ANA PAULA PADRÃO - A "culpa" das mulheres

Em Guadalajara(durante a cobertura dos Jogos Panamericanos 2011), cansei de ver atletas, cheias de medalhas de ouro no peito, administrando filhos, família e marido em seus blackberries, tablets, via skype, pelo radinho"

Aqui estou eu mergulhada num universo de disciplina, superação e sacrifícios extremos.
Há praticamente três semanas só falo de natação, taekwondo, ginástica rítmica. Jornalista é assim. Não importa que esteja cobrindo política, economia ou esportes, acaba absorvendo aquela realidade como se sua fosse. Aqui em Guadalajara, no México, acompanhando os Jogos Pan-Americanos 2011, durmo abraçada às análises sobre o favoritismo deste ou daquele país em tal e qual modalidade, sonho com números de recordes nunca quebrados, acordo duvidando da competência do fulano treinador para levar seu atleta a uma medalha de ouro.

Quem me tirou do torpor do jargão esportivo e me levou a pensar na rivalidade além das quadras foi Fabi, a levantadora da seleção de vôlei brasileira, veterana no time. Fui entrevistá-la no dia seguinte à emocionante final, com vitória do Brasil sobre as poderosas cubanas.
E Fabi me sacudiu com a seguinte afirmação: “Sempre fomos questionadas pelo fato de ser um time que chegava às finais e não conseguia vencer. Será que a mulher tem essa fragilidade? Será que na hora do vamos ver ela não consegue suportar a pressão e os homens conseguem? A gente sabia que, se não levasse o ouro, esses questionamentos voltariam e esses são questionamentos nossos também.”

E são mesmo, Fabi. Nós, mulheres brasileiras, não só no meio esportivo, tradicionalmente machista, mas em qualquer outra área profissional, vivemos em busca de superar a nós mesmas e a eterna sensação de desvantagem competitiva em relação ao sexo oposto. Tremer diante da disciplina (forjada na política) das cubanas e da autoestima das americanas é uma questão cultural. Brasileiras precisam provar que não amarelam nas finais. E provar para nós mesmas, o que é pior!
E, quanto mais tentamos, mais exaustas ficamos.

Essa é uma lógica perversa. Segundo pesquisa do Instituto Data Popular para o Projeto Tempo de Mulher (www.tempodemulher.com.br), a brasileira que trabalha fora gasta ainda 24,5 horas semanais com os afazeres domésticos. Uma jornada extra de mais de três horas por dia, contando sábados e domingos. Aqui em Guadalajara, cansei de ver atletas de ponta, cheias de medalhas de ouro no peito, administrando filhos, família e marido em seus blackberries, tablets, via skype, pelo radinho. Sim, querido, acabei de quebrar mais um recorde aqui, mas o menino está com febre? O que você fez? Já deu o antitérmico?

Parece piada? Mas não é. Ainda segundo a mesma pesquisa, 73% das mulheres da classe média brasileira afirmam que se sentem culpadas por ter de trabalhar e não conseguir acompanhar a rotina dos filhos. E isso não tem nada a ver com estar morrendo de vontade de voltar a ser do lar. É só nossa culpa atávica. Nosso sentimento de inferioridade enraizado na alma. E um longo treinamento cultural nos diz que o feminino é frágil, incapaz e incompleto. O que me consola é aquele símbolo de vitória pendurado no pescoço da Fabi, que, sorrindo, me diz: “A gente suporta tantos questionamentos, não vai suportar uma pressãozinha a mais?”

TÔ VELHO! QUE COISA BOA! - Dr. Paulo Garcia Filho

Eu nunca trocaria meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, minha amada família por menos cabelo branco ou uma barriga mais lisa. Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais amável para mim, e menos crítico de mim mesmo. Eu me tornei meu próprio amigo ...

Eu não me censuro por comer biscoito extra, ou por não fazer a minha cama, ou para a compra de algo bob...o que eu não precisava, como uma escultura de cimento, mas que parece tão “avant garde” no meu pátio. Eu tenho direito de ser desarrumado, de ser extravagante.


Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.

Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou jogar no computador até as quatro horas e dormir até meio-dia? Eu Dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 60 & 70, e se eu, ao mesmo tempo, desejo de chorar por um amor perdido ... Eu vou.

Vou andar na praia em um short excessivamente esticado sobre um corpo decadente, e mergulhar nas ondas com abandono, se eu quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros no jet set.

Eles, também, vão envelhecer.

Eu sei que eu sou às vezes esquecido. Mas há algumas coisas na vida que devem ser esquecidas. Eu me recordo das coisas importantes.
Claro, ao longo dos anos meu coração foi quebrado. Como não pode quebrar seu coração quando você perde um ente querido, ou quando uma criança sofre, ou mesmo quando algum amado animal de estimação é atropelado por um carro? Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão. Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.

Eu sou tão abençoado por ter vivido o suficiente para ter meus cabelos grisalhos e ter os risos da juventude gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto.

Muitos nunca riram, muitos morreram antes de seus cabelos virarem prata.
Conforme você envelhece, é mais fácil ser positivo. Você se preocupa menos com o que os outros pensam. Eu não me questiono mais.
Eu ganhei o direito de estar errado.

