O AMOR É UM EXAGERADOR - Miguel Esteves Cardoso

As coisas boas, como o amor e a sabedoria, não trazem a felicidade pela simples razão que as coisas boas têm, para ser boas, de ser «boas por si mesmas». Não podem ser boas por aquilo que trazem. Pelo contrário, têm um preço. O mais das vezes, o preço do amor e da sabedoria, ambos artigos finos, artigos de luxo, coisas boas, é a infelicidade.

Quando se ama, ou quando se estuda muito, fica-se sujeito às vontades e às verdades mais alheias. Nada depende quase nada de nós. E sofre-se. Irritam as pessoas que esperam que o amor traga a felicidade. É como esperar que os morangos tragam as natas. O amor não é um meio para atingir um fim — não é através do amor que se chega à felicidade. O amor é um exagerador — exagera os êxtases e as agonias, torna tudo o que não lhe diz respeito (o mundo inteiro) numa coisa pequenina.

Assim como a arte tem de ser pela arte e a ciência pela ciência (seria um horror ouvir alguém dizer «Eu quero ser pintor ou biólogo para ganhar muito dinheiro e ir a muitas festas e ter duas carrinhas Volvo com galgos do Afeganistão lá dentro»), o amor tem de ser só pelo amor. Custe o que custar. Ora, o amor é uma coisa rara.



Para se ser feliz, é preciso ser-se um pouco cegueta. Entre as coisas que as pessoas miseráveis, normais, estão sempre a chamar às pessoas felizes, há: ingénua, lírica, naif, boazinha. Aquela de que gosto mais é «Vives noutro mundo!». Haverá coisa melhor que viver noutro mundo, para quem conheça minimamente este? Não acreditar que alguém nos queira fazer mal é um sinal seguro de felicidade. Quem é mesmo feliz é a pessoa que pensa «No fundo, até os meus inimigos gostam um bocadinho de mim...». É por isso que as pessoas felizes são sempre bastante convencidas.

VIVER SEM PRESSA PARA VIVER FELIZ. - Kassia Luana

                                         
Sempre temos uma fase na vida em que prezamos muito pela quantidade: muitos amigos, muitas festas, muito trabalho, queremos muita atenção, muita paixão… Temos muita pressa. Queremos tudo para ontem porque hoje já mudamos de ideia e queremos outras coisas. Mas, com o tempo, graças ao Universo, esta fase passa. E a quantidade é substituída pela qualidade.

Aos poucos percebemos que o número de amigos não é tão importante, mas sim a qualidade dessas amizades, a energia que essas pessoas nos transmitem, o que elas nos acrescentam, o que acrescentamos a elas…

Nem toda festa é tão interessante. O barzinho com os amigos, uma cervejinha na praia sozinho ou acompanhado, uma apresentação mais intimista de um artista que goste… tudo isso se torna mais atraente do que grandes eventos.

Preferimos qualidade de vida a trabalhos que nos destruam a saúde mental ou física.

Queremos mais tempo de qualidade para nós mesmos, para projetos pessoais, para descansar, meditar… Tudo que o trabalho excessivo nos tira. Queremos mais toques e carícias, e deixar o corpo satisfeito, pleno e a mente calma.

Notamos que a atenção principal que temos que ter vem de dentro de nós. Estar atento a nossa mente, nossos atos, nosso equilíbrio mental e físico, nossa qualidade de vida… As paixões se tornam menos frequentes. E cada vez menos. Porque, ainda que não queiramos casar ou formar família, não temos mais tempo ou vontade para jogos, correr atrás de ninguém, indiretas nas redes sociais, cenas de ciúmes… Queremos paz.

Sem pressa para viver com qualidade e feliz

Não temos mais pressa. Por que correr? Melhor caminhar bem e tranquilo sempre do que correr e parar no meio do caminho. Nos esforçamos, mas se não acontecer hoje, é porque não era para acontecer. Quem sabe os planos do Universo sejam outros? Quem sabe ainda não era a hora certa?

Corra menos. Ande mais.

Aproveite mais o tempo com você mesmo. Selecione melhor quem está em sua vida. A energia de quem nos cerca é muito importante. Então tenha cuidado. Ame-se mais. Descanse seu corpo e mente o quanto puder, pois descansada e serena você saberá melhor como tomar decisões. Seja sua prioridade, sempre. Seja grata por tudo. Mude seu estilo de vida e seja feliz.

NÃO LEVE TÃO A SÉRIO A COBRANÇA ALHEIA – Pamela Lana

Que levamos uma vida agitada, louca e apertada, isso já sabemos. Afinal, temos que lidar com isso todo dia. Temos tanta coisa para decidir, saber o melhor caminho a seguir para realizar os objetivos. Conforme o tempo passa, tudo tende a acontecer, as responsabilidades e escolhas vão se ajustando de acordo com a nossa maturidade.

Na infância temos quem tome as decisões por nós, e isso era tão mais prático, não? Na adolescência já começamos a ser cobrados pelo primeiro emprego, as notas boas na escola, e junto com isso a vontade de completar a maioridade para não ter que dar mais satisfação a ninguém.

