COISAS QUE ESCONDEM DE VOCÊ – Parte 2

Atrás de tudo isso existe 
um arsenal de segredos - 
que as empresas e os governos 
preferem que você não conheça. 
Chegou a hora de desvendá-los

13. É seguro usar o celular no avião
Tanto que várias companhias já permitem o uso, e seus aviões não caem por isso. Uma possível explicação para o banimento está na rede de telefonia. O avião voa muito alto, a 12 mil metros, e muito rápido (900 km/h). Se você ligar um celular dentro dele, o sinal irá se espalhar por longas distâncias, o que é ruim. "O celular usado no avião pode se comunicar com várias torres de telefonia [ao mesmo tempo], congestionando a rede", esclarece a fabricante de sistemas aeronáuticos Honeywell. Nos aviões onde o celular é permitido, há um equipamento que intercepta o sinal e o redireciona para um satélite, evitando interferências.

14. O iPhone tem data para pifar - e as lâmpadas também
Segundo a Apple, a bateria do iPhone aguenta aproximadamente 400 ciclos completos de carga e descarga. A partir daí, ela começa a perder desempenho até, eventualmente, pifar. Isso é uma consequência natural e inevitável, pois os materiais empregados na bateria (tanto a da Apple quanto as dos demais fabricantes) se desgastam com o uso. O problema é que, como a bateria do iPhone não é removível, o usuário é obrigado a enviar seu iPhone para a assistência técnica se quiser trocá-la. E aí vem a surpresa: nos EUA, essa substituição custa US$ 80 - quase o preço de um iPhone novo, que lá custa de US$ 99 a US$ 199 (com os subsídios fornecidos por operadoras). Acaba compensando mais comprar um aparelho novo, mais moderno, e simplesmente jogar fora o antigo. Ou seja: na prática, o iPhone já sai de fábrica com uma data de morte.
As lâmpadas incandescentes também. Elas duram em média 1 000 horas, mas poderiam durar muito mais. Isso só não acontece devido a um acordo celebrado entre os 7 maiores fabricantes de lâmpadas do mundo - que na década de 1920 decidiram limitar a durabilidade do produto para vender mais. Os fabricantes cujas lâmpadas fossem consideradas excessivamente duráveis, inclusive, tinham de pagar multas ao grupo. A manipulação foi comprovada por uma investigação feita pelo governo inglês nos anos 1950. Mas, até hoje, a vida útil das lâmpadas se mantém em torno de 1 000 horas.

15. O iPhone grava os lugares onde você esteve
Os dados ficam armazenados num arquivo e são transferidos para seu computador quando você o sincroniza com o iPhone. "Não há evidência de que a informação seja transmitida para a Apple. Mas qualquer pessoa que tenha acesso ao seu computador pode acompanhar os seus movimentos" e saber onde você estava, minuto a minuto, diz o especialista em segurança Pete Warden, que é ex-funcionário da Apple e revelou o segredo. A Apple diz que o iPhone não fica vigiando o usuário, e que o suposto rastreamento é apenas uma maneira de aumentar a precisão do GPS - que só opera com o consentimento da pessoa. "O iPhone mantém um banco de dados com a localização de hotspots Wi-Fi e torres de celular, para ajudar a calcular sua localização de forma rápida e precisa quando solicitado", afirma a empresa.

16. Existe lixo radioativo em São Paulo
Cerca de 80 toneladas de areia com metais pesados estão num terreno da avenida Miguel Yunes, 115, em Interlagos, na zona sul da capital. E uma pequena parte contém materiais radioativos: urânio e tório. Esse material sobrou da Usina de Santo Amaro (Usam), que funcionava em São Paulo e foi fechada em 1992.

A história começa com a Nuclemon (Nuclebrás de Monazita e Associados), uma estatal criada nos anos 1970 e ligada ao programa nuclear brasileiro. Ela controlava a Usina de Santo Amaro, onde eram produzidas as chamadas "terras raras" - minerais usados para fabricação de produtos eletrônicos, computadores, ímãs e mísseis, por exemplo. A matéria-prima da usina era a chamada areia monazítica, que era extraída do litoral norte do Estado do Rio e levada até a Usam para processamento. Essa areia contém 4 minerais: ilmenita, zirconita, rutilo e monazita. Os três primeiros não são radioativos e têm aplicação na indústria de metalurgia e cerâmica. Já a monazita, além de possuir 60% de terras raras em sua composição, contém tório (5%) e urânio (0,2%).

A usina processou centenas de toneladas de areia monazítica até fechar. O que fazer com os resíduos da Usam? O plano era enviá-los a um depósito em Caldas, Minas Gerais. Mas só parte do material chegou até lá. É que o então governador mineiro, Itamar Franco, proibiu o transporte do lixo radioativo para seu Estado. Assim, a outra parte das areias foi jogada no terreno de Interlagos, onde funcionava a Usin (Usina de Interlagos). E lá permanece até hoje.

Atualmente, o solo está sendo descontaminado pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB), uma empresa ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Os rejeitos radioativos estão sendo colocados em bombonas (tambores de plástico resistentes e herméticos) dentro de um galpão de 2 250 m2 que foi construído no próprio terreno. Segundo a INB, eles somam até agora menos de 10 toneladas. E de lá irão para um depósito final, cuja localização ainda será determinada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Já a terra contendo minerais pesados está sendo estocada em pilhas na superfície do terreno para futura transferência à unidade de beneficiamento de minerais pesados em Buena, localizada na região de Campos, no Rio de Janeiro.

A INB afirma que sua intenção é transportar tudo para Caldas, mas isso requer um processo de licenciamento complexo. O material vai ter de passar por muitos municípios, e alguns deles não liberam o acesso. Por isso, as negociações são longas. Segundo Valter Mortagua, coordenador da unidade de São Paulo da INB, o trabalho de descontaminação do terreno também é meticuloso e demorado - o que torna difícil prever uma data para o fim das tarefas. "Os materiais estocados na Usin não colocam em risco a saúde da população", diz Mortagua.

17. Os EUA possuem vírus que podem devastar o mundo
A varíola matou 300 milhões de pessoas no século 20 até ser erradicada com campanhas de vacinação. O último caso foi registrado em 1977, na Somália. Mas o micro-organismo por trás da doença, do gênero Orthopoxvirus, continua muito bem, obrigado. "A varíola ainda é uma ameaça para o mundo inteiro. Os EUA e a Rússia guardam estoques do vírus congelado desde a Guerra Fria", diz Steven Block, biofísico da Universidade de Stanford e um dos maiores especialistas mundiais em bioterrorismo. O arsenal americano é mantido no Centro para Controle e Prevenção de Doenças, em Atlanta. Uma eventual liberação do vírus, por acidente, terrorismo ou guerra, poderia ter consequências terríveis - porque a vacinação em massa contra varíola foi interrompida há mais de 30 anos (e também porque, para manter a eficácia, ela teria de ser reaplicada a cada 10 anos).

Os EUA também cultivam organismos ainda mais perigosos, como o vírus ebola e a bactéria Bacillus anthracis (antraz), ambos altamente letais.

O propósito oficial é desenvolver vacinas contra eles. Mas algo sempre pode dar errado. Em setembro de 2001, um terrorista obteve esporos de antraz - um pó branco, que ele enviou pelo correio para alguns políticos e jornalistas americanos, gerando pânico no país. Segundo uma investigação do FBI, o antraz usado nos ataques teria sido roubado de um laboratório do governo americano por Bruce Ivins, cientista que tinha acesso a esse material. Ivins acabou se suicidando em 2008.