Assim, para responder sua pergunta, eu gosto de ser velho. Ele me libertou. Eu gosto da pessoa que me tornei. Eu não vou viver para sempre, mas enquanto eu ainda estou aqui, eu não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupar com o que será. E eu vou comer sobremesa todos os dias (se me apetecer).
Que nossa amizade nunca se separe porque é direto do coração!
Texto enviado por nossa leitora Anna Beatriz Richter  _

SIGA SEU CORAÇÃO, ELE É MAIS INTELIGENTE DO QUE VOCÊ PENSA

O coração é também o primeiro órgão formado no útero. O resto vem depois.
Recentemente, neurofisiologistas ficaram surpresos ao descobrirem que o coração é mais um órgão de inteligência, do que (meramente) a estação principal de bombeamento do corpo. Mais da metade do Coração é na verdade composto de neurônios da mesma natureza daqueles que compõem o sistema cerebral. Joseph Chilton Pearce-, autor de A biologia da Transcendência, chama a isto de ”o maior aparato biológico e a sede da nossa maior inteligência.”
O coração também é a fonte do corpo de maior força no campo eletromagnético. Cada célula do coração é única e na qual não apenas pulsa em sintonia com todas as outras células do coração, mas também produz um sinal eletromagnético que se irradia para além da célula. Um EEG que mede as ondas cerebrais mostra que os sinais eletromagnéticos do coração são muito mais fortes do que as ondas cerebrais, de que uma leitura do espectro de freqüência do coração podem ser tomadas a partir de três metros de distância do corpo … sem colocar eletrodos sobre ele!
A freqüência eletromagnética do Coração produz arcos para fora do coração e volta na forma de um campo saliente e arredondado, como anéis de energia. O eixo desse anel do coração se estende desde o assoalho pélvico para o topo do crânio, e todo o campo é holográfico, o que significa que as informações sobre ele podem ser lidas a partir de cada ponto deste campo.
O anel eletromagnético do Coração não é a única fonte que emite este tipo de vibração. Cada átomo emite energia nesta mesma frequencia. A Terra está também no centro de um anel, assim é o sistema solar e até mesmo nossa galáxia … e todos são holográficas. Os cientistas acreditam que há uma boa possibilidade de que haja apenas um anél universal abrangendo um número infinito e interagindo dentro do mesmo espectro. Como os campos eletromagnéticos são anéis holográficos, é mais do que provável que a soma total do nosso Universo esteja presente dentro do espectro de freqüência de um único anél.
Isto significa que cada um de nós está ligado a todo o Universo e como tal, podemos acessar todas as informações dentro dele a qualquer momento. Quando ficamos quietos para acessar o que temos em nossos corações, nós estamos literalmente conectados à fonte ilimitada de Sabedoria do Universo, de uma forma que percebemos como “milagres” entrando em nossas vidas.
Quando desconectamos e nos desligamos da sabedoria inata de amor do Coração, baseado nos pensamentos, o intelecto refletido no ego assume o controle e opera independentemente do Coração, e nós voltamos para uma mentalidade de sobrevivência baseada no medo, ganância, poder e controle. Desta forma, passamos a acreditar que estamos separados, a nossa percepção de vida muda para uma limitação e escassez, e temos que lutar para sobreviver. Este órgão incrível, que muitas vezes ignoramos, negligenciamos e construimos muros ao redor, é onde podemos encontrar a nossa força, nossa fé, nossa coragem e nossa compaixão, permitindo que a nossa maior inteligência emocional guie nossas vidas.
Devemos agora mudar as engrenagens para fora do estado baseado no medo mental que temos sido ensinados a acreditar, e nos movermos para viver centrados no coração. Para que esta transformação ocorra, é preciso aprender a meditar, “entrar em seu coração” e acessar a sabedoria interior do Universo. É a única maneira, é O Caminho. A medida que cada um de nós começa esta revolução tranquila de viver do Coração, vamos começar a ver os reflexos em nossas vidas e em nosso mundo. Esta é a forma como cada um de nós vai criar uma mudança no mundo, criar paz, criar harmonia e equilíbrio, e desta forma, vamos todos criar o Paradigma do Novo Mundo do Céu na Terra.
Rebecca Cherry

MARTHA MEDEIROS - Amor ou Amizade? Os dois.


No finalzinho da entrevista que Pedro Bial deu à Marília Gabriela, quando foi questionado sobre relacionamentos, ele deu uma lição que serve para todo mundo: trate seu amor como você trata seu melhor amigo. Sei que isso parece falta de romantismo, mas é o conselho mais certeiro.

Não era você que estava a fim de uma relação serena e plenamente satisfatória? Taí o caminho. Vamos tentar elucidar como isso se dá na prática. Comecemos pelo exemplo que o próprio Bial deu: você foi convidado para o casamento de uma prima distante que mora onde Judas perdeu as botas, você tem que ir porque ela chamou você pra padrinho. Como é que os casais costumam combinar isso?
"Não tem como escapar, você vai comigo e pronto". Ou seja, um põe o outro no programa de índio e nem quer saber de conversa. É assim que você convidaria seu melhor amigo? Não. Você diria: "Putz, tenho uma roubada pela frente que você não imagina. Me dá uma força, vem comigo, ao menos a gente dá umas risadas...".
Ficou bem mais simpático, não ficou? Como esta, tem milhões de situações chatas que você pode aliviar, apenas moderando o tom das palavras.

Pro seu marido: "Você nunca repara em mim, não deu pra notar que cortei o cabelo? Será que sou invisível?" Mas pra sua melhor amiga: "Ai, pelo visto meu cabelo ficou medonho e você está me poupando, né? Pode dizer a verdade, eu agüento".

Pra sua mulher: "Você já se deu conta da podridão que está este sofá? Não dá pra ver que está na hora de trocar o tecido?" Mas pra sua melhor amiga: "Deixa a pizza por minha conta, eu pago, assim você economiza pra lavar o sofá. A não ser que este seja um novo estilo de decoração..."

Risos + risos+ risos.

Manere. Trate seu amor como todas as pessoas que você adora e que não são seus parentes. Trate com o mesmo humor que você trata seu melhor amigo, sua melhor amiga. Até porque, caso você não tenha percebido, é exatamente isso que eles são.

