MÁRCIA TIBURI - Somos livres?

Somos livres. Esta frase pode parecer muito abstrata hoje diante do cotidiano atropelado de afarezes, atividades, responsabilidades que todas as pessoas têm. Ninguém tem tempo de pensar na questão de “ser livre” e esta falta de tempo parece ser a prova de que a liberdade não existe. Quem, ao trabalhar demais, sem poder realizar outros aspectos de sua vida (como o conhecimento que envolve leituras, filmes, boas conversas, até mesmo a possibilidade de freqüentar cursos, de fazer viagens, de desenvolver sua criatividade, de aprender, enfim, coisas novas), pode dizer que é livre?

Lazer é o nome que damos a tudo isso que constantemente nos falta. O lazer não é algo que podemos abandonar em nome do trabalho. Em geral, é o que deixamos de lado quando estamos na luta pela sobrevivência. Mas é o nosso lazer que nos ensina e nos prepara para sermos seres humanos melhores, mais elaborados, inclusive no trabalho e, sobretudo, em relação a nossa família e amigos. É neste mundo que recarregamos nossas energias para os esforços que temos que fazer em nosso dia a dia.

Onde entra a liberdade neste caso? O lazer não é só um pacto que fazemos com a liberdade, mas a chance de expandi-la para todas as esferas da nossa vida. Liberdade é o nome que se dá ao fato de que escolhemos nossos rumos. Se não escolhemos não somos livres. O fato de que não temos tempo para o lazer prova que não temos liberdade. Ou que não sabemos usá-la. Uma parte da vida se perde aí. O problema maior da liberdade é que a vida também pode ficar meio sem sentido quando não pensamos no que estamos fazendo com ela. A liberdade é, portanto, mais do que algo que se tem ou não se tem, que se sabe ou não se sabe usar. Ela é uma capacidade de pensar na própria vida e de optar de modo responsável pelas próprias escolhas.

A liberdade é algo que faz parte do ser humano. Ninguém pode sentir que se tornou um ser humano sem que tenha tomado a liberdade como algo seu. Esta é uma idéia que vem de não muito tempo atrás. É uma idéia moderna que apareceu junto com o desejo humano que cada indivíduo tem de ter posse sobre si mesmo. Liberdade não é apenas algo que nos limita desde que pensamos que a de um termina onde começa a de outro. É mais que isso. Liberdade é a capacidade de organizar a vida para que trabalho e lazer possam ser possíveis. Mas, sobretudo, é ter consciência de si dentro destas dimensões da vida.

COMO DEIXAR A VIDA MAIS LEVE E AGRADÁVEL.- Solange Bittencourt Quintanilha

Muitas vezes, nossas preocupações são sobre coisas 
que ainda nem existem e podem nem acontecer. 

São apenas pensamentos negativos, apenas fantasias que só existem na mente e não na realidade. Muitos adoecem sem saber que a causa disso é um emaranhado de preocupações.
Várias coisas insignificantes levam muita gente a viver conflitos que causam diversos sofrimentos. Pouquíssimos, dentre nós, são vítimas de grandes danos e crueldades. São os pequenos golpes em nosso amor-próprio, certas injustiças, ligeiros abalos em nossa vaidade, expectativas que não se realizaram, falhas que não suportamos, que causam grandes parte dos nossos sofrimentos.
Precisamos ter certa aceitação dos problemas que acontecem, das situações desagradáveis, pois esse é o primeiro passo para se dominar as consequências de qualquer infortúnio. Podemos escolher entre aceitá-las como coisas inevitáveis, e ajustar-nos a elas, ou prejudicar a nossa vida com descontroles e revoltas. Até certo ponto, a decisão entre um caminho ou outro é racionalmente de cada um de nós.
A verdade, é que desperdiçamos enormes quantidades de energia e sofremos profundamente pela ansiedade que é gerada quando nos sentimos angustiados quanto ao futuro, principalmente porque desejamos ter controle sobre ele.

A vida (e na maioria das vezes aprendemos muito tarde) está em se viver cada hora a cada dia, realizar uma tarefa de cada vez, valorizando o “hoje”, ao invés de perder tanto tempo pensando: “Quando eu for adulto, quando eu me casar, quando eu me aposentar, quando eu ganhar na loteria...”

Muitas pessoas vivem sonhando com um mágico roseiral colorido que se encontra além do horizonte, em lugar de apreciar as rosas que desabrocham hoje à nossa volta.

A confusão é a causa principal das preocupações.
Na verdade, um problema bem formulado já é um problema meio resolvido, já que 50% das preocupações se dissipam logo que se chega a uma decisão clara e definitiva. Ou seja, o principal obstáculo para isso é a confusão mental, a falta de clareza na formulação da situação de forma realista.

Para isso, é necessário tentar entender os fatos da maneira mais realista possível, porque, por estarmos muito preocupados, nossas emoções ofuscam a clareza e a objetividade, e ficamos agitados, confusos, andando de um lado para o outro.

Muito importante, portanto, é examinar atentamente todas as possibilidades, as causas e os efeitos e se organizar para por em prática a decisão tomada, sem adiar as suas decisões.

Fadiga e cansaço
O trabalho mental sozinho não cansa tanto, são os fatores psicológicos ou emocionais, tais como: tédio, ressentimento, perfeccionismo, ansiedade, preocupações, pressões, sentimento de rejeição ou de inutilidade... que produzem tensões nervosas em nosso corpo e nos cansam enormemente.
Muitas vezes é necessário falar com um profissional que possa nos escutar, nos orientar e nos ajudar a elaborar esses conflitos.