18. Vitamina aumenta risco de câncer em fumantes
Você fuma, se alimenta mal, e aí decide consumir um suplemento vitamínico para tentar compensar esses maus hábitos? Cuidado. A maioria dos comprimidos multivitamínicos contém betacaroteno, um pigmento laranja que é convertido em vitamina A pelo organismo. E ele pode ser perigoso para quem fuma. Cientistas da Universidade do Sul da Flórida analisaram os hábitos de 109 mil americanos que ingeriram de 20 a 30 mg de betacaroteno por dia e constataram que, entre os fumantes, o suplemento estava associado com aumento no risco de câncer de pulmão. Em suma: se você fuma, não tome multivitamínicos com betacaroteno. Ou, melhor ainda, pare de fumar.

19. Adoçante artificial engorda mais que açúcar
A evolução condicionou nosso corpo a esperar uma dose de energia sempre que ingerimos algo doce. Quando tomamos um suco de laranja, por exemplo, nosso organismo sabe que está ingerindo algo bastante calórico (140 kcal por copo). Mas quando tentamos enganá-lo com adoçante, geramos um curto-circuito: o organismo não obtém as calorias que esperava - e dispara uma vontade de comer mais. Ou seja: mesmo sendo menos calóricos, os adoçantes têm um efeito colateral que faz o indivíduo engordar. Foi assim com ratos testados por psicólogos da Universidade Purdue, nos EUA. "Os animais alimentados com iogurte adoçado com sacarina ganharam mais peso que os do grupo que comeu iogurte com açúcar", diz Susan Swithers, autora do estudo.

20. Soja pode causar infertilidade
A soja é um alimento saudável, que traz vários benefícios. Mas também pode trazer um malefício: reduzir a concentração do esperma. É o que indica um estudo feito pela Universidade Harvard, nos EUA. Os 99 participantes informaram a quantidade de produtos de soja, como tofu, hambúrguer e leite, que haviam consumido nos 3 meses anteriores. "Os homens que ingeriram ao menos meia porção desses alimentos por dia tiveram as mais baixas quantidades de espermatozoides", diz Jorge Chavarro, líder do estudo. Motivo: a soja é rica em isoflavona, uma substância que imita a ação do hormônio feminino estrogênio - e que, nos homens, tem sido associada a transtornos reprodutivos. "Nas mulheres, as isoflavonas poderiam ampliar o ciclo menstrual, mas as implicações sobre a fertilidade ainda não são claras", diz Chavarro.

Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Soja, os benefícios ou malefícios do consumo dos produtos feitos com soja dependem de diversos fatores, como a idade e o peso da pessoa. A entidade também ressalta as vantagens econômicas da produção desse alimento, que é acessível para a maioria da população. "A soja é a proteína mais barata", diz Glauber Silveira, presidente da associação. O assunto está longe de ser um consenso entre os cientistas. "Não há relação entre o consumo de soja e infertilidade em homens", diz José Marcos Gontijo Mandarino, pesquisador da Embrapa Soja. Segundo ele, os estudos atuais não fornecem evidências definitivas de que o consumo diário de isoflavonas da soja tenha impacto sobre o sistema reprodutivo.

21. A maioria dos médicos não lavam as mãos
Higiene é fundamental, ainda mais em um hospital. Mas os profissionais de saúde não levam a prática muito a sério. "Nós estimamos que, para cada 100 vezes que o médico deveria higienizar as mãos, ele só faz isso 36 a 40 vezes", diz Marcos Antonio Cyrillo, diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). E não é só no Brasil. Um estudo do médico Didier Pittet, da Universidade de Genebra, afirma que os médicos lavam as mãos apenas na metade das vezes que deveriam. E isso ameaça a saúde dos pacientes. "Se fossem seguidas todas as medidas adequadas, como lavar as mãos, isolar o doente e usar equipamentos de proteção, conseguiríamos reduzir de 30% a 40% a taxa de infecção hospitalar", afirma Cyrillo.

22. Há remédios na água que você bebe
Quando você ingere um medicamento, até 70% da dose é desperdiçada: simplesmente não é aproveitada pelo organismo, e sai na urina e nas fezes. Junto com elas, o medicamento vai embora pela privada. O problema é que os sistemas de tratamento de água não estão equipados para retirar as moléculas dos remédios - que acabam contaminando rios, lagos e reservatórios, até retornar à sua torneira. Ou seja: junto com a água, você bebe medicamentos que foram excretados por outras pessoas. São os chamados poluentes emergentes. "A concentração dessas substâncias na água é muito pequena: algo como 1 em 1 trilhão, menos que 1 gota numa piscina olímpica", diz José Carlos Mierzwa, professor de engenharia ambiental da USP. "No entanto, estudos feitos na Europa e nos EUA indicaram que espécies de peixes e répteis já tiveram alterações em seu sistema endócrino." No Reino Unido, peixes machos expostos a hormônios presentes em anticoncepcionais passaram a ter características femininas. Ou seja: há uma ligação entre a presença de resíduos de medicamentos na água e problemas de saúde em animais. "Existe um risco potencial para os humanos, e por isso precisamos de mais estudos", afirma Mierzwa.

A Sabesp diz que a água fornecida por ela atende à legislação e aos padrões do Ministério da Saúde, e que ainda não há provas científicas suficientes sobre a relevância dos poluentes emergentes. "Além de acompanhar a evolução dos estudos, a Sabesp financia pesquisas na área. Se riscos à saúde humana forem comprovados, certamente outros regulamentos serão expedidos pelo Ministério da Saúde e atendidos pela Sabesp."

1. Torneira - Você bebe água.
2. Remédio - Você toma um comprimido de medicamento.
3. Banheiro - Você urina - e excreta resíduos do remédio.
4. Represa - Junto com a urina, o medicamento vai parar em represas e estações de tratamento de água - que não conseguem eliminá-lo.
5. Retorno - Resíduos do medicamento voltam a você, pela torneira.

23. Existe uma máquina que controla a atmosfera
É o HAARP (Programa de Investigação de Alta Frequência da Aurora), uma instalação no Alasca com 180 antenas e 360 transmissores de rádio. Essa máquina emite ondas eletromagnéticas que são absorvidas a 150 km de altitude, alterando o comportamento dos elétrons dessa camada da atmosfera. O Pentágono, que é dono do aparelho, afirma que o objetivo é estudar as propriedades da ionosfera "para melhorar os sistemas de comunicação e vigilância (de uso civil e militar)". Mas o programa tem inspirado teorias da conspiração de todo tipo - inclusive que estivesse relacionado ao tsunami no Japão, em 2011. Bobagem. O mais provável é que o verdadeiro objetivo dos EUA seja se proteger de um eventual ataque nuclear da Coreia do Norte. Se os norte-coreanos detonarem uma bomba atômica na ionosfera, os elétrons que viajam livres nessa zona poderiam queimar a rede de satélites dos EUA. Nesse caso, o HAARP poderia servir como uma espécie de escudo, barrando os elétrons. Mas isso é apenas especulação.

