDADE, SEXUALIDADE, VISIBILIDADE - Gisela Haddad

Teria o mundo se transformado numa grande vitrine 
na qual só quem se exibisse poderia fazer parte dele?

Mulheres comuns estão tirando as roupas e exibindo sua nudez. Algumas participam de ensaios de fotos sensuais feitas em estúdio para presentear maridos ou namorados; outras estampam calendários, vendidos para angariar fundos para alguma causa social. Sem motivos aparentes, mães de família de classe média americana, por exemplo, responderam ao apelo de um site para serem fotografadas nuas em alguma atividade banal, como jogar cartas. Suas fotos podem ser vistas por quem quiser visitar o tal endereço na internet. Teria o mundo se transformado em uma grande vitrine e somente quem conseguir certa visibilidade (seja lá qual for o preço) pode fazer parte dele? A liberdade sexual alcançada nas últimas décadas pelas mulheres as estaria incentivando a “assumir” sua sensualidade sem constrangimentos? Seria mais fácil hoje viver a fantasia feminina (antes inadmissível) de ser parte do imaginário erótico masculino? Por que, diante de tanta liberdade para escolhermos estilos de vida sexual e modos inusitados de gerenciar nosso corpo, a exibição deste nos parece tão sedutora?

Refletir sobre esta associação entre liberdade, sexualidade e visibilidade requer uma pequena – e não tão simples – revisão do percurso da cultura, este complexo patrimônio simbólico produzido por nós mesmos, sem deixar de lado o fato de as mudanças de alguns valores, que antes demoravam mais de uma geração para se constituir, hoje nos atropelarem com novas e inusitadas questões. Dentre elas, as desconstruções radicais de antigas crenças e modos de existência, que aparecem tanto na maneira de viver a sexualidade (independentemente do gênero), incluindo aí os contornos e limites do corpo erótico (principalmente para as mulheres), quanto a “midiatização” do cotidiano. Vale lembrar que a publicidade se apropriou de imagens eróticas femininas para agregar valor às mercadorias.

Freud foi um dos teóricos mais sensíveis ao papel que a sexualidade humana teria na produção de cultura e, percebendo seu caráter disruptivo, apontou a importância de sua regulação para um gerenciamento da convivência. Para cada época existem comportamentos que são incentivados e aprovados e outros que costumam ser desestimulados e condenados. O apetite sexual das mulheres já foi encarado como uma alquimia de feiticeiras e bruxas prontas a exercer as tentações que culminariam com a perdição da alma humana, mas estão longe de nós os dias em que a sexualidade humana – e o ato sexual, propriamente dito – era tabu. Hoje, esses assuntos fazem parte de uma ciência que se preocupa em nos informar sobre como bem viver.

Mas é justamente por falhar repetidas vezes em conformar as normas e restrições da cultura que a regulam que a sexualidade humana se manteve durante grande parte da história como um tema pouco veiculado. Isto foi particularmente mais verdadeiro em relação à sexualidade feminina, abafada sob diferentes justificativas, fosse pela ideologia judaico-cristã que nos guiou durante séculos exaltando um modelo de mulher assexuada, fosse porque coube aos homens, durante longo período, gerenciar a distribuição de prazer (e de poder) da cultura, tomando para si a parte majoritária. 

Com isso, as mulheres viveram muito tempo entre dois modelos: o da santa (todas as “mães puras”) e o da prostituta (as mulheres que exalassem sensualidade). Ambos gravitam em torno de uma lógica masculina de compreensão do feminino, fantasia que ainda prende pessoas de ambos os sexos, com aval da cisão promovida pela tradição cristã que tanto dividiu de um lado o amor sexual e de outro o sentimento casto, quanto tentou dar um destino à interdição do corpo materno, santificando-o.