As circunstâncias, por si sós, não nos tornam felizes ou infelizes. É a maneira como reagimos ante as circunstâncias que determina os nossos sentimentos.
Importante, é aceitar que há situações inevitáveis, que não podem ser de outro modo, mas que podemos tentar buscar as alternativas possíveis para a melhor resolução.

Outro ponto importante é a pessoa se aceitar e gostar de si mesma. Quando ela luta porque quer ser diferente, quer ser outra pessoa, essa é uma fonte de muitas neuroses e sofrimento.

Inúmeros homens de sucesso começaram a vida com tantos obstáculos que precisaram de um empenho enorme, acima do normal, para realizar seus empreendimento mas que conseguiram sucesso e grandes recompensas. Temos vários exemplos históricos: Beethoven era surdo, Darwin era inválido, Tchaikovsky tinha muitas depressões, Ray Charles era cego e Helen Keller era cega e surda...

O que se torna muito pesado, é que raramente as pessoas pensam no que tem, mas sempre no que falta. Com esse pensamento, fica difícil uma pessoa se sentir satisfeita ou realizada na vida (o “buraco” ou a “falta” estará sempre presente).
É preciso valorizar as coisas boas que possuímos.

Finalizando
Os nossos pensamentos têm uma grande influência na nossa saúde física e mental.
Se escolhermos os pensamentos acertados e positivos, estaremos no caminho que nos conduzirá à solução dos problemas, sem deixar que os erros e fracassos nos derrotem. Devemos utilizar as vivências do passado somente como aprendizado e crescimento emocional, mas nunca ficar prisioneiro dele.
As coisas não se resolvem magicamente e nem no exato momento que desejamos, existe um tempo para que as coisas se resolvam.
É muito importante modificar nossa atitude mental, procurando ver a melhor maneira, o melhor ponto de vista, para fazermos escolhas acertadas.
É de vital importância fazermos, também, na vida o que gostamos, o que nos dá prazer e alegrias. É lá, onde o nosso interesse for atraído, onde vislumbrarmos a alegria e satisfação, que se encontrará a energia que precisamos para viver bem.
Solange Bittencourt Quintanilha

HOMENS E MULHERES ENXERGAM O MUNDO DE MANEIRA DIFERENTE?

Homens e mulheres têm uma perspectiva diferente do mundo? 
A ciência já tem uma resposta para isso.

Porém, ela não é psicológica. O que um novo estudo da Universidade da Cidade de Nova York (EUA) descobriu é que os dois sexos têm literalmente uma visão diferente do mundo.

Por exemplo, os homens têm uma maior sensibilidade a pequenos detalhes e objetos em movimento rápido. Já as mulheres são melhores em distinguir entre as cores.

Fisicamente diferentes
Os pesquisadores já sabiam que os sexos exibiam diferenças nas funções sensoriais. O córtex cerebral (região do nosso cérebro) tem um número muito elevado de receptores de testosterona, o que pode ser uma base para as diferenças entre homens e mulheres quanto aos nossos sensos.

Por exemplo, a audição tem claras diferenças de sexo (relacionadas aos níveis de testosterona). De todos os principais sistemas sensoriais, apenas a visão não tinha ainda sido examinada em busca de diferenças entre os sexos, o que, segundo os cientistas, é surpreendente, porque o lobo occipital (nossa área primária de projeção visual) pode ter a maior densidade de receptores de testosterona no córtex.

Sendo assim, eles examinaram funções visuais básicas em homens e mulheres com visão normal, em busca de diferenças.

Quando os voluntários foram solicitados a descrever cores mostradas a eles dentro de todo o espectro visual, os pesquisadores notaram que a visão de cores dos homens era “desviada”. Eles precisavam de um comprimento de onda ligeiramente mais longo para observar a mesma tonalidade que as mulheres.

Eles também eram menos capazes de discriminar entre as cores, ou seja, para os homens, é como se o espectro de cores fosse “menor” (talvez seja por isso que carmim, escarlate, coral, salmão, vinho, etc., para eles é tudo “vermelho”, mas nós, mulheres, sabemos que não são).

Os pesquisadores também usaram uma imagem de barras claras e escuras para medir a sensibilidade ao contraste dos participantes. Essas barras podiam ser horizontais ou verticais, e os voluntários tinham que dizer qual delas eles estavam vendo. Mas, em cada imagem, quando as barras claras e escuras eram alternadas, a imagem parecia tremer.

Variando a rapidez com que as barras eram alternadas, ou quão próximas elas ficavam, os pesquisadores descobriram que, a taxas mais lentas de mudança de imagem, os observadores perdiam a sensibilidade quando as barras eram próximas, e ganhavam sensibilidade quando as barras eram afastadas.

Quando a mudança de imagem era mais rápida, ambos os sexos eram menos capazes de adivinhar corretamente as imagens. Ainda assim, em geral, os homens eram mais capazes de “resolver o quebra-cabeça” com imagens mais rápidas e mais próximas.

Conclusão
Como com outros sistemas sensoriais, existem diferenças marcadas na visão dos sexos. Os pesquisadores acreditam que a testosterona desempenha um papel importante, levando a conectividades diferentes em homens e mulheres.

