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SEM EDUCAÇÃO, OS HOMENS VÃO MATAR-SE UNS AOS OUTROS - António Damásio


  

O neurocientista António Damásio advertiu que é necessário “educar massivamente as pessoas para que aceitem os outros”, porque “se não houver educação massiva, os seres humanos vão matar-se uns aos outros”.

O neurocientista português falou no lançamento do seu novo livro A Estranha Ordem das Coisas, na Escola Secundária António Damásio, em Lisboa, onde ele defendeu perante um auditório cheio que é preciso educarmo-nos para contrariar os nossos instintos mais básicos, que nos impelem a pensar primeiro na nossa sobrevivência.

“O que eu quero é proteger-me a mim, aos meus e à minha família. E os outros que se tramem. […] É preciso suplantar uma biologia muito forte”, disse o neurocientista, associando este comportamento a situações como as que têm levado a um discurso anti-imigração e à ascensão de partidos neonazis de nacionalismo xenófobo, como os casos recentes da Alemanha e da Áustria. 

Para António Damásio, a forma de combater estes fenômenos “é educar maciçamente as pessoas para que aceitem os outros”.

Em ” A Estranha Ordem das Coisas”(editora: Temas e Debates), Damásio volta a falar da importância dos sentimentos, como a dor, o sofrimento ou o prazer antecipado.

“Este livro é uma continuação de O Erro de Descartes, 22 anos mais tarde. Em ‘O Erro de Descartes’ havia uma série de direções que apontavam para este novo livro, mas não tinha dados para o suportar”, explicou António Damásio, referindo-se ao famoso livro que, nos finais da década de 90, veio demonstrar como a ausência de emoções pode prejudicar a racionalidade.

O autor referiu que aquilo que fomos sentindo ao longo de séculos fez de nós o que somos hoje, ou seja, os sentimentos definiram a nossa cultura. António Damásio disse que o que distingue os seres humanos dos restantes animais é a cultura: “Depois da linguagem verbal, há qualquer coisa muito maior que é a grande epopeia cultural que estamos a construir há cem mil anos.”

O neurocientista acredita que o sentimento – que trata como “o elefante que está no meio da sala e de quem ninguém fala” – tem um papel único no aparecimento das culturas. “Os grande motivadores das culturas atuais foram as condições que levaram à dor e ao sofrimento, que levaram as pessoas a ter que fazer alguma coisa que cancelasse a dor e o sofrimento”, acrescentou António Damásio.

“Os sentimentos, aquilo que sentimos, são o resultado de ver uma pessoa que se ama, ou ouvir uma peça musical ou ter um magnífico repasto num restaurante. Todas essas coisas nos provocam emoções e sentimentos. Essa vida emocional e sentimental que temos como pano de fundo da nossa vida são as provocadoras da nossa cultura.”

No livro o autor desce ao nível da célula para explicar que até os microrganismos mais básicos se organizam para sobreviverem. Perante uma plateia com centenas de alunos, o investigador lembrou que as bactérias não têm sistema nervoso nem mente mas “sabem que uma outra bactéria é prima, irmã ou que não faz parte da família”.

Perante uma ameaça, como um antibiótico, “as bactérias têm de trabalhar solidariamente”, explicou, acrescentando que, se a maioria das bactérias trabalha em prol do mesmo fim, também há bactérias que não trabalham. “Quando as bactérias (trabalhadoras) se apercebem que há bactérias vira-casaca, viram-lhes as costas”, concluiu o neurocientista, sublinhando que estas reações são ao nível de algo que possui “uma só célula, não tem mente e não tem uma intenção”, ou seja, “nada disto tem a ver com consciência”.

E é perante esta evidência que o investigador conclui que “há uma coleção de comportamentos – de conflito ou de cooperação – que é a base fundamental e estrutural de vida”.

Durante o lançamento do livro, o investigador usou o exemplo da Catalunha para criticar quem defende que o problema é uma abordagem emocional e não racional: “O problema é ter mais emoções negativas do que positivas, não é ter emoções.”

“O centro do livro está nos afetos. A inteira realidade dos sentimentos e a ciência dos sentimentos e do que está por baixo dos sentimentos. O sentimento é a personagem central. É também central uma coisa que me preocupa muito, o presente estado da cultura humana. Que é terrível.

Temos o sentimento de que não está apenas a desmoronar-se, como está a desmoronar-se outra vez e de que devemos perder as esperanças visto que da última vez que tivemos tragédias globais nada aprendemos. 

