As recentes noticias que monges budistas, no Sri Lanka, Myanmar e, também, na Tailândia, iniciaram uma campanha de intolerância e violência não são uma exceção à regra, pois eles são exemplos contemporâneos de uma longa procedência histórica.
O Budismo é, geralmente, retratado no Ocidente como uma religião de paz e não-violência, onde os monges que usam vestes de cor açafrão com as cabeças raspadas, passam a maior parte do seu tempo meditando. Mas, budismo, como instituição, não é diferente de qualquer outra religião.
Os primeiros dos cinco preceitos morais do Budismo diz que é errado tirar a vida de qualquer ser vivo. Enquanto a teoria budista tende a igualar matar animais inclusive insetos com tirar a vida de pessoas, a maioria dos monges budistas comem carne regularmente. Mesmo na Índia, onde a maioria da população é vegetariana, a carne faz parte do menu dos monastérios budistas.
Instituições budistas justificaram o militarismo japonês em publicações oficiais e colaboraram com o exército japonês na guerra Russo -Japonesa e na Segunda Guerra Mundial. O Budismo Tibetano, ocasionalmente, lutou entre si, principalmente, por razões políticas, com disputas sectárias entre as escolas Kagyu e Gelug e desempenharam um enorme papel na guerra civil tibetana.
Na Tailândia, o monge Kitti-Vutto incentivou seus partidários a usar a violência contra a esquerda. Seu discurso infame, em 1976, era que "matar comunistas não é imoral, é uma coisa boa porque salva a nação e a religião”.
Várias são as correntes que criticam seriamente a religião tibetana pela manutenção de uma sociedade feudal que explorava os camponeses e os tratava como escravos. Mesmo hoje em dia, quando viajo ao Tibete noto isto claramente. Quanto mais tempo vivo em sociedades budistas, mais vejo que o Budismo, como um conjunto de doutrinas e dogmas é de uma fé cega e ávida por poder.
Escândalos sobre monges Budistas estão sempre nas manchetes de jornais, aqui na Ásia. Alguns monges ganham muito dinheiro com os seus discípulos, e tem um estilo de vida luxuoso. Alguns têm coleções de carros importados ou mesmo aviões particulares. Os shopping centers de eletrônicos estão sempre lotados de monges comprando as ultimas novidades da tecnologia.
O Budismo e suas instituições tradicionais são muito conservadores, reacionárias e fora de contato com a realidade.
Minha intenção aqui não é demonizar o Budismo, porque na realidade aprendi muito vivendo em monastérios budistas e com suas práticas, com sua incrível Yoga e meditação, sobre a impermanência e que a realidade externa reflete o estado da realidade interior. Minha intenção é desmistifica-lo de sua imagem no ocidente.
Muitos ocidentais adotaram a religião Budista, mas as escrituras budistas continuam desconhecidas pelo menos para o ocidental médio. A maioria destes "budistas" nem sequer sabem quais escrituras seguem e muito menos o que está contido nelas. Como conseqüência, muitos modernos budistas acreditam que suas fontes escriturais são de fato desprovidas de violência, que este é um problema só da Bíblia ou do Alcorão ,mas este não é o caso.
Exclusivo para o CULT CARIOCA
Rick Ricardo – O Monge Ocidental
Rick Ricardo – O Monge Ocidental
É um profundo conhecedor da região e de seus costumes.
Viveu em monastérios budistas nos locais que mencionou.
Reside em Bangkok, na Tailândia.
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