O recato (cobrir as partes do corpo que pudessem lembrar qualquer sinal de êxtase) foi por muito tempo uma norma, um imperativo que visava acalmar as pulsões eróticas das mulheres, assim como os temores masculinos de uma sexualidade feminina ilimitada. Paradoxalmente este recato como regra abriu a possibilidade para que cada parte do corpo feminino pudesse se transformar em fetiche para os olhos desejosos dos homens (vide o longevo sucesso das revistas com poses sensuais ou com nudez parcial, voltadas para o consumo principalmente masculino). 

Hoje não só a mulher foi sensualizada e está eroticamente emancipada, como a corporeidade de ambos os sexos ganhou vulto nunca antes alcançado em termos de visibilidade e espaço na vida social. Mas se é verdade que certo “excesso do erótico” pode funcionar como forma de se opor ao longo período de censura e repressão à sexualidade feminina, também é verdade que a mídia contemporânea incentiva a cultura atual à exaltação do corpo. Esta passagem do recato à visibilidade não é gratuita.

Vivemos em sociedades cada vez mais complexas em que o excesso de imagens exige-nos a tarefa permanente de traduzir e discernir este “a mais”. Há uma articulação constante entre a prevalência de imagens, a circulação de informações e estímulos velozes e simultâneos e a produção e consumo de narrativas. Sabemos que a imagem nos constitui e dela nos apossamos em um constante movimento de subjetivação para nos apresentarmos, nos comunicarmos, nos seduzirmos e sermos seduzidos. Se hoje dependemos muito mais do olhar de reconhecimento dos outros sobre nós para afirmar e reafirmar nossa existência e nosso valor, a mídia se alimenta do interesse e acena o tempo todo com a possibilidade de alguns minutos de fama. Ficamos diante desta tênue fronteira que a lógica do consumo e do espetáculo impõe à ética e que descortina ao menos dois fatos da atualidade. 

Primeiro: cabe à cultura conciliar uma civilização mais erótica e ao mesmo tempo mais livre e mais justa sem que isso se confunda com fundamentos moralistas de comportamento sexual. 

Segundo: cabe a cada um o gerenciamento da exposição de sua imagem, incluída aí a difícil administração dos apelos sedutores aos minutos de fama, cada vez mais acessíveis, que muitas vezes alimentam nossa sede de amor. Difícil tarefa.
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CEGOS DE CIÚMES - Fernanda Ribeiro

Comportamentos compulsivos, como verificar registro de 
ligações no celular,são sustentados pela ilusão 
de que é possível controlar o que o parceiro faz ou sente

Há mais de 400 anos, William Shakespeare tratou da “doença da suspeita” em uma de suas obras mais populares: Otelo, o mouro de Veneza. A desconfiança de que a mulher mantinha relacionamento com um rapaz mais jovem – despertada e alimentada por insinuações de um subordinado, Iago – levou-o a buscar e a acreditar ter encontrado provas da traição em fatos triviais. O escritor referia-se ao ciúme como “o monstro de olhos verdes”, uma metáfora sobre a cegueira induzida pelo sentimento que faz entrever como provável ou certo o que apenas é possível de acontecer.

No relacionamento amoroso, no entanto, é natural sentir ansiedade ao perceber que algo ou alguém pode reduzir o espaço afetivo que ocupamos na vida do parceiro. “O ciúme normal é transitório e se baseia em ameaças e fatos reais. Ele não limita as atividades – nem interfere nelas – de quem sente ou é alvo de ciúme e tende a desaparecer diante das evidências”, define a psicóloga Andrea Lorena, pesquisadora de ciúme excessivo do Laboratório Integrado dos Transtornos do Impulso (PRO-AMITI) do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP). O ciúme extrapola as fronteiras do saudável quando se torna uma preocupação constante e geralmente infundada, associada a comportamentos inaceitáveis ou extravagantes, motivados pela ansiedade de tirar a limpo a infidelidade do parceiro. “No ciúme excessivo, o medo de perder a pessoa amada vem acompanhado de emoções específicas – raiva, medo, tristeza, ansiedade – e pensamentos irracionais. ‘Será que ele/ela está me traindo?’ é um pensamento frequente. Quase sempre há prejuízos para quem sente, para quem é alvo e para o relacionamento”, diz Andrea.

