Mostrando postagens com marcador pesquisas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pesquisas. Mostrar todas as postagens

AFINAL, OS ANIMAIS SÃO OU NÃO CAPAZES DE PENSAR?

Imagine um animal em situação de perigo. Antes de se aproximar do objeto ameaçador, ele apenas observa de longe seus movimentos. Depois, vencido pela curiosidade, se aproxima, não sem saltar para trás em apreensão – e precaução. Quando considera que não há perigo, ganha confiança e volta a agir normalmente.

Esse comportamento certamente parece inteligente. Os humanos poderiam muito bem se comportar de forma similar quando se deparassem com algo estranho e potencialmente perigoso. Mas o que realmente acontece com os animais: um processo de pensamento deliberado ou mero instinto animal?

A questão é antiga. Aristóteles e René Descartes acreditavam que o comportamento animal era governado puramente por reflexos. Já Charles Darwin e o psicólogo William James argumentaram que os animais deveriam ter uma vida mental complicada.

Agora, estamos mais perto do que nunca de resolver esse debate. Uma grande quantidade de relatos de comportamentos animais está fazendo muitos biólogos acreditarem que certas criaturas realmente têm pensamentos rudimentares.

Enquanto isso, as últimas imagens cerebrais de experimentos estão ajudando os cientistas a compreender que tipo de anatomia é necessária para um cérebro pensante.
Embora seja improvável que as vidas mentais dos animais sejam tão complexas quanto a nossa, há muito mais acontecendo em suas cabeças do que se pode imaginar.

Na década de 1970, o zoólogo americano Donald Griffin começou a esquentar esse debate. Ele foi uma das primeiras pessoas a descobrir a “ecolocalização” dos morcegos, e comportamentos tais como a capacidade dos castores de cortar pedaços de madeira para encaixar precisamente nos furos particulares de suas barragens, bem como a capacidade dos macacos de usar suas vozes (chamadas diferentes) para enganar os outros – tudo sugeria que os animais podiam pensar.

Os céticos achavam que isso era muito subjetivo. As observações de Donald perderam credibilidade por ele achar que todos os animais eram conscientes – ele queria provar que, cada vez que qualquer animal fazia qualquer coisa com qualquer ingenuidade, tão primitivo quanto um vaga-lume brilhando no escuro, ele estava consciente.

Hoje, no entanto, apesar do valor do trabalho de Donald, a pesquisa está mais objetiva e sistemática. Mais popular é a ideia de que as experiências mentais de outros animais se encontram em uma espécie de espectro, variando de um tipo primitivo de consciência ao fluxo rico e complexo de pensamentos da mente humana.

A mosca da fruta é o animal perfeito para explorar uma das extremidades desse espectro. Ao longo dos últimos anos, cientistas mostraram que esses insetos têm um pré-requisito essencial para a consciência: ao invés de responder aleatoriamente a tudo à sua volta, eles podem selecionar em que prestam atenção com base em suas memórias.

Por exemplo, as moscas são mais propensas a explorar novos objetos adicionados ao ambiente do que coisas que estiveram lá por um tempo. Quando os pesquisadores reduziram a capacidade da mosca da fruta de formar memórias, isso prejudicou sua capacidade de atender a novidade, de modo que os insetos responderam mais ao acaso.

Atenção flexível existe, provavelmente, até no mais simples cérebro, o que significa que muitas criaturas, incluindo peixes, anfíbios e répteis, também pode ter esse tipo de consciência. Sendo assim, quais animais, se houver algum, mostram sinais mais avançados de experiência mental?

Os melhores indícios até agora são de animais que exibem formas particularmente complexas de comportamento, como a capacidade de planejar o futuro.

Até recentemente, os cientistas acreditavam que essa característica era unicamente humana. No final de 1990, pesquisadores descobriram que o pássaro gaio-azul pode usar memórias específicas de acontecimentos do passado para fazer planos para os tempos à frente.

Em 2006, pesquisadores descobriram que essa capacidade se estendia aos beija-flores. Eles podem se lembrar da localização de certas flores e quão recentemente estiveram em um local, e usar essas informações para orientar seu comportamento futuro.

Desde então, os estudos sugerem que primatas, ratos e polvos mostram alguma aptidão para o planejamento futuro, também.

O problema é se esse comportamento é flexível. Se não, o ato pode ser apenas um instinto evoluído, por mais complexo que pareça ser. Por exemplo, corvos conseguem usar uma ferramenta “antiga” para um novo uso (um galho para verificar objetos potencialmente perigosos foi usado mais tarde para pegar comida dentro de um tubo).

Corvídeos podem até ser capazes de adivinhar o comportamento de outra ave. Por exemplo, experiências constataram que os corvos tomam medidas para proteger alimentos de outros corvos que poderiam tê-los visto escondendo-os, mas ficam despreocupados com corvos presos atrás de um obstáculo que teriam bloqueado a sua visão (e assim não teriam visto onde eles esconderam a comida). Em outras palavras, eles têm uma “teoria da mente” básica, que não é possível sem algum tipo de processo de pensamento.

Algumas outras criaturas também devem ter essa capacidade; não surpreendentemente os primatas estão entre essa elite. Se os chimpanzés roubam comida, por exemplo, são extremamente silenciosos se outro membro do grupo estiver ao alcance de sua voz. Mais impressionante ainda, eles parecem ser capazes de adivinhar como outro pode ter agido no passado.

Durante uma caça à comida, os chimpanzés tentam adivinhar onde seus concorrentes poderiam ter procurado primeiro, para que eles possam procurar em locais menos óbvios. Baleias, ursos e cães ainda não provaram suas habilidades neste tipo de tarefa, mas não deixam de mostrar alguns sinais de empatia que sugerem que eles também devem ter uma vida mental relativamente avançada.

No entanto, ainda falta uma característica importante do pensamento humano nos animais, chamada de “metacognição”: a habilidade de monitorar e controlar memórias e percepções, permitindo-nos pensar, por exemplo, “eu sei que eu sei isso” ou “eu não tenho certeza de que estou certo”, ou ainda sentir que o nome de alguém está na ponta de sua língua.

A importância disso para o pensamento humano é comparável ao uso da linguagem e das ferramentas. Evidência de metacognição em outros animais, portanto, seria uma grande prova da existência da mente animal.

Alguns cientistas começaram a explorar o assunto no início de 2000. Por exemplo, em um experimento, um grupo de macacos observou uma imagem e, depois de um tempo, tiveram que tentar selecionar a imagem de um grupo de quatro. Para quem acertasse, o prêmio era um amendoim.

Em um fluxo de experiências, no entanto, os macacos poderiam perder a chance de ganhar o amendoim, em troca de um prêmio garantido – um alimento processado de macaco menos desejável. Os cientistas suspeitam que os macacos deixavam “passar” essa opção quando não tinham certeza da resposta.

Ele estava certo. Macacos que tinham a oportunidade de “passar” para a frente desempenharam muito melhor nos testes do que 0s do experimento “tudo-ou-nada”. Isto sugere que, quando dada a oportunidade, eles eram totalmente capazes de avaliar a sua confiança na tarefa, fornecendo evidências convincentes para a metacognição no macaco.

Novas pesquisas sugerem que eles são parte de um conjunto selecionado com essa capacidade. Os chimpanzés, como os macacos, demonstraram metacognição, mas os macacos-prego, embora inteligentes em outras áreas, parecem cair nesse obstáculo. Os resultados para os golfinhos não são claros, mas já ficou certo que criaturas como o pombo não estão à altura do desafio.

Descobrir se outras espécies inteligentes como os golfinhos e, talvez, os corvos, possuem metacognição é crucial para nosso entendimento da mente.

Os cientistas precisam saber se a metacognição desenvolveu apenas uma vez, na linha dos primatas (que leva a macacos e humanos), ou se a característica se desenvolveu repetidamente e convergentemente, com picos de sofisticação cognitiva, em golfinhos, corvos, macacos e pessoas. Se esse for o caso, mudaria toda a nossa compreensão da evolução do cérebro dos primatas.

Muitos cientistas, entretanto, continuam achando que os humanos estão em um nível completamente diferente e muito maior de pensamento. Os chimpanzés, por exemplo, simplesmente não entendem conceitos físicos abstratos, como peso, gravidade e transferência de força.