As mulheres têm uma melhor visão de cores, e os homens têm sensibilidade significativamente maior para detalhes e estímulos em movimentos rápidos, o que os cientistas acreditam ser consistente com os papéis sexuais em sociedades de caçadores-coletores (da qual nós evoluímos).
Por Natasha Romanzoti[Daily Science]

AMOR DA FAMÍLIA É FUNDAMENTAL PARA DESENVOLVIMENTO SADIO DO CÉREBRO


Segundo um novo estudo da Universidade Harvard e do Hospital Infantil de Boston, ambos nos EUA, estar em um ambiente familiar propício estimula o crescimento do cérebro e o desenvolvimento de habilidades mentais nas crianças.

Os pesquisadores analisaram imagens de ressonância magnética do cérebro de órfãos romenos de 8 a 11 anos de idade, sendo que alguns deles tinham sido adotados.

Os cientistas afirmam que a maioria dos lares de adoção (casas institucionais de cuidados dos órfãos) tem poucos cuidadores para muitas crianças, e, sendo assim, o atendimento é altamente regulamentado e o investimento do cuidador nas crianças é baixo.

Ao comparar as crianças colocadas em cuidados de terceiros com as que cresceram em um ambiente tipicamente doméstico, os pesquisadores descobriram que as primeiras menores níveis de substância branca e cinzenta, dois componentes do sistema nervoso central do cérebro.

Eles também descobriram que os órfãos que mais tarde foram adotados, ou seja, passaram a morar com famílias, tinham níveis normais de substância branca, mas menos massa cinzenta.

A substância branca retransmite mensagens para o cérebro e desempenha um papel fundamental na nossa capacidade de aprendizagem, permitindo que o cérebro funcione de forma apropriada, enquanto a substância ou massa cinzenta contém células nervosas e governa nossos músculos, sentidos, memória, emoções e fala.

Pode ser que o déficit em massa cinzenta nas crianças sob cuidados de terceiros tenha a ver com a ausência de estimulação necessária para o desenvolvimento normal do cérebro no inicio da vida, já que elas conviveram muito tempo com privação, negligência física e psicológica.

Também pode explicar por que as crianças que passam muito tempo sob cuidados não familiares têm, em média, QI mais baixo e menos competências linguísticas, além de estarem em maior risco de problemas de desenvolvimento, tais como déficit de atenção/hiperatividade e problemas de saúde mental.

A conclusão é de que crianças expostas à criação institucional (não familiar) passam muito tempo em um ambiente privado sem uma experiência adequada para o desenvolvimento normal do cérebro.

Os dois primeiros anos de vida são um período especialmente sensível, que exerce um efeito máximo no desenvolvimento cognitivo da criança. Para crianças em lares institucionais, o ideal é ser adotado o mais rápido possível.

E famílias que relegam o cuidado com seus filhos a terceiros, por exemplo, babás em tempo integral ou creches? A pesquisa não é clara nesse ponto, afinal estudou órfãos, mas essa é uma questão que vale reflexão, afinal, o estudo fala da importância de um ambiente familiar, amoroso, ou como os cientistas o chamam, “tipicamente doméstico”, para um desenvolvimento mental ideal.

Será que não é sempre melhor que os pais ou parentes mais próximos cuidem das crianças, do que “instituições” ou terceiros? O que você acha?
Por Natasha Romanzoti - [Telegraph]

HÉLIO PELLEGRINO - Supermãe

Mário de Andrade, em seu livro A Costela do Grão Cão, tem um poema que começa assim:
Existirem mães, /Isso é um caso sério. /Afirmam que a mãe /Atrapalha tudo, /É fato, ela prende /Os erros da gente, /E era bem melhor /Não existir mãe.” O poema segue, por aí afora, numa ascendente espiral de beleza, até a inigualável explosão final: “Oh virgens, perdei-vos, /Pra terdes direito /A essa virgindade /Que só as mães têm!”

Rubem Braga, numa crônica deliciosa de O Homem Rouco, dedicada ao Dia das Mães, conta a história de uma Mãe que, de repente, na praia, dá por falta do filho. Catastrófica, amputada, a Mãe hasteia o seu supergrito de desespero e horror: todo o mundo, siderado, põe-se a procurar o afogado, em rebuliço, em pânico, em convulsões e preces, até que o Joãozinho aparece lampeiro, com um sorvete na mão. A Mãe, com um tapa, quase derruba sorvete e filho — "menino desgraçado!" —, e a este, trombudo, humilhado, só resta o recurso de murmurar, entre dentes: "Mãe é chaata...".
Otto Lara Resende, num conto chamado Mater Dolorosa, narra a desventura de um menino progressivamente asfixiado pela longa — e incurável — doença da mãe. O sofrimento materno, à semelhança de um miasma em expansão, passou a impregnar todo o espaço doméstico, invadindo as salas, os móveis, o porão, o quintal, as gaiolas de passarinhos, e tudo o mais que existisse na casa. O menino, as criações,as próprias plantas começaram a morrer, confinados
e apáticos, até que a morte da mater dolorosa, num cruel paradoxo, lhes trouxesse de novo o sol, a vida e a liberdade.

Mãe será chata mesmo? Parece que, por um lado, os depoimentos neste sentido convergem, numa quase unanimidade afirmativa. O próprio Ziraldo, em bilhete a mim enviado, a propósito de sua personagem, a Supermãe, dá a respeito um testemunho saboroso. Diz ele: “Na província; nós fomos criados jogando bola na rua e voltando pra casa, pra lavar os pés e dormir. Mãe era uma coisa boa e meio distante. Cheguei aqui, e era um tal de fazer amigo que tinha que voltar pra casa, por causa da mãe, que eu fiquei besta. Cunhei até uma frase para um deles: ‘A mãe é o maior inimigo do homem´".