O mínimo que podemos concluir é que fomos demasiado complacentes, e acreditamos, especialmente depois da Segunda Guerra Mundial, que haveria um caminho certo, uma tendência para o desenvolvimento humano a par da prosperidade. Durante um tempo, acreditamos que assim era e havia sinais disso”

  
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A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

HANNAH ARENDT: COMO A SOLIDÃO ALIMENTA O AUTORITARISMO

  “O que prepara os homens para o domínio totalitário no mundo não totalitário é o fato de que a solidão, outrora uma experiência liminar habitualmente sofrida em certas condições sociais marginais como a velhice, se tornou uma experiência cotidiana” - Hannah Arendt, Origens do totalitarismo (1951)

“Por favor, escreva-me regularmente, caso contrário, vou morrer aqui”. Hannah Arendt não costumava começar as cartas a seu marido desse modo, mas na primavera de 1955 se viu só em um “marasmo”. Após a publicação de “Origens do totalitarismo”, recebeu um convite para ser professora visitante na Universidade da Califórnia, Berkeley. Não gostava da atmosfera intelectual. Seus colegas não tinham senso de humor e a nuvem do macarthismo sobrevoava a vida social.

Disseram-lhe que teria trinta alunos em suas aulas de licenciatura: havia cento e vinte em cada uma. Detestava dar aulas magistrais todos os dias: “Simplesmente, não posso me expor diante do público cinco vezes por semana, ou seja, nunca sair do olhar público. É como se eu tivesse que ir por aí procurando por mim mesma”.

O oásis que encontrou era o estivador convertido em filósofo Eric Hoffer, mas também tinha dúvidas sobre ele. Disse a seu amigo Karl Jaspers que Hoffer era “o melhor que este país pode oferecer”. Disse a seu marido Heinrich Blücher que Hoffer era “muito encantador, mas não brilhante”.

Os períodos de solidão não eram raros para Arendt. Desde muito pequena, tinha uma aguda percepção de ser diferente, uma outsider, uma pária, e muitas vezes preferia ficar só. Seu pai morreu de sífilis quando ela tinha sete anos. Ela fingiu todos os tipos de doenças para evitar ir ao colégio e ficar em casa. Seu primeiro marido a deixou em Berlim, após o incêndio do Reichstag. Foi apátrida durante quase vinte anos. Mas, como sabia Arendt, a solidão é parte da condição humana. Todo mundo se sente só de vez em quando.

A linguagem não consegue capturar a solidão 

porque a solidão é um termo universal q

ue se aplica a uma experiência particular -

Samantha Rose Hill

Ao escrever sobre a solidão, muitas vezes se cai em um destes dois campos: a memória excessivamente indulgente ou a medicalização racional que trata a solidão como algo que pode ser curado. Os dois enfoques deixam o leitor um pouco frio. Um fica obcecado com a solidão, ao passo que o outro tenta se livrar dela por completo. E isto em parte se deve ao fato de que a solidão é muito difícil de comunicar.

Quando começamos a falar de solidão, transformamos uma das experiências que é percebida de maneira mais profunda em um objeto de contemplação e algo submetido à razão. A linguagem não consegue capturar a solidão porque a solidão é um termo universal que se aplica a uma experiência particular. Todo mundo experimenta a solidão, mas de modo diferente.

Como palavra, “loneliness” é relativamente nova para o idioma inglês. Um de seus primeiros usos está na tragédia Hamlet de William Shakespeare, que foi escrita por volta de 1600. Polônio roga a Ofélia: “Leia este livro, que mostrar esse exercício pode colorir sua solidão” (Ele a aconselha a ler um livro de orações, para que ninguém suspeite de que está sozinha: a conotação é não estar com os outros, em vez de qualquer sentimento de querer estar).

Ao longo do século XVI, muitas vezes, evoca-se a solidão em sermões para assustar os paroquianos e distanciá-los do pecado: pedia-se às pessoas que se imaginassem em lugares solitários como o inferno ou em uma sepultura. Mas com o século XVII já bem avançado, a palavra poucas vezes era utilizada.

Em 1674, o naturalista inglês John Ray incluiu “solidão” em uma lista de palavras de uso pouco frequente, e a definiu como um termo para descrever lugares e pessoas “distantes de seus vizinhos”. Um século mais tarde, a palavra não havia mudado muito.

Até o século XIX, a solidão estava relacionada 

a uma ação – cruzar uma fronteira, viajar para um lugar 

fora de uma cidade – e tinha menos a ver com as emoções -

Samantha Rose Hill

No “Dicionário da língua inglesa” (1755), Samuel Johnson descreveu o adjetivo “lonely” só em termos de estar só (a “raposa solitária”) ou relacionado a um lugar deserto (“rochas solitárias”), de maneira semelhante ao modo como Shakespeare utilizou o termo no exemplo anterior de Hamlet.

Até o século XIX, a solidão estava relacionada a uma ação – cruzar uma fronteira, viajar para um lugar fora de uma cidade – e tinha menos a ver com as emoções. Descrições da solidão e o abandono eram utilizadas para induzir o terror da inexistência nos homens, para fazer com que imaginassem o isolamento absoluto, separados do mundo e o amor de Deus. E, de certo modo, faz sentido. A primeira palavra negativa que Deus disse sobre sua criação na Bíblia aparece no Gênesis, após criar Adão: “E o Senhor Deus disse: Não é bom que o homem esteja só, vou lhe dar uma companhia idônea”.