24. O Facebook deixa você menos feliz
Após ver as fotos e as conquistas dos outros, você se sente mal, como se a vida deles fosse muito melhor que a sua. Isso gera uma percepção distorcida - e faz com que os usuários muito assíduos do Facebook sejam, na média, menos felizes. "As pessoas apresentam uma imagem editada e perfeita de si mesmas nas redes sociais. Parece que nunca têm um dia ruim", diz Sherry Turckle, professora de estudos sociais no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). E a percepção distorcida continua mesmo quando você não está usando o Facebook. Psicólogos da Universidade Stanford, nos EUA, pediram que 80 estudantes avaliassem as emoções de seus colegas durante duas semanas. Na média, os voluntários subestimaram a tristeza e superestimaram a alegria de seus amigos. "É razoável supor que postar no Facebook, onde as pessoas têm completo controle sobre a imagem que projetam, possa contribuir para esses erros de percepção emocional", diz o psicólogo Alexander Jordan, um dos autores da pesquisa. Mas as redes sociais também podem provocar o efeito contrário - e melhorar a vida de quem as usa. Existem estudos comprovando que Facebook, Twitter e similares aproximam as pessoas e ampliam seu círculo de relacionamentos. Uma pesquisa da Universidade de Toronto constatou que hoje as pessoas têm mais amigos (reais) do que há 10 anos. E quem mais se beneficia desse fenômeno é justamente quem fica bastante tempo no Facebook e nas outras redes - e, por conta disso, tem 38% mais amigos do que uma década atrás.

25. Fazer exercício não é a maneira mais eficaz de emagrecer
Exercício é fundamental para a saúde. Mas, se o único objetivo é perder peso, malhar não é necessariamente a melhor resposta. É uma questão de matemática. Os alimentos modernos são muito calóricos, e por isso precisamos nos exercitar muito para queimar a energia que adquirimos comendo. Você tem de correr 1,5 km para queimar as calorias presentes em um reles brigadeiro. E precisa suar quase uma hora na bicicleta para compensar um pedaço de empadão de frango (cerca de 300 calorias). Controlar a própria alimentação é mais fácil, e mais rápido, do que enfiar o pé na jaca e tentar compensar tudo na academia. Mesmo porque quem se exercita tende a acabar comendo mais. Cientistas da Universidade de Ottawa, no Canadá, monitoraram 13 mulheres jovens após sessões de academia. Em média, elas ingeriram 878 calorias - o equivalente a um Big Mac com fritas médias - na hora seguinte a um exercício intenso (correr na esteira), o que anulou a quantidade de calorias que elas haviam queimado durante o exercício.

REALITY SHOWS X REDES SOCIAIS - Espetacularização, visibilidade e relacionamentos



As críticas contra os mais diversos reality shows não cessam nas redes sociais: imagens, vídeos, notícias, análises das mais variadas e até citações de renomados autores. Ironicamente, se pararmos para pensar bem, não podemos transferir muitas destas críticas contra os próprios atores e conexões das redes sociais? Facebook, Orkut, Twitter, YouTube, Google +, entre outros, não seriam uma espécie de grandes realitys shows onde os participantes expõem, muitas vezes demasiadamente, sua vida pessoal?

Quaisquer das reflexões sobre a situação precisam evitar caminhos únicos, pois as diversas apropriações dos meios de comunicação (inclusive das redes sociais), como defende o filósofo colombiano Jesus Martín-Barbero, criam diferenciados usos. Podemos elencar três, dentre tantos: a espetacularização da vida social, a visibilidade social e os relacionamentos digitais.

Num mundo onde as imagens atraem tanto quanto sua força de referencial da realidade e, opostamente, sua possibilidade de manipulá-las, aparecer, por vezes, importa mais do que ser e ter. Compartilhar os momentos mais importantes, apresentando, em muitos casos, mais emoções e satisfação do que o foi, exibir suas conquistas, qualidades e realizações certamente se tornou um dos mais frequentes usos dos sites de relacionamento.

O antropólogo argentino Nestor García Canclini defende que a espetacularização midiática com o objetivo de atrair a atenção, criar sensações, emocionar e conquistar audiências também se incorporou à vida social dos espectadores que a reproduzem nas suas possibilidades e maneiras, principalmente nas redes sociais.

Tecnologia gestada pela cultura escrita

Todavia, não é só o exibicionismo que motiva as postagens nas redes sociais. A necessidade de reconhecimento para projetos, informações locais, liberdade criativa e opiniões pessoais tornam a internet espaço fundamental para a participação social. Não há, nos dias de hoje, forma de exclusão mais eficaz do que a invisibilidade social, imposta, muitas vezes, pelos conglomerados midiáticos a determinados grupos, impedindo-os até de reivindicar direitos mais básicos. As facilidades de publicação das redes sociais tornam possível tentar romper com a situação.

O simples e prático compartilhamento destas mensagens encontra, na maioria das vezes, espaços que não tem na grande mídia. Até a militância política encontrou, nas redes sociais, eficientes espaços de mobilização para protestos, denúncias e reivindicações, como analisa o sociólogo espanhol Manuel Castells. Mesmo sabendo que não é a internet que cria o compromisso político, as redes sociais constituem-se instrumentos indispensáveis nas mobilizações.

No entanto, a desconfiança nas publicações online e a tentativa dos conglomerados midiáticos de transferir suas audiências, através da força de seus investimentos, propagandas e credibilidade institucional, ameaçam a criação, assim denominada por John Downing, desta esfera pública alternativa que resgataria a paridade entre os interlocutores e o debate baseado no mérito.

Para isso, dois desafios surgem. Primeiro, podemos confiar em tudo que é publicado nas redes sociais? Claro que não, pois também não devemos acreditar em tudo que a mídia tradicional publica, mas, pelo contrário, exercitar sempre a leitura crítica da mídia. Segundo, a competência cultural, cognitiva e técnica dos internautas é o principal desafio para inclusão digital. Sem a educação, que pode começar pela própria internet (não pode cessar só na rede), não iremos superar o mal-estar cultural de vivermos mediados por uma tecnologia gestada pela cultura escrita, enquanto estamos numa cultura predominantemente oral, criando, muitas vezes, precários e toscos usos da internet.

Intercâmbios necessários à coabitação

A comunicação, nestas mídias sociais, é, em muitos casos, restrita a interesses predominantemente interpessoais. Além de servir para manter relações mesmo à distância, possibilita ampliá-las a partir de novos contatos não necessariamente condicionados pela proximidade territorial, mas por preferências, opiniões e interesses. Os círculos de relacionamentos podem ser ampliados quase infinitamente. No entanto, há pelo menos dois riscos, apontados pelo sociólogo francês Dominique Wolton.

A solidão interativa é a perda do manejo para as relações presenciais por quem convive mais online do que pessoalmente. Devendo a vida ser bem mais ampla do que a tela do computador, a dificuldade de relacionamento pessoal agrava-se com a criação de novos guetos. A customização, a partir das redes sociais, não está só mais restrita ao consumo. Nos sites de relacionamento, o internauta forma seu círculo, sua lista, seu grupo, adiciona, bloqueia, exclui e convive só com quem quer, podendo seus gostos condicionar a escolha de seus “amigos” e desacostumar a conviver com os diferentes. A situação pode estimular a intolerância que é oposta ao ideal da comunicação.

Há, por isso, a necessidade, diante das redes sociais, de reconhecer, como alerta Martín-Barbero, que estamos mediados por tecnologias, temporalidades e diferenças culturais, assim como os reality shows são produtos de uma realidade reconstruída a partir da narrativa de uma edição.

