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HÁ MUITAS PESSOAS CRUÉIS DISFARÇADAS DE BOAS PESSOAS

 

São seres que machucam, que agridem por intermédio de uma chantagem emocional maquiavélica baseada no medo, na agressão e na culpa. Aparentam ser pessoas altruístas, mas na verdade escondem interesses ocultos e frustrações profundas.

Muitas vezes ouve-se dizer que “quem machuca o faz porque em algum momento da vida também já foi machucado”. Que quem foi magoado, magoa. No entanto, ainda que por trás destas ideias exista uma base verídica, existe outro aspecto que sempre nos custa admitir: A maldade existe. As pessoas cruéis, por vezes, dispõem de certos componentes biológicos que as empurram em direção a determinados comportamentos agressivos.

“Não há maldade mais cruel que

a que nasce das sementes do bem.”

-Baldassare Castiglione-

O cientista e divulgador Marcelino Cereijudo nos assinala algo interessante. “Não existe o gene da maldade, porém há certos aspectos biológicos e culturais que a podem propiciar”.

A parte mais complexa deste tema é que muito frequentemente tendemos a buscar rótulos e patologias em comportamentos que simplesmente não entram dentro dos manuais de psicodiagnóstico.

Os atos maliciosos podem ocorrer sem que exista necessariamente uma doença psicológica subjacente. Todos nós, em algum momento da nossa vida, já conhecemos uma pessoa com este tipo de perfil. Seres que nos presenteiam com bajulação e atenção. Pessoas agradáveis, com êxito social, mas que em privado delineiam uma sombra obscura e alargada. Na profundeza dos seus corações respira a crueldade, a falta de empatia e até mesmo a agressividade.

As pessoas cruéis e a molécula da moral

Tal como dissemos anteriormente, até hoje ninguém conseguiu identificar a existência do gene da maldade. No entanto, nos últimos anos aumentaram os estudos sobre um aspecto fascinante: a denominada “molécula da moral”. Para compreender melhor o que é esta estrutura, iremos nos contextualizar a partir de uma história real. Uma história terrível, que lamentavelmente acontece com muita frequência.

Hans Reiser é um programador norte-americano famoso por ter criado os arquivos ReiserFS. Atualmente, e desde 2008, está na prisão de Mule Creek por ter assassinado sua esposa. Ele não teve problema em se declarar culpado e em revelar onde enterrou o corpo de Nina Reiser. Como dado curioso, vale a pena dizer que este especialista em programação dispõe de uma inteligência prodigiosa, ao ponto de ter iniciado os seus estudos universitários ainda adolescente.

Depois de um julgamento rápido e de ter ingressado na prisão de San Quintín, decidiu preparar ele próprio o seu recurso. Através de 5 folhas escritas à mão, argumentou  que o seu cérebro funcionava de maneira diferente. Reiser tinha conhecimento dos estudos que estavam a ser realizados sobre a oxitocina e a utilizou como argumento. Segundo ele, tinha nascido com o seguinte problema: o seu cérebro não produzia a chamada molécula da moral.

Obviamente, e como era de se esperar, este argumento não o impediu de cumprir a pena perpétua. No entanto, o tema sobre a origem da maldade voltou a entrar em debate. Nos dias de hoje, dá-se pleno valor ao fato de que a oxitocina é o hormônio que faz de nós seres “humanos” na sua vertente mais autêntica. Pessoas educadas e preocupadas em ajudar, cuidar e empatizar com os nossos semelhantes.

Como se defender da crueldade camuflada

No nosso cotidiano, nem sempre nos relacionamos com pessoas tão cruéis como a anteriormente citada. Porém, somos vítimas de outro tipo de interações: as de falsa bondade, a agressividade encoberta, a manipulação, o egoísmo sutil, a ironia mais daninha, etc.

“O mundo não está ameaçado pelas pessoas más,

e sim por aquelas que permitem a maldade.”

-Albert Einstein-

 Estes comportamentos podem ser resultado de vários aspetos. Carência de inteligência emocional, um ambiente pouco afetivo onde a pessoa cresceu ou até mesmo um déficit na liberação da oxitocina. Tudo isto talvez determinará essa agressividade mais ou menos encoberta. De qualquer forma, não podemos esquecer que quando falamos de agressividade, não estamos nos referindo exclusivamente ao dano físico.

 A agressão emocional, a instrumental ou a verbal são feridas menos denunciáveis devido à necessidade de serem provadas, mas são mais corriqueiras e por isso temos que nos defender. Explicaremos como.

 Pessoas cruéis: saber reconhecê-las e evitá-las

 Todos podemos ser vítimas das pessoas cruéis. Não importa a idade, o status ou as nossas experiências anteriores. Este tipo de pessoa pode ser encontrado no meio da família, em ambientes de trabalho e em qualquer outro cenário. No entanto, podemos identificá-las de várias formas.

 A pessoa de coração obscuro nos seduzirá com a mentira. Elas irão se camuflar por trás de palavras bonitas e atos nobres, mas pouco a pouco surgirá a chantagem. E mais tarde, a criação do medo, da culpa e da violência mental.

 Perante estes mecanismos, cabe apenas uma opção: a não-tolerância. Não importa que seja a nossa irmã, nossa parceira ou um colega de trabalho. Os perturbadores da calma e do equilíbrio só buscam uma coisa: acabar com a nossa autoestima para ter o controle.