No século XIX, na modernidade, a solidão perdeu sua conexão com a religião e começou a ser associada aos sentimentos laicos da alienação. O uso do termo começou a aumentar bruscamente, após 1800, com a chegada da Revolução industrial, continuou aumentando até os anos noventa do século XX e se estabilizou, para aumentar novamente nas primeiras décadas do século XXI.

A solidão ganhou caráter e causa em “Bartleby, o escrivão”, de Herman Melville (1853), nas pinturas realistas de Edward Hopper e no poema “A terra inútil” de T. S. Eliot (1922). Estava enraizada na paisagem social e política, recebia um ar romântico, era poetizada, lamentada.

Arendt pensava que a experiência da solidão havia mudado sob as condições do totalitarismo - 

Samantha Rose Hill

Contudo, em meados do século XX, Arendt se aproximou da solidão de outro modo. Para ela, era algo que podia ser feito e algo que podia ser experimentado. Nos anos cinquenta, quando tentava escrever um livro sobre Karl Marx, no apogeu do macarthismo, começou a pensar na solidão e em sua relação com a ideologia e o terror. Arendt pensava que a experiência da solidão havia mudado sob as condições do totalitarismo:

“O que prepara os homens para o domínio totalitário no mundo não totalitário é o fato de que a solidão, outrora uma experiência liminar habitualmente sofrida em certas condições sociais marginais como a velhice, se tornou uma experiência cotidiana”.

O totalitarismo no poder encontrou uma forma de cristalizar a experiência ocasional da solidão em um estado permanente. Por meio do uso do isolamento e o terror, os regimes totalitários criaram as condições para a solidão, e depois apelaram com propaganda ideológica à solidão das pessoas.

Antes de sair para dar aulas em Berkeley, Arendt havia publicado um ensaio sobre “Ideologia e terror” (1953) que abordava o isolamento e a solidão (tanto no sentido de “loneliness”, como no de “solitude”, às vezes, traduzido como “vida solitária”) em um Festschrift pelos setenta anos de Jaspers.

Este ensaio, junto com seu livro “Origens do totalitarismo”, se tornou a base de seu muito solicitado curso em Berkeley: “Totalitarismo”. Dividia-se em quatro partes: a decadência das instituições políticas, o crescimento das massas, o imperialismo e o surgimento de partidos políticos como ideologias de grupos de interesse.

Em sua conferência inaugural, apresentou o tema refletindo a respeito de como a relação entre a teoria política e a ideologia se tornou duvidosa na era moderna. Argumentou que havia uma vontade crescente e geral de prescindir da teoria em favor de meras opiniões e ideologias. “Muitos”, disse, “acreditam que podem dispensar a teoria por completo, o que, claro, significa que só querem que sua própria teoria, a que está por trás de suas opiniões, seja aceita como a verdade do evangelho”.

Arendt se referia ao modo como a “ideologia” havia sido empregada como desejo para divorciar o pensamento da ação: “ideology” em inglês vem do francês “idéologie”, e foi utilizada pela primeira vez durante a Revolução Francesa, mas não se tornou popular até a publicação de “A Ideologia Alemã” (escrito em 1846), de Marx e Friedrich Engels, e depois “Ideologia e utopia” (1929), de Karl Mannheim, que Arendt resenhou para “Die Gesellschaft”, em 1930.

Em 1958, acrescentou-se uma versão revisada de “Ideologia e terror” como nova conclusão à segunda edição de “Origens do totalitarismo”.

“Origens do totalitarismo” é uma obra de seiscentas páginas, dividida em três seções sobre o antissemitismo, o imperialismo e o totalitarismo. Na medida em que Arendt trabalhava nele, o texto foi mudando para incorporar novas informações que chegavam da Europa sobre Hitler e Stalin. A conclusão inicial, publicada em 1951, girava em torno da ideia de que, mesmo que os regimes totalitários desaparecessem, os elementos do totalitarismo permaneceriam.

“As soluções totalitárias”, escreveu, “podem sobreviver à queda dos regimes totalitários em forma de fortes tentações que aparecerão cada vez que pareça impossível aliviar a miséria política, social e econômica em uma maneira digna dos homens”.

Quando Arendt acrescentou “Ideologia e terror” a “Origens do totalitarismo”, em 1958, o teor da obra mudou. Os elementos do totalitarismo eram numerosos, mas na solidão encontrou a essência do governo totalitário e o terreno comum do terror.

Por que a solidão não é óbvia?

A resposta de Arendt era: porque a solidão separa radicalmente as pessoas da conexão humana. Definiu a solidão como uma espécie de marasmo onde uma pessoa se sente abandonada por todo o humano e pela companhia humana, inclusive quando os outros a cercam. A palavra que utilizava em sua língua materna para designar a solidão era “Verlassenheit”: um estado de ser abandonado, ou de abandono.