Apesar da rapidez, usabilidade, eficácia e simplicidade, a internet é uma mídia que reapresenta a realidade, mesmo que por meio de várias vozes que nem sempre são plurais. Cabe-nos aprender a refletir e encontrar os usos e as leituras que promovam os intercâmbios necessários para nossa coabitação.
Por Ismar Capistrano

MARTHA MEDEIROS - A Princípio ou A Felicidade Realista


De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz. Não é tarefa das mais fáceis. A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.

Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.

Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica, a bolsa Louis Vuitton e uma temporada num spa cinco estrelas.

E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando.
Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário,queremos ser felizes assim e não de outro jeito.

É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Por que só podemos ser felizes formando um par e não como pares? Ter um parceiro constante, não é sinônimo de felicidade, a não ser que seja a felicidade de estar correspondendo a expectativas da sociedade, mas isso é outro assunto. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com parceiros, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.

Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.

Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o
que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um game onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo.

MARCIA TIBURI - Sobre Amor e Filosofia

Para quem se coloca a pergunta “o que é o amor?” a resposta pode ser a mais animadora: o amor é um “calor que aquece a alma” na música de Nando Reis, o encontro com a alma então gêmea, com o seu príncipe encantado, com a mulher da sua vida, com um ser que é objeto de religião como acreditava o romântico Novalis que amava Sofia cedo morta. Há quem responda ser o encontro dos casais Dirceu e Marília, Romeu e Julieta, Tristão e Isolda. Um amor idealizado que ultrapassa a morte, que vai além dos limites do corpo. Nesses casos, está em cena o amor como experiência do erotismo, do desejo pelo corpo belo, e que sempre, na história, faz rememorar a cena do Banquete platônico em que o belo é o ideal que conduz além do corpo, ou o amor-cortês medieval que serviu para dar espaço a uma visão da mulher como mais que mulher, santa à imagem da Virgem Maria, e, por fim, ao amor romântico que ainda alimenta o imaginário de novelas e filmes, da literatura da alta cultura e das mercadorias da indústria cultural. O amor como narrativa do ideal é onipresente. O erotismo com o qual ele se confunde é, no seu limite, possibilitado pela morte que o nega. A morte é o limite que define o erótico como além do limite e, todavia, a ele circunscrito.

O amor romântico, como a forma super especializada do amor platônico, oferece uma experiência de transcendência, de loucura, de exacerbação e delírio. O amor romântico é sempre trágico, ele nos leva a saber a morte como experiência do limite físico da existência. Por isso, ele faz sofrer, mas sem o sofrimento ele não pode ser compreendido, pois assim ele foi culturalmente introjetado por cada um.

Mas a resposta sobre a verdade ou a essência do amor pode continuar esperançosa: o amor pode ser um sentimento natural e universal que nos salva da frieza da racionalidade, um princípio metafísico que sustenta nossa existência, ou teológico, que segura nossa fé, ou o lugar exato da felicidade que está no cerne de um pensamento utópico que tantos se esforçam por realizar, ou uma das razões do coração desconhecidas da razão propriamente dita como pensava Pascal. O amor pode ser pensado como a capacidade humana do enlace, da união, da relação com a vida, a natureza, a espécie humana, com uma causa privada ou pública; como no famoso texto de Coríntios 13 o amor pode ser a capacidade de tudo aceitar, esperar e suportar, ou o que, no Evangelho de João, deveríamos oferecer uns aos outros junto com nossas vidas, se fôssemos verdadeiramente amigos, se aceitássemos a idéia de que o amor é um mandamento. Como para Kierkegaard que, no século XIX, escreveu As Obras do Amor, para quem o amor poderia ser um pleno cumprimento da lei, uma questão de consciência. O amor é amor pelos outros (a caridade cristã, ágape em grego): amor sem interesses. Quase nem nos parece amor. Não aprendemos a viver com essa definição.

Nossa crença mais comum é a de que o amor é cego. Não se escolhe a quem amar nem como amar. É como se o amor fosse maior que nós, uma força que nos domina, a desmedida, um excesso além de nossa capacidade racional. Aí o amor-paixão-adrenalina aparece com sua força de permissão realizando sua função: a de dar lugar à demanda trágica de cada indivíduo (que sempre promete um sentido para a existência pela experiência da morte). Não escapamos novamente da ilusão romântica.

A dúvida que paira sobre a cabeça de todos os apaixonados e amantes –ou quem lhes assiste - é que uma coisa tão boa não deveria fazer sofrer. Neste ponto é que pode surgir a resposta decepcionante para a questão “o que é o amor?”: o amor é brega como na canção de Cazuza, ou o que faz as cartas ridículas em Fernando Pessoa. Algo démodé como nos casamentos de príncipes e princesas com vestidos bordados a miçangas ainda que pedras preciosas e bolos confeitados com lua-de-mel no Caribe. O amor é o quadro da decepção com o amor. E o sentimento é o do luto pelo que não se pode ter.

Aqueles que reclamam do amor, muitas vezes estão a reclamar o amor: mesmo brega, ainda que ridículo, o amor é um objeto do desejo. Talvez ele seja como em Platão (tão antigo e tão atual) o próprio desejo. Ninguém quer não desejar, pois quem não deseja ou vive a inveja - o desejo impedido de ser - ou está morto. Quer-se amar, não importa quem, não importa como. Mas queremos mesmo amar? Ou: podemos, de fato, amar? O problema é o amor que vem antes de alguém para se amar. Desejar o desejo é uma das doenças da nossa cultura, pois nos afasta da vida como a plena mediação nos afasta dos objetos, ela abandona sua função de ponte. Por isso, quando amar é um verbo intransitivo ele pode também ser autofágico. O amor é bom porque pode ser dado a outro, ser um laço que une, do contrário, ele pode inverter-se em ódio.

Quando inventamos o padrão do amor romântico e acreditamos na sua ilusão sem poder realizá-la, estragamos o amor, pois o romantismo é apenas uma das formas do amor e pode custar muito caro, o preço de sua contradição: a infelicidade pelo desvio do padrão. Se o amor é um padrão, uma gaveta na qual devemos nos encaixar, ele produz infelicidade e nega seu propósito original e, por isso, já não é amor, mas degeneração do amor.

Um dia inventamos o amor. E foi uma boa invenção, uma invenção sem a qual permaneceríamos na barbárie, na guerra de todos contra todos. O amor foi feito contra a guerra, mas ele precisa, para continuar sua função negativa, ser sempre refeito por cada um.

ARTUR DA TÁVOLA - Somos como o ano velho por isso tememos o novo

O que estou fazendo com as minhas partes que ficaram paradas?
O que está você fazendo com as suas.

O que estou fazendo para renovar o que há de antigo em mim, tão arraigado que até já o suponho convicção?

O que você está fazendo como que há de antigo em você, e que talvez se exteriorize com a aparência de ser o mais moderno?

Somos como o ano velho. Como um montão de anos velhos, acumulados. Vivemos a repetir o que já sabemos, o que já experimentamos. Repetimos, também, sentimentos, opiniões, ideias, convicções Somos uma interminável repetição, com raras aberturas reais e verdadeiras para o novo do qual cada instante está prenhe.

Somos muito mais memória do que aventura.
Somos muito mais eco do que descoberta.
Somos muito mais resíduo do que suspensão.