 Teremos a sensação clara de que não há saída. De que elas nos têm sob suas redes. No entanto, vale recordar que “é mais poderoso aquele que é dono de si mesmo”.

 Por isso, é importante acabar com o jogo da dominação e da agressividade com determinação.

Os jogos da dominação e da agressividade encoberta são muito complexos.

 No entanto, é necessário agir com rapidez para remover armadilhas e reagir a ameaças veladas. No momento em que sentirmos desconforto ou preocupação em relação a certos comportamentos, só existe uma opção: a distância.

Por Valéria Amado

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10 DIFERENÇAS ENTRE FREUD E JUNG

São inúmeras, e em muitos casos controversas, as polêmicas geradas ao redor das figuras de Sigmund Freud e Carl Gustav Jung. 

Neste artigo, falaremos sobre as principais diferenças entre Freud e Jung.

Em geral, para cada uma de suas propostas, encontramos especialistas que se posicionam a favor e contra, cada um com suas variantes. Além disso, quando, ao invés de analisá-los separadamente, os colocamos em um mesmo plano, a comparação faz com que os debates sejam muito ricos.

As diferenças entre Freud e Jung são interessantes porque, paradoxalmente, no início da prática profissional de Jung eles coincidiam em pensamentos e abordagens teóricas. Na verdade, a coincidência inicial faz com que em alguns casos tenhamos dúvidas sobre o autor de uma determinada ideia; algo que já não acontece, por exemplo, nas últimas fases de sua evolução, em que suas diferenças aumentaram e sua marca se tornou muito mais particular. De uma forma ou de outra, a caminhada que propomos pela história desses dois grandes autores parece realmente incrível. Você vem com a gente?

Por que diferenciar Freud de Jung?
Sigmund Freud foi um médico neurologista de origem austríaca que deu início e forma a uma das correntes psicológicas mais poderosas e de maior tradição: a psicanálise. Além disso, é considerado por muitos, tanto seguidores quanto críticos, um dos intelectuais mais importantes do século 20. Sendo um neurologista, seu interesse inicial como campo de estudo foi a neurologia; daí podemos situar a origem de sua evolução, derivando progressivamente em uma vertente mais psicológica: tanto na análise das causas, como no curso e nas consequências dos transtornos que estudou.

Por outro lado, Carl Gustav Jung foi um médico psiquiatra, psicólogo e ensaísta de origem suíça. Atuou como figura chave nos primórdios da psicanálise; posteriormente fundou sua própria escola de “psicologia analítica”, também conhecida como psicologia profunda ou psicologia complexa.

Jung se interessou pelo trabalho de Freud, o que levou este último a nomeá-lo como seu “sucessor” publicamente. No entanto, não demorou muito para que o professor de Viena e o de Zurique, como resultado de seus desentendimentos teóricos e pessoais, se separassem. Desta forma, Jung foi expulso da Sociedade Psicanalítica Internacional daquela época, a mesma que presidiu em 1910.

Diferenças entre Freud e Jung
Embora existam muitas diferenças entre Freud e Jung, neste artigo iremos citar algumas das mais relevantes. Por outro lado, podemos dividir essas diferenças em diferentes subdivisões.

1. Ser psicanalista
Embora não seja estranho escutar o termo “psicanálise” – para se referir a aqueles que estudaram pela teoria de Jung – este é um erro nominativo. Jung não é considerado psicanalista, na verdade, decidiu separar-se por completo dessa escola e fundou a sua própria.

2. O termo “complexo”
Freud reconheceu e concedeu a autoria desse termo à Jung. Freud utilizou esse termo sempre acompanhado de um sobrenome em sua teoria: “Complexo de Édipo” ou “Complexo de castração” para poder explicar a teoria sexual e a dinâmica psíquica ali existente.

Por outro lado, para Jung o termo complexo tem relação com o conjunto de conceitos ou imagens emocionalmente carregadas que atuam como uma personalidade dividida. No núcleo desses complexos é encontrado o arquétipo, que se relaciona com o conceito de trauma.

3. Parapsicologia e fenômenos ocultos
Jung atribuiu muita importância à parapsicologia e à autenticidade dos então chamados “fenômenos ocultos”. Freud, por outro lado, foi contrário a estudar essas questões e ligá-las à psicanálise; considerava que fariam muito mal à teoria.

“Se dois indivíduos estão sempre de acordo em tudo,
posso assegurar que um dos dois pensa por ambos”.
-Sigmund Freud-

4. Conceito de “restos arcaicos”
Para Freud, os “restos arcaicos” estão relacionados com certos assuntos inconscientes, teriam relação com o conceito de traço mnêmico criado por ele.

Diferentemente, para Jung, os restos arcaicos eram mais que isso; na verdade, permitiram criar uma tipologia do inconsciente diferente da psicanálise – o inconsciente coletivo. Para isso, fez uso da análise dos sonhos de seus pacientes, interpretou diferentes mitos produzidos por diversas culturas e os somou à investigação do simbolismo alquímico.

Para Jung, o inconsciente coletivo é algo comum à natureza humana. Nasce com ela; constituído por estruturas arquetípicas derivadas dos momentos emocionais mais transcendentes da humanidade que resultam no medo ancestral da escuridão, a ideia de Deus, do bem, do demoníaco, entre outros.

5. Os fatores históricos e a importância do presente
Para Freud, tanto no desenvolvimento da neurose quando no da psicose, prevaleciam os fatores históricos de cada indivíduo sobre os fatores ou circunstâncias atuais. Ou seja, os fatores históricos viriam a determinar os comportamentos atuais e futuros.