Tente colocar uma banana perto da gaiola um chimpanzé e fornecer-lhe algumas ferramentas para alcançar seu potencial lanche. Ele estará tão propenso a tentar usar um material desajeitado e mole quanto um objeto rígido para alcançar a banana.

Ou seja, os chimpanzés podem raciocinar sobre coisas diretamente perceptíveis, mas somente os seres humanos têm um nível superior de pensamento que não depende apenas de estímulos sensoriais, permitindo-os formar conceitos mais abstratos, como gravidade ou força.

Esses cientistas céticos são minoria, mas continuam achando que os animais não têm consciência. Como Descartes, eles chegaram à conclusão de que a linguagem é essencial para o pensamento. Isso porque mesmo um comportamento engenhoso – que não envolva linguagem – pode ser feito sem estar consciente (veja os humanos dirigindo um carro sem nem pensar nisso). Os comportamentos que eles não concebem fazer inconscientemente são os que envolvem o uso de linguagem.

Um dos problemas nessa área é que os estudos de comportamento só podem chegar a um cerrto ponto: você poderia mostrar um animal como uma mosca colocando chapéu e vestindo roupas, e ainda algumas pessoas poderiam dizem que é apenas uma série de reflexos.

Por essa razão, alguns pesquisadores estão tentando novas abordagens que possam resolver o argumento de uma vez por todas. Imagens do cérebro é uma das possibilidades mais promissoras.

Por exemplo, pesquisadores usaram ressonância magnética funcional para estudar assinaturas de consciência do cérebro humano. Eles descobriram que existe um padrão similar de atividade neural cada vez que nos tornamos conscientes da mesma imagem de uma casa ou de um rosto, mas não processamos a informação da imagem inconscientemente. O trabalho sugere que o pensamento consciente não depende de qualquer região exclusivamente humana do cérebro, ou seja, não há nenhuma razão anatômica para dizer que o pensamento é exclusivo das pessoas.

Outro trabalho neurocientífico revelou alguns pré-requisitos importantes para a consciência que podem estar presentes em alguns animais. Conexões neurais que permitem que o tálamo transmita informações de sentidos para o córtex, por exemplo, parecem ser vitais para a percepção consciente. Outros mamíferos além de nós possuem tal conexão, por isso, eles têm pelo menos substratos para a consciência. Provavelmente podemos dizer o mesmo sobre as aves, o que parece se encaixar com as conclusões dos estudos comportamentais.

Algumas pessoas nunca vão se convencer do pensamento animal, já que acham que não há dados que possam responder a essa pergunta. Já outros estão otimistas com a procura dos equivalentes animais ao tálamo e córtex para resolver de vez o argumento. O que você acha?
Por Natasha Romanzoti [NewScientist]


-------------------------------------------------------------------

A LOUCURA NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE - Willian Vieira

Transtornos mentais sempre existiram, mas o tratamento como doença  é tão recente quanto a guilhotina. Saiba como a loucura já foi encarada.

Na Antiguidade grega, a loucura tinha um caráter mitológico que se misturava à normalidade. Num tempo em que a noção de passado era vaga, a escrita inexistia e os deuses decidiam tudo, o "louco" era uma espécie de ponte com o oculto. De sua boca, vinham informações quentinhas lá de cima, e não se tinha dúvida: eram eles, os deuses, que decidiam que tipo de loucura a pessoa teria. Isso até Hipócrates, o pai da medicina, estragar a festa do panteão, lá por volta do século 4 a.C.

"Se a voz dele (o doente) ficar mais intensa, comparam-no a um cavalo e então se afirma que Poseidon é o responsável", ironizava. "Um absurdo", pensava ele, que finalmente separou doença mental de deuses e mitos. Hipócrates sistematizou então a teoria dos humores. Era a bílis que afetava o comportamento e causava a loucura, fosse melancolia ou mania - ou seja, loucura calma ou agressiva. Confusão ainda maior estava em crer que o pânico era causado pelo deslocamento do cérebro, por sua vez aquecido pela bílis vinda pela corrente sanguínea.
Platão também deu seu pitaco no século 5 a.C. - e desde então, até o século 19, a filosofia foi a linha mestra para entender a loucura. Sua teoria das 3 mentes (a racional, a emotiva e a instintiva) pregava: se uma delas se desequilibrasse, surgia a desordem mental. Claro, o que para eles causava o desequilíbrio eram as glândulas, e não o cérebro. A coisa muda pouco com os romanos. Galeno (130 d.C.) incrementou a hipótese da boa e velha bílis: a amarela causaria a mania (alegre, furiosa ou homicida), e a negra, a melancolia. Assim, com poucas variações, a relação entre corpo e mente virou a base para compreender a loucura - o que seria retomado durante o Renascimento, após um longo intervalo em que Deus (dessa vez, um só) voltou com força total: a Idade Média.

Idade Média
Vade retro, Satanás
Em se tratando de loucura, estereótipos sobre a Idade Média se encaixam como uma luva bem pouco cirúrgica: nada de bílis amarela ou negra nem de cérebro deslocado, mas o Capeta em carne e osso. As referências que se cristalizaram sobre o período vêm dos textos de santo Agostinho e são Tomás de Aquino, os maiores pensadores religiosos da Idade Média. Ambos pregaram a vida perfeita, moralmente sã, tudo direitinho, segundo a Bíblia. Qualquer coisa que se fizesse de errado era pecado.
Para santo Agostinho, o que separava o homem do animal era o dom da razão. Se o homem a perdesse, logo se reduzia a um animal, a punição divina para a alma pecadora. Bastava um comportamento estranho (um transtornozinho de personalidade ou um episódio psicótico dos bravos) e o cara era imediatamente taxado como possuído pelo demônio. A loucura não era um problema psiquiátrico porque, afinal, ainda não existia a psiquiatria. A mente era um conceito filosófico, moral. E, nessa época, a moral provinha de Deus.
A depressão de nossos dias era especialmente "má", digna de entrar na lista de pecados capitais: a "acedia", um tipo de "preguiça" que distanciava a pessoa do amor e da misericórdia de Deus. Uma indolência sem fim, causada por uma quantidade tão grande de pecados que arrependimento algum serviria para absolvê-los. Afinal, a acédia comprometia a alma a ponto de não sobrarem mais forças para as penitências, muito menos para as obras de Deus.
Se a pessoa fosse endemoniada, o que fazer com o pecador? Havia as práticas inquisitoriais padrão, mas também era comum trancar os loucos em um navio e mandá-los para outra cidade, exilados. Os loucos sumiam e isso era considerado perfeitamente normal.

Séculos 17 e 18
Perda da razão
O Renascimento veio, as ditas trevas anticientíficas ficaram para trás e, conforme o Iluminismo chegava, os loucos continuaram a se dar mal - só que agora de forma mais racional. A loucura sai do mundo das forças naturais ou divinas e se torna a falta da razão. Surge a noção de alienação das faculdades mentais - memória, razão e imaginação -, dessa vez com causas internas, e não pela ação da bílis ou de demônios.
Quer dizer que tudo melhorou? Não. Com o fim da lepra, esvaziaram-se os leprosários espalhados por toda a Europa. Que ideia poderia fazer então mais sentido do que rebatizá-los de "hospitais gerais" e mandar para lá todos os que não conseguissem seguir as normas estabelecidas pela razão? Mendigos, loucos, inválidos. Todos iam para o mesmo saco, expostos ao público para mostrar o que acontecia com quem se afastasse da razão. Afinal, a medicina ainda engatinhava em relação aos males da mente, e, equanto isso, a filosofia virava escrava da razão. A lógica era simples: quem pensa chega à razão, e a razão leva à virtude. Já o "louco", desprovido de razão, cai no vício. Torna-se a falta de controle, o perigo. Para evitar o escândalo de ter um louco em casa, famílias pediam a internação de seus parentes.
Uma vez irracional, o louco era visto e tratado como um animal. A descrição de um manicômio francês pelo filósofo Michel Foucault em A História da Loucura na Idade Clássica dá conta disso. "As loucas acometidas por um acesso de raiva são acorrentadas como cães à porta de suas celas e separadas das guardiãs e dos visitantes por um corredor defendido por uma grade de ferro; através dessa grade é que lhes entregam comida; por meio de ancinhos, retira-se parte das imundícies que as cercam."