Mas aí você se torna adulto e o peso fica ainda maior
Você percebe que essa é a fase em que mais vai ter que dar satisfação para os outros, que mais vai ter quem te cobre.

E a cobrança vem de todos os lados: primeiro você tem que ter a melhor formação, ter o melhor cargo e salário, comprar o carro do ano, estar rodeado de bons amigos, fazer viagens incríveis e com muita frequência, e depois, sem esquecer e não menos importante, a cobrança de ter um bom relacionamento duradouro, é claro.

Quem nunca se sentiu pressionado por ser questionado sobre qualquer coisa assim? É tanta pressão que às vezes você nem sabe se escolheu o certo, e cai na besteira de sentir medo e viver ansioso para conquistar coisas e pessoas que os outros dizem serem boas para você.

Quantas festas de família você já frequentou apenas para ouvir: “E os namoradinhos (as)? ”.

Essa frase já se tornou mais que clichê. Os acontecimentos não precisam ser iguais para todos, e nunca vão acontecer no mesmo período. Cada pessoa tem seu tempo e sua história.

Você sempre foi e será cobrada por não ter dado continuidade com aquele cara maravilhoso (aos olhos de todos). Ele é tão perfeito, responsável, apaixonado por você, bonito e cheiroso, mas você fez o quê? Dispensou o pobre rapaz. Ele tinha tudo isso, mas faltava algo, faltou te fazer morrer de rir, você não se apaixonou.

Mas isso já é o suficiente para apontarem o dedo na sua cara e dizerem que você não dá valor ao que é bom de verdade, e que só faz escolha errada. Pera, errado para quem? Não vamos dizer que sua vida está perfeita, mas também não chegou ao ponto de ser um grande erro.

E se não for a vida amorosa dos sonhos, vão dizer que você deveria procurar um emprego melhor, que te faça mais feliz, talvez mudar de área, quem sabe? Não importa qual seja o tópico, sempre vão querer te dizer o que deve fazer.

E você faz o que com isso? Ouve, filtra o que faz ou não sentido, mas no final, siga apenas as orientações do seu coração com uma pitadinha da sua razão.

As pessoas sempre terão essa mania, todo mundo cobra, espera que o outro avance cada vez mais, ou fica comparando o que é melhor ou pior.  Você não precisa provar nada a ninguém, cada um enxerga o que convém, e sempre acharão motivos para dizer que você não fez o certo. Não dê tanto valor a isso.

Nem por isso você deve se sentir pressionado: conquiste o que você realmente quer no seu verdadeiro tempo, só você sabe o que é melhor para você. Pode não ser a melhor escolha, mas com certeza você aprenderá muito para que no momento certo, saiba agir de forma mais coerente, e o resultado será surpreendente.

Aos familiares e amigos tão preocupados com o rumo da vida alheia, vai um recado: a minha vida está bem interessante, obrigada!
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PREZADA MULHERZINHA - Fernanda Young

Se existe alguém que pode falar o que vou falar para você, sou eu. Então, por favor, tenha a humildade de admitir que sei o que estou falando. Pois o que eu te direi é duro, mas poderá te fazer um bem enorme.


Chega. Chega de se comportar assim. Como se estivesse lutando pelo posto de rainha da bateria. De Miss Maravilha do Mundo. Basta de ataques, dessa competitividade suburbana eu sou a melhor, eu sou a mais alta, eu sou a mais gostosa do pedaço. 

Ninguém tá ligando a mínima se você corre 10 quilômetros ou se aplicou Botox nessa sua testa sem expressão.

Ou se você é assim porque ainda não passa de uma menininha que quer ser mais perfeita do que a mãe, conquistar o amor do pai e ser a primeira da classe. Esse teu afã psicopata de vencer todas as paradas só te deixa ridícula. E me faz querer usar um termo que odeio: coisa de mulherzinha. 

Mulherzinha é que tem essa mania de estar sempre desconfiada das amigas, porque todas teriam inveja do seu corpão e do seu cabelão estilo falso-loiro-natural-cinco-tons. Lamento informar, querida, que ninguém sente inveja de você.

Por isso, chega de dizer por aí que, para não atrair olho grande, é bom ficar de bico fechado sobre a tal possível promoção que você terá no trabalho. Relaxa, ninguém está a fim de ser você. Tente, portanto, ser você com mais leveza. E lembre-se: esse negócio de dizer que não se pode confiar em mulheres só comprova que você é uma pessoa maliciosa. Sendo que isso está longe de ser porque você é fêmea.

Quando vejo você tagarelando sobre seus feitos sexuais, sinto-me num filme ruim sobre ginasianas americanas. Todas fanhas e excitadas. Chega, tá? De azucrinar os outros com essa sua boca-genital lambuzada de gloss, cuspindo baixos-clichês, simulando uma modernidade que você não tem.

Nunca mais caia no ridículo de fazer "sexo casual" com nenhum tipo de homem, mais velho ou mais novo, casado ou solteiro, porque todo mundo já sabe que você finge tudo. Que goza, que não se sente fácil, que não liga quando os caras não telefonam no dia seguinte. 