No entanto, para Jung isso funcionava ao contrário. Ele relativizava a preeminência dos fatores históricos na fundamentação freudiana. E mesmo que Freud não concordasse com essa peculiaridade, ele o fazia em termos gerais, considerando o foco de Jung em ressaltar, ao que diz respeito ao campo de estudo das neuroses, o presente em detrimento do passado.

“Eu não sou o que aconteceu comigo,
eu sou o que eu escolhi me tornar.”
-Carl Jung-

6. Elã vital vs. libido
Para Jung, o conceito de libido definia uma energia vital de natureza geral que adotava a forma mais importante para o organismo em cada momento de sua evolução biológica – alimentação, eliminação, sexo. É diferente da concepção de libido freudiana: energia predominantemente sexual concentrada em diferentes áreas corporais no decorrer do desenvolvimento psicossexual do indivíduo.

7. Estrutura psíquica
Para Freud, a estrutura psíquica estava composta por três níveis: consciente, pré-consciente e inconsciente. Para Jung havia o nível consciente, mas ele fazia referência a dois inconscientes: o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo.

8. A transferência
Outra diferença entre Freud e Jung é a forma como entendiam o fenômeno da transferência. Ambos contemplavam esse conceito. Freud pensava que, para que isso pudesse ocorrer, deveria existir uma certa assimetria em que o analista serve como objeto, tela em branco onde o paciente pode colocar – transferir – fantasias, figuras representativas, etc., a partir do qual se inicia o trabalho analítico. Direção unidirecional.

Por outro lado, embora para Jung a transferência permaneça sendo o problema central da análise, não compartilha sua prática ortodoxa. Partindo de seus conhecimentos de alquimia, definiria a relação terapêutica a partir da metáfora de dois corpos químicos diferentes que, colocados em contato, se modificam mutuamente. Sendo assim, a relação que se estabelece entre paciente e psicoterapeuta é de colaboração e confrontação mútua.

9. O sofá
Para Freud, o uso da ferramenta do sofá era imprescindível para poder realizar análises, sempre deixando o analista fora do alcance da visão do paciente. O oposto de Jung, que realizava as sessões frente a frente, sentado diante do paciente e mantendo uma interação direta constante. Ele dispensava o sofá.

10. Frequência das sessões
A frequência das sessões é outra diferença entre Freud e Jung. Carl Gustav Jung atendia seus pacientes, no início, duas vezes por semana, por uma hora em cada sessão. Mais tarde, propunha passar para uma sessão semanal em um tratamento usual de três anos. Freud, por outro lado, atendia à seus pacientes seis vezes por semana, por 45 a 50 minutos em cada sessão, estritamente.

Finalmente, embora tenhamos mencionado dez diferenças entre Freud e Jung e seus métodos, pensamentos e abordagens, muitas outras poderiam ser encontradas. A relação entre ambos e como cada um deles deixou sua marca no outro é muito interessante; por esse motivo, está feito o convite para conhecer suas obras em maior profundidade.
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VOCÊ É TUDO QUE PODERIA SER? – Patrícia Saint-Clair

A vida é muito mais o que acontece dentro da gente do que o que acontece fora.

A nossa vida não é o que os outros veem, mas como nós a vemos de dentro de nós. Sempre me chamam a atenção os casos de homicídio seguido de suicídio em que pessoas que conheciam o autor dizem que nem suspeitavam do que acontecia com ele.

A dor psíquica nem sempre se vê de fora. Aliás, visto de fora, dá pra errar feio. Quantas vezes o cenário é maravilhoso, você pode estar em um lugar paradisíaco, mas visto de dentro, nada disso é sequer notado. Por isso fico vendo com certo enfado tantas frases de autoajuda tão em moda nas redes da vida, nada contra. Muitas são muito bacanas, mesmo! Mas me soam como se nossas questões, aquelas que mais nos afligem, fossem por falta de informação sobre como nos comportar ou falta de força de vontade nossa.

Será que a gente tem tanto poder assim sobre como nos comportamos? Sobre como vemos o mundo e as coisas que nos acontecem? Nosso cérebro e nossa mente parecem que têm vontade própria e não a NOSSA vontade.

Principalmente quando se tratam das questões que nos são mais difíceis. Então parece que não adianta aprender a teoria, porque quando nos vemos na situação de fato, não conseguimos aplicá-la. Você já sentiu isso? Quantas vezes o discurso é perfeito, mas a reação é outra. Por quê? Porque tudo o que nos acontece, depende do nosso olhar, da nossa lente. De como nos acostumamos a enxergar o mundo. As situações que vivemos na primeira infância, principalmente, e também ao longo da maturação do nosso sistema nervoso central, de como nosso cérebro foi se configurando, moldam esse nosso olhar. As situações boas e ruins que nos aconteceram ficam impregnadas na nossa lente. Na forma subjetiva como vemos e vivenciamos o mundo. E o temperamento com o qual a gente nasce também influencia a nossa forma de reagir ao que nos acontece, desde sempre, desde que nascemos. E o que a gente traz de gerações anteriores à nossa? Aquela cultura familiar, as crenças que nos são passadas, até de forma subliminar . Fora outras formas de transmissão transgeracional, hoje estudadas, até pelo DNA.