A solidão, arguia, “é uma das experiências mais radicais e desesperadas da humanidade”, porque na solidão somos incapazes de realizar toda a nossa capacidade para a ação como seres humanos. Quando experimentamos a solidão, perdemos a capacidade de experimentar qualquer outra coisa, e na solidão não podemos começar novamente.

O totalitarismo utiliza o isolamento para privar as pessoas da companhia humana, impossibilitando a ação no mundo e, ao mesmo tempo, destrói o espaço para estar só - 

Samantha Rose Hill

Para ilustrar por que a solidão é a essência do totalitarismo e o terreno comum do terror, Arendt distinguia a solidão do isolamento, e solidão em sentido de “loneliness”, de solidão como “solitude”. O isolamento, argumentava, às vezes é necessário para a atividade criativa. Até mesmo a mera leitura de um livro, disse, requer certo grau de isolamento. É preciso se afastar propositalmente do mundo para dar lugar à experiência da solidão, mas, uma vez que se está só, sempre é possível voltar:

“O isolamento e a solidão não são a mesma coisa. Eu posso estar isolada, ou seja, estar em uma situação em que não possa agir porque não há ninguém que atue comigo, sem estar só, e posso estar só, ou seja, em uma situação em que eu, como pessoa, me sinto abandonada de qualquer companhia humana, sem estar isolada”.

O totalitarismo utiliza o isolamento para privar as pessoas da companhia humana, impossibilitando a ação no mundo e, ao mesmo tempo, destrói o espaço para estar só. A banda de ferro do totalitarismo, como a chamava Arendt, destrói a capacidade humana de se mover, de agir e de pensar, enquanto lança cada indivíduo neste isolamento contra os outros e contra si mesmo. O mundo se torna um marasmo, onde a experiência e o pensamento não são possíveis.

Os movimentos totalitários utilizam a ideologia para isolar os indivíduos. Isolar significa “fazer com que uma pessoa esteja ou permaneça só ou longe dos outros”. Arendt dedica a primeira parte de “Ideologia e terror” para decompor as “receitas de ideologias” em seus componentes básicos, para mostrar como se faz:

  • As ideologias estão separadas do mundo da experiência vivida, e impedem a possibilidade de novas experiências;
  • As ideologias se concentram em controlar e prever a maré da história”;
  • As ideologias não explicam o que é, mas o que veio a ser;
  • As ideologias dependem de procedimentos lógicos de pensamento, que estão separados da realidade;
  • O pensamento ideológico insiste em uma “realidade mais verdadeira”, oculta atrás do mundo das coisas perceptíveis.

Nosso modo de pensar o mundo afeta as relações que temos com os outros. Ao injetar um significado secreto em cada acontecimento e experiência, os movimentos ideológicos se veem forçados a mudar a realidade de acordo com suas afirmações, quando chegam ao poder. E isso significa que já não é possível confiar na realidade de suas experiências vividas no mundo.

Em vez disso, deve-se aprender a desconfiar de si mesmo e dos outros, e a confiar sempre na ideologia do movimento, que deve ser correta. Mas para fazer com que os indivíduos sejam suscetíveis à ideologia, primeiro é preciso destruir a relação deles com eles próprios e com os outros, tornando-os céticos e cínicos, de modo que já não possam confiar em seu próprio juízo:

“Do mesmo modo que o terror, inclusive em sua forma pré-totalitária e simplesmente tirânica, arruína todas as relações entre os homens, assim a autocoação do pensamento ideológico arruína todas as relações com a realidade. A preparação tem êxito quando os homens perdem o contato com seus semelhantes, bem como com a realidade que existe em torno deles, porque, junto com esses contatos, os homens perdem a capacidade tanto para a experiência como para o pensamento. O objeto ideal da dominação solitária não é o nazista convencido ou o comunista convencido, mas as pessoas para quem já não existe a distinção entre o fato e a ficção (ou seja, a realidade empírica) e a distinção entre o verdadeiro e o falso (ou seja, as normas do pensamento)”.

A solidão organizada, gerada a partir da ideologia, conduz ao pensamento tirânico, e destrói a capacidade que um indivíduo possui de distinguir entre fatos e ficção, de fazer juízos - Samantha Rose Hill

A solidão organizada, gerada a partir da ideologia, conduz ao pensamento tirânico, e destrói a capacidade que um indivíduo possui de distinguir entre fatos e ficção, de fazer juízos. Na solidão, não se consegue conversar consigo mesmo, porque a capacidade de pensar é vista como um compromisso. O pensamento ideológico nos afasta do mundo da experiência vivida, mata de fome a imaginação, nega a pluralidade e destrói o espaço entre os homens que permite que se relacionem de formas significativas.

E uma vez que o pensamento ideológico se enraizou, a experiência e a realidade já não têm efeito sobre o pensamento. Em vez disso, a experiência se submete à ideologia ao pensar. Por isso, quando Arendt fala da solidão, não fala apenas da experiência afetiva da solidão, fala de uma forma de pensar. A solidão surge quando o pensamento está separado da realidade, quando o mundo comum foi substituído pela tirania das demandas lógicas coercitivas.