Século 19
A doença mental
O medo de ser internado chegou ao auge nas vésperas da Revolução Francesa. Bastava sua família zangar-se com você ou seu vizinho decidir aumentar sua propriedade para denunciá-lo como louco. Protestos de internos mentalmente saudáveis inconformados em viver com os insanos também pipocavam. Mas junto à Revolução Francesa veio a revolução psiquiátrica: em 1793, o médico francês Philippe Pinel transformou a loucura de uma questão de ordem social para uma questão médica. Agora, a ciência a veria como uma doença que deve ser curada.
O tratamento de Pinel se baseava em vigiar constantemente o comportamento do interno. Qualquer desvio deveria ser imediatamente comunicado - e punido. Era quase pavloviano, como educar um cachorro nos dias de hoje. Depois de um tempo, muitos pacientes de fato mudavam de comportamento.
Assim nascia uma ciência ocupada em estudar a cognição e as emoções. Na Alemanha, Wilhelm Wundt fundava o primeiro laboratório de psicologia, enquanto os americanos tomavam a frente na pesquisa da psiquiatria. Mas a próxima grande virada viria em 1886, quando Sigmund Freud pariu a psicanálise e, em 1900, quando publicou a Interpretação dos Sonhos, no qual analisa distúrbios de personalidade com base na sexualidade vivida durante a infância.
Só que tudo isso acabou virando uma bagunça: psiquiatria, psicologia e psicanálise se intercambiavam para tratar transtornos mal definidos e pouco conhecidos. E a maior vítima continuava sendo o "louco", que, se por um lado podia ser tratado, passou a ser visto sob o estigma da doença.

Século 20
Faca ou pílula?
No século 20, a ciência deu um enorme salto nos tratamentos médicos de doenças mentais. O início foi bizarro (leia ao lado): comas induzidos, lobotomia, eletrochoques. Isso melhorou um pouco na década seguinte, com o desenvolvimento de sedativos para acalmar pessoas com quadros psicóticos e estimulantes para "levantar" depressivos. Começava a era da psicofarmacologia.
Em 1950, foi sintetizado o primeiro remédio específico: a clorpromazina, que acalma o paciente psicótico sem deixá-lo grogue. Isso fez com que, em vez da mesa de cirurgia, bastasse ir para a farmácia, evitando muitas lobotomias. Em 1959, veio o antidepressivo e, um ano depois, o ansiolítico benzodiazepínico. A eficácia desses medicamentos transformou a psiquiatria - e a indústria farmacêutica.
"Com os antipsicóticos, os pacientes deixariam de passar 30 anos num manicômio para ficar só 30 dias. Ou seja, eram tratados e devolvidos à sociedade, que teve de aprender a lidar com eles de outras formas", diz Renato del Sant, psiquiatra e professor da USP.
O último grande capítulo dos medicamentos viria em 1986: a fluoxetina (Prozac), ainda hoje usada contra transtornos como depressão, transtorno obsessivo-compulsivo, síndrome do pânico e bulimia. No cérebro, a substância impede a reabsorção de serotonina, neurotrasmissor associado ao bem-estar. Por ter menos efeitos colaterais que seus concorrentes, o Prozac virou sinônimo de uma geração inteira de pessoas menos "depressivas", a tal Geração Prozac, que virou até nome de filme.
Mas a psiquiatria passou também por sérias críticas. Primeiro, por se apoiar às vezes apenas em medicamentos. "Por causa da força da indústria farmacêutica, a psiquiatria passou a tratar o cérebro como se fosse um fígado e o ser humano como um grande camundongo, que só tivesse funções bioquímicas, e não um contexto social", afirma Del Sant. Outra crítica foi escancarada em 1972 num estudo de David Rosenhan, professor da Universidade de Stanford.
Nele, 8 voluntários sadios se consultaram em diferentes hospitais psiquiátricos alegando ouvir vozes - a única mentira que contaram. Mesmo assim, 7 deles foram diagnosticados com esquizofrenia e internados até 52 dias em hospitais incapazes de reconhecer os falsos pacientes. Conclusão: ainda não sabemos distinguir insanidade de sanidade.

Século 21
Neurociência e genética
Os remédios e o guia DSM revo-lucionaram o modo como transtornos mentais são tratados, mas estão longe de resolver o problema. Só nos EUA, segundo estudo publicado na revista Science em 2010, as perdas econômicas causadas por transtornos mentais passam de US$ 200 bilhões anuais - o equivalente ao PIB de Israel. A luz no fim do túnel pode estar em duas frentes de pesquisa: o estudo do genoma e o mapeamento dos circuitos neurais.
O mapeamento do cérebro tem revelado quais as áreas envolvidas em cada tipo de transtorno. Males como depressão, ansiedade extrema e transtorno obssessivo-compulsivo já foram mapeados - só não se sabe ainda como funcionam e como curá-los. Essa é a promessa para o futuro. Outras pesquisas rastreiam quais circuitos neurais se ativam num dado processo mental: com uso de raios de luz e proteínas, tais circuitos poderiam ser "ligados" e "desligados". Mas só foram testados em bichos.
Outros estudos também identificam genes que podem causar o mau funcionamento de circuitos neurais. Como cada circuito é determinado por milhares de genes, um problema em alguns genes pode trazer uma batelada de sintomas que caracterizam um transtorno.
Mas a relação entre genes e transtornos não é simples. Diferentes problemas genéticos podem acarretar os mesmos sintomas e, consequentemente, um mesmo diagnóstico. Assim, é possível que haja inúmeras causas genéticas para os mesmos transtornos. Como se vê, faltam ainda enormes passos até se encontrar uma cura por terapia genética. Mas ela seria uma revolução para a neurociência e para a psiquiatria.
Enquanto isso, o dia a dia de pacientes mentais tem melhorado. O movimento antimanicomial deu uma grande ajuda para libertar pessoas antes trancafiadas em hospícios. Grandes manicômios brasileiros, famosos por cenas horrendas de gente pelada correndo entre fezes, foram substituídos pelos Centros de Apoio Psicossocial, onde pacientes recebem tratamento, mas não residem mais. Mesmo em casos graves de esquizofrenia, eles passam a maior parte do tempo com a família. É fato que transtornos mentais ainda carregam um estigma pesado. Mas as coisas estão mudando.
Tratamento de choque
No começo, era o caos. Assim que se descobriu que as convulsões conseguiam aliviar alguns sintomas psiquiátricos, nos anos 1930, o eletrochoque tornou-se o tratamento com melhores resultados para diminuir a agressividade de pacientes. Só que os aparelhos eram primitivos, e a aplicação, quase intuitiva. Não se sabia qual corrente elétrica usar, onde aplicar, nem por quanto tempo. E não havia anestesia ou relaxantes: era aplicado a seco, muitas vezes como punição a "maus pacientes". O resultado eram pacientes com memória afetada, apáticos, "abilolados". Mas, sem remédios antipsicóticos, as clínicas psiquiátricas não tinham nenhuma técnica melhor.
Com o tempo, o eletrochoque, hoje chamado de ECT (eletroconvulsoterapia), voltou com tudo, dessa vez humanizado. Primeiro vêm a anestesia e um relaxante muscular. Assim, o paciente não se debate, o que evita as clássicas fraturas e machucados. Batimentos cardíacos, pressão e respiração são monitorados, enquanto duas placas são postas na parte frontal da cabeça do paciente, deitado na maca. Basta uma sessão rápida de 120 volts e ele entra em convulsão, processo acompanhado por eletroencefalograma. O paciente mal se mexe. Meia hora depois, se estiver bem, toma o café no hospital e volta para casa. Em geral, o tratamento é feito com 3 sessões semanais.
Não é que não haja efeito colateral. Problemas de memória podem ocorrer no curto prazo, mas somem após 6 meses. Metade dos casos melhora. O resultado químico é similar ao dos antidepressivos - os choques ajudam a regular a liberação dos neurotransmissores -, com bons resultados para tratar depressão grave quando remédios não adiantam. E, por incrível que pareça, é o tratamento mais seguro nas depressões em gestantes. Isso porque não interfere na formação do feto, como fazem os medicamentos. Idosos que não querem tomar mais remédios do que já precisam também optam por ele. E, segundo os médicos, não é preciso ter medo: não dói nem queima os miolos.

Veja as técnicas mais loucas já adotadas contra a "loucura":

1. MALARIOTERAPIA
O psiquiatra austríaco Julius Wagner-Jauregg observou que pacientes com transtornos mentais, especialmente os decorrentes da sífilis, melhoravam quando tinham febre. Então passou a injetar sangue contaminado de pacientes com malária - a febre alta decorrente faria o resto. Isso rendeu a Jauregg o Nobel de Medicina em 1927.