É uma soma de fatores que intriga até hoje a ciência, mas que, sem dúvida, nos constituem.

Não que a gente não tenha nenhum poder sobre isso, absolutamente. Mas conhecer de que somos feitos, o que nos constitui e o que nos limita, é fundamental. E a partir daí, sim, fazer as escolhas possíveis. Pensar o que você realmente quer na sua vida. O que você realmente gostaria de ser e tudo o que você poderia ser. Ou pelo menos, não andar a esmo, mas andar nessa direção. Porque enquanto estamos vivendo estamos fazendo essas duas coisas sem parar, buscando o querer e o ser. Nunca termina. E a terapia é uma das formas de resolver essa equação. Sempre repito que foi um dos melhores investimentos que fiz na vida. Por isso, recomendo.

Patrícia Saint-Clair -  Psicóloga clínica com especialização em Análise Reichiana, EMDR e Neuropsicologia.
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EUDAIMONIA E HEDONISMO: DUAS FORMAS DE EXPERIMENTAR A FELICIDADE

O que é a felicidade? 
Todo mundo fala dela e todos nós 
a conhecemos e a sentimos, mas é difícil de definir.

Muitos filósofos e pensadores de todos os tipos tentaram refletir sobre os mistérios dessa emoção. Entre eles podemos encontrar Aristóteles, que pensava que o fim último do homem era a felicidade, ou Epicuro, que acreditava que a felicidade era o fundamento da vida. Neste artigo, vamos rever o que a psicologia diz sobre a felicidade, mais especificamente, vamos falar da eudaimonia e do hedonismo.

A psicologia, através da revisão da literatura filosófica e da experimentação científica, observou que a felicidade poderia ser sentida de diferentes maneiras. É fácil pensar que se pode encontrar a felicidade ao ir para festas com os amigos ou ao aproveitar umas boas férias. Mas muitas pessoas também encontram a felicidade no esforço, estudando para determinada profissão, ao aprender um novo idioma, etc. E é aqui que entram os conceitos de eudaimonia e hedonismo.

Antes de explicar esses dois termos psicológicos, é importante ressaltar alguns detalhes. Eudaimonia e hedonismo são termos que vieram da filosofia. Por exemplo, já os encontrávamos em Aristóteles e Epicuro ao tentarem explicar a felicidade. E apesar desses termos terem sido apropriados pela psicologia devido à sua história, a concepção dos mesmos é significativamente diferente. Assim, é importante levar em consideração que a definição que vamos utilizar a seguir emana de uma vertente mais psicológica do que filosófica. 

Hedonismo, a felicidade baseada no prazer
O hedonismo é aquela felicidade mais tangível, é a alegria que sentimos na hora de realizar atividades gratificantes. Trata-se da sensação de prazer e da motivação por evitar o mal-estar. Podemos dizer que esse tipo de felicidade se baseia nas seguintes características:

Busca pelo prazer. É o aspecto central do hedonismo.
Consiste na busca da estimulação dos nossos sentidos e das nossas emoções. Divertir-se com os amigos, fazer uma viagem, ir a um espetáculo, etc.

Percepção baseada em um balanço afetivo. A maneira que temos de interpretar o hedonismo nas nossas vidas é através de um balanço das nossas emoções diárias. Dessa maneira, se estamos acostumados a experimentar mais emoções agradáveis do que desagradáveis, sentiremos uma felicidade hedonista superior.

Manutenção da satisfação vital. Para poder desfrutar do hedonismo, é necessário sentir que nosso ambiente é agradável. Se existem problemas na nossa família, com amigos, no trabalho, etc., isso vai gerar uma ansiedade que afetará a nossa felicidade hedonista.

Perseguição dos desejos e das necessidades. O hedonismo vai adquirir o prazer através da realização dos nossos desejos e das nossas necessidades. Realizar os desejos e satisfazer as necessidades vai nos proporcionar essas emoções agradáveis que decorrem da felicidade hedônica.

Felicidade a curto prazo. Um aspecto essencial do hedonismo é seu olhar focado no presente ou no futuro mais imediato. Estamos falando do prazer ou da felicidade espontânea que surge após a realização de certas condutas. À medida que o estímulo vai se afastando, a felicidade hedônica vai se dissipando.

Alta intensidade. A felicidade hedônica é uma emoção altamente gratificante e estimulante. Uma felicidade que se vive com grande intensidade e entusiasmo.
Mulher sorrindo feliz

Eudaimonia, 
a felicidade baseada no desenvolvimento pessoal 
Muitas condutas não nos proporcionam uma felicidade imediata e, inclusive, exigem esforço. Além disso, nos fazem experimentar em determinados momentos algumas emoções de valência negativa, características desse tipo de motivação. Mas apesar disso, continuamos realizando essas condutas com afinco e, inclusive, estamos satisfeitos com elas. Isso ocorre graças ao fato de que essas condutas nos proporcionam desenvolvimento pessoal, que se experimenta com uma felicidade eudaimônica. Exemplos dessa eudaimonia podem ser treinar para uma corrida, aprender um idioma, conhecer outras culturas, explorar a si mesmo, etc.

Para definir a eudaimonia podemos recorrer às seguintes características da mesma:

Busca do desenvolvimento pessoal. É o aspecto essencial desse tipo de felicidade. A eudaimonia é a motivação que nos incita a nos desenvolver como pessoas. É a satisfação que surge de estar orgulhoso com nosso crescimento cognitivo, moral, emocional, etc.
Realização das metas e dos objetivos. O grau de intensidade da felicidade eudaimônica vai depender de alcançarmos ou não as nossas metas e os nossos propósitos. Alcançar nossos objetivos vai nos trazendo essa felicidade que nos motiva a continuar no nosso crescimento.