Seja honesta uma vez na vida: confesse. Que você não é nada tão wild quanto se vende. Que não sabe falar tão bem inglês assim. Que fez escova progressiva. Que tem dermatite. E enfim você terá alguma paz, pois se reconhece humana, e não a barbie boba que você procura ser. 

Acredite: idiotice só te faz charmosa para os cafajestes. Se continuar assim, nunca vai aparecer aquele cara bacana que você gostaria que aparecesse; para lutar por você, até te conquistar, e destruir essa tua linda silhueta com uma gestação de 15 quilos.

É triste, amiga Mulherzinha, mas você terá que abrir mão da máscara de rímel que cobre a sua verdade.

NENHUM ANIMAL É INSATISFEITO – Walt Whitman


Eu penso que poderia retornar e viver com animais, tão plácidos e autocontidos; eu paro e me ponho a observá-los longamente. 

Eles não se exaurem e gemem sobre a sua condição; eles não se deitam despertos no escuro e choram pelos seus pecados; eles não me deixam nauseado discutindo o seu dever perante Deus. 

Nenhum deles é insatisfeito, nenhum enlouquecido pela mania de possuir coisas; nenhum se ajoelha para o outro, nem para os que viveram há milhares de anos; nenhum deles é respeitável ou infeliz em todo o mundo.
Em "Song of Myself".

VIRGÍNIA WOOLF - Os Nossos Eus


Esses eus de que somos feitos, sobrepostos como pratos empilhados nas mãos de um empregado de mesa, têm outros vínculos, outras simpatias, pequenas constituições e direitos próprios - chamem-lhes o que quiserem (e muitas destas coisas nem sequer têm nome) - de modo que um deles só comparece se chover, outro só numa sala de cortinados verdes, outro se Mrs. Jones não estiver presente, outro ainda se se lhe prometer um copo de vinho - e assim por diante; pois cada indivíduo poderá multiplicar, a partir da sua experiência pessoal, os diversos compromissos que os seus diversos eus estabelecerem consigo - e alguns são demasiado absurdos e ridículos para figurarem numa obra impressa.
Trecho da obra "Orlando".

PARA ATRAVESSAR O DESERTO DO MUNDO - Sophia de Mello


Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei

Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso

Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo

Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento.

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QUANDO MENTIMOS MAIS? - Michael Shermer

“Mudando para a Geico [empresa americana de seguros] você realmente economiza 15% ou mais em seguros automotivos? Abraham Lincoln foi sincero?”. Assim pergunta o comercial da Geico, seguido por uma gravação em falso vintage de Mary Lincoln perguntando a seu marido: “Esse vestido deixa meus quadris grandes?”. O sincero Abe examina o vestido, então hesita e, com seu indicador e polegar separados por um centímetro, finalmente murmura “Talvez um pouquinho”, fazendo sua mulher sair da sala, furiosa.

O humor funciona porque nós reconhecemos a pergunta como um pedido de elogio disfarçado, ou como um teste de nosso amor e fidelidade. De acordo com o livro Lying (Four Elephants Press, sem edição em português), publicado em 2013 pelo neurocientista Sam Harris, nós deveríamos dizer a verdade mesmo nessa situação: “Ao mentir, nós negamos a nossos amigos o acesso à realidade – e a ignorância resultante disso frequentemente pode prejudicá-los de maneiras que não previmos.

Nossos amigos podem agir com base em nossa falsidade, ou fracassar em problemas que poderiam ter sido resolvidos com base em boas informações”. Talvez o alfaiate de Mary fosse incompetente, ou talvez Mary realmente precisasse perder peso, o que a tornaria mais saudável e feliz. Além disso, de acordo com Harris, mentiras inocentes frequentemente levam a mentiras perigosas: “Em pouco tempo você poderá se comportar como a maioria das pessoas faz, sem muito esforço: obscurecendo a verdade, ou até mentindo diretamente, sem sequer pensar sobre isso. O preço é muito alto”. Uma solução prática é pensar em uma maneira de dizer a verdade com sensibilidade.

Como Harris aponta, pesquisas mostram que “todas as formas de mentira – incluindo mentiras inocentes para poupar os sentimentos alheios – são associadas com relacionamentos de baixa qualidade”.   

A maioria das pessoas não conta mentiras hitlerianas, mas quase todos nós obscurecemos a verdade apenas o suficiente para fazer os outros, ou nós mesmos, se sentirem melhor. Quanto nós mentimos? Cerca de 10%, de acordo com o economista comportamental Dan Arielyem seu livro A Mais Pura Verdade Sobre a Desonestidade (Campus Elsevier, 2012).

Em um experimento em que os participantes resolvem quantas matrizes conseguirem em um período limitado de tempo, e são pagos por cada resposta correta, os que entregaram seus resultados ao experimentador na sala obtiveram uma média de quatro em 20. Na segunda condição, em que participantes contavam suas respostas corretas, destruíam a folha de respostas e diziam ao experimentador em outra sala quantas tinham acertado, a média foi de seis em 20 – um aumento de 10%. E o efeito persistiu mesmo quando a quantia paga por resposta correta foi aumentada de 25 centavos para 50, e depois para US$1, US$2 e até US$5. De maneira reveladora, quando o valor atingiu US$10 por resposta correta, a quantidade de mentiras diminuiu.