Somos indissolúveis, pétreos, papel carbono, xerox existencial, copiadores automáticos de experiências já vividas, fotografias em série das mesmas poses vivenciais. Somos um filme parado com a ilusão de movimento. Só acreditamos no que conhecemos. Supomos que conhecer é saber.

O ser humano é feito de tal maneira inseguro que a sua tendência é sempre a de reter as experiências e fazer da vida uma penosa e longa repetição do já vivido. O ser humano adora repetir. Ele precisa repetir, porque não está preparado para o novo de cada momento, para o fluir do Todo na direção da Transformação Permanente. Ele é uma unidade estática e acumuladora, num cosmos mutante e em permanente transformação.

Aceitar a mudança e a transformação é ameaçar tudo o que o homem adquiriu e guarda com avareza, para tentar explicar a realidade e a vida. Mas cada vez que o ser humano usa o instrumental guardado com tanta avareza para explicar o real, este já se transformou e o que antes era eficaz, novo, “descoberta importante”, logo se transformou numa informação parcial, num mero dado da realidade. Esta é sempre mais rica. Está sempre grávida de transcendência.

Aí está o grande dilema: para explicar o real só temos a nossa experiência anterior, mas esta só é válida no momento da sua revelaçãoo. Um segundo depois já ficou parcial, relativa, incompleta. Não temos, então, instrumental de aceitação do novo e o que temos fica mais velho e superado a cada aplicação.

Por isso é mais cômodo, fácil e simples para o ser humano cair na repetição do que já é, do que já sabe, do que já viveu. Ele chega a chamar isso de “conhecimento”, quando é, apenas, cristalização de um saber anterior.

Por isso o ser humano tende tanto ao conservadorismo: atingida uma conclusão, montado um sistema de interpretação da realidade, logo o ser humano se aferra a ele (sistema) e, numa extensão, aplica-o a todo o real. Se o sistema é lógico, então, a mente racional se satisfaz e com isso o homem se supõe portador de uma verdade. Aferra-se então a ela, passando a ser um de seus defensores. Cria, a partir da verdade na qual crê e passa a repetir escolas de pensamento, doutrinas, religiões, ideologias, esquemas de interpretação da realidade, correntes, seitas, crenças, opiniões, convicções e até fanatismos.

Cria uma espécie de dependência das próprias verdades. Passa de senhor a escravo. E quanto mais escravidão mental, mais sensação de liberdade.

Sim, somos viciados na próprias crenças, dependentes das próprias verdades, toxicômanos das próprias convicções. E, como ocorre em todas as dependências, precisamos repetir as nossas verdades para que não caiamos no pânico da dúvida, na ameaça da mutação. Inventamos uma pacificação ilusória e grandiloquente. Seu nome: coerência.

Coerência passa a ser grande virtude. “Fulano, conheço-o há trinta anos. Sempre na mesma posição. Tipo coerente está ali!” E assim saudamos a alguém que parou no tempo, que tão logo ganhou uma convicção fechou-se a todas as demais.

Assim nas crenças, assim nas ideias e assim, também, nos sentimentos, nas vontades e nos hábitos. Uma pessoa diz, com orgulho, que há quarenta anos torce pelo mesmo time. Fico a pensar no que ela perdeu de vida, alegria e descoberta nesse tempo todo, de oportunidade de apreciar a qualidade dos demais, a beleza da camisa dos outros, a virtudes dos antagonistas, o estilo dos adversários. No afã de querer a vitória das suas cores, quantas outras vitórias dos outros ela deixou de fazer também suas, quantas alegrias perdeu.

A rigor não sabemos o que estamos fazendo para renovar o que há de antigo em nós. Em geral, nada. Não me refiro ao que há de permanente, pois o ser humano é feito de permanências e provisoriedades. As permanências (ligadas às essências) devem ficar. Mas as provisoriedades que se tornaram antigas, paradas e repetitivas e que ali estão remanescentes por nossa preguiça de examiná-las ou por nossa incapacidade (medo) de removê-las, estas precisam ser revistas, checadas, postas em discussão, em debate e arejamento.

Criar é manter a vida viva. Criar é ganhar da morte. Morte é tudo o que deixou de ser criado. Criatividade é, pois, um conceito imbricado no de vida. Não há como separar os dois conceitos. Vida é criação e criação é vida. Só criatividade nos dará uma possibilidade de solução para cada desafio novo. As soluções jamais se repetem. Nós é que nos repetimos por medo, comodismo ou burrice. Adoramos repetir, tememos renovar, por isso tanto sofremos.

COISAS QUE ESCONDEM DE VOCÊ – Parte 1

O dinheiro que você ganha. A comida que come. 
A água que bebe. As coisas que compra. 
Atrás de tudo isso existe um arsenal de segredos - 
que as empresas e os governos do mundo preferem 
que você não conheça. 
Chegou a hora de desvendá-los

1. Você só recebe 7 meses de salário por ano
É isso aí: 5 dos seus 12 salários nunca chegam ao seu bolso. Vão inteirinhos para o governo. Um brasileiro que ganha R$ 3 mil por mês destina 40,98% desse dinheiro para pagar impostos e contribuições que incidem sobre a renda (como IRPF e INSS), o consumo (ICMS, PIS, COFINS, ISS...) e o patrimônio (IPVA, IPTU, ITR...). O cálculo é do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Entre os países analisados, só a Suécia impõe uma carga tributária maior. "A diferença é que a Suécia oferece serviços públicos de qualidade", diz João Eloi Olenike, presidente do IBPT.

2. Comer pão torrado é perigoso
Quando alimentos ricos em amido, como pão e batata, são expostos a temperaturas altas, acima de 120 graus, produzem acrilamida: um composto que está relacionado à incidência de câncer. Os estudos com a substância foram realizados em ratos, e não há provas conclusivas de que ela provoque tumores em humanos. Mas a acrilamida é considerada uma questão séria pela OMS e pelas autoridades de saúde da Europa e dos EUA, onde até já surgiu uma solução tecnológica para o problema: uma enzima artificial, desenvolvida pela empresa de biotecnologia Novozyme, que poderá ser adicionada às batatas durante a fritura e reduz em 50% a formação de acrilamida. Enquanto ela não chega ao mercado, a recomendação é evitar que a comida seja exposta a altas temperaturas. Regule a torradeira para a potência mínima, e não deixe a batata fritar até ficar amarronzada. "Os alimentos que adquirem um tom escuro ou que queimam durante o preparo têm mais chance de conter acrilamida", diz o médico nutrólogo Maximo Asinelli.

3. Coca e Pepsi contêm um ingrediente polêmico
Segundo estudos publicados em 2007 pelo governo dos EUA, a substância metil imidazol (4-MI) está ligada ao aumento no risco de câncer. Ela é utilizada na fabricação de medicamentos, tintas e produtos agrícolas e também está presente em alguns refrigerantes - pois é um subproduto do corante caramelo IV, usado em bebidas. Segundo uma análise do Centro para a Ciência no Interesse Público (CSPI), dos EUA, uma lata de Coca-Cola brasileira tem 267 microgramas de 4-MI. É 66 vezes mais do que a Coca da Califórnia - e 9 vezes acima do limite estabelecido pelo governo de lá. Dos 9 países estudados pelo CSPI, o Brasil é líder no uso da substância, também encontrada na Coca Diet, na Pepsi e na Pepsi Diet.