O esforço e a motivação. Estes serão os motores da nossa autorrealização. Como em muitas situações nossa metas e nossos propósitos vão apresentar problemas e emoções desagradáveis, vamos precisar de esforço e motivação para alcançar a eudaimonia.

Felicidade a longo prazo. É uma felicidade que se representa com a satisfação consigo mesmo, a capacidade de observar a si mesmo e estar orgulhoso com seu crescimento pessoal. Representa mais uma percepção de si mesmo do que um estado temporário específico (como no caso do hedonismo).

Conclusões
O que é melhor: uma felicidade hedonista ou uma felicidade eudaimônica? A resposta é que ambas costumam ser uma motivação nas nossas vidas. Assim, são responsáveis por incentivar as condutas agradáveis e o desenvolvimento pessoal, respectivamente. Nesse sentido, parece essencial encontrar um equilíbrio pessoal entre as duas, de maneira que uma não acabe se transformando em um obstáculo para a outra.

Hoje em dia, devido em grande parte à sociedade de consumo na qual vivemos, baseamos nossa vida no hedonismo. Gastamos nossos recursos de maneira excessiva em prazeres de curto prazo e nos esquecemos do nosso desenvolvimento pessoal ou o buscamos de maneira indireta através desse consumo. Inclusive, grande parte da população detesta sua vida profissional e a única satisfação que podem encontrar se dá através dos prazeres hedônicos. É importante não esquecer ou deixar de lado a nossa autorrealização, já que é a única maneira de alcançar a eudaimonia.
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A FUNÇÃO SOCIAL DA CULPA

Estratégias de culpabilização contribuem para
 interiorizar normas sociais, mas podem 
dificultar o amadurecimento emocional

Algumas pessoas parecem verdadeiros mestres na arte de fazer com que os outros se sintam culpados. “E para isso empregam estratégias cognitivas complexas, ainda não suficientemente estudadas no âmbito psicossocial”, diz a doutora em psicologia com formação em filosofia Maria Miceli, pesquisadora do Instituto de Ciência e Tecnologia da Cognição (ISTC), na Itália.

Após dedicar vários estudos ao tema, ela acredita que se considerarmos que o sentimento de culpa tem papel social, favorece o desenvolvimento moral e de responsabilidade. No âmbito pessoal, quando apontamos o responsável por algo ruim aparentemente nos preservamos, colocamos o “mal” fora de nós. “Num nível mais amplo, estratégias de culpabilização contribuem para o aprendizado e interiorização de normas sociais, além de funcionar como instrumento para exercitar o próprio poder sobre o outro”, afirma Maria Miceli.

Para atingir esse objetivo são empregados diversos mecanismos: pode-se passar de uma constatação (“fiquei doente”, caso em que a acusação se refere à ausência de resposta a um pedido de ajuda) para uma acusação direta (“você me fez ficar doente”, passando por “se eu não fosse obrigado a fazer tudo sozinho, não teria adoecido”). Ou então agredir o outro com uma repreensão explícita (“você tem consciência do que me fez?”) e até repreender em termos hipotéticos (“se tivesse feito isto eu te odiaria”), por exemplo. Em muitas famílias e até empresas cultiva-se a cultura do “bode expiatório”: alguém, nem sempre a mesma pessoa em todas as ocasiões, tem de arcar com o peso do erro.

Na tradição judaica, durante a cerimônia do Yom Kippur, animais eram sacrificados no templo ou deixados só na natureza, sem água ou alimento. Simbolicamente, seu sofrimento expiaria os pecados dos homens – daí o uso do termo quando uma única pessoa é culpabilizada por todo o grupo. 

“O problema desse tipo de conduta é que quase sempre ela impede possibilidades de diálogo e reflexão, dificultando o esclarecimento e o amadurecimento emocional”, observa Maria Miceli.
Revista Mente & Cérebro
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O AMOR - Andrè Comte-Sponville

A definição que acabo de propor deve muito a uma outra, que é de Spinoza. Ei-la: "O amor é uma alegria que a idéia de uma causa externa acompanha."
Amar é regozijar-se ou, mais exatamente (pois o amor supõe a idéia de uma causa), regozijar-se com. Regozijar-se ou gozar, dizia eu; mas o prazer só é um amor, no sentido mais forte do termo, se regozija a alma, o que acontece especialmente nas relações interpessoais.

A carne é triste quando não há amor ou quando só se ama a carne. Isso dá razão a Spinoza: o amor é essa alegria que se soma ao prazer, que o ilumina, que o reflete como no espelho da alma, que o anuncia, o acompanha ou o segue, como uma promessa ou um eco de felicidade. Será esse o sentido comum da palavra? Parece-me que sim, ou pelo menos que isso a reforça numa parte essencial, que é sua melhor parte. Se alguém lhe disser: "Fico feliz com a idéia de que você existe"; ou então: "Quando penso que você existe, fico feliz"; ou ainda: "Há uma felicidade em mim, e a causa da minha felicidade é a idéia de que você existe…", você tomará isso por uma declaração de amor, e terá razão, é claro. Mas terá também muita sorte: não apenas porque uma declaração spinozista de amor não é para qualquer um, mas também e principalmente porque é uma declaração de amor, ó surpresa, que não lhe pede nada! Bem sei que quando se diz "eu te amo" também não se pede nada, aparentemente.