"Grandes Realizações são possíveis quando se dá importância aos pequenos detalhes"

RUBEM ALVES - Dercy Gonçalves


O que dá alegria às crianças é a simplicidade dos desejos. Eu desejava pouco; portanto o pouco que tinha era muito.
MEU PAI foi homem rico em tempos antes do meu nascimento. Lembro-me só dos tempos de pobreza dos quais não tenho nem uma só memória triste. Isso deve soar estranho aos pais que pretendem dar felicidade aos seus filhos e tranqüilidade a si mesmos locupletando-os com brinquedos que logo ficam velhos e são abandonados. O que dá alegria às crianças não é a multiplicidade dos brinquedos mas a simplicidade dos desejos. Eu desejava pouco; portanto o pouco que eu tinha era muito.
Albert Camus escreveu nos Primeiros Cadernos: "Que pode um homem desejar de melhor do que a pobreza? Não disse miséria nem o trabalho sem esperança do proletário moderno. Mas não vejo o que pode desejar-se mais do que a pobreza ligada a um ócio ativo".
No meu ócio ativo entenda-se ócio ativo como o tempo livre para fazer o que eu quisesse, sem a perturbação da presença dos adultos -eu fazia meus próprios brinquedos. Está tudo contado no livro que escrevi para minhas netas "Quando eu era menino" (Papirus).
Mas antes de ir à falência e ficar pobre meu pai era dono de muita coisa na cidade. Fábricas, imóveis, serraria. Novidadeiro, apresentou à população pacata de Boa Esperança um assombro do progresso: água açucarada colorida endurecida e fria em torno de um pauzinho que era para ser chupada. Era o picolé que durante muitos dias foi o grande assunto das rodas de conversas dos ricos e dos pobres. Como é que a água mole ficava dura? Era também dono do cinema que passava filmes mudos explicados aos berros por um italiano. Profissão que não existe mais: explicador de filmes...
Pois um dia chegou a Boa Esperança pela jardineira que vinha de Três Pontas um casalzinho diferente, dois moços, que tinha ares de cidade grande. Ficaram perdidos ao descer da jardineira porque lá não havia nem pensão e nem hotel. Para agravar o embaraço havia o fato de serem artistas de teatro que chegavam àquele lugarzinho perdido para se apresentarem num espetáculo.
Sem saber o que fazer, foram procurar o Diano, meu pai, apelido do nome mais estranho que já vi, Herodiano... Meu pai logo se apressou e levou os dois para se hospedarem na sua casa. Alugaram o cinema do meu pai por uma noite e prometeram pagar com o lucro do espetáculo.
Meu pai, olhando para aquele casalzinho, pensou: "Mas ninguém vai gastar dinheiro para ver esses dois. Eles vão dar um espetáculo para ninguém..."
Meu pai não suportava ver ninguém sofrer. Pois sabem o que ele fez? Comprou a lotação inteira do seu próprio cinema e distribuiu os bilhetes pelo povo, gratuitamente.
O cinema ficou lotado. Ninguém recusa presente dado. O espetáculo foi um sucesso. Os artistas ficaram exultantes. Foram pagar o aluguel. Meu pai não aceitou. Saíram de Boa Esperança com a cara cheia de risos e o bolso cheio... de dinheiro do meu pai...
O nome do artista homem nunca me foi dito. Mas o nome da artista mulher era Dercy Gonçalves. É possível que ela nem mais se lembre desse ocorrido.
Esse episódio me veio à memória quando a eterna Dercy completou 100 anos. Ô, mulher maravilhosa. O tempo não pode com a alma dela!

LYA LUFT - ...PARA VIVER DE VERDADE...

"...Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.

Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.

Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a apena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer."

MÁRCIA TIBURI - O mistério da corrupção

A tradição teológica e filosófica nunca conseguiu explicar o “mistério da iniquidade”, a existência do mal como potência do desejo e da ação humanas.
Ora, a corrupção é o mal do nosso tempo. Curiosamente, ela aparece como uma nova regra de conduta, uma contraditória “moral imoral”. Da governalidade aos atos cotidianos, o mundo da vida no qual ética e moral se cindiram há muito tempo transformou-se na sempre saqueável terra de ninguém.
Como toda moral, a corrupção é rígida. Daí a impossibilidade do seu combate por meios comuns, seja o direito, seja a polícia. Do contrário, meio mundo estaria na prisão. A mesma polícia que combate o narcotráfico nas favelas das grandes cidades poderia ocupar o Congresso e outros espaços do governo onde a corrupção é a regra.
Mas o problema é que a força da corrupção é a do costume, é a da “moral”, aquela mesma do malandro que age “na moral”, que é “cheio de moral”. Ela é muito mais forte do que a delicada reflexão ética que envolveria a autonomia de cada sujeito agente. E que só surgiria pela educação política que buscasse um pensamento reflexivo.
Pobre, mas honesto
O sistema da corrupção é composto de um jogo de forças do qual uma das mais importantes é a “força do sentido”. É ela que faz perguntar, por exemplo, “como é possível que um policial pobre se negue a aceitar dinheiro para agir ilegalmente?”
O simples fato de que essa pergunta seja colocada implica o pressuposto de que uma verdade ética tal como a honestidade foi transvalorada. Isso significa que foi também desvalorizada.
Se a conduta de praxe seria não apenas aceitar, mas exigir dinheiro em troca de uma ação qualquer na contramão do dever, é porque no sistema da corrupção o valor da honestidade, que garantiria ao sujeito a sua autonomia, foi substituído pela vantagem do dinheiro.
Mas não somente. Aquele que age na direção da lei como que age contra a moral caracterizada pelo “fazer como a grande maioria”, levando em conta que no âmbito da corrupção se entende que o que a maioria quer é “dinheiro”.
Verdade é que a ação em nome de um universal por si só caracteriza qualquer moral. É por meio dela que se faz o cálculo do “sentido” no qual, fora da vantagem que define a regra, o sujeito honesto se transfigura imediatamente em otário.
Se a moral é medida em dinheiro, não entregar-se a ele poderá parecer um luxo. Mas um contraditório luxo de pobre, já que a questão da honestidade não se coloca para os ricos, para quem tal valor parece de antemão assegurado.
Daí que jamais se louve nos noticiários a honestidade de alguém que não se enquadra no estereótipo do “pobre”. Honesto é sempre o pobre elevado a cidadão exótico. Na verdade, por meio desse gesto o pobre é colocado à prova pelo sistema. Afinal ele teria tudo para ser corrupto, ou seja, teria todo o motivo para sê-lo. Mas teria também todo o perdão?
O cidadão exótico – pobre e honesto – que deixa de agir na direção de uma vantagem pessoal como que estaria perdoado por antecipação ao agir imoralmente sendo pobre, mas não está. A frase de Brecht seria sua jurisprudência mais básica: “O que é roubar um banco comparado a fundar um?”.
Ora, sabemos que essa “moral imoral” tem sempre dois pesos e duas medidas, diferentes para ricos e pobres. No vão que as separa vem à tona a incompreensibilidade diante do mistério da honestidade. De categoria ética, ela desce ao posto de irrespondível problema metafísico.
Pois quem terá hoje a coragem de perguntar como alguém se torna o que é quando a subjetividade, a individualidade e a biografia já não valem nada e sentimos apenas o miasma que exala da vala comum das celebridades da qual o cidadão pode se salvar apenas alcançando o posto de um herói exótico, máscara do otário da vez?