2. BANHOTERAPIA
O doente era imerso em uma banheira de água gelada. Depois, enrolado em lençóis molhados. Achava-se que o choque térmico aumentaria o "sentimento de corporalidade" em esquizofrênicos. Isso porque é comum o esquizofrênico achar que parte de seu corpo não lhe pertença, o que pode levar a mutilações, como arrancar os olhos.

3. COMA DE INSULINA
Foi introduzido em 1933. Injetavam-se altas doses de insulina no paciente, 6 dias por semana, por até dois anos. Isso derrubava o nível de glicose, levando ao coma. Uma hora depois, o paciente recebia uma dose de glicose. Convulsões eram comuns. Bizarro, mas isso reduzia a "hostilidade" dos pacientes.

4. CARDIAZOL
Médicos concluíram que convulsões eram benéficas. Então um psiquiatra húngaro teve em 1934 a ideia de aplicar um estimulante cardíaco que, em altas doses, levava ao ataque epiléptico. Só que, até perder a consciência, a pessoa sofria até 3 minutos de um terror indescritível. A técnica foi derrubada pelo eletrochoque, em 1938.

5. PSICOCIRURGIA
Em 1935, o português António Egas Moniz experimentou cortar as conexões do córtex pré-frontal injetando álcool por um buraco para danificar tecidos cerebrais. Pacientes ficavam totalmente apáticos - e Moniz ganhou o Nobel. A melhoria da técnica - a lobotomia - virou regra em manicômios até os anos 1970.

Corrida maluca
Como o número de transtornos previstos cresceu em 6 décadas.
Como grande parte da ciência hoje, a classificação dos transtornos mentais tem os dois pés fincados na 2a Guerra, quando o governo americano tentava tratar os soldados vindos da batalha com a cabeça bagunçada. Dos 11 milhões de homens e mulheres que serviram à época, 1 milhão foi diagnosticado com algum transtorno psiquiátrico. Com base nesses casos, o Exército concluiu em 1946 um manual que classifica 47 transtornos mentais. A Associação Americana de Psiquiatria (APA) pegou o texto, deu um tapinha e o publicou em 1952 como Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais - o DSM, sigla inglesa. Nascia o guia definitivo dos transtornos mentais.

Em quase 6 décadas, o DSM abandonou a psicanálise de Freud para adotar diagnósticos baseados em listas de sintomas. Basta o paciente se encaixar em certo número desses critérios para o psiquiatra enquadrá-lo em um transtorno correspondente. Críticos dizem que isso ignora as causas dos transtornos (a maioria continua desconhecida) e leva à medicalização de quem não é doente - para o bem da indústria farmacêutica. Ao mesmo tempo, o guia atravessou fronteiras e se tornou um padrão global. Queiram ou não os pajés, os sacerdotes taoístas, pretos velhos e exorcistas, agora depressão é depressão, e esquizofrenia é esquizofrenia. 

PESQUISAS: MÚSICA MELHORA A VIDA

Novas pesquisas explicam o poder dos sons sobre o que sentimos e os benefícios para o bem-estar físico e mental; entre seus efeitos estão o favorecimento da coesão social e de conexões empáticas entre os membros de um grupo.

Passei alguns dos momentos mais emocionantes de minha vida conectada à música. Na faculdade, meus olhos frequentemente se enchiam d’água durante os ensaios do coral duas vezes por semana. Eu me sentia relaxada e em paz, mas, ainda assim, excitada e alegre e, ocasionalmente, a emoção era tanta que sentia uma espécie de arrepio. E me sentia ligada aos meus companheiros de música de uma maneira que não acontecia com amigos que não cantavam comigo. Frequentemente, eu me questionava por que sons melodiosos desencadeavam tais sentimentos e sensações. Filósofos e biólogos têm feito essa mesma pergunta por séculos, considerando que os humanos são atraídos de forma universal para a música. Ela nos consola, anima, marca momentos especiais e favorece a criação de laços – mesmo não sendo necessária para a sobrevivência ou a reprodução.


Cientistas já concluíram que a influência da música pode ser um evento casual, que surge de sua capacidade de mobilizar sistemas do cérebro que foram constituídos com outros objetivos – como dar conta da linguagem, da emoção e do movimento. Em seu livro Como a mente funciona (Companhia das Letras, 1998), o psicólogo Steven Pinker, da Universidade Harvard, compara a música a uma “guloseima auditiva”, feita para “pinicar” áreas cerebrais envolvidas em funções importantes. Mas, como resultado desse acaso, os sons harmoniosos oferecem um novo sistema de comunicação, com base mais em percepções sutis que em significados. Pesquisas recentes mostram, por exemplo, que a música conduz certas emoções de forma consistente: o que sentimos ao ouvir algumas canções e melodias é bastante similar ao que todas as outras pessoas na mesma sala sentem.

Evidências também indicam que a música faz aflorar respostas previsíveis em pessoas de culturas diversas, com capacidades intelectuais e sensoriais variadas. Até mesmo recém-nascidos e adultos com cognição prejudicada apreciam a musicalidade. “A música parece ser a forma mais direta de comunicação emocional, uma parte importante da vida humana, como a linguagem e os gestos”, afirma o neurologista Oliver Sacks, da Universidade Colúmbia, autor de Alucinações musicais – Relatos sobre a música e o cérebro (Companhia das Letras, 2007) e Musicofilia (Relógio D’água, 2008). Tais comunicações fornecem um meio para as pessoas se conectar emocionalmente e, assim, reforçar os vínculos que são a base da formação das sociedades humanas – o que certamente favorece a sobrevivência. Ritmos podem facilitar interações sociais, como marchar ou dançar juntos, solidificando relações. Além disso, os tons nos afetam individualmente manipulando nosso humor e, até mesmo, a psicologia humana de forma mais efetiva do que palavras – para excitar, energizar, acalmar ou promover a boa forma física.

Gramática emocional
Desde a década de 50, muitos psicólogos tentaram explicar o poder da música, comparando a apreciação musical com a fala. Afinal, tanto para o entendimento da música quanto do discurso é necessária a capacidade de detectar sons, em seu nível mais primitivo. O córtex cerebral auditivo é reconhecido hoje como responsável pelo processamento dos elementos musicais mais básicos como a altura (frequência de uma nota) e volume; as áreas auditivas secundárias vizinhas digerem padrões musicais mais complexos, como harmonia e ritmo.
Além disso, tanto a música quanto a linguagem contêm uma gramática que as organiza em componentes menores, como palavras e acordes, frases feitas de prosódia (a linha melodiosa da fala), tensão e resolução. De fato, a música excita regiões cerebrais responsáveis pelo entendimento e pela produção da linguagem, incluindo a área de Broca e a de Wernicke, ambas localizadas no hemisfério esquerdo, na superfície do cérebro. (Embora a maioria das pessoas processe a linguagem principalmente no hemisfério esquerdo, mas codifique aspectos da musicalidade em regiões análogas no direito.) Sendo assim, a
sintaxe musical – a ordem de acordes numa frase, por exemplo – poderia levar ao aparecimento de mecanismos ligados à organização e ao entendimento da gramática.

Mas os tons recrutam outros sistemas cerebrais – principalmente os que governam as emoções como medo, alegria e tristeza. Por exemplo, danos à amígdala prejudicam a capacidade de sentir temor e tristeza em resposta à música. “Há uma grande possibilidade de que a música seja simplesmente um efeito colateral de sistemas que evoluíram por outros motivos”, diz o cientista auditivo Josh McDermott, da Universidade de Nova York. A ativação simultânea que a música causa em diversos circuitos neurais parece produzir efeitos notáveis. Em vez de facilitar um diálogo amplamente semântico, como faz a linguagem, a melodia media a comunicação emotiva. Quando um compositor escreve uma lamentação, ou pancadas com ritmo empolgante, revela não só seu estado emocional, mas faz com que os ouvintes sintam o mesmo. Diversas pesquisas indicam que a música conduz a emoção pretendida para aqueles que a escutam.