Tudo depende no entanto do amor de que se trata. Se o amor é falta, dizer "eu te amo" é pedir não apenas que o outro responda "eu também", mas é pedir o outro mesmo, já que você o ama, já que ele lhe faz falta e já que toda falta, por definição, quer possuir! Que peso para aquele ou aquela que você ama! Que angústia! Que prisão! Regozijar-se, ao contrário, é não pedir absolutamente nada: é celebrar uma presença, uma existência, uma graça!

Que leveza, para você e para o outro! Que liberdade! Que felicidade! Não é pedir, é agradecer. Não é possuir, é gozar e se regozijar. Não é falta, é gratidão. Quem não gosta de agradecer, quando ama? Quem não gosta de declarar seu amor, quando está feliz? E por isso mesmo é dom, é oferenda, é graça em troca. Quem não gosta de ser amado? Quem não se regozija com o regozijo que proporciona? Por isso o amor nutre o amor e o dobra, tanto mais forte, tanto mais leve, tanto mais ativo, diria Spinoza, quanto é sem falta.

Essa leveza tem um nome: é a alegria. E uma prova: a felicidade dos amantes. Eu te amo: tenho alegria por existires.

Sob sua forma spinozista, esse gênero de declaração pode parecer estranho. Mas o que importa a forma e o que importa o spinozismo? Há outras maneiras, mais simples, mais freqüentes, de dizer a mesma coisa.

Por exemplo esta: "Obrigado por existir, obrigado por ser o que você é, por não faltar ao real!" É declaração de amor saciado. Ou simplesmente um olhar, um sorriso, uma carícia, uma alegria… A gratidão, dizia eu, é a felicidade de amar. Digamos mais: é o próprio amor, como felicidade. O que lhe faltaria e por quê, se ele se regozija com o que é, se é esse próprio regozijo? Quanto à "vontade que o amante tem de se unir à coisa amada", escreve Spinoza criticando aqui a definição cartesiana, "ela não exprime a essência do amor, mas sua propriedade", aliás de maneira bastante obscura e equívoca:
Cumpre observar que, ao dizer que essa propriedade consiste na vontade que o amante tem de se unir à coisa amada, não entendo por vontade um consentimento ou uma deliberação, isto é, um livre decreto [já que não há livre-arbítrio, já que ninguém pode decidir-se a amar ou a desejar], nem mesmo um desejo de se unir à coisa amada quando ela está ausente ou de perseverar em sua presença quando ela está presente; de fato, o amor pode ser concebido sem um ou sem outro desses desejos [isto é, sem falta]; mas por vontade entendo o contentamento que existe no amante por causa da presença da coisa amada, contentamento em que a alegria do amante é fortalecida ou, pelo menos, alimentada.

Ao amor, enquanto tal, não falta nada. Se lhe falta seu objeto, o que pode evidentemente acontecer, é por motivos exteriores ou contingentes: a partida do amado, sua ausência, sua morte talvez… Mas não é por isso que o ama! O amor pode ser frustrado, sofrer, estar de luto.

Se a causa de minha alegria desaparece, como eu não seria infeliz? Mas o amor está na alegria, mesmo que ferida, mesmo que amputada, mesmo que atrozmente dolorosa quando a magoam, e não nessa ausência que a dilacera. Não é o que me falta que eu amo; o que eu amo é que às vezes me falta. O amor é primeiro: a alegria é primeira. Ou antes o desejo é primeiro, a potência é primeira, dos quais o amor, no encontro, é a afirmação regozijante. Adeus Platão e seu demônio! Adeus Tristão e sua tristeza! Considerando-se o amor em sua essência, isto é, pelo que ele é, não há amor infeliz.

E tampouco há felicidade sem amor. De fato, observemos que, se o amor é uma alegria que a idéia de sua causa acompanha, se todo amor, portanto, em sua essência, é alegre, a recíproca também é verdadeira: toda alegria tem uma causa (como tudo o que existe), toda alegria é, pois, suscetível de amor, pelo menos virtualmente (uma alegria sem amor é uma alegria que não compreendemos: é uma alegria ignorante, obscura, truncada), e de fato o é, quando plenamente consciente de si mesma e, portanto, de sua causa. O amor é como que a transparência da alegria, como que sua luz, como que sua verdade conhecida e reconhecida. É o segredo de Spinoza, e da sabedoria, e da felicidade: só há amor alegre, só há alegria de amar.

Acusar-me-ão com isso de dourar a pílula… Mas não. Estou esquematizando, é preciso, como fiz no caso de Platão, mas sem trair nem enfeitar. Se não reconhecemos as cores mais matizadas, mais confusas, mais misturadas de nossa vida, é porque alegria e tristeza se mesclam, claro, é porque não cessamos de hesitar, de oscilar, de flutuar entre esses dois afetos, entre essas duas verdades (a de Platão, a de Spinoza), entre falta e potência, entre esperança e gratidão, entre paixão e ação, entre religião e sabedoria, entre o amor que só deseja o que não tem e quer possuir (Eros) e o amor que tem tudo o que deseja, pois só deseja o que existe, o que desfruta e de que o regozija - aliás, como vamos chamá-lo?