O Ziraldo, como bom mineiro, não se compromete. Fala da mãe dos outros e das supermães alheias, no que, aliás, obra bem. De qualquer forma, a frase dele é uma jóia de humor e de intuição psicológica. Mãe é coisa de tal forma portentosa, e de tão subida força, que um pouco é preciso denegri-la, pichá-la, para poder perdê-la. O curioso e dramático, na dialética da relação mãe-filho, é que o filho, para poder ganhar-se, enquanto sujeito humano autônomo, dono do próprio nariz, precisa criar uma distância respeitável, que o separe da mãe. Isto significa que o filho, para ter a mãe, saudavelmente, necessita perdê-la. O mesmo ocorre com a figura materna, na sua relação com o filho. Ter o filho, enquanto pessoa, centrado na própria liberdade, é abrir mão dele, é consentir na sua existência, como inventor de caminhos.

Mãe e filho se perdem para ganhar-se, e se ganham perdendo-se. É esta a contradição geradora da inevitável ambivalência que caracteriza a relação de mãe e filho, nos dois sentidos. Há um luto e uma perda a elaborar, no diálogo entre ambos. Há o tempo que passa, e a nostalgia incurável que dele roreja — pois o tempo não volta nunca. Há, por fim, um progressivo e doloroso reconhecimento de imperfeições, perdas e danos: a mãe,. com o tempo, se torna menor, na medida que o filho cresce, até que mãe e filho passam a ser do mesmo tamanho — ambos se tornam maiores.

O velho Freud, que não me deixa mentir, tem por um lado uma visão idílica — e isto nele é raríssimo — da relação da mãe com o filho. Trata-se do único vínculo de amor em que o desprendimento, a generosidade e o altruísmo constituem a tônica da relação. Mas, por outro lado, o criador da psicanálise, com a sua cerrada — e sábia — mania de referir tudo e todas as coisas aos componentes da sexualidade, afirma que o filho, para a mulher, é o ressarcimento, ou a indenização, por ela exigidos, em virtude do fato de lhe faltar o pênis. Pela maternidade, a mulher consegue superar a invidia penis, fonte para ela segundo o supracitado Freud — de mortificantes sentimentos de inferioridade. O filho, inconscientemente, para a mãe, pode vir a representar a insígnia fálica que lhe falta. Ele será, então, pedaço e brinquedo narcísico da mãe, coisa e loisa dela, propriedade privada e inalienável, sem direito a uma vida própria.

Eis aí, a meu ver, o substrato psicológico a partir do qual a mãe viria a transformar-se em supermãe. Ziraldo, cartunista de gênio, conseguiu apreender a essência do problema, através do seu traço e das situações, universais,e cotidianas, fixadas pela personagem que criou. E espantoso como o artista, pela graça do seu talento, chega a resultados que o cientista só alcança depois de longa — e porfiada — capina. Supermãe, como o mostra Ziraldo, é mãe demais, dominadora e engolfadora, cuidadosa e fervorosa a ponto de transformar o filho num permanente afogado, do qual ela representa a salvação — ou o salva-vidas. Acontece, porém, que a supermãe, ao mesmo tempo que é salvação e salva-vidas, é também o oceano, o báratro profundo, mundão de água onde o filho submerge, por contraditório decreto daquela que o deu à luz.

É isso aí: a supermãe dá o filho à luz, isto é, ao pai, ao mundo, à cultura, aos outros e, ao mesmo tempo, quer reabsorvê-lo, aspirá-lo, reintegrá-lo na noite do seu ventre. A supermãe, na verdade, é servidora da noite, rainha da escuridão, e trabalha no sentido de uma dissolução das diferenças. Ela aspira à unidade, à fusão, ao esplendor espesso e escuro do que é completo e silencioso — esfinge de pedra.

Acontece que a supermãe, além do mais, corresponde ao mais profundo sonho que o coração humano é capaz de sonhar. Ou melhor: a supermãe corresponde ao desejo de um sono sem sonhos, onde possamos nos perder sem sequer termos notícia de que estamos perdidos. Neste sentido, a supermãe, do ponto de vista psicanalítico, representa em nós a pulsão de morte, a tentação que temos de abdicar de nós mesmos, num naufrágio que nos dissolva no grande oceano cósmico: “É doce morrer no mar”.

Nascemos prematurados, desequipados, numa inermidade enorme. Costumo dizer que o ser humano tem sempre mãe de menos, na medida que, ao ser dado à luz da realidade, não tem condições de suportá-la. A criança, nos seus primeiros tempos de vida, veste-se de mãe, cria para si, na fantasia, um agasalho de carne, onde se refugia - como num útero. Ela fica, desta forma, fundida à mãe — à supermãe! —, totalmente identificada a ela, num sono e num sonho em que recupera o paraíso perdido: “e que tudo o mais vá para o inferno” .

É assim, a partir desses primórdios, que nos acumpliciamos com a supermãe. No princípio, a exigimos, por questão de sobrevivência. Depois, não sabemos abrir mão dela. Por fim, não queremos abrir mão dela. Fruto do desejo da mãe e do filho, a supermãe é criação a dois, exclusiva e excludente. Haja pai, haja terceiro, haja luz e Logos, para resolver a parada.

Do contrário, estaremos fritos.