Não raro os pensamentos irracionais se traduzem em comportamentos compulsivos, sustentados pela ilusão de que é possível controlar o que o parceiro faz ou sente, como verificar agendas, registro de ligações no celular, seguir o parceiro, conseguir senha de acesso ao e-mail, checar faturas de cartão de crédito e fazer visitas-surpresa para confirmar suspeitas. Muitas vezes as preocupações são acompanhadas por sintomas físicos, como sudorese, taquicardia, alterações no apetite e insônia. De acordo com Andrea, uma das características mais comuns da pessoa excessivamente ciumenta é a baixa autoestima. “Isto é, ela não acredita que tem valor e merece respeito. A priori, é alguém ‘traível’ e abandonável, pois na verdade acredita que a honestidade e a reciprocidade nas relações não valem a pena. É um sentimento com origem na infância e na relação com os pais, em que provavelmente a pessoa foi negligenciada e desrespeitada. Somam-se ainda fatores como insegurança, medo, instabilidade e a própria desorganização pessoal”, diz a psicóloga.

No Brasil, o PRO-AMITI e a Santa Casa do Rio de Janeiro oferecem tratamento gratuito para ciúme excessivo. A abordagem combina atendimento psicológico, em grupo ou individual, e psiquiátrico. É comum a comorbidade com transtornos de depressão e ansiedade que, se diagnosticados, são tratados com medicamentos. “O processo psicoterápico trabalha a melhora da autoestima e a segurança com o próprio relacionamento. Com o tempo, o paciente percebe que comportamentos como investigar o que o parceiro faz na rede ou vasculhar seus pertences são desnecessários”, diz Andrea.

O ciúme excessivo é um traço frequente de outro quadro: o amor patológico (AP), com características semelhantes à dependência química. Ele ocorre quando o comportamento saudável de atenção e cuidado para com o parceiro, característico do amor, começa a ocorrer de maneira repetitiva e frequente. A pessoa se ocupa do outro mais do que gostaria e abandona interesses e atividades que antes valorizava. Segundo a psicóloga Eglacy Sophia, também do PRO-AMITI, ciúme excessivo e amor patológico compreendem medo intenso da perda, baixa autoestima e insegurança emocional. “Muitas vezes os questionamentos sobre a fidelidade do parceiro são calcados em motivos plausíveis. Em geral, uma entrevista cuidadosa com o paciente revela dados sobre o comportamento do parceiro que poderiam causar ciúme em qualquer pessoa, como telefonemas secretos, distanciamento afetivo e físico frequente e confirmação de traições passadas”, diz a psicóloga.

Apesar de existirem poucos estudos relacionando o ciúme patológico com o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), os pensamentos do ciumento costumam ser similares aos das pessoas que têm o distúrbio: são intrusivos, desagradáveis e incitam atitudes de verificação. “Pacientes que reconhecem seus comportamentos como inadequados ou injustificados apresentam mais sentimentos de culpa e depressão; os demais demonstram raiva e condutas impulsivas mais pronunciadas”, diz Eglacy.
Revista Mente Cérebro
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BENDITA DÚVIDA! - Way Herbert

Fixar a mente em uma meta única pode ser contraproducente; 
com certeza, traçar objetivos é importante, 
mas questioná-los pode ser decisivo para obter sucesso

Manter o foco para atingir objetivos. Essa é uma das orientações que mais se ouvem nos cursos de treinamento de profissionais das mais diversas áreas e se leem em livros de gestão empresarial e até nos manuais de autoajuda. É preciso estabelecer metas claras, mas, principalmente, é fundamental ter força de vontade. Este último conceito, aliás, é bastante enfatizado nos programas de recuperação de dependentes químicos, nos quais as pessoas devem se comprometer com o desejo de se manter afastadas da adicção. Ou seja: é preciso estar disposto a se recuperar – e focar nesse ponto.