Em francês, é amour: amar um ser é desejar que ele exista, quando existe (senão, apenas se espera), é desfrutar sua existência, sua presença, o que ele oferece em prazeres e alegrias. Mas a mesma palavra vale também, como vimos, para a falta ou a paixão (para Eros), prestando-se por isso à confusão.

O grego é mais claro, pois utiliza sem hesitar o verbo philein (amar, qualquer que seja o objeto desse amor) e, sobretudo, para as relações interpessoais, o substantivo philia. Amizade? Sim, mas no sentido lato do termo, que também é o mais forte e o mais elevado. O modelo da amizade, para Aristóteles, é antes de mais nada "a alegria que as mães sentem ao amar seus filhos", é também "o amor [philia] entre marido e mulher", especialmente quando "cada um dos dois deposita sua alegria na virtude do outro", é também o amor paterno, fraterno ou filial, mas também o amor dos amantes, que erôs não poderia conter nem esgotar por inteiro, é enfim a amizade perfeita, a dos homens virtuosos, os que "desejam o bem a seus amigos por amor a eles", o que faz deles "amigos por excelência". 

Digamos a palavra: philia é o amor, quando desabrocha entre humanos e quaisquer que sejam suas formas, contanto que não se reduza à falta ou à paixão (ao erôs). A palavra, portanto, tem uma extensão mais restrita que o francês "amour" (que também pode valer para um objeto, um animal ou um deus), porém mais ampla que nossa "amizade" (que não se diz, por exemplo, entre filhos e pais). 

Digamos que é o amor-alegria, na medida em que é recíproco ou pode sê-lo: é a alegria de amar e ser amado, é a benevolência mútua ou capaz de se tornar mútua, é a vida partilhada, a escolha assumida, o prazer e a confiança recíprocos, em suma é o amor-ação, que se opõe por isso a erôs (o amor-paixão), mesmo que nada proíba que possam convergir ou ir de par. Que amantes, se são felizes juntos, não se tornam amigos? E como seriam felizes se assim não fosse? 

Aristóteles percebe que "o amor [philia] entre marido e mulher" é uma das formas da amizade, sem dúvida a mais importante (pois "o homem é um ser naturalmente propenso a formar um casal, mais até que a formar uma sociedade política"), e que essa forma inclui evidentemente a dimensão sexual.

É o que me autoriza a retomar a palavra philia para distinguir, mesmo em nossa vida amorosa, o amor-alegria (o amor segundo Spinoza) do amor-falta (o amor segundo Platão), como me autoriza esta fórmula bem spinozista de Aristóteles: "Amar é regozijar-se". Isso não valeria para a falta e basta para distingui-los.

Pelo menos em teoria. Na prática, esses dois sentimentos podem de fato se misturar, como vimos, e quase sempre se misturam, especialmente entre homens e mulheres. Podemos nos regozijar (philia) com o que nos falta (erôs), querer possuir (erôs) aquilo cuja existência já é uma felicidade (philia), em outras palavras, amar apaixonadamente, ao mesmo tempo que alegremente. Isso não é raro, é mesmo o quinhão cotidiano dos casais… sobretudo quando começam. 

Estar apaixonado é ter falta, quase sempre, é querer possuir, é sofrer se não for amado, é temer não o ser mais, é esperar a felicidade unicamente do amor do outro, da presença do outro, da posse do outro. E que felicidade, de fato, se somos amados, se possuímos, se desfrutamos aquilo que nos falta! Sem dúvida porque podemos viver mais intensamente (postos de lado o horror e, talvez, a sabedoria) e melhor. A paixão feliz: a primavera dos casais, sua juventude, essa alegria ávida dos namorados que se beijocam nos bancos das ruas, como dizia Brassens, e que são, de fato, muito simpáticos, como ele também dizia, ou comoventes, por essa mescla de entusiasmo e tolice…

Mas como isso poderia durar? Como poderia nos faltar por muito tempo o que temos (em outras palavras, nos faltar o que não nos falta!), como poderíamos amar apaixonadamente aquele ou aquela com que partilhamos a vida cotidiana, desde há anos, como poderíamos continuar a idolatrar aquele ou aquela que conhecemos tão bem, como poderíamos sonhar com o real, como poderíamos continuar apaixonados, numa palavra, e que palavra, por nosso cônjuge? A cristalização, para falarmos como Stendhal, é um estado instável, que sobrevive mal à estabilidade dos casais.

A princípio tudo parece maravilhoso no outro; depois o outro aparece como é. Lembramos a canção de Claude Nougaro: "Quando o marido mau mata o príncipe encantado…" É o mesmo indivíduo, porém, mas um sonhado, desejado, esperado, ausente… o outro desposado, convivente, possuído - presente.

O príncipe encantado é simplesmente o marido que falta; e o marido, o príncipe encantado com quem ela se casou, e que não falta mais. Um brilha por sua ausência, o outro é sem lustre por sua presença. Breve intensidade de paixão, longa morosidade dos casais… Nietzsche viu bem que o casamento, se podia ser uma aventura exigente e bela, na maioria das vezes nada mais era que mediocridade e baixeza:
Ai! Essa miséria da alma a dois! Ai! Essa imundície da alma a dois! Ai! Esse lamentável bem-estar a dois! […]

Fulano partiu como um herói em busca de verdades; capturou apenas uma mentirinha adornada. Chama a isso seu casamento. […]

Muitas breves loucuras - é o que vocês chamam de amor. E a essas breves loucuras o casamento põe fim - por uma longa tolice.

