A morbidez dos noticiários diários não depende de guerras. É uma característica horrorosa desse momento histórico. Existe porque os assistimos avidamente e damos o retorno financeiro a esse mercado de espetacularização de todos os tipos de crimes, tragédias e sofrimentos humanos, animais e vegetais. Tragédia dá audiência. E precisamos ficar antenados a esse furacão de acontecimentos ininterruptos por todo planeta o tempo todo, sob pena de nos tornarmos defasados em questão de horas.
Mas, será que só acontecem tragédias, crimes e maus feitos?
Será que propagar e assistir um pouco do lado bom, das conquistas e dos bem feitos que, com certeza existem, não seria estimulante? Não alimentaria a esperança?
Sou defensor da ideia de que quanto mais transparentes e documentados os atos e eventos públicos em todos os níveis da vida social, maior controle essa sociedade terá sobre suas mazelas. Mas, retroalimentar a morbidez distribuindo-a compulsoriamente a uma assistência indefesa e sem opções, é alimentar o mal que existe em cada ser humano. É dar ideias para mais desequilibrados copiarem, seja pelo dinheiro ou pelo prazer doentio de se tornar notícia, aparecer na mídia.
Temos um lobo bom e um lobo mau brigando dentro de nós. Vencerá o que for mais bem alimentado. E não é só o indivíduo que alimenta seu próprio lobo, a sociedade como um todo e as redes sociais e de comunicação vitaminam e turbinam o lobo mau com todo tipo de anabolizantes abomináveis possíveis. Não é difícil prever os resultados.
Uma comunicação de massa(mídias eletrônicas) bem planejada, a propaganda(ideias) aliada a uma publicidade criativa (consumo/comportamento) podem e devem se predispor e trabalhar por uma sociedade mais justa, mais honesta e em paz. Um pool interdisciplinar dessa natureza tem potencial para acelerar mudanças sociais extremamente benéficas, inevitáveis e necessárias com enorme celeridade e profundidade.