Mas agora talvez a ciência possa ajudar. O psicólogo Ibrahim Senay, da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, descobriu uma forma intrigante de criar em laboratório uma versão de obstinação e disposição – e explorar possíveis conexões com a intenção, motivação e estabelecimento de metas. Ele identificou algumas características necessárias não só para abstinência de longo prazo, mas também para atingir qualquer objetivo pessoal, desde perder peso até aprender a tocar violão.

Senay conseguiu esse resultado explorando a “autoconversação”. A acepção do termo é exatamente essa: trata-se daquela voz interna que articula aquilo que você está pensando, expondo em detalhes opções, intenções, esperanças, medos etc. O pesquisador acredita que a forma e o sentido dessa conversa consigo mesmo expressos na estrutura da frase podem ter grande importância na formulação de planos e ações. Além disso, a autoconversação deve ser uma ferramenta para revelar intenções e reafirmar o que desejamos.

Senay testou esse conceito com um grupo de voluntários que trabalhavam com anagramas – por exemplo, mudando a palavra “prosa” para “sopra, ou “fala” para “alfa”. Mas, antes de começar a tarefa, metade dos voluntários era instruída a ponderar se de fato queria e achava que cumpriria a tarefa, enquanto a outra parte simplesmente era informada de que ia trabalhar nos anagramas em alguns minutos. A diferença é sutil, mas marcante, pois ao começarem a atividade os primeiros voltavam seu pensamento à curiosidade (não só em relação à tarefa, mas também à própria disposição em realizá-la); já os integrantes do segundo grupo basicamente se predispunham a cumprir o que lhes seria pedido. Seria a mesma diferença entre se perguntar “será que vou fazer isso?” e afirmar “eu vou fazer isso”.

Os resultados foram intrigantes. As pessoas que antes haviam se questionado sobre o desejo de participar do trabalho se mantiveram mais criativas, motivadas e interessadas nele, completando um número significativamente maior de anagramas, em comparação ao dos voluntários que apenas foram instruídos a cumprir a atividade. Por que as intenções de pessoas tão determinadas – e sem muito espaço para questionamentos – sabotam metas preestabelecidas em vez de favorecê-las? “Talvez porque as perguntas, por sua própria natureza, transmitem a ideia de possibilidade e liberdade de escolha, e meditar sobre elas pode estimular sentimentos de autonomia e motivação intrínseca, criando uma mentalidade que favorece o sucesso”, sugere Senay. Ou seja: saber que não somos “obrigados” a algo nos coloca numa posição de maior responsabilidades sobre nossos atos.

Senay elaborou outro experimento para analisar a questão de forma diferente: recrutou voluntários sob o pretexto de que estavam sendo convocados para um estudo sobre caligrafia. Alguns deveriam escrever as palavras “Eu quero ” várias vezes; e outros, “Será que eu quero?”. Depois de preparar os voluntários com essa falsa tarefa de caligrafia, Senay pediu que trabalhassem nos anagramas. E, exatamente como no caso anterior, os participantes mais determinados (que haviam escrito a frase afirmativa) tiveram pior desempenho que aqueles que tinham redigido a sentença interrogativa.

Pouco depois, Senay realizou mais uma versão desse experimento, mas dessa vez claramente relacionado a hábitos de vida saudável. Em vez de propor o uso de anagramas, avaliou a intenção dos voluntários de iniciar e manter um programa de exercícios físicos. Nesse cenário real ele obteve o mesmo resultado básico: aqueles que escreveram a frase interrogativa “Será que eu quero?” mostraram comprometimento muito maior com a prática regular de exercícios do que os que escreveram no início do teste a frase afirmativa “Eu quero.”.

Além disso, quando foi perguntado aos voluntários se achavam que estariam mais motivados a ir à academia com maior frequência, os que foram preparados com a frase interrogativa justificaram declarando, por exemplo: “Quero cuidar mais de minha saúde”. Aqueles que escreveram a frase afirmativa deram explicações como: “Porque me sentiria culpado ou envergonhado de mim mesmo se não o fizesse”, mostrando-se mais perseguidos e culpados do que realmente comprometidos.