Pensamos a partir da experiência, e quando não temos mais novas experiências no mundo, a partir das quais pensar, perdemos os critérios de pensamento que nos guiam na hora de pensar no mundo. E quando alguém se submete à autocompulsão do pensamento ideológico, renuncia à liberdade interior de pensar. É esta submissão forçada da dedução lógica que “prepara cada indivíduo para a tirania em seu solitário isolamento frente a todos os outros”. O livre movimento para pensar se vê substituído pela corrente propulsiva e singular do pensamento ideológico.

Em um de seus diários, Arendt se pergunta: “Gibt es ein Denken das nicht Tyrannisches ist?” (“Existe uma forma de pensar que não seja tirânica?”). Segue a pergunta com a afirmação de que a questão é evitar que se deixe levar pela maré. O que faz os homens se deixar levar? Arendt argumenta que o medo subjacente que atrai alguém para uma ideologia é o medo da autocontradição. Este medo da autocontradição é o motivo pelo qual pensar é perigoso, pois pensar tem o poder de desenraizar nossa fé, nossas crenças, nosso conhecimento de nós mesmos. Pensar pode desnudar tudo o que apreciamos, o que confiamos, o que damos por determinado, diariamente. Pensar tem o poder de nos desfazer.

As pessoas que se subscrevem a uma ideologia têm ideias, mas são incapazes de pensar por elas próprias. E essa incapacidade de pensar, de fazer companhia a elas próprias, faz com que se sintam sós - 

Samantha Rose Hill

Mas a vida é caótica. Entre o caos e a incerteza da existência humana, precisamos de uma sensação de lugar e sentido. Precisamos de raízes. E as ideologias, como as sereias na Odisseia de Homero, nos atraem. Mas aquelas pessoas que sucumbem ao canto da sereia do pensamento ideológico devem se afastar do mundo da experiência vivida. Ao fazer isto, não podem se confrontar com elas próprias ao pensar, pois caso ajam assim, arriscam-se a minar as crenças ideológicas provenientes de sua concepção de propósito e lugar. Para dizer de uma maneira muito simples: as pessoas que se subscrevem a uma ideologia têm ideias, mas são incapazes de pensar por elas próprias. E essa incapacidade de pensar, de fazer companhia a elas próprias, faz com que se sintam sós.

O argumento de Arendt sobre a solidão e o totalitarismo não é fácil de tragar, porque implica um elemento ordinário nas tendências totalitárias que apelam à solidão: se você não se satisfaz com a realidade, se esquece o bom e sempre pede algo melhor, se não está disposto a enfrentar cara a cara o mundo como é, será suscetível ao pensamento ideológico. Será suscetível à solidão organizada.

Quando Arendt escreveu a seu marido: “Simplesmente, não posso me expor diante do público cinco vezes por semana, ou seja, nunca sair do olhar público. É como se eu tivesse que ir por aí procurando por mim mesma”, não se queixava vaidosamente do foco. A exposição constante a uma audiência pública, fazia com que fosse impossível para ela manter a companhia a si mesma. Era incapaz de encontrar o espaço privado e reflexivo para pensar. Era incapaz de povoar sua solidão.

Do mesmo modo que dependemos do mundo público das aparências para obter reconhecimento, precisamos do domínio privado da via solitária para estar sós com nós mesmos e pensar - 

Samantha Rose Hill

Esse é um dos paradoxos da solidão. A solidão como “solitude” ou vida solitária requer estar só, ao passo que a solidão como “loneliness” se revela de forma mais aguda na companhia de outros. Do mesmo modo que dependemos do mundo público das aparências para obter reconhecimento, precisamos do domínio privado da via solitária para estar sós com nós mesmos e pensar. E é isso que Arendt perdia quando não tinha espaço para estar só consigo mesma. “O que torna a solidão tão insuportável”, escrevia, “é a perda do próprio eu, que pode se realizar na vida solitária...”.

Na vida solitária, você pode fazer companhia a si mesmo, estabelecer uma conversa consigo mesmo. Nessa solidão, não perde contato com o mundo, porque o mundo da experiência sempre está presente em nossos pensamentos. Para citar Arendt (que por sua vez citava Cícero): “Um homem nunca está mais ativo do que quando nada faz, nunca está menos só do que quando a sós consigo mesmo. Isso é o que o pensamento ideológico e o pensamento tirânico destroem: nossa capacidade para pensar com e para nós. Essa é a raiz da solidão organizada”.

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QUEM NÃO AMA A SOLIDÃO, NÃO AMA A LIBERDADE - Arthur Schopenhauer

Nenhum caminho é mais errado para a felicidade do que a vida no grande mundo, às fartas e em festanças (high life), pois, quando tentamos transformar a nossa miserável existência numa sucessão de alegrias, gozos e prazeres, não conseguimos evitar a desilusão; muito menos o seu acompanhamento obrigatório, que são as mentiras recíprocas.