A mentira, de acordo com Ariely, não é resultado de uma análise de custo-benefício. Ao contrário, é uma forma de auto-ilusão em que pequenas mentiras nos permitem melhorar nossa auto-imagem e ainda manter a percepção de sermos pessoas honestas. Mentiras grandes não são assim.

Os psicólogos Shaul Shalvi, Ori Eldar e Yoella Bereby-Meyer testaram a hipótese de que pessoas têm uma tendência maior a mentir quando podem justificar a mentira para si mesmas. O resultado foi um artigo intitulado “Honesty Requires Time (and Lack of Justifications)” [A Sinceridade Exige Tempo (E Falta de Desculpas)], publicado em 2013 em Psychological Science.

Os participantes rolaram um dado três vezes em uma situação que impedia o experimentador de ver o resultado, e foram instruídos a relatar o número obtido na primeira rolagem. (Quanto maior o número, mais dinheiro eles recebiam). Ver o resultado da segunda e da terceira rolagem dava aos participantes a oportunidade de justificar o relato de apenas o maior dos três números; como aquele número realmente tinha aparecido, era uma mentira justificada.

Alguns participantes tiveram que relatar sua resposta em 20 segundos, enquanto outros não tinham limite de tempo. Ainda que os dois grupos tenham mentido, os participantes que receberam menos tempo tinham uma tendência maior a fazê-lo. Em outro experimento, participantes rolaram o dado uma vez e relataram o resultado. Os que tinham pouco tempo, mentiam; os que tinham tempo para pensar, diziam a verdade. Os dois experimentos sugerem que pessoas têm uma tendência maior a mentir quando o tempo é curto mas, quando o tempo não é problema, elas só mentem quando têm justificativa para fazê-lo.

Talvez Mary não devesse ter dado tanto tempo para Abe ponderar sua resposta.

SÃO DEMASIADO POBRES OS NOSSOS RICOS – Mia Couto

 A maior desgraça de uma nação pobre é que, em vez de produzir riqueza, produz ricos. Mas ricos sem riqueza. Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados. Rico é quem possui meios de produção. Rico é quem gera dinheiro e dá emprego. Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro. Ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele.

A verdade é esta: são demasiado pobres os nossos «ricos». Aquilo que têm, não detêm. Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros. É produto de roubo e de negociatas. Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram. Vivem na obsessão de poderem ser roubados. Necessitavam de forças policiais à altura. Mas forças policiais à altura acabariam por lançá-los a eles próprios na cadeia. Necessitavam de uma ordem social em que houvesse poucas razões para a criminalidade. Mas se eles enriqueceram foi graças a essa mesma desordem.

O maior sonho dos nossos novos-ricos é, afinal, muito pequeno: um carro de luxo, umas efêmeras cintilâncias. Mas a luxuosa viatura não pode sonhar muito, sacudida pelos buracos das avenidas. O Mercedes e o BMW não podem fazer inteiro uso dos seus brilhos, ocupados que estão em se esquivar entre buracos, muito convexos e estradas muito côncavas. A existência de estradas boas dependeria de outro tipo de riqueza. Uma riqueza que servisse a cidade. E a riqueza dos nossos novos-ricos nasceu de um movimento contrário: do empobrecimento da cidade e da sociedade.

As casas de luxo dos nossos falsos ricos são menos para serem habitadas do que para serem vistas. Fizeram-se para os olhos de quem passa. Mas ao exibirem-se, assim, cheios de jóias e objetos caros, acabam atraindo cobiças alheias. Por mais seguranças que tenham à porta, os nossos pobres-ricos não afastam o medo das invejas e dos feitiços que essas invejas convocam. O fausto das residências não os torna imunes. Pobres dos nossos riquinhos!

São como a cerveja tirada na pressão. São feitos num instante mas a maior parte é só espuma. O que resta de verdadeiro é mais o copo que o conteúdo. Podiam criar gado ou vegetais. Mas não. Em vez disso, os nossos endinheirados feitos sob pressão criam amantes. Mas as amantes (e/ou os amantes) têm um grave inconveniente: necessitam de ser sustentadas com dispendiosos mimos. O maior inconveniente é ainda a ausência de garantia do produto. A amante de um pode ser, amanhã, amante de outro. O coração do criador de amantes não tem sossego: quem traiu sabe que pode ser traído.

CONFIAR UM NO OUTRO É ESSENCIAL PARA UM AMOR MADURO - Flávio Gikovate

Amar implica depender, estar na mão da outra pessoa. Por isso, amar alguém que não nos transmite confiança é ser irresponsável para consigo mesmo.

Poucos são os casais que vivem em concórdia, num relacionamento que crie condições para que ambos cresçam emocional e intelectualmente. Mas, porque existem alguns casais que vivem em harmonia, devemos nos empenhar para também fazermos parte dessa minoria privilegiada.

Hoje quero me dedicar a um aspecto essencial das boas relações amorosas que é o desenvolvimento da confiança recíproca.