TWITTER É USADO PARA TESTAR PARANORMALIDADE


O psicólogo Richard Wiseman encarnou um James Randy e saiu pelo mundo digital atrás de provas de paranormalidade. O britânico convidou voluntários e pessoas que alegavam ter poderes psíquicos a seguir seu twitter. Wiseman então se dirigia a um local secreto (no mundo real) e pedia aos seguidores que tentassem descrever onde estava, tudo por meio do Twitter. Depois, ele enviava fotos de cinco lugares diferentes para que os participantes votassem na locação verdadeira. A mais votada seria escolhida. O que, segundo o professor, seria prova suficiente para atestar a paranormalidade dos voluntários.
Resultado: em nenhuma das ocasiões o grupo acertou seu paradeiro. E olha que mais de mil pessoas participaram da experiência. Para Wiseman, a grande sacada não foi ter provado a incapacidade paranormal das pessoas, mas sim ter conseguido fazer um estudo por meio do Twitter. 
Nina Weingrill

DESVENDADO MISTÉRIO DO FILME "OS PÁSSAROS" DE HITCHCOCK

Gaivotas que inspiraram filme foram envenenadas pelo ácido domóico
Demorou 60 anos, muito menos do que a duração de um de seus mais famosos filme de suspense, mas o mistério mais duradouro de Alfred Hitchcock parece ter finalmente sido desvendado. 

Cientistas da Universidade do estado da Lousiana, nos Estados Unidos, anunciaram a razão pela qual milhares de gaivotas cometeram suicídio em toda a costa nordeste da Califórnia no verão de 1961. Uma equipe de biólogos marinhos explica que os animais foram envenenados.

A misteriosa morte das aves entre casas da Baía de Monterey, no Sul de São Francisco, foi uma das maiores inspirações para o filme de Hitchcock de 1963 “Os pássaros” (The Birds)

Agora, Na última edição da revista “Nature Geoscience”, os pesquisadores afirmaram que o estômago das gaivotas e de tartarugas coletadas naquele período tinha quantidades incomuns de uma toxina que causa danos ao sistema nervoso chamada de ácido domóico.

Esta toxina provavelmente veio de anchovas e lulas que teriam sido ingeridas pelos pássaros, uma vez que fazem parte da dieta deles, causando danos no cérebro das gaivotas. Em situações mais severas, o ácido domóico deixaria as aves confusas, levando a convulsões e morte.

Sibel Bargu, que coordenou a pesquisa, explicou que a substância foi encontrada em 70% dos plânctons ingeridos pelas anchovas e lulas. Depois de um curto período, a toxina poderia ter chegado a concentrações fatais para os predadores que as ingeriram.

Apesar desta teoria já ter sido citada como uma explicação potencial para a mortandade de gaivotas de 1961, Bargu afirma que não havia provas diretas, obtidas agora pelos cientistas.

- As amostras de plânctons de 1961 estavam contaminadas por um toxina – escreveu a pesquisadora Bargu. - Esta toxina foi responsável pelo frenesi de pássaros que motivou o filme de Hitchcock.

As cenas da morte dos pássaros em 1961 foi testemunhada por Hitchcock. Para rodar o filme, ele ainda a aproveitou o livro escrito por Daphne du Maurier chamado “The Birds” (Os pássaros).

Uma contaminação similar já causou a morte aves na mesma área, nos anos 1990. Além disso, em 1989, houve a descoberta de que o ácido domóico havia contaminado mexilhões e causado a morte de quatro pessoas na Ilha de Prince Edward, no Canadá.

Porém, ainda reina uma incerteza: qual teria sido a causa das toxinas no mar. A principal teoria é que pesticidas teriam sido carreados para o mar vindos de uma fazenda. Além disso, pesquisadores dizem que houve um boom imobiliário naquela área justamente naquele período. 

Portanto, há a hipótese de que o esgoto domiciliar também possa ter sido o responsável pelo envenenamento.

CHICO ANYSIO - SILÊNCIO, HOSPITAL!