A Coca-Cola nega qualquer risco, mas decidiu mudar sua fórmula, na Califórnia, para diminuir o 4-MI e satisfazer a lei. No Brasil, a fórmula não será alterada. A empresa diz que o uso do corante observa os critérios da Anvisa e não traz risco. "A quantidade de 4-MI ingerida pelo consumo de refrigerantes não é significativa", afirma. A PepsiCo também diz que não há problema. "Não há evidência científica de que o composto 4-MI em alimentos ou bebidas traga risco", afirma. A Anvisa segue a mesma linha. "O consumo diário de 1 litro de refrigerante de cola resultaria na ingestão de 1,2% do total aceitável para um adulto." Ou seja: você teria de beber 83 litros de refrigerante por dia para passar do limite seguro. O governo da Califórnia não concorda, alegando que os efeitos do 4-MI ainda não são plenamente compreendidos. A Food & Drug Administration, do governo dos EUA, diz que os refrigerantes são seguros. Mas aceitou analisar uma petição do CSPI, que pede o banimento da substância.

4. Há pedaços de inseto na sua comida
É praticamente inevitável que, ao longo de todas as etapas de produção de um alimento industrializado (colheita, processamento, embalagem, etc), ele acabe sendo contaminado por fragmentos de inseto. Tanto é que, no ano passado, a Anvisa publicou uma Consulta Pública para debater limites toleráveis para eles. O documento sugere o seguinte: máximo de 10 fragmentos de inseto a cada 100 g de molho de tomate ou 100 g de chocolate, e até 60 pedaços de inseto em 25 g de café torrado. O padrão ainda está sendo estudado. "Hoje, a legislação brasileira não aceita nenhum pedaço de inseto na comida", informa a Anvisa. Mas os insetos na comida são uma realidade - e você já deve ter ingerido centenas de fragmentos deles sem saber.

5. O chocolate corre risco de extinção
O problema está no solo da África, que responde por 72% da produção de cacau mundial. O cacaueiro gosta de crescer em florestas, à sombra de árvores mais altas. Mas os produtores estão derrubando as outras espécies para plantar só cacau. Com isso, a curto prazo a colheita aumenta, mas o solo fica ressecado e erodido pela ação direta do sol. "Em 20 anos, o chocolate vai ser como o caviar: tão raro e caro que as pessoas não vão poder comprar", diz John Mason, diretor do Centro de Pesquisas sobre Conservação da Natureza (NCRC), sediado em Gana, segundo produtor mundial de cacau.
1º Costa do Marfim - 1 350
2º Gana - 970
3º Indonésia - 500
4º Nigéria - 210
5º Camarões - 200
6º Brasil - 180*
*Embora seja grande produtor, o Brasil precisa importar cacau.
Fonte www.icco.org

6. Quanto mais religioso você é, menos age por compaixão
As religiões pregam a compaixão com o próximo. Mas, na prática, quem é religioso não liga muito para a compaixão. Isso foi constatado por um estudo da Universidade de Berkeley, nos EUA, que analisou a vida e os hábitos de 1 337 pessoas adeptas de vários credos. As pessoas menos religiosas se guiavam principalmente pela compaixão quando faziam algum ato de caridade - como oferecer o assento do ônibus a um estranho, por exemplo. Já entre os mais devotos, era diferente. "Os mais religiosos baseiam sua generosidade em outros fatores, como a doutrina e a reputação ante os membros da comunidade", diz o sociólogo Robb Willer, autor do estudo.

A tese de Willer foi comprovada por outro estudo, em que 210 estudantes de diversas religiões, classes e etnias participaram de um jogo. Cada um recebeu uma quantidade de pontos que poderiam ser trocados por dinheiro. E decidia se compartilhava os pontos ou guardava para si. Resultado: entre os menos devotos, a compaixão pesou muito nas atitudes em favor do grupo. Já entre os devotos, a compaixão quase não influiu - eles sempre doavam valores parecidos, independentemente dos sentimentos que tinham em relação aos demais participantes.

7. Madonna não canta, dubla e vários outros artistas também
Não é papo de crítico. Quem acusa Madonna de enganar os fãs no palco é o rival Elton John. A última alfinetada foi em janeiro, antes da performance da Material Girl no Super Bowl americano. "Não deixe de sincronizar bem os lábios", ironizou ele. No show que fez em Ramat Gan, Israel, no dia 31 de maio, Madonna foi flagrada várias vezes fazendo exatamente isso. Ela chegava a sair do palco para trocar de roupa enquanto as canções continuavam rolando. O playback é mais comum do que se imagina. Os britânicos do Bloc Party, por exemplo, deram vexame no MTV Vídeo Music Brasil de 2008. O vocalista escorregou no palco, mas a música seguiu rolando solta. A cantora Katy Perry já fingiu até que sabia tocar flauta. E foi vaiada quando tirou o instrumento da boca sem saber que o solo continuava. Rihanna e Britney Spears também abusam de truques assim. Afinal, se até Madonna pode...

8. Um terço dos cientistas mente
Eles mesmos admitiram isso, numa pesquisa realizada em 2005 pela revista Nature. De 3 247 cientistas, 33% confessaram (anonimamente) que fizeram pelo menos uma coisa antiética ao elaborar seus estudos. Por exemplo: 1,5% cometeu plágio, 15,5% adulteraram o método ou os resultados do estudo, e 12,5% usaram dados que sabidamente não eram confiáveis. E na maioria dos casos, é de propósito mesmo. Em 2010, o biólogo americano Grant Steen analisou 788 retratações que tiveram de ser publicadas devido a erros ou fraudes em artigos científicos. "Cerca de 53% dos artigos fraudulentos foram escritos por fraudadores reincidentes", afirma Steen. E os pesquisadores mentirosos costumam se associar uns aos outros. "Eles tendem a colaborar com cientistas que também se retrataram por outros trabalhos."

9. O salmão que você come nem sempre é salmão
Pode ser outra coisa: truta salmonada. A truta e o salmão integram a família dos salmonídeos e têm gosto bem parecido - só que a truta é mais barata. Por isso, há produtores que dão às trutas uma ração aditivada com corante, para que elas fiquem rosadas, visualmente idênticas ao salmão. Se a truta for consumida na forma de sushi, cortada e misturada com shoyu, é muito difícil notar diferença no sabor. O próprio salmão também é alimentado com corantes - porque, como é criado em cativeiro, não tem acesso aos crustáceos dos quais se alimenta na natureza, e que dão a ele sua cor rosada natural. "Os criadores colocam na ração os pigmentos astaxantina e cantaxantina, que podem ser sintéticos ou extraídos de algas", afirma o engenheiro de alimentos Cláudio Lima.

O mundo dos peixes, aliás, está cheio de pegadinhas. O linguado geralmente não é linguado, e sim merluzão, e o badejo na verdade é abadejo - mais barato e importado da Argentina. "Os restaurantes fazem de tudo, pois ninguém sabe o que come", revela o chef de um restaurante de São Paulo, que prefere não se identificar. "Tem um peixe chamado abrótea que pode ser salgado para parecer bacalhau. O processo de preparo é o mesmo. Se você encontrar um prato a R$ 20 e outro a R$ 80, saiba que o mais barato não é bacalhau." A abrótea vive no Atlântico Sul - bem longe da Noruega, lar do bacalhau.