Amar implica depender, estar na mão de outra pessoa. Ela tem, mais do que ninguém, o poder de nos fazer sofrer. Basta querer nos magoar que conseguirá isso, com uma simples palavra ou gesto. Se quiser nos fazer sentir insegurança, não terá problema algum.
Fica mais do que evidente que, quando uma pessoa ama alguém que não se empenha em despertar a sensação de confiança e de lealdade, ela irá padecer muito. Irá se sentir permanentemente ameaçada, terá ciúme de tudo e de todos.

Amar alguém que não nos passa confiança é, pois, uma irresponsabilidade para consigo mesmo. É uma ousadia, uma ingenuidade e uma grande demonstração de imaturidade emocional – ou sinal de que se tem satisfação com o sofrimento.

Em geral, as pessoas se colocam nessa condição em virtude de terem se encantado com alguém que, de fato, não dá sinais de confiabilidade. Aceitam essa atitude egoísta do amado imaginando que seja uma fase, um período doloroso que irá passar com o tempo. Fazem tudo para demonstrar o seu amor, para cativar o outro e esperam que isso faça com que, finalmente, ele se renda, e também se entregue de corpo e alma à relação afetiva.

Acaba se compondo uma espécie de desafio, em que aquele que não é confiável percebe que recebe mais atenções e carinho exatamente por agir dessa forma. Com isso se perpetua a situação e me parece bobagem achar que o futuro será diferente do presente. Afinal de contas, aquele que não se entrega ao amor, acaba sendo altamente recompensado por isso e não terá nenhuma tendência para alterar sua atitude.

Quando a “mágica” do encantamento amoroso não vem acompanhada da “mágica” da confiança, a pessoa está posta numa situação muito difícil, na qual o sofrimento e insegurança serão as emoções mais constantes.

E essa “mágica” da confiança de onde ela vem? De vários fatores, sendo que o primeiro deles depende do comportamento da pessoa amada.

Não é possível confiarmos numa pessoa que mente, a não ser que queiramos nos iludir e tentemos achar desculpas para não perder o encantamento por ela.
Não é possível confiarmos em pessoas cujo comportamento não está de acordo com suas palavras e suas afirmações. Aliás, quando o discurso não combina com as atitudes, penso que devemos tomar essas últimas como expressão da verdadeira natureza da pessoa.

Não é possível confiarmos em pessoas que mudam de opinião com a mesma velocidade com que mudamos de roupa. É evidente que todos nós, ao longo dos anos, atualizamos nossos pontos de vista. Porém, acreditar em certos conceitos num dia – na frente de certas pessoas – e defender conceitos opostos no outro – diante de outras pessoas – significa que não se tem opinião firme sobre nada e que se quer apenas estar de bem com todo mundo. Amar uma pessoa assim é, do ponto de vista da autopreservação, uma temeridade.

A capacidade de confiar depende também de como funciona o mundo interior daquele que ama e não apenas da forma de ser e de agir do amado.

Não são raras as pessoas que não conseguem desenvolver a sensação de confiança em virtude de uma autoestima muito baixa. Desconfiam da capacidade que têm de despertar e conservar o amor da outra pessoa; se sentem inseguras, acham que a qualquer momento podem ser trocadas por criaturas mais atraentes e ricas de encantos. E, o que é mais grave, se sentem assim mesmo quando recebem sinais constantes, coerentes e persistentes de lealdade por parte da pessoa amada. Nesses casos, não há o que essa criatura possa fazer para atenuar o desconforto daquelas, cuja única saída é um sério mergulho interior em busca de resgatar a autoestima e a autoconfiança perdidas em algum lugar do passado.

Finalmente, para uma pessoa desenvolver a capacidade de confiar é necessário que ela seja uma criatura confiável.

Costumamos avaliar as outras pessoas tomando por base nossa própria maneira de ser. Se nos sabemos mentirosos, capazes de deslealdade e de desrespeito aos outros, como ter certeza de que as outras pessoas não farão o mesmo conosco?

Só aquele que tem firmeza interior, que tem confiança em si mesmo no sentido de respeitar as regras de conduta nas quais acredita, pode imaginar que existam pessoas em condições de agir da mesma forma.

Se a felicidade sentimental depende do estabelecimento da confiança recíproca, ela será, pois, um privilégio das pessoas íntegras e de caráter.

A FELICIDADE E A VERDADE – Alfred Puppy

Caminhando pelo calçadão do Leblon, encontrei uma amiga muito querida, que não via há alguns poucos anos. A alegria do reencontro foi daqueles quase eufóricos. O simples encontro já foi uma alegria imensa. Como se diz, "fez o dia".

Sentados, bebendo aquele tradicional coco (antes do $urreal), ela me pareceu tranquila, mas, amigos confidenciais de tantos anos, percebi a tristeza em seus olhos.

Ficamos conversando durante várias horas, ela realmente estava precisando encontrar comigo. Que bom que o destino nos juntou naquela hora. Me senti honrado por poder demonstrar meu amor e amizade por aquela amiga tão querida e que estava passando por um momento complicado.

Resumindo, ela estava numa relação super feliz, com um homem maravilhoso, com o qual se relacionou pelos últimos 6 anos. Sempre falando de momentos e mais momentos de uma felicidade contagiante, que faz com que a gente tenha aquela inveja branca, aquela vontade de viver uma história como aquela.