Nos primeiros tempos de casamento ele aparentava uma saúde de ferro mas, de uns anos pra cá, mostrava-se tão frágil, tão suscetível às doenças, que Dona Belinha, sua esposa, intranqüilizava-se cada vez mais.
— Qualquer coisinha o Pirilo hospitaliza-se — choramingava às amigas. — Tão frágil, tão doentinho...
E assim era. Por um simples sintoma de gripe ou resfriado, o Pirilo pegava um pijama, escova de dentes, pente e chinelos, metia-os numa maleta branca e hospitalizava-se.
— O que é que você tem, Pirilo? — perguntava a esposa preocupada, vendo o marido fazer a mala para mais uma ida à casa de saúde.
— Nada, minha velha.
— E se não tem nada, por que você vai para o hospital, Pirilo? — insistia Dona Belinha, mais preocupada do que nunca.
— Com saúde não se facilita. Não tenho nada agora, mas estou esperando uma gripe de uma hora para outra.
E se internava por quatro, cinco dias. Proibia as visitas e não aceitava flores ou maçãs. "Se eu morrer, não quero ninguém no velório. Na doença e na morte, longe os parentes", era a teoria que defendia e a que a família obedecia.
— Chama-se isso de hipocondria — explicou um médico a quem Dona Belinha secretamente visitou:
— Hipocondria?
— É uma ansiedade habitual relativa à própria saúde — decifrava o médico. — É muito comum, um caso assim. Há pessoas que não vivem sem tomar remédio. Seu marido é um caso desses. Só que em estado mais grave, porque ele chega a ir para o hospital. Mas não se preocupe. Os hipocondríacos são os que vivem mais.
— Isso pega, doutor? — inquiriu Dona Belinha, quase desejando que sim, para poder acompanhar o marido, de quem sentia muita falta, durante os dias de nosocômio.
— Pegar, não digo, mas quem convive com um hipocondríaco, sendo de espírito fraco, pode-se contagiar por esta mania.
E ela muito rezava e pedia que lhe fosse dado este contágio.
— Belinha, traz a mala.
— Pra onde você vai, Pirilo?
— Vou-me hospitalizar.
— O que é que você está sentindo?
— Hoje, fazendo as unhas, tirei sangue da cutícula. Isso pode infeccionar, dar tétano, gangrenar, sei lá. Com saúde não se brinca.
E, de mala branca na mão e infalível chapéu preto à cabeça, lá ia o Pirilo para o Hospital dos Estrangeiros, onde tinha conta corrente (pagava por semestre) e apartamento quase fixo.
— O apartamento de sempre, Sr. Pirilo? perguntava a enfermeira, como se aquilo fosse um hotel.
— Não. Desta vez quero um no terceiro andar, com vista para a encosta.
E por uma semana, muitas vezes, curtia o seu hospitalzinho, de camisola e tudo, com exames de pressão arterial, termômetros sob a axila, colheita de urina, sangue, fezes, escarro, etc. Uma semana depois, sentindo-se recuperado, voltava ao seio da família, dizendo-se outro homem.
Ao mesmo tempo em que os filhos cresciam, desenvolvia-se a hipocondria do Pirilo, que se internou pelos motivos mais burlescos, de tão banais: furúnculo, cisco no olho, mau jeito no braço, aerofagia, topada.
A conselho médico a mulher nem tocava mais no assunto, tentando meter na cabeça do marido que ele não sofria de coisa alguma ("Isso pode piorar, porque ele fica irritado e..."). Ao ver Pirilo chegar e entrar em casa sem tirar o chapéu preto, a mulher já sabia que era caso de hospital. E, por conta própria (disso o médico não teve culpa), já até colaborava com a hipocondria do marido.
— Não está passando bem, Pirilo?
— Ainda bem que você notou. Hoje arrotei duas vezes, depois de tomar uma Coca-Cola. Faz a mala.
E o pijama, com pente, chinelo e escova de dentes, era enfiado na mala branca que Pirilo conduzia ao Hospital dos Estrangeiros, onde era mais conhecido do que muitos dos médicos que lá operavam ou davam plantão.
— Terceiro andar, para a encosta?
— Segundo andar, de frente.
— 214 — informava a enfermeira, dando-lhe a chave.
Tantas foram as vezes que Pirilo se internou que, ultimamente, já ia sozinho da portaria para o quarto. Ir uma enfermeira com ele para quê, se ele conhecia os corredores e apartamentos mais do que a maioria delas? De hospital, ele dava aula. E era um custo para aceitar a alta do médico.
— Pode ir embora hoje, Sr. Pirilo.
— De jeito nenhum. Antes de quinta-feira ninguém me tira daqui.
— Mas o senhor já está bom. Os gases...
— Os gases acabaram, mas... e essa unhazinha?
— Que tem a unha? — perguntava o médico, segurando-lhe a falange do pé que Pirilo lhe exibia.
— Repare na unha, veja bem.
— Está bem.
— Ora, doutor, enganar ao Pirilinho? A unha está encrava, não encrava. Antes de quinta-feira eu não saio, a não ser que a unha se resolva.
De tanto Pirilo se ausentar para os hospitais, apareceu um arquiteto desquitado com ótimos planos e projetos para Dona Belinha com os quais ela concordou, de tanta distância que já sentia do marido hipocondríaco.
Saiu ganhando, pois amava agora um homem formado, enquanto Pirilo continuava amante de uma ajudante de enfermeira do Hospital dos Estrangeiros, que um dia dava plantão no terceiro andar, de frente para a encosta, no outro dia no segundo andar, de frente para a frente...
Os hipocondríacos merecem cuidados!

ALBERTO GOLDIN - SOB NOVA DIREÇÃO


Tenho 35 anos, sou casada há oito e tenho um filha de 4. Há três anos, apaixonei-me por Robero, um colega de trabalho. Tivemos um breve relacionamento, mas nos asfastamos. Não queria me seprar com um filha pequena. Há poucos meses, este sentimento voltou, e estamos muito envolvidos. Tenho medo da separação, mas não sou feliz nos casamento. Meu marido não me escuta, não brigamos, ele evita conflitos. O problema sou eu: não sou feliz, quero um companheiro, receber um abraço quando chego em casa, ouvir eu te amo, ter vontade de fazer sexo, coisa que vai de mal a pior. Em Roberto encontrei amor, erostismo, diálogos intermináveis, compreensão e vontade de ter uma vida comum. Ele é casado, também não é feliz, e em pouco tempo, será livre. Moro num bairro nobre e separada não terei o mesmo padrão. Mas não agüento mais ser infeliz. Corremos conra o tempo, a vida passa rápido. Me sinto uma panela prestes a explodir!
Pâmela