Esta última descoberta é crucial: indica que pessoas mais flexíveis, com menor receio de rever os próprios conceitos, estavam mais intimamente motivadas, buscando uma inspiração positiva interior – e não tentando prender-se a um padrão rígido, autoimposto em algum momento. Essa inspiração interna faltou aos aparentemente “mais decididos”, o que explica, pelo menos em parte, a fraca determinação para futuras mudanças, ainda que vantajosas a médio prazo. Considerando a recuperação de dependentes químicos e o autoaperfeiçoamento, em geral, aqueles que declaravam sua força de vontade sem contestações estavam, na verdade, fechando a mente e estreitando sua visão de futuro. 

Aqueles que se perguntavam sobre os rumos a seguir e conjecturavam possibilidades reafirmavam sua escolha – e se comprometiam com ela.
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POR QUE DÁ VONTADE DE APERTAR COISAS FOFAS?

Cérebro tende a reprimir ou dissipar com agressividade sentimentos
 despertados por meiguice, afirmam pesquisadores de Yale

“É tão fofo que dá vontade de...” Certamente você já ouviualguém dizer essa frase diante de um meigo filhote ou um bebê de bochechas rosadas. Não raro a sentença termina com alguma dessas palavras: morder, apertar, beliscar. A explicação para esse comportamento, segundo estudo da Universidade Yale, é que, por vezes, “a fofura é tanta que o cérebro simplesmente não resiste” – e manifesta isso em forma de agressividade.

Inspiradas nas fotografias de filhotes de gato e cachorro que costumam circular pelas redes sociais, as pesquisadoras Rebecca Dyer e Oriana Aragon apresentaram a voluntaries uma série de slides com imagens de bichinhos extremamente fofos. Um segundo grupo viu fotos de animais com expressões engraçadas e um terceiro, de bichos “neutros”. Todos os participantes assistiam à apresentação segurando um pedaço de plástico bolha – que podiam, conforme foram informados, apertar o quanto quisessem. A quantidade de bolinhas estouradas seria um reflexo, presumiram as autoras, do desejo de apertar os animais das imagens.

Como esperado, os que viram a série de filhotes arrebentaram muito mais bolhas. De acordo com Rebecca, a “agressão fofa”, como elas chamam esse tipo de reação, não significa que há intenção de causar dor em quem desperta fofura. Pelo contrário, o desejo de estreitar com força pode ser uma expressão de sentimentos de proteção ou mesmo, sugere, uma forma de o cérebro reprimir ou dissipar sentimentos excessivos de ternura e felicidade. Atualmente, outros grupos de pesquisa de Yale buscam descobrir as origens do impulso de esmagar e apertar.
Revista Mente Cérebro