ADÉLIA PRADO - O Desbunde

Tinha, como direi, eu, que sou uma senhora a seu modo pacata e até pudica, uma, ou melhor, um derrière esplendido. Não é preciso ser homem pra essas avaliações. Firme em definidos e perfeitos contornos, rebelde ao disfarce das saias e anáguas daquele tempo, inscrevia-se na cara de sua dona, que, movendo os olhos como as ancas, subia a rua em falsa pudicicia, apregoando-se: tenho. Os homens ficavam loucos. Eu era mocinha boba e escutei no armazém do Calixto ele dizer pro Teodoro, meu futuro marido, naquele tempo preocupado em fazer bodoques de goma: eh, ferro! O Vicente não vai dar conta daquela ali, não. É preciso muita saúde. Calixto falava com o Teodoro do que eu suspeitava serem os tesouros da Oldalisa e ela nem aí, toda toda, sobe e desce rua. Exatamente o que era me escapava, só podia ser coisa de homem e mulher. Felicitei-me por estar viva e participar de segredos tão excitantes. O Vicente era muito magrinho, não jogava bola, não nadava, "não salientava em nada", o Vicente

Cisquim. Pois foi dele que a Raimunda — como o Calixto chamou ela naquele dia — gostou. Casaram e tiveram pencas de filhos. O Calixto ficou chupando o dedo. Ser bonitão e dono de armazém não contou ponto pra ele. Pois é, falou o Teodoro, hoje, assim que botou o pé em casa: O que é a tecnologia, hein? Tecnologia? É o avanço da medicina. Teodoro falava era do avanço do tempo. Tou aqui matutando, disse ele, porque a Oldalisa escolheu o Vicente, não tem base. Tô vendo aquela dona pegando as compras no caixa e... Plim! Era ela, a velha senhora. A Oldalisa do Vicente? É. O Vicente estava junto? Não. Estava com duas alianças e um menino, neto dela com certeza. Será que o Vicente morreu da praga do Calixto? Acho que não, porque eu procurei o traseiro da Oldalisa e nada da olda, só mesmo a lisa, magra e murcha. Ter encontrado a Oldalisa expropriada de seu dote mais tentador deixou Teodoro bem filosofante sobre as agruras do corpo. Teria ele também sido um apaixonado da Oldalisa e eu corrido sérios riscos? Porque amor não olha idade, não é mesmo? Agora, daquela do escritório eu tive, medo não, por causa de meus outros poderes, tive inveja. A uma cintura de vespa seguia-se, instruída e fatal, o que a Oldalisa trazia com inocência. Batia à máquina, agarradinha no Teodoro, de saia justa e batom cor de sangue. O apelido dela na firma era Corrosiva, e foi Teodoro quem pôs. Se chamava Rosiva, a perigosa. Imagina o risco que eu corri.

18 TÁTICAS PARA FAZER UMA GRANDE APRESENTAÇÃO COMO STEVE JOBS

Autor analisou as técnicas do cofundador da Apple 
para tornar qualquer apresentação grandiosa.
Encantado com a capacidade de Steve Jobs tornar o lançamento de qualquer produto um grande evento, o autor norte-americano Carmine Gallo decidiu investigar as técnicas usadas pelo cofundador da Apple para criar apresentações de impacto. As conclusões resultaram no livro 'The presentation Secrets of Steve Jobs - How to be insanely Great in Front of Any Audience' ('Faça como Steve Jobs e realize apresentações incríveis em qualquer situação'), lançado no Brasil pela editora Lua de Papel.
Ficou interessado? A revista Business Insider publicou uma lista com 18 dicas do livro para que qualquer mortal consiga fazer uma apresentação digna de um Steve Jobs. Confira:
1. Faça um planejamento analógico
Nada de perder tempo de cara no Power Point. A melhor estratégia é organizar suas ideias em uma folha de papel, um quadro ou cartões, para só então criar uma apresentação no computador.
2. Responda a pergunta mais importante
"Por que eu deveria me importar com o que está sendo dito?"
3. Desenvolva um propósito messiânico
De onde vem a sua paixão pelo assunto a ser tratado? Transmita essa paixão para a sua audiência.
4. Crie frases como se fossem posts no Twitter
As pessoas não querem ler um grande texto, elas querem ouvir uma história. Seja direto.
5. Desenhe um mapa
Crie uma estrutura de três atos para a sua apresentação, de forma que o público perceba que ela tem começo, meio e fim.
6. Apresente um antagonista
Mostre qual o problema a ser resolvido ou inimigo a ser vencido.
7. Revele o herói
Qual a solução para o problema? Qual a inovação ou novidade que vai levar à vitória?
8. Canalize o seu eu interior
Mantenha toda a apresentação simples, objetiva e minimalista
9. Enfeite seus números
Apresente as estatísticas de um jeito que seja relevante para sua audiência
10.Use palavras incrivelmente velozes
Reveja sua apresentação e edite, edite, edite...
11. Compartilhe o palco
Uma apresentação não deve ser o show de um homem só. Se possível, reveze com outras pessoas.
12. Dê vida a sua apresentação
Adicione vida removendo excessos de explicações e dando exemplos.
13. Revele algo inesperado
Há sempre uma surpresa no fim - uma surpresa planejada.
14. Tenha presença de palco
Domine sua linguagem corporal e faça movimentos que tenham a ver com a apresentação.
15. Faça parecer fácil
Ensaie, ensaie e ensaie.
16. Vista uma roupa adequada
Se vista como o líder que você sonha em se tornar.
17. Fale de forma natural
Uma vez que voce ensaiou seu discurso, fale de forma relaxada e natural.
18. Divirta-se
Mesmo se as coisas forem para o lado errado, divirta-se com elas.