SOB NOVA DIREÇÃO
Era m bom filme, contava uma história verossímil, com excelente fotografia e músicas que acentuavam as emoções. A tristeza em tom escuro dramático, e a alegria clara, luminosa, quase eufórica.
A carta de Pâmela também é um bom filme, ou melhor, são dois, com argumentos diferentes: quando se refere a Roberto, seu amante, os refletores se acendem, a música toca alegre e juvenil, como nas belas historias de amor. Já quando o personagem é seu marido, ocorre o oposto, são planos escuros, acordes graves e opacos, um relato em preto e branco, Até aqui é compreensível. A mulher que ama projeta filmes otimistas e , quando deixa de amar, acentua o desgaste de m relação que a prende com pesadas correntes de silêncio e escuridão. O s dois filmes se alte4rnam em sessão continua, porem, não refletem o passado nem descrevem o presente. Invente o futuro que, como todo futuro, é apenas uma hipótese sujeita a confirmação. Pâmela está em conflito, Deve-se se separar na esperança de uma nova vida, ou permanecer vegetando num casamento sem amor? A resposta é tão óbvia que desconfiamos. Se fosse simples e claro, não haveria conflito, nem carta para o jornal.
De nossa parte, sabemos que não devemos intervir na sua decisão. Cabe a ela fazer isso e assumir as conseqüências, felizes ou não.
Ainda assim, nos sentimos autorizados a fazer alguns comentários. São dois filmes, dois caminhos, duas historias simultânea e com sentidos opostos. Um casamento silencioso e desvitalizado e ma relação onde não faltam palavras, atenções, sexo e sentimento. Será que antes do encontro com Roberto o mesmo casamento era mais tolerável, ou foi a paixão clandestina que dividiu as emoções, idealizando um e esvaziando o outro?
De fato, são historias complementares, alimentadas pela mesma fonte, e é por isso que cada virtude do amante corresponde um defeito do marido, porque, como é sabido, todas paixão exagera virtudes e acentua defeitos.
Pâmela tem pressa em resolve seu conflito, mas acreditamos que por enquanto precisa esperar um tempo até qe os dois filmes sejam condensados num só. Além disso, se Roberto permance na sua casa e no seu casamento porque Pâmela deveria sair imediatamente? A hora de fazer isso será quando conseguir perceber os defeitos de Roberto e as virtudes do seu marido.. Nessa hora, estará mais madura e seu novo (e único) filme será um documentário, nau um romance , nem uma comedia, e , muito menos , uma tragédia.
Admito que é difícil esperar, porém, psso lhe garantir que a urgência nunca é prudente e se alimenta de dúvidas e medos de errar. As melhores decisões são as mais realistas, as que aceleram o processo de descoberta: como será o amaaaaantes perfeito quando virar marido? Quando O motel se transforma em residência própria? E, o mais importante, como será a Pâmela sob nova direção? Estas são as verdadeiras incógnitas que tomarão o lugar das certeza atuais. Os bons amores sobreivem a alguns meses de espera. Quando não sobrevivem é porque, infelizmente, não são tão bons amores.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - Receita de Ano Novo


Receita de Ano Novo

Para você ganhar um belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser, novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependidopelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

A REAÇÃO A UM ERRO INFLUENCIA SEUS ACERTOS FUTUROS - Ana Carolina Prado


Quando comete um erro, qual a sua reação? Você pensa “ok, na próxima eu acerto” ou “putz, sou um fracasso e nunca vou conseguir fazer nada direito”? Um estudo publicado no periódico Psychological Science descobriu que a sua atitude nesse momento pode influenciar seus acertos futuros. E mais: a forma como você reage aos erros está diretamente ligada à visão que você tem sobre sua própria inteligência. Algumas pessoas acreditam que a inteligência é algo constante e imutável, que não pode ser desenvolvida. Outras, porém, acreditam que é sempre possível melhorá-la com o tempo. A sua opinião a respeito dessa questão é mais importante do que se pensava.
Para realizar o estudo, pesquisadores da Michigan State University deram aos voluntários uma tarefa chatinha em que era fácil cometer um erro. Eles deveriam identificar a letra do meio de uma série de sequências com cinco letras, como “MMMMM” ou “NNMNN.” É até simples, mas depois que a tarefa se repete várias vezes, a mente se confunde mesmo. E aí a pessoa comete erros bobos, percebe imediatamente e se sente estúpida por causa disso. Durante os testes, os voluntários tinham sua atividade cerebral monitorada. O resultado mostrou que quem acredita que pode aprender com seus erros tem uma reação cerebral diferente de quem vê a inteligência como algo imutável.
Como o cérebro reage a um erro
Quando cometemos um erro, nosso cérebro faz dois sinais rápidos: uma resposta inicial que indica que algo deu errado (e Jason Moser, um dos autores da pesquisa, chama de fator “oh, droga!”) e um segundo indicando que a pessoa está consciente do erro e está tentando consertar o que fez de errado. Os dois sinais acontecem super rápido, cerca de um quarto de segundo após o erro.
Quem acreditava que a inteligência é algo que pode ser desenvolvido com o tempo e que, portanto, pode aprender com os erros, se saiu melhor depois de errar, recuperando-se rapidamente e acertando os testes seguintes. Foi possível observar uma diferença também na sua atividade cerebral: o segundo sinal (aquele que diz “cometi um erro, então devo prestar mais atenção”) foi mais intenso, indicando que elas têm o cérebro ajustado para ficar mais alerta depois de errar.
Isso pode ajudar quem é crítico demais em relação aos próprios erros a tentar dar uma relaxada: afinal, ficar se condenando só piora as coisas.

MÔNICA MONTONE - Balada do ser errante

Depois de um tempo você descobre que sua vida não passa de uma farsa
Que tudo o que você fez ou faça
É tão somente para ser bem visto e bem quisto pelos outros

Descobre que sua necessidade de trabalhar 20h por dia
Nada mais é do que um pretexto para se esquivar da própria agonia
Da terrível e temível sensação
De não ser aceito
Não ser perfeito

Descobre que até as roupas que USA
São escolhidas por você como um passaporte
Um cartão de ouro
Capaz de abrir as portas do matadouro social

Descobre que alguns amigos estão a seu lado
Não por admiração ou carinho
Mas porque você se esforça para ser especial
E porque eles podem lucrar algo
Nem que seja um telefonema no natal
Um cartão postal de viagens invejadas

Descobre que as pessoas não o conhecem
E não tem a menor idéia de quem você seja
Mas que no fundo elas não têm culpa disso
Pois foi você quem sempre fingiu ser o que não era

Depois de um tempo
Você descobre que nada disso faz sentido
Mas como está distante de tudo o que realmente é importante
Já não consegue voltar atrás!
Vive seus dias como um ser errante
À espera de um “milagre”:
Casamento, parceiro, dinheiro, emprego, filhos, felicidade

E enquanto a cidade se agita
Sozinho, no ninho
Você grita
E sente as dores de um parto que jamais aconteceu:
O seu!!!