Assim como o nosso corpo está envolto em vestes, o nosso espírito está revestido de mentiras. Os nossos dizeres, as nossas ações, todo o nosso ser é mentiroso, e só por meio desse invólucro pode-se, por vezes, adivinhar a nossa verdadeira mentalidade, assim como pelas vestes se adivinha a figura do corpo.

Antes de tudo, toda a sociedade exige necessariamente uma acomodação mútua e uma temperatura; por conseguinte, quanto mais numerosa, tanto mais enfadonha será. Cada um só pode ser ele mesmo, inteiramente, apenas pelo tempo em que estiver sozinho. Quem, portanto, não ama a solidão, também não ama a liberdade: apenas quando se está só é que se está livre.

A coerção é a companheira inseparável de toda a sociedade, que ainda exige sacrifícios tão mais difíceis quanto mais significativa for à própria individualidade. Dessa forma, cada um fugirá, suportará ou amará a solidão na proporção exata do valor da sua personalidade. Pois, na solidão, o indivíduo mesquinho sente toda a sua mesquinhez, o grande espírito, toda a sua grandeza; numa palavra: cada um sente o que é.

Ademais, quanto mais elevada for a posição de uma pessoa na escala hierárquica da natureza, tanto mais solitária será, essencial e inevitavelmente. Assim, é um benefício para ela se à solidão física corresponder à intelectual. Caso contrário, a vizinhança frequente de seres heterogêneos causa um efeito incômodo e até mesmo adverso sobre ela, ao roubar-lhe seu «eu» sem nada lhe oferecer em troca.

Além disso, enquanto a natureza estabeleceu entre os homens a mais ampla diversidade nos domínios moral e intelectual, a sociedade, não tomando conhecimento disso, iguala todos os seres ou, antes, coloca no lugar da diversidade as diferenças e degraus artificiais de classe e posição, com frequência diametralmente opostos à escala hierárquica da natureza.

Nesse arranjo, aqueles que a natureza situou em baixo encontram-se em ótima situação; os poucos, entretanto, que ela colocou em cima, saem em desvantagem. Como consequência, estes costumam esquivar-se da sociedade, na qual, ao tornar-se numerosa, a vulgaridade domina.
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O QUE É O AMOR PLATÔNICO?

 

O que é o amor platônico? Esta é uma expressão utilizada com grande frequência no vocabulário popular para se referir a um amor impossível ou inalcançável. Apesar de levar o adjetivo “platônico”, que relaciona a expressão com a visão filosófica de Platão, veremos que os postulados desse filósofo a respeito do amor na verdade seguiam outra linha de pensamento.

Sabemos que o amor sempre foi um tópico que rendeu muitas reflexões e opiniões. Foi e segue sendo fonte de inspiração para muitos poetas, escritores, pensadores e filósofos desde que se tem registro do tempo. Não é uma exceção que esse conhecido filósofo da Antiga Grécia chamado Platão tenha falado sobre esse mesmo tema.

Alguns dados sobre Platão
Platão foi um filósofo grego discípulo de Sócrates e professor de Aristóteles. Foi responsável por muitos estudos e textos, entre eles “O Banquete” e o “O mito da caverna”. No primeiro título Platão desenvolveu sua concepção sobre o amor, que é a base do conceito de amor platônico em sua posterior definição.

O amor para Platão é uma motivação que nos leva a conhecer e contemplar a beleza em si. A beleza contemplada, no entanto, segue os princípios do dualismo, que é um dos pilares que sustentam toda a sua filosofia. Essa corrente filosófica – o dualismo – baseia-se na teoria de que a realidade é formada por duas substâncias independentes e que jamais poderão se misturar: o espírito e a matéria.

Essas duas substâncias podem se juntar, mas não se misturar. Platão considerava que o ser humano era composto por uma alma e um corpo, em que a alma pertencia ao plano das ideias e o corpo ao plano material. A alma, portanto, coexiste com o corpo, onde na verdade aquela se encontra presa. São duas realidades independentes.

A partir dessa concepção filosófica, Platão desenvolveu seu conceito de amor. Entendido de forma errada por muitos, chegando inclusive a existir a ideia de que o amor platônico propunha uma abstenção, um amor espiritual, quando isso nunca aconteceu nem foi verdade. O amor proposto por esse filósofo está na verdade em um caminho intermediário entre esse conceito e o amor carnal. Ele evita a promiscuidade, mas também a abstinência, já que para ele a moral significava conter-se.

O amor
A grande quantidade de usos, significados e sentimentos que esse conceito inclui torna a tarefa de o definir quase impossível. Dessa forma, uma das características essenciais do amor é que se trata de um conceito universal que envolve uma infinidade de sentidos e diz respeito a um afeto entre seres.

Na língua portuguesa, a palavra amor abrange um grande quantidade de sentimentos diferentes. Vai desde o desejo passional e de intimidade do amor romântico, até a proximidade assexuada do amor familiar. Também inclui a profunda devoção do amor religioso e o afeto por amigos.