AMIGOS ÍNTIMOS SÃO MENOS COMUNS HOJE EM DIA


Olhe para a página de seu perfil no Facebook. Observe, na tela, qual é o número de amigos que aparece abaixo do seu nome. Conte com quantos, a partir desse número, você realmente tem amizade e divide confidências. Na população, segundo pesquisadores americanos, esse resultado é menor do que era há 25 anos.

Pesquisadores da Universidade Cornell (Ithaca, Nova Iorque), nos EUA, conduziram um estudo com dois mil adultos maiores de 18 anos, a partir de um estudo feito pela internet em abril e maio de 2010. A todos os pesquisados, era questionado o número de pessoas com quem eles discutiram “assuntos importantes” nos últimos seis meses.

A maior parte dos pesquisados (48%) afirmou ter apenas um amigo para confidências. 18% afirmaram ter dois. E 29% dos participantes declararam ter mais de duas pessoas íntimas com quem compartilharem um assunto importante.

Esses números, segundo os pesquisadores, são significativos, mas não revelam necessariamente que estejamos nos isolando uns dos outros. Eles afirmam que essa realidade pode ser apenas uma tendência, uma nova forma de classificar nossas amizades a partir das formas de comunicação que surgiram há menos de 25 anos.

Além disso, apenas os 4% restantes da pesquisa afirmaram que esse número para eles foi de zero. A esse grupo, era questionado em seguida se o número era nulo porque não houve de fato um “assunto importante” nos seis meses anteriores, ou se realmente não dispunham de um amigo em quem confiar. E o grupo de pessoas verdadeiramente “isoladas” foi de 36% dessa parcela. Segundo os pesquisadores, esse índice não é maior hoje do que há três décadas.
Por Stephanie D’Ornelas - [LiveScience]

SER REJEITADO TORNA VOCÊ MAIS CRIATIVO

Se você se sente “fora de contexto” no trabalho 
ou no colégio/faculdade, não desanime: 
essa situação pode reforçar sua criatividade.

Se você encontrar a maneira certa de lidar com a rejeição, sentir-se diferente pode lhe ajudar a encontrar soluções criativas”, aponta Jack Goncalo, professor de comportamento organizacional na Universidade de Cornell (EUA).

Junto com outros pesquisadores, ele conduziu três estudos que demonstraram os possíveis benefícios de uma “rejeição social”. “Ao contrário de pessoas que têm uma forte necessidade de pertencimento, algumas pessoas socialmente rejeitadas combatem a rejeição com uma atitude de ‘gente normal não me entende e eu mereço algo melhor’”, explica Goncalo.

Se a pessoa tiver um considerável senso de independência, o fato de não estar “presa” a um grupo social ou círculo de amizades específico pode ser útil na hora de buscar soluções originais, sem se limitar àquilo que já é aceito como “bom”.

Para aqueles que são socialmente rejeitados, a criatividade pode ser a melhor vingança”, aponta. Mas Goncalo também faz uma ressalva: “Não estamos descartando as consequências negativas que a rejeição social pode provocar em muitas pessoas”. Há muitos casos em que a pessoa precisa de ajuda profissional para lidar com a rejeição.
Se estar “de fora” não a incomoda, porém, pode ser um bom sinal.
Por Guilherme de Souza - [ScienceDaily]

PENSADORES FAMOSOS - O QUE É O HUMOR?




· Nada mais humorístico do que o próprio humor, quando pretende definir-se (Friedrich Hebbel).

· Definir o humor é como pretender pregar a asa de uma borboleta usando como alfinete um poste de telégrafo (Enrique Jardiel Poncela).

· Humor é a maneira imprevisível, certa e filosófica de ver as coisas. (Monteiro Lobato).

· O humorismo é o inverso da ironia (Bergson).

· O humorismo é o único momento sério e sobretudo sincero da nossa quotidiana mentira (G. D. Leoni).

· O humor é o açucar da vida. Mas quanta sacarina na praça! (Trilussa).

· O humor é o único meio de não sermos tomados a sério, mesmo quando dizemos coisas sérias: que é o ideal do escritor (M. Bontempelli).

· O humor compreende também o mau humor. O mau humor é que não compreende nada (Millôr Fernandes).

· O espírito ri das coisas. O humor ri com elas (Carlyle).

· A fonte secreta do humor não é a alegria, mas a mágoa, a aflição, o sofrimento. Não há humor no céu (Mark Twain).

· O humor é uma caricatura da tristeza (Pierre Daninos).

· O humor é a vitória de quem não quer concorrer (Millôr Fernandes).

· A própria essência do humor é a completa, a absoluta ausência do espírito moralizador. Interessa-lhe pouco a pregação doutrinal e a edificação pedagógica. O humor não castiga, não ensina, não edifica, não doutrina (Sud Menucci).

· O humorismo é dom do coração e não do espírito (L. Boerne).

· O humorismo é a arte de virar no avesso, repentinamente, o manto da aparência para por à mostra o forro da verdade (L. Folgore).

· O humor tem não só algo de liberador, análogo nisso ao espirituoso e ao cômico, mas também algo de sublime e elevado (Freud).

· Humorismo é a arte de fazer cócegas no raciocínio dos outros. Há duas espécies de humorismo: o trágico e o cômico. O trágico é o que não consegue fazer rir; o cômico é o que é verdadeiramente trágico para se fazer (Leon Eliachar).(*)

· O humorismo é a quintessência da seriedade (Millôr Fernandes).

· O humorista é um forte bom, vencido, mas sobranceiro à derrota (Alcides Maia).

· O humor é a polidez do desespero (Chris Marker).