USA APROVAM MEDICAÇÃO INÉDITA PARA INSÔNIA

Remédio é destinado a pessoas que acordam durante a noite 
e não conseguem voltar a dormir

Novo remédio: FDA aprova medicamento destinado para pessoas que acordam durante a noite e não conseguem voltar a dormir (D. Anschutz/Thinkstock)

A agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) aprovou pela primeira vez uma medicação destinada especificamente às pessoas que acordam e não conseguem voltar a dormir no meio da noite.

O Intermezzo, fabricado pela empresa farmacêutica californiana Transcept, é uma formulação de baixa dosagem de Zolpidem, aprovado pela primeira vez nos Estados Unidos em 1992.

"O Intermezzo só deverá ser usado quando a pessoa ainda tiver pelo menos quatro horas de sono. Não deve ser consumido com álcool ou com outro indutor de sono", anunciou a agência em um comunicado.

"Com esta dosagem mais baixa, há um risco menor de que a pessoa desperte ainda com excesso de medicamento no corpo, o que pode causar adormecimentos perigosos e prejudicar a capacidade de dirigir", explicou Robert Temple, do centro de avaliação e pesquisas da FDA.

Opinião de uma especialista brasileira:
Dalva Poyares
Neurologista do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

"Ainda não existia um remédio destinado ao problema específico de quem acorda no meio da noite e não consegue voltar a dormir. Esse problema é mais comum do que dificuldades para dormir.
O que existe são medicamentos que servem para uma pessoa pegar no sono e, por liberar substâncias durante a noite, realizam uma manutenção do sono, impedindo que o indivíduo acorde."

CARLOS HEITOR CONY - Receita padrão de adultério

Não suportou mais e foi procurar o amigo escritor. Era amizade antiga, mas distante. De há muito o considerava um péssimo caráter, capaz de cometer qualquer miséria desde que tivesse lucro com uma mulher ou com um assunto que lhe desse inspiração. Aproveitava-lhe a sabedoria, mas evitava contagiar-se com a devassidão de sua vida abominável.
Ele desejava mudar o nome do prédio onde morava (Babilônia), aconselhara-se com o amigo, haveria uma reunião de condomínio e o escritor incentivou-o, que fosse formidando ao fazer a proposta.
- Formidando? Quê que é isso?
- Uma expressão clássica, Raul Pompéia usava muito em "O Ateneu", o professor Aristarco era formidando. Significa formidável, feroz, tonitruante.
- É isso aí! Serei formidando!
A reunião foi numa sexta-feira, à noite, nada teve de formidanda. No sábado, ele voltou ao amigo.
- Como é? Você foi formidando?
- Formidando uma ova! Foi um desastre!
- Mas por que diabo você quer mudar o nome do prédio?
Abriu-se. Pela primeira vez na vida, abria-se.
Tinha medo de ser traído. Sabia que as mulheres depois de certa idade sofriam crises, as tentações eram muitas. Ele achava que o nome "Babilônia" era um péssimo agouro. Mas reconhecia que não adiantava mudar o nome do prédio.
- É. Não resolve mesmo, admitiu o amigo.
- Você seria capaz de dar em cima da minha mulher?
A pergunta, à queima-roupa, desorientou o escritor, que apesar de cínico não estava preparado para ela.
- Não. Ela é muito magra.
- Era. Agora engordou um pouco.
Para ser fiel ao papel de cínico, o amigo novamente admitiu:
- Bem, se está no ponto, por que não?
- Você gosta de mulher gorda?
- Nada disso. Mas mulher magra foi uma impostura dos costureiros, dos modistas. São, em geral, pederastas. Odeiam a mulher. Querem os homens todos para eles e o melhor modo de eliminar a concorrência é obrigar a mulher a ficar ossuda, sem carnes. As idiotas fazem regime, ficam com as pernas que parecem palitos, a bunda vira uma tábua. Não é à toa que os homossexuais terminam levando vantagens. Agora, veja, as fêmeas bíblicas, a mulher das Escrituras, as mulheres de Renoir, de Rubens, as madonas, a "Fornarina" de Rafael...
- Bem, eu não entendo muito disso, mas acho que você tem razão.
- Uma porrada de razão! Os homens gostam e se casam com mulheres magras para a exibição, o jogo social. Na hora de rebolar na cama, preferem as gordinhas, as falsas magras...Todas as amantes dos meus amigos são assim...
- Eu não tenho amantes, Otávia me basta.
O amigo ia dizer qualquer coisa, freou-se a tempo.
- Você acha que sua mulher seria capaz de um adultério?
- Sei lá.
- Bom, em princípio todas as mulheres são capazes disso. Elas têm a matéria-prima do adultério: o sexo e o marido. Falta apenas o beneficiamento, que é o terceiro elemento, o amante, que não é difícil de encontrar. Mas fique sabendo, nenhuma mulher nasce adúltera, como os poetas que nascem poetas. Ela se faz, como os oradores. Ou melhor, o marido é que a faz adúltera.
- Você já cometeu adultério?
O amigo fingiu que não ouvira bem, mesmo assim tirou o corpo fora:
- Eu sou solteiro!
- Não é isso que quero dizer. Pergunto se você já cometeu adultério com alguma mulher casada?
- Que eu saiba, não. Não gosto de adultérios. Eles precisam de hotéis sórdidos, exigem códigos ridículos, praticam ritos abomináveis, dificilmente se comete adultério em paz de espírito.
- Isso é necessário? Essa paz de espírito?
- Tanta mulher no mundo, porque escolher uma que pode dar problema?
- O problema pode compensar.
Calaram-se por um tempo. O escritor ofereceu um uísque.
- Bem, por hoje chega. Aprendi bastante. Outro dia apareço.
- Você tem lido meus livros? -a pergunta foi também à queima-roupa.
- Não. Otávia acha-os indecentes e eu termino escondendo-os. Na última mudança, sumiram.
- Ainda bem. Qualquer que seja a solução do seu caso, mantenha-me informado. Você pode me dar bom assunto.