A VIDA ENSINA - Arthur da Távola

Se você pensa que sabe; que a vida lhe mostre o quanto não sabe.
Se você é muito simpático mas leva meia hora para concluir seu pensamento; que a vida lhe ensine que explica melhor o seu problema, aquele que começa pelo fim.
Se você faz exames demais; que a vida lhe ensine que doença é como esposa ciumenta: se procurar demais, acaba achando. Se você pensa que os outros é que sempre são isso ou aquilo; que a vida lhe ensine a olhar mais para você mesmo.
Se você pensa que viver é horizontal, unitário, definido, monobloco; que a vida lhe ensine a aceitar o conflito como condição lúdica da existência.Tanto mais lúdica quanto mais complexa.
Tanto mais complexa quanto mais consciente.Tanto mais consciente quanto mais difícil.
Tanto mais difícil quanto mais grandiosa. Se você pensa que disponibilidade com paz não é felicidade; que a vida lhe ensine a aproveitar os raros momentos em que ela (a paz) surge.
Que a vida ensine a cada menino a seguir o cristal que leva dentro, sua bússola existencial não revelada, sua percepção não verbalizável das coisas, sua capacidade de prosseguir com o que lhe é peculiar e próprio, por mais que pareçam úteis e eficazes as coisas que a ele, no fundo, não soam como tais, embora façam aparente sentido e se apresentem tão sedutoras quanto enganosas. Que a vida nos ensine, a todos, a nunca dizer as verdades na hora da raiva.
Que desta aproveitemos apenas a forma direta e lúcida pela qual as verdades se nos revelam por seu intermédio; mas para dizê-las depois. Que a vida ensine que tão ou mais difícil do que ter razão, é saber tê-la. Que aquele garoto que não come, coma.
Que aquele que mata, não mate. Que aquela timidez do pobre passe.
Que a moça esforçada se forme. Que o jovem jovie.
Que o velho velhe. Que a moça moce. Que a luz luza. Que a paz paze.
Que o som soe. Que a mãe manhe. Que o pai paie. Que o sol sole. Que o filho filhe. Que a árvore arvore.
Que o ninho aninhe. Que o mar mare. Que a cor core. Que o abraço abrace. Que o perdão perdoe.
Que tudo vire verbo e verbe. Verde. Como a esperança. Pois, do jeito que o mundo vai, dá vontade de apagar e começar tudo de novo. A vida é substantiva, nós é que somos adjetivos.
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O QUE FAZ O AMOR ACABAR? - MÁRCIA SIROTA

Quando a pressão é demais, todo mundo estoura. Na vida profissional é assim, na vida familiar é assim, e na vida amorosa nada é diferente. Aguentamos a pressão das coisas até certo ponto. Uns aguentam mais e outros menos, mas a verdade é que, no final das contas, todos ficamos exaustos - para não dizer coisa pior.
E é por isso que muitos relacionamentos terminam, e nem sempre de formas amigáveis. Quando um dos lados do casal pressiona demais, e o outro engole o sapo sem falar nada, essa relação se torna a receita do fracasso.
"Ninguém é perfeito, e ninguém deve esperar a perfeição dos outros", explica a psiquiatra Marcia Sirota, que criou uma lista dos principais motivos que levam um casal à separação.

10 ERROS QUE PODEM ACARRETAR O FIM DA RELAÇÃO


1- Egoísmo – Uma relação existe porque queremos dividir nossa vida com alguém. E isso significa dividir seus pensamentos, sentimentos, tempo e seus bens pessoais com seu parceiro(a). Portanto, nenhum tipo de egoísmo faz sentido quando falamos num relacionamento a dois. Se você tem atitudes egoístas, seu parceiro(a) vai sentir que está sendo deixado de fora da sua vida e vai começar a questionar a relação. Ser egoísta leva à alienação e desconexão, e acaba com a intimidade do casal.
2- Desprezo – Se você está com alguém é porque gosta daquela pessoa. E, além de gostar, você deveria respeitar essa pessoa e querer estar na companhia dela. Desprezar seu parceiro(a) vai contra as “regrinhas” de um relacionamento saudável, e sempre acaba machucando quem está sendo desprezado. A “vítima” termina ficando confusa e com raiva daquela situação, afinal eles deveriam se sentir valorizados. 