No final dos anos 90, a neurocientista Isabelle Peretz e seus colegas da Universidade de Montreal, no Canadá, descobriram que ouvintes do Ocidente concordam, universalmente, sobre o fato de uma música que usa elementos tônicos ocidentais ser alegre, triste, assustadora ou tranquilizante.
O conteúdo emocional da música pode ser culturalmente transparente. No ano passado, o neurocientista Tom Fritz, do Instituto Max Planck para Cognição Humana e Ciências Cerebrais, em Lípsia, Alemanha, e seus colegas expuseram membros do grupo étnico Mafa, de Camarões, que nunca haviam ouvido música ocidental, a trechos de peças clássicas de piano. Os pesquisadores descobriram que os adultos que apreciaram essas obras identificavam-nas como animadas, melancólicas ou capazes de causar medo, da mesma maneira que os ocidentais fariam. Logo, a capacidade de uma música de transmitir determinada emoção particular não depende, necessariamente, de uma base cultural.

A língua musical também pode transcender barreiras de comunicação mais fundamentais. Em estudos conduzidos na última década, a psicóloga cognitiva Pam Heaton, da Universidade de Londres, no Reino Unido, tocou musicas para crianças autistas e não autistas, comparando aquelas com habilidades linguísticas semelhantes. Os pesquisadores que participavam da equipe coordenada por Heaton pediram às crianças para fazer associações entre música e emoções. Nos estudos iniciais, as crianças deveriam simplesmente escolher entre alegre e triste. Em estudos posteriores foi introduzida uma gama de emoções complexas, como triunfo, contentamento e raiva. Os cientistas descobriram então que a capacidade das crianças de identificar esses sentimentos independia de seu diagnóstico. Autistas ou não, com habilidades lingüísticas semelhantes, foram igualmente bem, indicando que a música pode conduzir consistentemente sentimentos, até mesmo em pessoas com a habilidade severamente comprometida para lidar com pistas socioemocionais, como expressões faciais, por exemplo.

Recentemente, em um experimento bastante interessante, o pesquisador Roberto Bresin e seus colegas, do Instituto Real de Tecnologia, em Estocolmo, na Suécia, confirmaram a ideia de que a música é uma linguagem universal. Em vez de pedir aos voluntários para fazer julgamentos subjetivos sobre uma canção, solicitaram que manipulassem a música – em particular seu tempo, volume e frases – para enfatizar uma dada emoção. Para as peças alegres, por exemplo, o participante deveria ajustar a escala, de forma que soasse o mais feliz possível; depois, o mais triste, assustadora, tranquilizadora e por fim, neutra. Os cientistas descobriram que todos os voluntários – especialistas em música e, em outro estudo similar, crianças de 7 anos – alteravam da mesma forma o tempo, para arrancar de cada música a emoção pretendida. Essa descoberta, que Bresin apresentou em 2008 na III Conferência de Neuromúsica em Montreal, no Canadá, dá a ideia de que a música contém informações que deflagram resposta emocional específica no cérebro, independentemente da personalidade, gosto ou treinamento. Ou seja: a música pode de fato constituir uma forma única de comunicação.
A capacidade que a música tem de conduzir sentimentos pode ser a base de um dos seus maiores benefícios. Na maioria das culturas, cantar, tocar, dançar e acompanhar as apresentações é quase sempre um evento comunitário. Mesmo em sociedades ocidentais que, de maneira única, diferenciam os músicos dos ouvintes, as pessoas entoam hinos em rituais religiosos, dançam em festas e boates, embalam os filhos ao som de cantigas de ninar, participam de corais e desde cedo as crianças aprendem a cantarolar Parabéns a você nos aniversários. A popularidade de tais rituais sugere que a música confere coesão social, talvez por criar conexões empáticas entre os membros de um grupo.

Estudos mostram também que quando as pessoas ouvem música, as regiões motoras do cérebro se ativam – provavelmente com o propósito de processar o ritmo. Esse processo inclui regiões pré-motoras, que preparam uma pessoa para a ação, e o cerebelo, que coordena o movimento físico. Alguns pesquisadores acreditam que parte do poder musical é resultado de sua tendência a sincronizar e ecoar nossas ações. “Com os equipamentos disponíveis hoje já é possível enxergar como ritmo e ação ressoam no sistema nervoso; todo som é produzido por movimento, quando você ouve qualquer som algo está sendo movido”, diz o neuropsicólogo Robert Zatorre, da Universidade McGill. De fato, há um passo muito pequeno entre o andar, o respirar e as batidas do coração – sons ritmados naturais, não intrinsecamente musicais – e manter propositalmente um intervalo ou caminhar na mesma velocidade que outra pessoa. “Quando escutamos um padrão, inconscientemente organizamos os músculos para reproduzi-lo. Dessa maneira, o ritmo também pode funcionar como uma ‘cola social’ que favorece a ligação física”, afirma Zatorre.

O som da cura
A ideia de que a música pode promover uma união não verbal ganhou apoio adicional de um estudo de 2008, feito pelos neurocientistas Nikolaus Steinbeis, do Instituto Max Planck para Cognição Humana e Ciências Cerebrais, e Stefan Koelsch, da Universidade de Sussex, na Inglaterra. Eles usaram ressonância magnética funcional para mostrar que determinada área do cérebro respondia a acordes, mas não a palavras, em um teste no qual os voluntários escutavam ambos. A região responsiva era o sulco temporal superior: uma parte da superfície cerebral, perto dos ouvidos, que responde a pistas sociais não verbais – como movimentos corporais e olhares. A ativação dessa região indica que a música pode ajudar a forjar laços sociais. Qualquer que seja sua origem, tal coesão é extremamente valiosa para animais comunitários, como nós, e por isso traços que aumentam tal unidade tendem a persistir ao longo das gerações.

A base de nossas impressões conscientes a respeito de um tom são os efeitos fisiológicos. Estudos mostram que a música alegre, tensa ou empolgante pode excitar fisicamente o ouvinte, desencadeando resposta de luta e fuga: as taxas cardíacas e respiratórias aumentam, a pessoa pode suar e a adrenalina penetra na corrente sanguínea. Esse efeito explica por que tantas pessoas gostam de ouvir rock ou hip-hop enquanto fazem ginástica – a música instiga respostas do sistema fisiológico para a execução de movimentos de alta energia. O efeito psicológico também é importante: a distração torna o exercício mais divertido. De forma geral, melodias energizantes tendem a melhorar o humor, nos deixando mais despertos quando estamos cansados e criando sensação de empolgação.

Em ritmo de malhação: batidas fortes ativam sistemas cerebrais e preparam o corpo para executar movimentos que exigem grande desgaste de energia Por outro lado, a música pode acalmar, reduzindo os níveis do hormônio do estresse, o cortisol, na corrente sanguínea, baixando as taxas cardíacas e respiratórias e aliviando a dor. Um exemplo clássico de redução de ansiedade: uma mãe acalentando seu bebê com uma canção. Estudos clínicos também revelam que a música é uma poderosa ferramenta para relaxar os pacientes que sofrerão uma cirurgia, ajuda a controlar a dores e a amenizar a agitação de crianças e pessoas com demência. Em 2000, a enfermeira Linda A. Gerdner, pesquisadora de temas ligados a gerontologia na Universidade do Arkansas para Ciências Médicas, apresentou a 39 pacientes severamente atingidos pelo Alzheimer a música de que gostavam, duas vezes por semana, durante um mês e meio. A canção favorita reduziu os níveis de agitação dos pacientes durante e após a sessão muito mais que as clássicas músicas de relaxamento. Neurocientistas também constataram que ouvir uma música muito apreciada pode reduzir a dor – e esse efeito analgésico persiste por algum tempo quando a música para. E, claro, intuitivamente, as pessoas se automedicam com música o tempo todo. É comum que as pessoas as usem com o propósito de melhorar ou alterar o estado emocional. Cientistas se perguntam se, dada a indiscutível atração humana pela música, seu processamento poderia ter uma raiz única no cérebro, além da “carona” que pega em outros sistemas. A literatura médica registra diversos danos que prejudicaram a capacidade de uma pessoa sentir emoções inspiradas pela música, mas não por outros estímulos. Lawrence Freedman, um amigo de Sacks, por exemplo, perdeu sua paixão por música clássica depois de uma concussão em um acidente de bicicleta. Freedman ainda podia reconhecer os clássicos que costumava adorar e ainda se sentia emocionado por artes visuais e outras experiências, mas a música já não lhe dava prazer algum. Possivelmente, o acidente danificou uma parte do cérebro dedicada especificamente ao entusiasmo por essas formas de expressão, embora ninguém saiba exatamente que área cerebral é essa.