10. A Rússia tem 42 cidades secretas
Juntas, elas têm 1,5 milhão de habitantes. Mas não apareciam no mapa até o final dos anos 1980. Hoje sua existência é conhecida - mas só se entra lá com autorização do Ministério da Defesa ou da Agência de Energia Atômica da Rússia. Conheça as principais:
1. NOME: kraznoznamensk.
Fica a apenas 40 km de Moscou. Tem 36 mil habitantes. Abriga um centro de controle de satélites, e trabalha ajudando a coordenar a Estação Espacial Internacional.
2. NOME: OZYORSK
Com 82 mil habitantes, teve o acesso restringido durante a Guerra Fria por ser próxima a Mayak - onde havia uma usina de plutônio. Hoje, recicla material radioativo do arsenal soviético.
3. NOME: Vilyuchinsk.
Foi fundada em 1968 para construção de submarinos militares e vive disso até hoje. Ganhou duas igrejas nos anos 1990 e possui 23 mil habitantes (1 000 a menos que em 2002).

11. A carne de boi é feita com cocô
Os galpões de criação de aves são forrados com serragem, sabugo de milho triturado, feno e casca de arroz. Essa mistura, chamada de "cama de frango", fica cheia de fezes, bactérias, penas e resíduos de medicamentos. E era usada para alimentar o gado no Brasil até 2004. "A prática foi proibida porque o gado poderia se infectar com os príons: proteínas ligadas à encefalopatia espongiforme bovina - a doença da vaca louca", diz Gerson Scheuermann, da Embrapa. Nos EUA, contudo, a prática é permitida. E pior ainda. Lá, as aves comem olho, cérebro e intestino de boi - que acabam sendo ingeridos, junto com fezes, pelos próprios bois. "Isso completa o ciclo dos príons, e causa a doença", diz o médico americano Michael Greger.

12. Impressora a laser polui o ar
O alerta é de Lidia Morawska, cientista da Universidade de Queensland, Austrália, e uma das maiores especialistas do mundo em qualidade do ar. Ela testou 62 modelos de impressoras a laser e constatou que 17, das marcas HP e Toshiba, emitiam alta quantidade de partículas ultrafinas - que podem ser inaladas e causar problemas respiratórios e cardíacos, além de tumores. Ainda não se conhece bem a composição dessas partículas. Uma hipótese é que sejam formadas pela evaporação de compostos do toner (tinta da máquina), que é submetido a altas temperaturas. A emissão varia conforme o modelo. A HP 4250n, por exemplo, emite muito, enquanto a 2200DN, da mesma marca, não emite quase nada. A HP diz que não há indicações de que as partículas tragam risco, e que mais estudos são necessários. "Testes vigorosos são parte integral das pesquisas da HP e de seus procedimentos de controle de qualidade."

CIGARRO: É POSSÍVEL VIVER SEM ELE - Solange Bittencourt Quintanilha

Do ponto de vista do vício, ou seja, da perda do controle sobre a droga, o Tabagismo provoca uma das dependências mais severas, e de recuperação dificílima. Dr. José Rosemberg que foi professor titular de pneumologia da PUC-SP, e presidente do comité coordenador de controle do tabagismo no Brasil, afirma: "A nicotina provoca mais dependência física que a cocaína e a heroína, e por isso, é tão difícil largar o cigarro. Não há dependente mais fiel ao vício do que o tabagista".

Veja alguns motivos que explicam a razão dessa afirmação:
- Foi descoberto, o cigarro turbinado (adição de amónia ao tabaco, para liberar maior quantidade de nicotina e aumentar o vício). É muito importante a consciência que o cigarro que se fuma hoje, não é o mesmo de antigamente.
- Nenhuma outra droga produz tantos estímulos cerebrais quanto à nicotina.
Ex: Se uma pessoa fuma 20 (vinte) cigarros por dia, há uma média de 200 tragadas, são duzentas vezes que uma pessoa leva um objeto à boca, além dos 200 impulsos cerebrais.

Por isso, costuma-se dizer que é quase um VÍCIO FISIOLÓGICO.
- É uma droga barata, lícita (não diminui a liberdade de uso), é encontrada em todas as esquinas e os estímulos visuais são constantes.
- É a única droga aonde não se vê com facilidade os benefícios a curto prazo na interrupção, pelo contrário, só aparece a falta, a sensação de perda. Já com o vício do álcool, da cocaína, ou da heroína, a pessoa costuma ter a sua vida afetada ou às vezes arruinada socialmente, profissionalmente, além dos conflitos com sua própria família. Na interrupção, a pessoa pode ter a síndrome de abstinência, mas logo após aparecem os ganhos, o resgate de muitas coisas que foram perdidas.

Os prejuízos do cigarro no organismo são tremendos, porque além da nicotina, existem mais 4700 substâncias tóxicas que formam uma verdadeira quadrilha criminosa, levando com frequência a doenças gravíssimas e muitas vezes até a morte. Nesse momento, muitos perguntariam:
"Por que hoje, que se tem tanto conhecimento da gravidade desse vício, milhões de pessoas inteligentes e bem informadas não conseguem, parar, ou quando param, costumam voltar?"

Foi buscando entender todo esse processo que desde 1983, comecei a me dedicar ao Tabagismo, lendo e catalogando todos os artigos, reportagens, livros e participando de congressos, simpósios e workshops sobre esse tema. Inclusive a minha monografia de pós-graduação em Psicologia Médico-Hospitalar foi: "TABAGISMO: UMA GRANDE LUTA PARA UM GRANDE VÍCIO "

Sendo psicanalista e ex-fumante de peso, tendo vivido na pele todas as contradições, tentações e conflitos para me libertar desse vício, decidi me especializar nesse assunto, para ajudar as pessoas mostrando que é possível ficar livre dele.

Dados da OMS afirmam que somente de 2% a 5% das pessoas conseguem largar e se manter sem cigarro sozinhas. Já com acompanhamento, o índice pode chegar a 67%.

Algumas pessoas dizem para os fumantes, que é só uma questão de força de vontade, recriminam e criticam quem ainda não largou. Essa é uma das grandes queixas dos que fumam. Não é porque algumas pessoas conseguiram deixar sem muito sofrimento, que os outros terão a mesma experiência. Cada caso é um caso e exitem inúmeros fatores que diferenciam cada um. A verdade é que não é um vício para ser banalizado como muitos fazem, e nem é simples como muitos querem crer. Porque o maior problema não é o deixar o cigarro, e sim abandoná-lo definitivamente.

O fumo causa três dependências: a física, comportamental (hábitos) e psicológica. Na dependência física podemos utilizar medicamentos bem modernos que reduzem bastante muitas sensações desagradáveis, podendo praticamente evitar a síndrome de abstinência. Os condicionamentos (associações como beber e fumar, comer e fumar., etc.) vão sendo desfeitos pouco à pouco, à medida que a pessoa para de fumar.

É a dependência emocional, a mais complexa e a mais difícil de ser superada. Os fumantes costumam colocar o cigarro num lugar "mágico", com uma convicção que é ele que alivia, acolhe, protege, ameniza a solidão, a insegurança, o vazio intolerável, o sentimento de abandono, etc. Essa relação afetíva tão intensa com o cigarro foi aprendida e construída paulatinamente, ao longo dos anos. A verdade é que nenhuma droga resolve nossos conflitos existenciais.