3- Humilhação – Todo mundo é sensível quando se trata de vergonha, mesmo que em diferentes graus. Em uma relação, um deveria fazer o outro se sentir bem, e não o oposto. Fazer o outro se sentir idiota ou inferior é muito destrutivo, e se você humilhar seu parceiro(a) na frente de outras pessoas, considere isso a gota que vai fazer o copo transbordar, com certeza.
4- Resmungos – Tudo o que alguém quer é sentir que seu relacionamento é seu porto-seguro, seu refúgio. E se o parceiro(a) estiver sempre reclamando de tudo, você vai querer fugir disso também. Em um relacionamento é importante haver respeito mútuo e saber ouvir. Se seu amado(a) não estiver ali para te ouvir, a solução vai ser uma terapia de casal. Ou algo pior.
5- Não ajudar – O ombro do seu amado(a) tem que estar sempre ali para você. Não deve haver dependência, e sim confiança. Se você não estiver ali para apoiar seu parceiro(a), a confiança vai minguando e ficar sozinho acaba sendo uma opção melhor do que manter o relacionamento.
6- Controlar demais – A vantagem de ser adulto é justamente poder ser independente, e ditar as próprias regras. A maioria das pessoas quer essa independência e não vai querer alguém controlando todos os seus passos. Oprimir seu parceiro(a) dessa maneira só vai afastar o casal.
7- Comparações – Você sempre quer se sentir uma pessoa única, e com qualidades que sejam só suas, não é? Se seu amado(a) ficar te comparando às ex ou a outras pessoas, e fazer você se sentir inferior àquela pessoa, você vai se sentir desmoralizada(o). Então não faça isso com ninguém, isso só faz a pessoa não querer mais estar do seu lado.
8- Insatisfação constante – A coisa mais gostosa de estar namorando, ou casado, é sentir que você está fazendo seu parceiro(a) feliz. E ter alguém que te faça feliz é igualmente bom. Então se nada nunca está bom o suficiente, e você nunca está feliz com nada, o parceiro(a) vai acabar desistindo de tentar. A relação acaba virando uma frustração para essa pessoa, e tudo isso só vai fazer esse amor morrer na praia.
9- Não se comprometer – Se sentir amada e segura é um item fundamental quando se está em um relacionamento. Então se negar a comprometer-se com essa relação vai fazer o parceiro(a) sentir-se vulnerável e inseguro, e essa ansiedade vai gerar um conflito no casal. A falta de comprometimento fica ainda pior quando existe alguma traição, uma vez que isso põe em xeque a confiança, que é essencial na relação.
10- Violência - Seja verbal ou física, a violência é inaceitável em uma relação. Algumas pessoas tendem a descontar seus sentimentos ruins ou tristes em cima do parceiro(a), mas esse hábito é muito ruim, não tendo consideração pela pessoa que amamos. Todo mundo tem o direito de ficar chateado ou com raiva na vida, até mesmo com o próprio parceiro(a), mas nunca é aceitável ser violenta(o). Gritar e xingar podem ter o mesmo efeito que um tapa. Carinho e respeito são fundamentais.

Psiquiatra Marcia Sirota

ROBERTO D'ÁVILA & MARTHA MEDEIROS - ENTREVISTA EXCELENTE!



Melhores momentos da entrevista com a escritora Martha Medeiros.
Abordam questões as relações amorosas entre homens e mulheres, a infidelidade, a sexualidade e o envelhecimento.

Parte 01

Parte 02




MAHATMA GANDHI - Mergulho em si mesmo


Temos medo de estarmos conosco, mergulharmos em nosso interior. O silêncio e sua prática nos leva a esta possibilidade de encontro profundo e revitalizador.

Com o silêncio, encontramos a paz e o amor incondicional vem com toda a força transformadora.


O amor é a força mais sutil do mundo.

O mundo está farto de ódio. É é este ódio irracional e distante da força criadora que destrói,corrompe e ensurdece a humanidade.

Pare! Recomece! Reprograme-se... O silêncio pode ser o ponto chave desta nova caminhada. Pratique-o diariamente e transforme um pouco nosso mundo.

Ouça-se.

Temos de nos tornar a mudança que queremos ver no mundo. Você tem que ser o espelho da mudança que está propondo. Se eu quero mudar o mundo, tenho que começar por mim."

Pratique diariamente o silêncio da paz. Respire profundamente algumas vezes. Inspire e sopre lentamente até ir relaxando e mergulhando dentro de si mesmo. Feche os olhos e silencie seus medos, preocupações e ansiedades diárias, por alguns momentos. 

Dê a chance à sua paz e a paz do mundo.


Faça a sua parte, se doe sem medo. O que importa mesmo é o que você é...
Mesmo que outras pessoas não se importem. Atitudes simples podem melhorar sua vida.

Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada,não existirão resultados. Espalhe esta ideia.

Transforme o mundo, a partir de você.

Seja a mudança que você deseja para o mundo.


A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

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