ANTÔNIO MARIA - Mulher dos outros


Dia claro. Primeiras horas do dia claro. Havíamos bebido e procurávamos um café aberto, para uma média, com pão-canoa. Quase todos estavam fechados ou não tinham ainda leite ou pão. Fomos parar em Ipanema, num cafezinho, cujo dono era um português e nos conhecia de nome de notícia. Propôs-nos, em vez de café, um vinho maduro, que recebera de sua terra, "uma terrinha (como disse) ao pé de Braga". Não se recusa um vinho maduro, sejam quais forem as circunstâncias. Aceitamo-lo. Nossa grata homenagem a José Manuel Pereira, que nos deu seu vinho.
Nesse café, além de nós, havia um casal, aos beijos. As garrafas vazias (de cerveja) eram quatro sobre a mesa e seis sob. Beijavam-se, bebiam sua cervejinha e voltavam a beijar-se. Não olhavam para nós e pouco estavam ligando para o resto do mundo. Em dado momento, entraram dois rapazes e pediram aguardente no balcão. Ambos disseram palavrões, em voz alta. O casal dos beijos e da cerveja parou com as duas coisas.
Outros palavrões e o cabeça do casal protestou:

— Pára com isso, que tem senhora aqui!
Um dos rapazes dos palavrões:
— Não chateia!
— Não chateia o quê?  Pára com isso agora!
Um dos rapazes do palavrão:
— E essa mulher é tua mulher?
— Não é, mas é mulher de um amigo meu!
A briga não foi adiante.
Todos rimos. O dono da casa, os rapazes dos palavrões, o casal. Está provado que: quem sai aos beijos com mulher de amigo não tem direito a reclamar coisa alguma.

ARTHUR DA TÁVOLA - Amor


Aos que não casaram,
Aos que vão casar,
Aos que acabaram de casar,
Aos que pensam em se separar,
Aos que acabaram de se separar.
Aos que pensam em voltar...

Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja.
O AMOR É ÚNICO,
como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, 
ao cônjuge ou a Deus.

A diferença é que, como entre homem e mulher não há laços de sangue,
A SEDUÇÃO tem que ser ininterrupta...

Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança, acabamos por sepultar uma relação que poderia
SER ETERNA

Casaram. Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas.
Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes, nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada,
RESPEITO.
Agressões zero.

Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência... Amor só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura, para acatar regras que não foram previamente combinadas. 
Tem que haver
BOM HUMOR
para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades.
Tem que saber levar.

Amar só é pouco.
Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas para pagar.
Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar.
Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar.

Entre casais que se unem , visando à longevidade do matrimônio, tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, 
um tempo pra cada um.

Tem que haver confiança. Certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão.
E que amar "solamente", não basta.

Entre homens e mulheres que acham que
O AMOR É SÓ POESIA,
tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom pode durar para sempre, mas que sozinho 
não dá conta do recado.

O amor é grande, mas não são dois.
Tem que saber se aquele amor faz bem ou não, se não fizer bem, não é amor. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência.
O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.

Um bom Amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!

SUA RELAÇÃO É DO TIPO TÊNIS OU FRESCOBOL? - Edmir Silveira

Um casal jogando frescobol, na praia, me chama a atenção. São veteranos, tanto ele quanto ela. E jogam muito bem. É hipnotizante ver a sincronia e o esforço dos dois para que o outro acerte de volta.

É muito bonito o princípio desse jogo. Aquele casal vibra com o acerto do outro a cada bola mais forte. Jogam mesmo muito bem. Velocidade, força e precisão impecáveis para um casal que já passou dos seus 50 anos.

A analogia me parece inevitável. Por circunstâncias diversas, estive durante a semana com dois casais completamente opostos. O primeiro era competitivo, tenso. O outro, um casal leve e agradável. Dois tipos de relação; a primeira do tipo tênis a outra do tipo frescobol.

As relações do tipo tênis são competitivas. Parece que existe uma rixa, uma competição, nem sempre tão velada ou esportiva. Quem é melhor, quem fez mais coisas certas ou erradas, quem é mais ou menos isso ou aquilo. Relações no qual o futuro é acumular ressentimentos e mágoas deixando, no final, dois derrotados.

As relações do tipo frescobol, ao contrário, são fonte de constante aperfeiçoamento mútuo. Os dois vão melhorando o entrosamento a cada dia e o jogo vai se tornando cada vez mais interessante e gratificante. Cada vez mais fonte de prazer, se realimentando da satisfação e da alegria do outro. Do Parceiro (a).

O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola.

Só que no frescobol, para o jogo ser bom, é preciso que os dois joguem bem. Se a bola vem torta, a gente faz o maior esforço do mundo para devolvê-la perfeita, no lugar certo, para que o outro possa rebatê-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Existe parceria.

Ou os dois ganham ou ninguém ganha. E não tem consequência quando um erra, não existe placar. O que interessa é bola pra frente e continuar a se divertir.

Um deve induzir o outro ao acerto, não ao erro.

Batendo bola pra lá e pra cá, deixando fluir aquela energia gostosa e sentindo o prazer de uma conquista a dois. Isso torna a relação gostosa, saborosa e bem humorada.

MIGUEL FALABELLA – A Luz dos Olhos Teus

A lembrança dos teus olhos gosta 
de me pregar peças e me deixar atordoado.

