A música é a arte que nos permite expressar emoções, contar
histórias e nos conectar uns com os outros sem palavras, de uma forma única e
mágica. A música não existe no mundo físico. Não se pode capturar uma música
com as mãos, não se pode possuí-la, aprisioná-la.
Para aqueles que
compõem, a importância vital é ainda maior. É uma mistura de paixão, desabafo,
desejo, inspiração e criatividade que resulta em algo totalmente etéreo que se
expressa na linguagem da alma, que só as emoções entendem.
Foi assim que aquele momento especial aconteceu a esses três
amigos/músicos que se conheciam e tocavam juntos há décadas. Dois deles
começaram a tocar e, sem palavras, sem olhares, sem nada, começaram a executar
uma música inédita que nascia naquele momento, a cada nota tocada. Uma música com
alma própria, que parecia ter estado esperando a vida toda por esse momento
para nascer.
O terceiro músico, que afinava seu instrumento, teve uma sensibilidade igualmente única e sublime. Ele soube que tinha que ficar em silêncio, soube que precisava apenas observar e sentir. Seu silêncio era o melhor que podia doar para que aquele momento continuasse se realizando. A prova viva de que o silêncio é parte essencial da música. E assim, juntos, eles criaram algo inesquecível.
Essa foi a última música que os três criaram juntos,
sem saberem que seria assim. Uma música que nasceu do nada, de tudo que já
tinham tocado e vivido juntos, de uma mistura de emoções e inspiração que
fluíram livremente pela última vez. Um momento perfeito, coroado com a criação
de uma composição que pareceu ter vindo do além para marcar aquele momento, igualmente
transcendental, para sempre.