É a senhora Tristão, ou a senhora Romeu, ou Madame Bovary, e elas irão com freqüência, a cada ano, se parecer cada vez mais. Quanto ao marido, sempre pensa mais no sexo e no trabalho, cada vez menos no amor ou em sua mulher, a não ser pelas preocupações que ela lhe dá, seus estados de espírito, suas censuras, seus humores…

Ele gostaria da paz e do prazer; ela gostaria da felicidade e da paixão. E cada um censura o outro por não ser, ou não ser mais, o que havia esperado, desejado, amado, cada um lamentando que o outro seja, infelizmente, apenas o que é…

Como poderia ser outra coisa, e de quem é a culpa, se a paixão não passa de um sonho e é preciso acordar dele? "Eu a amava por seu mistério", diz-se ele.

É confessar que a amava porque não a conhecia, e que deixou de amá-la porque a conhece. "Amamos uma mulher pelo que ela não é", dizia Gainsbourg, "a deixamos pelo que ela é."

Isso costuma ser verdade e vale também para os homens. Há quase sempre mais verdade no desamor do que no amor, pelo menos nesse amor, fascinado pelo mistério do que ele ama, do que ele não compreende e que lhe falta. Amor engraçado esse, que só ama o que ignora.

Tentemos, porém, compreender o que acontece nos outros casais, os que dão mais ou menos certo, os que dão inveja, os que parecem felizes e ainda parecem se amar, e se amar sempre…

A paixão intacta, hoje mais que ontem e bem menos que amanhã? Não acredito nisso, e, ainda que isso acontecesse vez por outra, ou que pudesse acontecer, seria tão raro, tão milagroso, tão independente de nossa vontade, que não poderíamos tomar isso como base de uma opção de vida, nem mesmo de uma esperança razoável.

De resto, não corresponde à experiência dos casais em questão, que nada têm de pombinhos e que cairiam na risada, na maioria dos casos, se alguém os comparasse a Tristão e Isolda… Simplesmente esses amantes continuam a se desejar e, por certo, se vivem juntos há anos, é mais potência que falta, mais prazer que paixão, e quanto ao mais souberam transformar em alegria, em doçura, em gratidão, em lucidez, em confiança, em felicidade por estar juntos, em suma em amor, a grande loucura amorosa do começo.

A ternura? É uma dimensão de seu amor, mas não a única. Também há a cumplicidade, a fidelidade, o humor, a intimidade do corpo e da alma, o prazer visitado e revisitado ("o amor realizado do desejo que permanece desejo", como diz Char), há o animal aceito, domesticado, ao mesmo tempo triunfante e vencido, há essas duas solidões tão próximas, tão atentas, tão respeitosas, como que habitadas uma pela outra, como que sustentadas uma pela outra, há essa alegria leve e simples, essa familiaridade, essa evidência, essa paz, há essa luz, o olhar do outro, há esse silêncio, sua escuta, há essa força de ser dois, essa abertura de ser dois, essa fragilidade de ser dois…

Constituir apenas um? Faz muito tempo que renunciaram a isso, se é que um dia acreditaram nisso. Amam demais seu duo, com seus harmônicos, seu contraponto, suas dissonâncias às vezes, para querer transforma-lo em impossível monólogo!

Passaram do amor louco ao amor sensato, se quisermos, e bem louco seria quem visse nisso uma perda, uma diminuição, uma banalização, quando é ao contrário um aprofundamento, mais amor, mais verdade, e a verdadeira exceção da vida afetiva. 

O que há de mais fácil de amar do que seu sonho? O que há de mais difícil de amar do que a realidade? O que há de mais fácil do que querer possuir? O que há de mais difícil do que saber aceitar? O que há de mais fácil do que a paixão? O que há de mais difícil do que o casal?

Apaixonar-se está ao alcance de qualquer um. Amar não.

Quando de um colóquio sobre o amor, ouvi esta confissão espantosa: "Prefiro viver uma pequena paixão a uma grande amizade." Tristeza da paixão, egoísmo da paixão, estreiteza da paixão! É amar apenas a si, a seu amor (não o outro, mas o amor que se tem por ele), suas pequenas palpitações narcísicas.

A verdade é que não é preciso escolher entre paixão e amizade, pois podemos viver as duas, como a experiência prova, já que a paixão não obriga a esquecer os amigos e que ela mesma só tem futuro se for baseada na amizade.

A paixão não pode durar: é preciso que vire amor, e com ele o prazer mais profundo e feliz. Querer a qualquer preço ser fiel à paixão é ser infiel ao amor e ao devir, é ser infiel à vida, que não poderia se reduzir aos poucos meses de paixão feliz (ou aos poucos anos de paixão infeliz…) que teremos vivido.

Além do mais é ser infiel de antemão aos que amamos, inclusive apaixonadamente, submeter o amor que temos por eles ao incontrolável da paixão. Grande fórmula de Denis de Rougemont: "Estar apaixonado é um estado; amar, um ato."

Ora, um ato depende de nós, pelo menos em parte, podemos quere-lo, empenhar-nos nele, prolonga-lo, mantê-lo, assumi-lo… 

Mas e um estado? Prometer continuar apaixonado é se contradizer nos termos. Seria como prometer que teremos sempre febre, ou que seremos sempre loucos.

Todo amor que se compromete, no que quer que seja, deve empenhar outra coisa que não a paixão.
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