Achei que essa noite ela não viria, mas ela estava apenas tomando um ar, preparando o novo ataque. Fui ver Gal cantando o mestre Tom e, enquanto aquele cristal de voz ia se instalando no meu coração urbano, trazendo todas as melodias, eis que ela chega, imperiosa, essa tua lembrança de olhos molhados. Depois que ela se infiltra, nada mais posso fazer, a não ser ficar quieto, respirando aqui e ali, enquanto ela desfila na passarela dos meus sonhos - e esses teus olhos trazem tanta coisa junto, que as imagens vêm chegando e vão se embaralhando, sem que eu possa impedir: é uma cor de mar depois da chuva, um verde que já nem é verde, mas que às vezes surpreende e me aprisiona no fogo da esmeralda, aquele brilho no coração da pedra. No meio da mata adormecida, que são esses teus olhos, surgem cidades inesperadas - os telhados de Praga, brilhando num sol tímido de inverno; Berlim aprisionada na onda de frio é vista do alto, talvez a visão do pelicano que ficou seu amigo, no zoológico de Amsterdam (não sei se eu cheguei a te dizer, algum dia, mas zoológico, prá mim, sempre foi um lugar muito triste. Não gosto do silêncio dos zoológicos). No meio de tanta cidade brotada do nada, fico eu, como quem está perdido, em busca de uma condução. Mas são coisas da vida e o grande segredo, como já nos ensinou Cecília Meireles é aprender com as primaveras a deixar-se cortar e a voltar sempre inteiro.

Agora é muito cedo ainda, ou muito tarde, e São Paulo dorme, embrulhada numa névoa cinzenta. Daqui a pouco, eu vou rasgar essa nuvem e voar para o Rio e já sei que esses teus olhos vão pousar comigo na pista do Santos Dumont. Por falar nele, eu soube outro dia que foi ele quem inventou o relógio de pulso, uma maneira simples de contar as horas na amplidão dos céus – porque estamos sempre contando as horas, não é mesmo? Eu conto cada momento, até entrar nos teus mistérios.

Gal voltou a cantar no meu coração. Fechei os olhos e lá veio a música, braços abertos sobre a Guanabara. Estou morrendo de saudades – uma saudade de cheiro, uma saudade de mato, aquele pedaço de verde que você trouxe e arranjou sobre uma pedra. Nesse dia você sorria muito, eu lembro. Tou com saudade do teu sorriso. Aquele que não me foi ofertado, mas que está no porta-retrato na frente da minha cama. Acordo e lá está você, a cabeça jogada de lado, num abandono de felicidade. Tou querendo tanto que você me oferte um sorriso, não deve ser tão difícil assim, não é? Mesmo porque eu quero sempre te dar o meu melhor sorriso (e você nunca está realmente bem vestido sem um sorriso, já dizia o homem do programa de rádio, naquele musical sobre a pequena órfã Annie, que assistimos em Londres. Você se emocionou no final e nós ficamos rindo, lembra? Pois é isso aí).

Estou usando o espaço da crônica prá te pedir um sorriso (os leitores são amigos e cúmplices e vão entender meu desvario). Tremo só de pensar que você pode se esquecer de ler minha página na quinta-feira, ou que o tempo acabe apagando a minha lembrança – não a pública que, vez ou outra, vai cruzar seu caminho numa foto de revista, ou numa nota de jornal, mas a lembrança do homem que sente saudades de você e que queria sentir outra vez o teu perfume e mergulhar na lagoa agitada dos teus olhos. Porque eles andam atrás de mim, não tenha dúvida, assombram a minha noite e ajudam a empurrar o carro do sol, quando nasce o dia.

Pode ser que tudo o que você tenha a me oferecer seja mesmo esse sorriso de encomenda. Se for esse o caso, eu vou guardá-lo na gaveta dos guardados e esperar que o tempo se encarregue do resto. Vai ficar lá, esse teu sorriso, voando sobre os telhados de Praga e os cristais da Boêmia, puríssimo e raro, como a voz de Gal cortando a noite e, vez ou outra, eu dou uma espiada e mato um pouco da saudade que me aperta. Mas há uma hora na vida em que a gente precisa ser adulto e olhar as coisas de frente, porque todas as palavras já foram atiradas para o alto e, se não caíram no lugar certo, foi por erro de cálculo e não por falta de vontade – tudo o que eu queria fazer era poesia, acredite.

Por falar em poesia, tenho lido coisas bonitas aqui e ali, tenho saído pouco, tenho tentado rir com amigos e tento descobrir com Ele que traçado é esse de linhas tortas, para escrever direito uma história que deveria ser de amor e só de amor, mas que toma rumos estranhos, assim de repente, contra a minha vontade, contra a sua vontade, como se outras vozes falassem por nós.

Estou escrevendo essa crônica fantasiada de missiva, porque os dias estão correndo cada vez mais rápidos e o século vinte vai se despedindo. Talvez você também queira se despedir, eu não sei. Mas sei que a lembrança dos teus olhos não me deixa quieto, mexe comigo, faz a minh’alma rebentar em flor, como a do poeta, e me acena de longe com a possibilidade de dias felizes.

Eu penso em você.

Se puder, dá uma ligada uma hora dessas. É sempre uma alegria ouvir a tua voz e, pelo que andei assuntando nos livros da vida, a isto se chama amor.
Um beijo. Miguel.

VÍDEO ARTE GENIAL - Rita Hayworth, Fred Astaire, Gene Kelly e outros dançando Stayin' Alive, dos Bee Gees.

Algum artista anônimo e genial, fez uma edição usando a música Stayin' Alive, do filme "Embalos de Sábado à Noite", dos Bee Gees, e a encaixou em diversos trechos de filmes musicais de Rita Hayworth, Fred Astaire, Gene Kelly e outros.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

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