O motivo da tristeza, com o desenrolar da conversa mostrou-se bem mais profundo e dolorido do que a princípio, ou do que a tranquilidade dela aparentava. Fiquei particularmente impressionado como, mesmo sem esconder a profunda tristeza que estava sentindo, ela estava tranquila e serena. Aquela tristeza tranquila e serena me intrigou profundamente.

Além disso, era ela quem havia terminado...estava difícil de entender. Tanto a dor quanto a serenidade de alguém que a cada minuto mostrava amar mais aquele homem a quem deixara.

Foi quando ela me falou uma frase que me marcou profundamente: prefiro uma tristeza verdadeira à felicidade falsa.

Estranho. Ele sempre me pareceu tão apaixonado, atencioso e gentil. Quando, então, a explicação dela, me fez entender e admirá-la ainda mais. Ela disse algo definitivo.

“ - Ele nunca sentiu por mim, ou não demonstrava, o mesmo que eu por ele e chegou um momento que desisti. Já não queria mais esperar. E, quando percebi, estava deixando de amá-lo, de desejá-lo com a mesma beleza infinita que nunca imaginara sentir por ninguém. Resolvi não deixar que aquela história de amor quase perfeita fosse manchada de alguma forma. Terminei com o homem com o qual fui mais feliz até hoje, porque não aguentaria vê-lo se tornar apenas mais uma relação comum e banal“.

Ela preferiu a verdade triste do que a alegria ilusória e, por isso, falsa. Corajosa como sempre fora. Conheço poucas pessoas capazes de ter uma clareza tão grande, e mesmo sofrendo tomar uma decisão tão difícil.

Concordei que a felicidade só poderia vir da verdade, e se eu tivesse a coragem de ter feito isso algumas vezes na vida, hoje teria recordações mais felizes dos amores que vivi.

A tristeza verdadeira nos aproxima mais da felicidade do que a fuga através das falsas alegrias.

E o que é uma coisa ou outra, só cada um de nós pode saber. É uma percepção pessoal e intransferível. Nossas verdades, tristes ou felizes, são a nossa identidade única. Somos nós verdadeiramente.

Torço para que ela seja muito feliz. Com ou sem ele.

RESILIÊNCIA: QUANDO A ADVERSIDADE TORNA VOCÊ MAIS FORTE.

A resiliência é definida como a capacidade de enfrentar uma situação adversa e sair reforçado dessa situação. É a base para que utilizemos os problemas que surgem como um aprendizado que nos ajuda a melhorar. A resiliência é colocada à prova em situações prolongadas de estresse ou sofrimento, como pode ser a perda inesperada de um ente querido, sobreviver a uma catástrofe natural, maus-tratos na infância, etc.

Na outra extremidade do conceito de resiliência pode estar o desenvolvimento de um transtorno de estresse pós-traumático. Na vivência de um episódio traumático, cada indivíduo tem diferentes formas de enfrentar o ocorrido. Além disso, cada um pode avaliar de forma diferente o mesmo fato.

Segundo D’Alessio, a resiliência emocional englobaria o conjunto dos traços da personalidade e os mecanismos cognitivos desenvolvidos por um indivíduo que lhe conferem proteção diante de situações adversas, impedindo o desenvolvimento de um transtorno mental.

A resiliência a partir do ponto de vista neurobiológico

O cérebro é a central do sistema biológico responsável pela resiliência e regula os mecanismos neurobiológicos, psicológicos e cognitivos do indivíduo vinculados com a resposta ao estresse. O funcionamento do cérebro é dinâmico e pode modificar sua estrutura em função das necessidades percebidas graças à neuroplasticidade.

A recuperação da neurogênese no giro denteado juntamente com a remoção dendrítica do hipocampo são as principais alterações estruturais associadas com a resiliência e que podem ser alteradas durante o estresse prolongado. Os fatores que fazem com que cada indivíduo reaja de forma diferente a um mesmo estímulo potencialmente estressante têm natureza distinta: eles podem ser genéticos, circunstanciais, relacionais, etc.

Nos indivíduos resilientes, as variáveis constitucionais, biológicas e genéticas interagem com as variáveis ambientais e as condutas aprendidas para resolver determinadas situações adversas. Eles fazem isso evitando ou prevenindo um transtorno psiquiátrico. Assim, não é possível falar de uma única variável que faz com que uma pessoa seja resiliente.

Fatores influentes

Existem inúmeros fatores que influenciam a resiliência e a forma de enfrentar as situações adversas. Por exemplo, foi observado que as situações de alto cuidado materno na infância a favorecem. As pessoas que receberam este cuidado são mais resistentes ao estresse, precisando de eventos altamente estressantes para que o organismo desencadeie a mesma resposta que em outro indivíduo.

O estresse é um mecanismo fisiológico necessário para que o nosso organismo funcione, para realizar atividades ou para responder a estímulos exteriores ameaçadores ou perigosos. Mas o estresse crônico pode propiciar alterações prejudiciais no cérebro por ter maiores níveis de hormônios do estresse (cortisona e adrenalina).

O aprendizado durante a infância é outro fator que pode influenciar. O desenvolvimento de estratégias de enfrentamento dos problemas a partir de uma idade precoce também pode favorecer o desenvolvimento da resiliência.