Seja qual for o tipo de amor do qual estejamos falando, as emoções que estão presentes são sempre bastante poderosas. Se quiséssemos catalogar essas emoções, poderíamos classificá-las como irresistíveis, sendo impossível fugir do amor. É um sentimento que age como importante facilitador das relações interpessoais. É fonte de inspiração para as artes e objeto de estudo para a psicologia.

“O que é feito por amor está além do bem e do mal”.
-Friedrich Nietzsche-

O que é o amor platônico?
O adjetivo “platônico”, incorporado ao conceito de amor, alude à doutrina desse filósofo grego. Platão, no discurso de Sócrates, aponta que o amor é uma motivação ou um impulso que nos leva a tentar conhecer e contemplar a beleza em si. A amar as formas ou ideias eternas, inteligíveis, perfeitas e que vão além da beleza física que podemos apreciar – sem excluí-la, no entanto.

Em outras palavras, para esse filósofo o amor surge do desejo de descobrir e admirar a beleza. O processo tem início quando alguém aprecia a beleza física e depois progride até a beleza espiritual, tendo como estágio mais avançado a admiração pura, passional e desprendida da essência da beleza.

Dessa forma, o amor platônico em si não tem a ver com um amor inalcançável ou impossível. Tem a ver com um amor que transcende as fronteiras da beleza física, sendo por isso difícil de alcançar. Não há elementos sexuais da forma como os conhecemos simplesmente porque o autêntico amor para Platão não é o que se dirige a uma pessoa, e si um que orienta em direção à essência que transcende a beleza em si.

Na obra “O Banquete” de Platão, o conceito é colocado da seguinte forma:
“Deve considerar mais valiosa a beleza das almas que a beleza do corpo, de modo que se alguém for virtuoso na alma, ainda que tenha uma aparência não desejável, já será suficiente para amar, cuidar, cultivar e buscar ideias tais que façam melhores os jovens, para que seja obrigado, uma vez mais, a contemplar a beleza que reside nas normas de conduta e a reconhecer que todo o belo está relacionado entre si, e considerar dessa forma a beleza do corpo como algo insignificante”

A beleza e o amor em Platão
Segundo Platão, ao nos depararmos com a beleza surge em nós o amor, que pode ser definido como o impulso ou a determinação que nos empurra a conhecer e contemplar. Trata-se de uma série de fases que ocorrem de forma gradual, sendo que se aprecia em cada uma delas um tipo de beleza particular:

• Beleza corporal: é a primeira fase. Tem início com o sentimento de amor direcionado a um corpo belo em particular, que evolui para apreciar a beleza em geral.

• Beleza da alma: depois de superada a barreira de apreciar e se apaixonar pelo aspecto físico de uma pessoa, começamos a focar o interior dela; tem a ver com o que está relacionado ao plano moral e cultural de uma pessoa. Nessa fase o amor transcende o aspecto corporal, o aspecto físico, atingindo o aspecto interno, a alma.

• Beleza da sabedoria: o caminho de apreciar a beleza do espírito e da alma conduz inequivocamente o amor para outros conhecimentos, o das ideias; isso vai mais além da própria pessoa amada.

• Beleza em si mesma: quando alguém foi capaz de superar as três fases anteriores, abre-se uma nova e última porta que é a possibilidade de experimentar o amor pela beleza em si mesma, desprendida de qualquer objeto ou sujeito. Esse é o nível de amor supremo, o maior de todos.

Esse último passo é caracterizado por conhecer a beleza de forma apaixonada e, portanto, desinteressada e pura para Platão. Contempla um sentimento que não se corrompe e nem muda com o passar do tempo. Por isso, não se trata de um amor impossível em si, mas sim de um que se basta na apreciação das ideias e das formas perfeitas, inteligíveis e eternas.

Por que o amor platônico foi entendido como um amor inalcançável?
A expressão “amor platônico” foi usada pela primeira vez por Marsilio Ficino no século XV.  O uso foi feito a partir do conceito de que o amor platônico era um amor concentrado na beleza do caráter da pessoa, na sua inteligência, e não na aparência física. Não obstante, é um amor unicamente presente no mundo das ideias, em que é considerado perfeito e incorruptível.

Segundo Platão, na realidade não é possível alcançar a pureza desse sentimento devido ao fato de que o amor não é baseado em interesses, e sim na virtude, e isso não se alcança em nosso mundo. Ou seja, seria um amor perfeito, e a perfeição é, por si só, uma ilusão no mundo real – não existe nada perfeito – pois só pode ser possível em um mundo de ideias e virtudes, que difere do nosso mundo material.

Para simplificar a ideia, pode-se dizer que o que se entende por amor platônico é o que é idealizado, transcende o corpo e por isso não abrange nem o desejo sexual. Na linguagem coloquial fala-se do amor platônico como o sentimento romântico que se tem por uma pessoa que, por algum motivo, não é alcançável. E por isso esse amor também não inclui um vínculo sexual.