Outros pesquisadores discutem que a música tem origens independentes porque a capacidade de apreciá-la parece já estar definida no nascimento. Vários estudos mostram que muitos bebês prestam rapidamente atenção a canções e parecem preferi-las à fala. Em trabalhos publicados em julho de 2008 na Nature Precedings, as neurocientistas Maria Cristina Saccuman e Daniela Perani, da Universidade Vita-Salute San Raffaele, na Itália, mostraram que a música ativa regiões no cérebro de recém-nascidos de forma semelhante ao que acontece com ouvintes de outras idades. Elas usaram ressonância magnética funcional (RMf) para ver como o cérebro de crianças com 3 dias de vida respondia a música clássica e encontraram um padrão que espelhava o processamento em adultos: o sistema auditivo do hemisfério direito dos pequenos respondia mais fortemente que o esquerdo. Os pesquisadores também alteraram a música, cortando uma parte da peça e pulando para outra nota ou tocando todo o segmento só com batidas. As passagens mais estridentes ativavam o córtex inferior frontal esquerdo dos recém-nascidos, uma área implicada no processamento da sintaxe musical em adultos, e o sistema límbico, responsável pelas respostas emocionais –assim como ocorre nas pessoas mais velhas, o que levou a uma conclusão: o cérebro parece nascer pronto para processar música.
Acredita-se que essa prontidão inata esteja ligada à forma melódica peculiar que adultos usam para falar com bebês. A adoção universal desse recurso levou alguns especialistas a especular que esse pode constituir um momento inicial original tanto para música quanto para linguagem. Especialistas como o arqueólogo cognitivo Steven Mithen, da Universidade de Reading, na Inglaterra, teorizam que a linguagem e a música evoluíram a partir de uma protolinguagem musical usada por nossos ancestrais. Estruturas de cordas vocais de neandertais e outros hominídeos extintos sugerem que eles poderiam cantar. E eles certamente tocavam instrumentos, pois pesquisadores recuperaram flautas pré-históricas feitas de ossos. Talvez nunca saibamos por que a música existe. Ainda assim podemos usá-la para nos animar ou acalmar, amenizar dores e ansiedade ou formar vínculos. Como escreveu Sacks, talvez a música seja o que temos mais próximo da telepatia.
KAREN SCHROCK
___________________________________________________________________________________________________________________


A Casa Encantada 
Contos do Leblon
Edmir Saint-Clair
https://amzn.to/2oP20S4

_____________________________________________________________
________________________________________

MAPEAMENTO CEREBRAL MOSTRA O QUE EXCITA AS MULHERES NO SEXO

É como as mulheres sempre diziam, estimular a vagina 
e estimular o clitóris são coisas diferentes. 
E agora, elas têm fotos da atividade do cérebro para provar isto.

O córtex sensor é uma parte do cérebro posicionada mais ou menos onde você coloca seu fone de ouvido. Nesta região, os neurônios conectados a diferentes partes do corpo trocam sinais sobre as informações sensoriais que passam por eles.

Publicado pela primeira vez em 1951, o mapa de onde se localizam os neurônios responsáveis pelas sensações de cada parte do corpo é geralmente chamado de “homúnculo sensorial”, uma imagem distorcida do corpo humano, onde o tamanho de cada parte corresponde ao tamanho da área dedicada a ela.

Para fazer o diagrama, neurocirurgiões estimulavam eletricamente partes do cérebro durante cirurgias do cérebro, com o paciente acordado e informando em que parte do corpo ele tinha alguma sensação.

Como estas experiências tinham sido feitas principalmente com homens, os médicos sabiam onde estava o pênis do homúnculo, mas a posição da genitália feminina era só uma suposição.

Esta situação mudou no ano passado quando Lars Michels e sua equipe no Hospital Infantil Universitário em Zurique, Suíça, usaram imagens de ressonância magnética funcional para confirmar a posição do clitóris, que corresponde à mesma posição do pênis no homúnculo masculino.

E na Universidade Rutgers, Newark (EUA), Barry Komisaruk e sua equipe usaram o mesmo método para mapear a posição do clitóris, vagina e cérvix no córtex sensorial enquanto mulheres se estimulavam.

Com isto, os cientistas confirmaram que a região responsável pelo clitóris era diferente da vagina, e também descobriram que o estímulo nos mamilos, além de ativar a região do peito, também estimulava a região genital no córtex.

Isto explica por que muitas mulheres acham a estimulação dos mamilos erótica – algumas afirmam até mesmo experimentar orgasmos só com a manipulação dos mamilos.

A descoberta provavelmente vai ajudar mulheres que sofreram danos nos nervos durante o nascimento ou em consequência de doenças como o diabetes.

Michels já tem algumas evidências de que o estímulo clitoriano pode melhorar os sintomas de incontinência urinária, mas aponta que ainda é preciso compreender como o nervo é mapeado no cérebro para chegar a um tratamento efetivo.

Enquanto não sai tal tratamento, o estímulo dos mamilos pode melhorar a sensação genital em mulheres com danos nos nervos.

O próximo passo da pesquisa é examinar o cérebro durante o estímulo clitoriano e vaginal, e ver o que acontece quando a área que supostamente contém o ponto G é estimulada.
Por Cesar Grossmann [NewScientist]
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



O Leblon pré-novelas do Manoel Carlos.
Contos e crônicas.

A Casa Encantada
Contos do Leblon
Edmir Saint-Clair
___________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.
Livros de Edmir Saint-Clair

Escolha o tema:

- Mônica El Bayeh (1) 100 DIAS QUE MUDARAM O MUNDO (1) 45 LIÇÕES QUE A VIDA ME ENSINOU (1) 48 FRASES GENIAIS (1) 5 CHAVES PARA FREAR AS RELAÇÕES TÓXICAS NA FAMÍLIA (1) 5 MITOS SOBRE O CÉREBRO QUE ATÉ OS NEUROCIENTISTAS ACREDITAM (1) A ALMA ESTÁ NA CABEÇA (1) A FUNÇÃO SOCIAL DA CULPA (1) A GREVE DAS PALAVRAS (1) A LUCIDEZ PERIGOSA (1) A PANDEMIA VISTA DE 2050 (1) A PARÁBOLA BUDISTA (1) A PÍLULA DA INTELIGÊNCIA (1) A PRÁTICA DA BOA AMIZADE (1) A PREOCUPAÇÃO EXCESSIVA COM A APARÊNCIA FÍSICA (1) A QUALIDADE DO SEU FUTURO - Edmir Silveira (1) A SOMBRA DAS CHUTEIRAS IMORTAIS (1) A Tua Ponte (1) A vergonha pode ser o início da sabedoria (1) AFFONSO ROMANO DE SANT'ANNA (5) Amigos (4) amizade (2) ANA CAROLINA DECLAMA TEXTO DE ELISA LUCINDA (1) ANDRÉ COMTE-SPONVILLE (3) ANTONIO CÍCERO (2) ANTÓNIO DAMÁSIO (3) ANTÔNIO MARIA (2) ANTONIO PRATA (2) antropologia (3) APENAS UMA FOLHA EM BRANCO SOBRE A MESA (1) APOLOGIA DE PLATÃO SOBRE SÓCRATES (1) ARISTÓTELES (2) ARNALDO ANTUNES (2) ARNALDO BLOCH (1) Arnaldo Jabor (36) ARTHUR DA TÁVOLA (12) ARTHUR DAPIEVE (1) ARTHUR RIMBAUD (2) ARTHUR SCHOPENHAUER (5) ARTUR DA TÁVOLA (9) ARTUR XEXÉO (6) ASHLEY MONTAGU (1) AUGUSTO CURY (4) AUTOCONHECIMENTO (2) BARÃO DE ITARARÉ (3) BARUCH SPINOZA (3) BBC (9) BBC Future (4) BERNARD SHAW (2) BERTRAND RUSSELL (1) BISCOITO GLOBO (1) BRAINSPOTTING (1) BRUNA LOMBARDI (2) CACÁ DIEGUES (1) CAETANO VELOSO (10) caio fernando abreu (5) CARL JUNG (1) Carl Sagan (1) CARLOS CASTAÑEDA - EXPERIÊNCIAS DE ESTRANHAMENTO (1) CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (23) CARLOS EDUARDO NOVAES (1) CARLOS HEITOR CONY (3) CARTA DE GEORGE ORWELL EXPLICANDO O LIVRO 1984 (1) CECÍLIA MEIRELES (5) CELSO LAFER - Violência (1) CÉREBRO (17) CHARLES BAUDELAIRE (4) CHARLES BUKOWSKI (3) Charles Chaplin (4) Charles Darwin (2) CHÂTEAU DE VERSAILLES (1) CHICO ANYSIO (3) Christian Ingo Lenz Dunker (9) CIÊNCIA E RELIGIÕES (1) CIÊNCIAS (20) CIENTISTA RUSSO REVELA O QUE OCORRE CONOSCO APÓS A MORTE (1) cinema (6) CLARICE LISPECTOR (17) CLÁUDIA LAITANO (3) CLAUDIA PENTEADO (8) Coletâneas Cult Carioca (1) COMO A INTERNET ESTÁ MUDANDO AS AMIZADES (1) COMO A MÚSICA PODE ESTIMULAR A CRIATIVIDADE (1) COMO A PERCEPÇÃO DO TEMPO MUDA DE ACORDO COM A LÍNGUA (1) COMO A PERDA DE UM DOS PAIS PODE AFETAR A SUA SAÚDE MENTAL (1) COMO A SOLIDÃO ALIMENTA O AUTORITARISMO (1) COMO COMEÇAR DO ZERO EM QUALQUER IDADE (1) COMPORTAMENTO (528) Conexão Roberto D'Avila - STEVENS REHEN - IMPERDÍVEL - ALTISSIMO NIVEL DE CONHECIMENTO (1) CONHEÇA 10 PESSOAS QUE QUASE FICARAM FAMOSAS (1) conhecimento (6) CONTARDO CALLIGARIS (17) CONVERSAS NECESSÁRIAS (1) CORA CORALINA (3) CORA RÓNAI (6) CORTES DIRETO AO PONTO (32) Cristiane Segatto (8) CRÔNICAS (992) Crônicas. (172) CRUZ E SOUSA (1) CULT MOVIE (5) CULT MUSIC (10) CULT VÍDEO (21) DALAI LAMA (5) DALTON TREVISAN (1) Dante Alighieri (1) DANUZA LEÃO (30) DE ONDE VÊM OS NOMES DAS NOTAS MUSICAIS? (1) DEEPAK CHOPRA (3) DENTRO DE MIM (1) DRAUZIO VARELLA (11) E. E. CUMMINGS (3) EDGAR MORIN (2) Edmir Saint-Clair (78) EDUARDO GALEANO (3) ELIANE BRUM (25) ELISA LUCINDA (4) EM QUE MOMENTO NOS TORNAMOS NÓS MESMOS (1) Emerson (1) EMILY DICKINSON (1) Emmanuel Kant (1) Empatia (3) entrevista (11) EPICURO (3) Epiteto (1) Erasmo de Roterdam (1) ERÓTICA É A ALMA (1) Eu Cantarei de Amor Tão Docemente (1) Eu carrego você comigo (2) Fábio Porchat (8) FABRÍCIO CARPINEJAR (5) FEDERICO GARCIA LORCA (2) FERNANDA TORRES (23) FERNANDA YOUNG (6) Fernando Pessoa (13) FERNANDO SABINO (4) FERREIRA GULLAR (24) FILHOS (5) filosofia (217) filósofo (10) FILÓSOFOS (7) Flávio Gikovate (25) FLORBELA ESPANCA (8) FRANCISCO DAUDT (25) FRANZ KAFKA (4) FRASES (39) Frases e Pensamentos (8) FREUD (4) Friedrich Nietzsche (2) Friedrich Wilhelm Nietzsche (1) FRITJOF CAPRA (2) GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ (2) GEMÄLDEGALERIE - Berlin - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) GERALDO CARNEIRO (1) Gilles Deleuze (2) HANNAH ARENDT (1) HELEN KELLER (1) HELOISA SEIXAS (10) Heloísa Seixas (1) Henry David Thoreau (1) HERMANN HESSE (10) HILDA HILST (1) IMMANUEL KANT (1) INTELIGENCIA (2) intimidade (6) IRMÃ SELMA (1) Isaac Asimov. (1) ISABEL CLEMENTE (2) IVAN MARTINS (22) JEAN JACQUES ROUSSEAU (1) JEAN PAUL SARTRE (1) JEAN-JACQUES ROUSSEAU (3) Jean-Paul Sartre (2) JEAN-YVES LELOUP - SEMEANDO A CONSCIÊNCIA (1) Jô Soares (4) JOÃO CABRAL DE MELO NETO (1) JOÃO UBALDO RIBEIRO (14) JOHN NAUGHTON (1) JORGE AMADO (1) JORGE FORBES (1) jornalista (3) JOSÉ PADILHA (2) JOSE ROBERTO DE TOLEDO (1) JOSÉ SARAMAGO (8) JULIO CORTÁZAR (2) KAHLIL GIBRAN (3) Kant (2) KETUT LIYER (1) Khalil Gibran (5) Klaus Manhart (2) KRISHNAMURTI (1) Lao-Tzu (1) LE-SHANA TOVÁ TIKATEVU VE-TECHATEMU - Nilton Bonder (1) LEANDRO KARNAL (3) LEDA NAGLE (2) LÊDO IVO (2) LETÍCIA THOMPSON (2) literatura (69) literatura brasileira (23) LUIGI PIRANDELLO (2) LUIS FERNANDO VERISSIMO (15) LUIS FERNANDO VERÍSSIMO (7) LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO (13) LUIS VAZ DE CAMÕES (2) LUIZ FERNANDO VERISSIMO (6) LYA LUFT (33) LYGIA FAGUNDES TELLES (1) MADHAI (4) Mahatma Gandhi (5) Maiakowski (1) MANOEL CARLOS (11) MANOEL DE BARROS (1) MANUEL BANDEIRA (4) MAPA INTERATIVO PERMITE VIAJAR NO TEMPO E VER 'SUA CIDADE' HÁ 600 MILHÕES DE ANOS (1) Marcel Camargo (12) MARCELO RUBENS PAIVA (7) MARCIA TIBURI (12) MARÍLIA GABRIELA entrevista RAFINHA BASTOS (1) MARINA COLASANTI (6) MÁRIO LAGO (1) Mário Prata (3) MÁRIO QUINTANA (15) MÁRIO SÉRGIO CORTELLA (4) MARIO VARGAS LLOSA (1) MARK GUNGOR (1) martha medeiros (92) MARTIN LUTHER KING JR (1) MARTINHO DA VILA (1) MELATONINA: O HORMÔNIO DO SONO E DA JUVENTUDE (1) MIA COUTO (14) MIA COUTO: “O PORTUGUÊS DO BRASIL VAI DOMINAR” (1) MICHEL FOUCAULT (1) MIGUEL ESTEVES CARDOSO (4) MIGUEL FALABELLA (14) Miguel Torga (2) MILAN KUNDERA (1) MILLÔR FERNANDES (3) MOACYR SCLIAR (12) MÔNICA EL BAYEH (4) Monja Cohen (1) MUSÉE D'ORSAY - PARIS - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) MUSEU NACIONAL REINA SOFIA - Madrid - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) MUSEU VAN GOGH - Amsterdam - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) NÃO DEVEMOS TER MEDO DA EVOLUÇÃO – Edmir Silveira (1) NARCISISMO COLETIVO (1) Natasha Romanzoti (3) NÉLIDA PIÑON (1) NELSON MANDELA (1) NELSON MOTTA (28) NELSON RODRIGUES (3) NEUROCIÊNCIA (143) NILTON BONDER (1) NOAM CHOMSKY (2) NOITE DE NATAL (1) O BRASIL AINDA NÃO DESCOBRIU O CABRAL TODO (1) O CLIQUE (1) O MITO DA CAVERNA DE PLATÃO: A DUALIDADE DA NOSSA REALIDADE (1) O MITO DO AMOR MATERNO – Maria Lucia Homem (1) O Monge Ocidental (2) O MUNDO DA GENTE MORRE ANTES DA GENTE (1) O MUNDO SECRETO DO INCONSCIENTE (1) O PENSAMENTO DE CARL SAGAN (1) O PODER DO "TERCEIRO MOMENTO" (1) O PODER TERAPÊUTICO DA ESTRADA - Martha Medeiros (1) O QUE A VIDA ENSINA DEPOIS DOS 40 (1) O QUE É A TÃO FALADA MEDITAÇÃO “MINDFULNESS” (1) O QUE É A TERAPIA EMDR? – Ignez Limeira (1) O QUE É BOM ESCLARECER AO COMEÇAR UM RELACIONAMENTO AMOROSO (1) O QUE É CIENTÍFICO? - Rubem Alves (1) O que é liberdade (1) O QUE É MAIS IMPORTANTE: SER OU TER? (1) O QUE É MENTE (1) O QUE É MODERNIDADE LÍQUIDA (1) O QUE É O AMOR PLATÔNICO? (1) O QUE É O PENSAMENTO ABSTRATO (1) O QUE É OBJETIVISMO (1) O QUE É SER “BOM DE CAMA”? (1) O QUE É SER INTELIGENTE (1) O QUE É SER LIVRE? (1) O QUE É SER PAPA? - Luiz Paulo Horta (1) O QUE É SERENIDADE? (1) O QUE É UM PSICOPATA (1) O QUE É UMA COMPULSÃO? - Solange Bittencourt Quintanilha (1) O QUE FAZ O AMOR ACABAR (1) O que se passa na cama (1) O ROUBO QUE NUNCA ACONTECEU (2) O Sentido Secreto da Vida (2) OBRIGADO POR INSISTIR - Martha Medeiros (1) OCTAVIO PAZ (2) OLAVO BILAC (1) ORGASMO AJUDA A PREVENIR DOENÇAS FÍSICAS E MENTAIS (1) ORIGEM DA CONSCIÊNCIA (1) Os canalhas nos ensinam mais (2) OS EFEITOS DE UM ÚNICO DIA DE SOL NA SUA PELE (1) OS HOMENS OCOS (1) OS HOMENS VÃO MATAR-SE UNS AOS OUTROS (1) OTTO LARA RESENDE (1) OUTROS FORMATOS DE FAMÍLIA (1) PABLO NERUDA (22) PABLO PICASSO (2) PALACIO DE VERSAILLES - França - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) Pandemia (2) PAULO COELHO (6) PAULO MENDES CAMPOS (2) PEDRO BIAL (4) PENSADORES FAMOSOS (1) pensamentos (59) PERFIL DE UM AGRESSOR PSICOLÓGICO: 21 CARACTERÍSTICAS COMUNS (1) PERMISSÃO PARA SER INFELIZ - Eliane Brum com a psicóloga Rita de Cássia de Araújo Almeida (1) poemas (8) poesia (281) POESIAS (59) poeta (76) poetas (18) POR QUE A CULPA AUMENTA O PRAZER? (1) POR QUE COMETEMOS ATOS FALHOS (1) POR QUE GOSTAMOS DE MÚSICAS TRISTES? (1) porto alegre (6) PÓS-PANDEMIA (1) PRECISA-SE (1) PREGUIÇA: AS DIFERENÇAS ENTRE A BOA E A RUIM (1) PROCRASTINAÇÃO (1) PROPORÇÕES (1) PSICANALISE (5) PSICOLOGIA (432) psiquiatria (8) QUAL O SENTIDO DA VIDA? (1) QUANDO A SUA MENTE TRABALHA CONTRA VOCÊ (1) QUANDO FALAR É AGREDIR (1) QUANDO MENTIMOS MAIS? (1) QUANDO O AMOR ACABA (1) QUEM FOI EPICURO ? (1) QUEM FOI GALILEU GALILEI? (1) Quem foi John Locke (1) QUEM FOI TALES DE MILETO? (1) QUEM FOI THOMAS HOBBES? (1) QUEM INVENTOU O ESPELHO (1) Raul Seixas (2) Raul Seixas é ATROPELADO por uma onda durante uma ressaca no Leblon (1) RECEITA DE DOMINGO (1) RECOMEÇAR (3) RECOMECE - Bráulio Bessa (1) Reflexão (3) REFLEXÃO DE BERT HELLINGER (1) REGINA NAVARRO LINS (1) REJUVENESCIMENTO - O DILEMA DE DORIAN GRAY (1) RELACIONAMENTO (5) RENÉ DESCARTES (1) REZAR E AMAR (1) Rick Ricardo (5) RIJKSMUSEUM - Amsterdam - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) RIO DE JANEIRO (10) RITA LEE (5) Robert Epstein (1) ROBERT KURZ (1) ROBERTO D'ÁVILA ENTREVISTA FLÁVIO GIKOVATE (1) ROBERTO DaMATTA (8) Roberto Freire (1) ROBERTO POMPEU DE TOLEDO (1) RUBEM ALVES (26) RUBEM BRAGA (1) RUTH DE AQUINO (16) RUTH DE AQUINO - O que você revela sobre você no Facebook (1) Ruy Castro (10) SAINDO DA DEPRESSÃO (1) SÁNDOR FERENCZI (1) SÁNDOR MÁRAI (3) SÃO DEMASIADO POBRES OS NOSSOS RICOS (1) SAÚDE MENTAL (2) Scott O. Lilienfeld (2) século 20 (3) SÊNECA (7) SENSAÇÃO DE DÉJÀ VU (1) SER FELIZ É UM DEVER (2) SER MUITO INTELIGENTE: O LADO RUIM DO QUAL NÃO SE FALA (1) SER OU ESTAR? - Suzana Herculano-Houzel (1) Ser Pai (1) SER PASSIVO PODE SER PREJUDICIAL À SAÚDE (1) SER REJEITADO TORNA VOCÊ MAIS CRIATIVO (1) SERÁ QUE SUA FOME É EMOCIONAL? (1) SEXO É COLA (1) SEXO TÂNTRICO (1) SEXUALIDADE (2) Shakespeare. O bardo (1) Sidarta Ribeiro (4) SIGMUND FREUD (4) SIMONE DE BEAUVOIR (1) Simone Weil (1) SINCERICÍDIO: OS RISCOS DE SE TORNAR UM KAMIKAZE DA VERDADE (1) SÓ DE SACANAGEM (2) SÓ ELAS ENTENDERÃO (1) SOCIOLOGIA (10) SÓCRATES (2) SOFRER POR ANTECIPAÇÃO (2) Solange Bittencourt Quintanilha (13) SOLITÁRIOS PRAZERES (1) STANISLAW PONTE PRETA (5) Stephen Kanitz (1) Steve Ayan (1) STEVE JOBS (5) SUAS IDEIAS SÃO SUAS? (1) SUPER TPM: UM TRANSTORNO DIFÍCIL DE SER DIAGNOSTICADO (1) Super YES (1) Suzana Herculano-Houzel (10) T.S. ELIOT (2) TALES DE MILETO (2) TATE BRITAIN MUSEUM (GALLERY) (1) TERAPIA (4) THE METROPOLITAN MUSEUM OF ART (1) THE NATIONAL GALLERY OF LONDON - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) THIAGO DE MELLO (2) TODA CRIANÇA É UM MAGO - Augusto Branco (1) Tom Jobim (2) TOM JOBIM declamando Poema da Necessidade DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (1) TONY BELLOTTO (3) Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (2) TRUQUE DO PANO: PROTEJA O CACHORRO DO BARULHO FEITO PELOS FOGOS DE ARTIFÍCIO (1) UM CACHORRO PRETO CHAMADO DEPRESSÃO (1) UM ENCONTRO COM LACAN (1) UM VÍRUS CHAMADO MEDO (1) UMA REFLEXÃO FABULOSA (1) UNIÃO EUROPEIA INVESTE EM PROGRAMA PARA PREVER O FUTURO (1) ÚNICO SER HUMANO DA HISTÓRIA A SER ATINGIDO POR UM METEORITO (1) velhice (2) Viagem ao passado (2) VICTOR HUGO (4) VÍDEO - O NASCIMENTO DE UM GOLFINHO (1) VÍDEO - PALESTRA - MEDO X CRIATIVIDADE (1) VÍDEO ENTREVISTA (2) VÍDEO PALESTRA (14) Vinícius de Moraes (3) VIVIANE MOSÉ (4) VLADIMIR MAIAKOVSKI (2) W. B. YEATS (1) W. H. Auden (2) WALCYR CARRASCO (4) WALT WHITMAN (4) Walter Kaufmann (1) Way Herbert (1) Wilhelm Reich (2) WILLIAM FAULKNER (1) William Shakespeare (4) WILSON SIMONAL e SARAH VAUGHAN (1)

RACISMO AQUI NÃO!

RACISMO AQUI NÃO!