A adversidade como aprendizagem

A resiliência não oferece apenas uma saída para os traumas ou problemas que em outras pessoas podem favorecer o desenvolvimento de doenças ou problemas graves. Ela também se caracteriza por dar um reforço que emana da própria experiência negativa. De aceitar o que foi vivido e usar isso para seguir em frente, de forma que a experiência significativa não seja esquecida, mas transformada.

Viver uma experiência traumática sempre vai ter um impacto na nossa vida e uma implicação negativa, por se tratar de uma situação altamente estressante. O segredo é transformar essa dor em força para seguir em frente e ter uma vida plena. Muitas vítimas de catástrofes ou experiências semelhantes utilizam sua experiência para ajudar pessoas que vivem a mesma situação.

Aceitar que não podemos mudar o que ocorreu e que nem sempre temos o controle do que acontece conosco são estratégias que podem ajudar a superar diversas dificuldades que aparecerem. Não ter medo de pedir ajuda às pessoas mais próximas ou que passaram pelo mesmo e confiar nas nossas capacidades podem ser estratégias muito eficazes. Utilize-as!
Fonte: site A mente maravilhosa.

SE DIVERTIR EM EXCESSO NÃO SIGNIFICA SER FELIZ – Edith Casal

A discussão sobre o conceito do que é ser feliz ou não pode ser interminável. A felicidade é um conceito abstrato e é difícil discutir sobre o assunto sem cair em um “beco sem saída”. A diversão, no entanto, é muito mais fácil de entender, pelo menos aparentemente: diversão é tudo aquilo que quebra a rotina e lhe dá satisfação.

A má notícia é que ser feliz e se divertir não são sinônimos. Alguém pode se divertir e não ser tão feliz. O contrário também pode acontecer: a pessoa não realiza muitas atividades divertidas, mas é feliz.

“A minha felicidade consiste em apreciar o que tenho e não desejar em excesso o que não tenho”.
-León Tolstoi –

Mas, o que é tudo isso? É simplesmente uma introdução para chegar a um ponto que deve ser motivo de reflexão: no mundo atual, a diversão tornou-se praticamente uma obrigação. Os infelizes só são bem-vindos nas igrejas e em clínicas psicológicas. Por esta razão, a diversão em excesso pode ser uma forma de encobrir uma grande infelicidade.

A obrigação de se divertir para parecer feliz

Alguns a chamam de “sociedade da Coca-Cola”. Você se lembra do que um dos primeiros slogans dessa empresa pedia? “Divirta-se!”, dizia. E mostrava pessoas sorrindo e vivendo felizes”, ou seja, rodeados por muitos amigos, viajando, se aventurando, comendo comidas deliciosas ou parecendo um “casal de revista”.

Nas últimas décadas, muitas pessoas não pararam de seguir essa regra. Uma das palavras mais assustadoras no mundo de hoje é o “tédio”. E presume-se que o oposto do tédio seja o dinamismo em excesso, muitos “finais de semana” divertidos. Muitas pessoas dizem: “O que eu mais gosto nele é que me faz rir” ou “O que eu mais gosto é que ela não leva as coisas tão a sério”.

Supõe-se que para ser feliz é necessário ser sorridente e parecer com as pessoas dos comerciais do Coca-Cola ou de algum creme dental. Expressões que não são sorrisos, são “cara feia”. Se você tem alguma dificuldade, sempre aparece alguém que quer ajudá-lo, convidando para uma festa ou aconselhando a introduzir mais diversão na sua vida.

Diversão e culpa

A obrigação de se divertir é tão forte que, por vezes, acabamos nos sentindo culpados quando pensamos que não estamos desfrutando o suficiente, ou que não temos as ferramentas emocionais para aproveitar “como Deus manda”.

A diversão, o momento de festa, aparece na história da humanidade como algo sagrado. Cada cultura tem reservados momentos especiais para interromper a vida diária e compartilhar um tempo com a comunidade. Representavam momentos muito emocionantes porque eles supostamente compartilhavam a alegria, expressões artísticas e um encontro afetivo com os outros.

A eterna festa do mundo atual, no entanto, está se tornando cada vez mais ligada a fins comerciais programados. Em muitos casos, tem a sua origem no tédio e não na intenção de celebrar. Mas o pior é que, quando ela se torna uma prática contínua, também se torna parte de uma rotina, que tira seu encanto e a diversão.

Divertir-se não é sinônimo de ser feliz

Houve um tempo em que a diversão e a satisfação eram vistas como inimigas da virtude. O sexo foi demonizado e visto como uma área em que os seres humanos poderiam começar um processo para a decadência. O prazer era algo para pessoas pouco evoluídas, irracionais, e por isso se entregavam à satisfação de seus instintos.

Graças às contribuições de muitas disciplinas, incluindo a psicologia, foi compreendida e difundida a ideia de que, ao contrário do que a maioria pensava, o prazer, a satisfação e a diversão eram componentes legítimos de uma boa saúde mental; que a repressão do desejo era algo negativo e poderia aumentar significativamente as neuroses das pessoas.