ARNALDO JABOR- O ataque do ''vírus da irrelevância"

Um amigo meu, muito culto, tem um filho muito "conectado" na internet. E o menino disse a ele: "Pai, você sabe tudo que já aconteceu, mas não sabe nada do que está acontecendo". O pai, como todos nós, embatucou. A mutação cultural dos últimos anos foi tão forte, a turbulência no mundo pós-industrial dissolveu tantas certezas, que caímos num vácuo de rotas.

Não só no Brasil, mas no mundo inteiro, artistas e pensadores vivem perplexos - não sabem o que filmar, escrever, formular. Em geral, recorrem às atitudes mais comuns nas turbulências: desqualificar os fatos novos e reinventar um "absoluto" qualquer. Sinto em mim mesmo como é difícil criar sem esperança ou finalidade. Como era gostoso nosso modernismo, os cinemas novos, os movimentos literários, as cozinhas ideológicas. Os criadores se sentiam demiurgos falando para muitos. 

Agora, na falta das "grandes narrativas" do passado, estamos a idealizar irrelevâncias, como se ali estivessem pistas para novas "verdades" a desvelar - a aura deslizou da obra para o próprio autor.

Hoje, as palavras que eram nosso muro de arrimo foram esvaziadas de sentido e ficamos à deriva. Por exemplo, "futuro". Que quer dizer? Antes, era visto como um lugar a que chegaríamos, um lugar no espaço-tempo, solucionado, harmônico, que nos redimiria da angústia da falta de "Sentido". 

Agora, no lugar de "futuro", temos um presente incessante, sem ponto de chegada. Pela influência insopitável do avanço tecnológico da informação, turbinado pelo mercado global, foram se afastando do grande público as criações artísticas e literárias, as ideias filosóficas, os valores. 

Em suma, toda aquela dimensão espiritual chamada antigamente de cultura que, ainda que confinada nas elites, transbordava sobre o conjunto da sociedade e nela influía, dando um sentido à vida e uma razão de ser para a existência. Mais ou menos isso Vargas Llosa escreveu outro dia no El País, num ensaio chamado A Civilização do Espetáculo.

A verdade é que passamos da ilusão para o desencanto.

Temos hoje uma "horrenda liberdade" sem fins, porque (vamos combinar) os criadores querem mesmo é ser eternos, inesquecíveis, mesmo os mais radicais "instaladores" contemporâneos.

Nunca tivemos tantos criadores, tanta produção cultural enchendo nossos olhos e ouvidos com uma euforia medíocre, mas autêntica. Há uma grande vitalidade neste cafajestismo poético, enchendo a web de grafites delirantes. Não sei em que isso vai dar, mas o tal "futuro" chegou; grosso, mas chegou.

Talvez este excesso de "irrelevâncias" esteja produzindo um acervo de conceitos "relevantes", ainda despercebidos. Podemos nos dedicar ao micro, ao parcial, podemos nos arriscar ao erro com mais alegria; mas, isso não pode justificar um desprezo pela excelência. E o pior é que as tentativas de "grande arte" são vistas com desconfiança, como atitudes conservadoras, diante da cachoeira de produções que navegam no ar. Isso me lembra o tempo em que achávamos que o "fluxo da consciência", "the stream of consciousness" ou até o discurso psicótico encerravam uma sabedoria insuspeitada. 

Será que houve a morte da "importância"? Ou ela seria justamente esta explosão de conteúdos e autores? O "importante" seria agora o quantitativo? Não sei; mas, se tudo é "importante", nada o é. A importância de uma obra reside no grau de decifração da vida de seu tempo e para onde ela aponta, mesmo no túnel sem luz.

Se olharmos as obras-primas de, digamos, Jan Van Eyck, o gênio holandês, vemos ali todo o espírito da Idade Média, revelada nos detalhes mais banais, mesmo nas encomendas de príncipes ou cardeais.
Escrevo estas coisas porque meu artigo de hoje é a propósito de um "importante" ensaio de Alcyr Pécora de 23 de abril, no Prosa e Verso de O Globo, sobre a crise de nossa literatura. Alcyr acha que fomos atacados por "um vírus de irrelevância".

Ele escreveu:
"É como se o presente se absolutizasse e não mais admitisse um legado cultural como patamar exigente de rigor para sua produção(...) é como se alguma coisa se introduzisse na cultura e a tornasse inofensiva, doméstica. (...) A ação já se apresenta como narrativa, como ocorre nos reality shows, em que as pessoas, antes de agir, representam ou narram a ação que lhes cabe, como se todo mundo fosse interessante o bastante para ser visto/lido (...) Não basta haver conhecimento; tem de se produzir o que não é e o que não há (...) Na arte, não há nenhum valor simbólico que substitua o objeto (...) não há atitude ou opção ideológica que permita saltar sobre os mecanismos da composição (...) Perdida a noção de herança cultural, perde-se a de crítica, de autocrítica, e naturalmente a de criação (...) Escrever literatura é um gesto simbólico que traz uma exigência: a de ser de qualidade (...) A recusa de muitos escritores de sequer considerar o impasse atual tem qualquer coisa de cegueira deliberada (...) Atitude resolve problemas do roqueiro, mas não resolve a questão da literatura".

No entanto, as questões levantadas pelo professor não tiveram repercussão teórica maior, além de reclamações mal-humoradas de que ele seria um crítico "estraga-prazer, um intrometido".

Contudo, é preciso que esses tópicos sejam discutidos, com ou sem polêmicas, pois, na tal conversa do pai erudito com o filho conectado, a resposta do pai poderia ser: "Você acha que sabe tudo que está acontecendo e nada sabe sobre o que já aconteceu".

Por isso, dou uma pequena contribuição ao assunto: tenho um filho de 11 anos, João Pedro. Eu, zeloso pai, botei o Quarteto de Cordas op. 133 de Beethoven para que ele ouvisse um momento máximo da história da música. Ouviu tudo atentamente enquanto, no ritmo exato do quarteto, jogava um game, o Hell Kid no iPad.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.
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