Nesse sentido, a expressão guarda um paralelo com o que o filósofo diz a respeito do amor. Só está, no entanto, falando de uma pequena parte da concepção de amor que Platão desenvolveu, e com meios errados para chegar ao mesmo fim. É uma conversão da expressão em um erro de uso coloquial e frequente.

O que o amor platônico contempla?
Segundo Platão, o belo é igual ao justo, ao bom e ao verdadeiro. Dessa forma, o amor busca e precisa do belo, do justo, do bom e do verdadeiro, correndo atrás disso. Em resumo, o amor platônico alude à tarefa de buscar e encontrar a parte da alma que nos falta a partir de outra pessoa, mas uma pessoa que se torna a representação para nós de todo o bom, o belo, o verdadeiro e o justo.

Por esse motivo o amor platônico não é realmente um amor impossível ou inalcançável. É um caminho, um meio, que evidentemente pode incluir o sexual, mas que não é o seu ponto central. Pode-se gerar um corpo, pode-se fecundar um corpo, mas é mais que isso. É se apaixonar pelas ideias, pela alma de outro ser. Com ou sem exclusão ou inclusão corporal e sexual, ultrapassa tudo isso transcendendo a matéria de que somos feitos. 
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CORRER RISCOS - SÊNECA


Rir é correr risco de parecer tolo.
Chorar é correr o risco de parecer sentimental.

Estender a mão é correr o risco de se envolver.
Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu.

Defender seus sonhos e idéias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas.

Amar é correr o risco de não ser correspondido.
Viver é correr o risco de morrer.

Confiar é correr o risco de se decepcionar.
Tentar é correr o risco de fracassar.

Mas os riscos devem ser corridos, porque o maior perigo é não arriscar nada.

Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada.

Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas elas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem.

Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade.

Somente a pessoa que corre riscos é livre!
Sêneca(filósofo romano)

ANDARES - Hermann Hesse

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Como emurchece toda flor, e toda idade
juvenil cede à senil – cada andar da vida
floresce, qual a sabedoria e a virtude,
a seu tempo, e não há de durar para sempre.
A cada chamado da vida o coração
deve estar pronto para a despedida e para
novo começo, com ânimo e sem lamúrias,
aberto sempre para novos compromissos.
Dentro de cada começar mora um encanto
que nos dá forças e nos ajuda a viver.
Devemos ir contentes, de um lugar a outro,
sem apegar-nos a nenhum como a uma pátria:
não nos quer atados, o espírito do mundo
- quer que cresçamos, subindo andar por andar.
Mal a um tipo de vida nos acomodamos
e habituamos, cerca-nos o abatimento.
Só quem se dispõe a partir e a ir em frente
pode escapar à rotina paralisante.
É bem possível que a hora da morte ainda
de novos planos ponha-nos na direção:
para nós, não tem fim o chamado da vida...
Saúda, pois, e despede-te, coração! 

GOSTO DAS BELAS COISAS CLARAS E SIMPLES – Florbela Espanca

Para quê alcançar os astros?! Para quê?! Para os desfolhar, por exemplo, como grandes flores de luz! Vê-los, vê-os toda a gente.

De que serve então ser poeta se se é igual à outra gente toda, ao rebanho?... Eu não peço à Vida nada que ela me não tivesse prometido, e detesto-a e desdenho-a porque não soube cumprir nem uma das suas promessas em que, ingenuamente, acreditei, porque me mentiu, porque me traiu sempre.

Mas não choro, não, como os portugueses chorões, não tenho nada de Jere­mias, pareço-me antes com Job, revoltado, gritando impreca­ções no seu monte de estrume.


Não gosto de lágrimas, de fados nem de guitarras, gosto das belas coisas claras e sim­ples, das grandes ternuras perfeitas, das doces compreensões silenciosas, gosto de tudo, enfim, onde encontro um pouco de Beleza e de Verdade, de tudo menos do bípede humano, em geral, é claro, porque há ainda no mundo, graças a Deus, almas-astros onde eu gosto de me reflectir, almas de sinceri­dade e de pureza sobre as quais adoro debruçar a minha.

SÓCRATES - O Filósofo - As Três peneiras

Um rapaz procurou Sócrates e disse-lhe que precisava contar-lhe algo sobre alguém.
Sócrates ergueu os olhos do livro que estava lendo e perguntou:
- O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?
- Três peneiras? - indagou o rapaz.
- Sim ! A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer me contar dos outros é um fato? Caso SÓ tenha ouvido falar, a coisa deve morrer aqui mesmo. 

Suponhamos que seja verdade. Deve, então, passar pela segunda peneira: a BONDADE. 
O que você vai contar é uma coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo?

Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: a NECESSIDADE. 
Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?
Arremata Sócrates:
- Se passou pelas três peneiras, conte !!! Tanto eu, como você e seu irmão iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos e colegas do planeta.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

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