Atualmente, parece que a ideia que deve ser divulgada é exatamente o contrário: nem tudo pode ser desfrutado e as frustrações e as carências também desempenham um papel importante no desenvolvimento e crescimento emocional. O que é demonizado hoje em dia é tudo aquilo que não implica diversão ou prazer. 

O divertimento não exclui ou responde as questões sobre o sentido da nossa existência; o fato de nos divertirmos não significa termos resolvido o enigma da felicidade pessoal.

POR QUE DÓI TANTO FICAR LONGE DE QUEM AMAMOS? - Erica Westly

Ficar longe da pessoa amada incomoda. Quando a saudade é muito grande sentimos como se faltasse algo em nós. Quem já passou por isso sabe que a angústia causada pela distância do objeto de amor e desejo pode levar ao aumento da ansiedade, desencadear perturbações do sono e, em casos mais graves, deflagrar a depressão. Essas reações intrigaram cientistas que estão desenvolvendo pesquisas para identificar os mecanismos neuroquímicos por trás desses efeitos psicológicos. Um estudo recente trabalhou com arganazes-do-campo, roedores corpulentos de cauda curta, que foram separados de suas parceiras por quatro dias.

Durante esse período, os animais exibiram comportamento semelhante à depressão e aumento da corticosterona, o equivalente, nesses animais, ao cortisol, o hormônio do stress em humanos. Machos que foram separados de seus irmãos não mostraram quaisquer desses sintomas, sugerindo que a resposta era relacionada, especificamente, à separação dos parceiros sexuais – e não a situações de isolamento social.
Quando receberam uma droga que bloqueou a liberação da corticosterona, os roedores pararam de exibir o comportamento depressivo pós-separação, confirmando que os hormônios estavam na raiz do problema.

Os efeitos do afastamento dos parceiros lembram, em alguns aspectos, a abstinência de drogas. “Mesmo em um curto prazo, a separação deflagra um estado aversivo ao meio, que faz com que os arganazes-do-campo procurem seus parceiros para não perder o vínculo”, diz o neurocientista comportamental Larry Young, do Centro de Pesquisas Nacionais em Primatas da Universidade de Emory e co-autor do estudo.

Outras pesquisas mostram que animais monogâmicos, que coabitam e se reproduzem, têm níveis aumentados de oxitocina, vasopressina e dopamina – hormônios que estimulam as ligações emocionais – em áreas do cérebro associadas à recompensa.

Em um experimento com separação de casais humanos por um período de 4 a 7 dias, a psicóloga social Lisa Diamond, da Universidade de Utah, observou sintomas leves de abstinência, como irritabilidade e perturbações do sono, aumento no nível de cortisol. Os voluntários que relataram maior ansiedade apresentaram picos nos níveis de cortisol. Mesmo os que apresentaram baixos índices de stress tiveram, em algum grau, níveis mais altos de cortisol e desconforto físico no período de afastamento, em comparação a quando estavam com seus pares.

Esses resultados, assim como os encontrados nos estudos de Young, indicam uma ligação específica entre separação e aumento do cortisol. Para pesquisadores, isso significa que, no futuro, podem ser desenvolvidas drogas que bloqueiem esse hormônio e ajudem as pessoas a se desligar de um parceiro.

Estudos mostram que o laço entre pares evolui com base na ligação entre pais e filhos e a separação nos remete a sentimentos antigos de rejeição, vividos nos primórdios da infância. Embora a maioria dos adultos não se recorde, quando as figuras parentais (que eram nosso universo) se afastavam e surgia a possibilidade de perdê-las, sobrevinha uma angústia extrema, só aplacada com o reencontro – o que pode explicar porque sentimos as conexões atuais de forma tão intensa. As mesmas substâncias neuroquímicas – oxitocina, vasopressina e dopamina – têm sido associadas a ambos os relacionamentos.

“As relações românticas adultas e os relacionamentos entre pais e filhos são fundamentalmente diferentes, mas ambas apresentam a mesma proposta funcional: criar um direcionamento psicológico para o outro, querer cuidar de alguém e resistir a separação”, explica Lisa Diamond.

Seus futuros estudos sobre ligações românticas, assim como os de Young, devem focar o desenvolvimento de tratamentos para o sofrimento associado à separação do parceiro ou a perda, bem como os transtornos que envolvem déficits sociais, como esquizofrenia e autismo.
Tradução Lilian Buzzetto

TROPEÇOS VOLUNTÁRIOS – André Albuquerque


Andar descalço em brasa quente,
se ferir nos espinhos de uma rosa,
beijar a naja com desejo ardente,
recitar mulher alheia em verso e prosa...

Brincar de vez em quando com a sorte,
perder a razão e jogar a vida quase fora,
abdicar da sanidade, caminhar com a morte,
feito criança que não vê o passar da hora.

Arriscar, tropeçar, se machucar, perder o norte,
pedir aquele prazer sem hora marcada,
um beijo roubado na madrugada,
um abraço no pôr do sol de qualquer sorte.

Viver é se arriscar por um chocolate,
Viver, acima de tudo é ter o que saborear,
é olhar para a ferida e poder lembrar,
que a dor valeu a pena em cada instante.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

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