Precisamos aprender outras formas de lidar com as tristezas, as dificuldades e as perdas na vida. Se hoje é difícil lidar com os problemas e precisamos do cigarro, como vai ser amanhã com mais a doença provocada pelo cigarro?

É muito comum encontrarmos pessoas que dizem: Eu já desisti de tentar, não adianta, é muito difícil, já tentei várias vezes... Outros falam que não vão abandonar o “grande amigo”. Na verdade, se fosse amigo, seria totalmente traiçoeiro. O que há é um medo enorme de ficar sem ele, como se isso fosse impossível. O que vale a pena é tentar, e na minha experiência com esse trabalho participei de diversos casos com sucesso.

O importante é lutarmos para alcançar essa vitória, e ter tolerância se houver alguma recaída. Não devemos nos recriminar se isso acontecer, porque o mais importante é estarmos na direção certa, que é tomar a decisão.

A vida nos oferece outras opções para lidarmos com nossos conflitos e cabe a nós encontrá-las. Quanto mais formos capazes de conhecer nossas fragilidades, nossos pontos fracos e a ligação com o nosso vício, mais fortes emocionalmente e mais equipados estaremos para combater essa dependência com boas chances de vitória.

UM ATO DE AMOR – Edmir Silveira

 Estava caminhando por um pequeno shopping, quando ouço chamarem meu nome seguidamente. Meu nome não é comum, o que me leva sempre a virar para tentar identificar a quem chama.

A voz parece bem familiar. Ela vem se aproximando enquanto tira os óculos . A reconheço imediatamente. Tínhamos tido uma relação de vários anos, intensa, feliz, mas com um final mal resolvido. Vou chamá-la, aqui, ficcionalmente, de Clara.

Quando a reconheci fiquei branco e sem saber o que falar. Ela sorrindo quase gargalhando e eu ali parado, com cara de estátua.

Clara. Inacreditável. Era a Clara. As últimas vezes que a tinha visto haviam sido em fotos no Facebook. Ela estava mais linda que nas fotos. Eu não a via já tinha mais de três anos e meio com certeza. Talvez quatro anos. Ela estava ainda mais bonita. E com o mesmo sorriso doce:

- Oi! Fala alguma coisa...Disse ainda rindo.

- Oi. Tudo bem? - respondi demonstrando ainda mais meu estado de choque. Eu estava preparado para tudo, menos pra encontrá-la.

Eu estava ali para comprar uma cortina para a casa que acabara de me mudar. Estava recomeçando a vida. Ela nem sabia que minha vida anterior havia acabado, muito menos que havia outra recomeçando.

Há 3 anos quase havíamos voltado, sem sequer havermo-nos visto pessoalmente. Ela estava na Europa e, por acaso, voltamos a nos falar pelo Skype. Daí pra paixão voltar foi só uma questão de poucas conversas e muitas lembranças. E, pela internet mesmo, resolvemos que ela terminaria o quase casamento dela, voltaria ao Brasil e a gente voltaria nossa relação. Havíamos nos apaixonado de novo, dessa vez via web. Conexão total. Mas coisas do destino nos levaram para outras histórias e isso nunca aconteceu. E ainda gerou uma briga que estava se encerrando naquele momento, anos depois.



E, ali estava eu. Parado sem conseguir realizar a presença dela, na minha frente, sorrindo como sempre e linda como nunca.

Ela perguntou o que eu fazia ali, eu disse e ela foi comigo comprar a tal cortina. Ajudou a escolher e enquanto estávamos na fila dos caixas, lotadas no final do ano, começamos finalmente uma conversa. Ela contou que estava casada há dois anos e com um filho de um. Claro que mostrou a foto. Lindo o bebezinho de olhos iguais aos delas. Quando saímos da loja ela me perguntou se poderíamos conversar um pouco. Ela nunca fora de dar muitas voltas, e desde a última vez que nos falamos há três anos, muitas coisas ficaram sem explicação.

Sugeriu que fossemos até o carro dela e até a praia.

Eu estava tenso, emocionado e assustado. Assim que saímos do estacionamento, ela começou sem nenhum rodeio a perguntar tudo que havia ficado sem explicação. Ela perguntava, mas não me dava tempo de responder. Ainda bem, porque eu não teria as respostas. Ela queria mesmo era falar.

Estava nervosa, emocionada e com imensa necessidade de desabafar. Aquilo devia estar engasgado há muito tempo. Decidi apenas ouvir com o máximo de atenção e carinho. Ela mesmo havia me ensinado a compreender me compreendendo.

Ela parou o carro numa das entradas da praia da macumba e começou a falar de como tinha se dado para mim de todas as formas possíveis, como amiga, mulher, cúmplice, companheira, incentivadora, sempre me passando confiança e tudo mais que um ser humano pode fazer de bom e de bem por outro. Na verdade ela não queria explicação alguma. Ela não estava cobrando nada. Só queria me falar tudo que sentira. Ela estava ali, chorando e me abraçando como se quisesse me esmagar contra si. Esmagar um sentimento que a fizera sofrer.

É claro que quis tudo com ela naquela hora. Voltar a ser casado, nunca mais parar de fazer carinho, proteger e abraçar aquela mulher que sempre me deu tanto. E aí, percebi que o que eu sentia por ela era realmente amor. Muito amor. Lembrei do facebook, do filho que ela sempre quis e eu não, da vida tranquila e feliz que a cadeirinha no banco de trás denunciava.

Naquele momento, a desejei mais que a qualquer mulher no mundo e uma enorme atração que me invadiu por completo ao vê-la absolutamente linda me amassando contra seu peito e sentindo sua boca a milímetros da minha, esperando pelo beijo que eu estava alucinado para que acontecesse.  Eu nunca precisei provar tanto meu amor por alguém quanto naquele instante decisivo. Eu não podia tirar dela a felicidade que ela conquistara depois do sofrimento que eu a impusera, desde que eu a deixara me esperando há três anos comunicando-a sem maiores explicações, através de um telefonema, quase lacônico, de que estava com outra mulher.

Ou eu saía do carro imediatamente ou a abraçava para sempre. Foi então que percebi todo o bem que ela havia me feito. Era maior do que o que eu imaginava . Percebi que todos os comportamentos que tenho capacidade de dedicar a quem gosto, toda a disponibilidade para fazer qualquer coisa que esteja ao meu alcance para fazer quem está comigo feliz, eu aprendi com ela.

Ela havia me ensinado a amar bonito me amando bonito.

Meu pensamento voltou para a realidade do que ocorria naquele carro. A amei mais ainda. Meu coração parecia que ia explodir de tanto carinho, ternura, amor e admiração por aquela mulher. E percebi porque nunca tinha entendido porque o motivo de havê-la deixado. Eu a amava mais do que podia. Na época em que havíamos sido casados, eu simplesmente não soube administrar. Ela me amava tanto e tão completamente que eu nem pensava no que sentia. Era um ingênuo, um egocêntrico que era tão amado que nem precisava pensar no que sentia. Que pouco demonstrava o quanto a amava.

Eu havia mudado muito, e, hoje, era capaz de dar tanto amor quanto receber. Eu havia descoberto o prazer de amar bonito e de fazer a amada se sentir a mulher mais desejada de todas. Graças a ela.

Mas, a cadeirinha de bebê no banco de trás do carro importado, do ano e estalando de novo me trouxeram rapidamente para a realidade: se não houvesse aquele encontro ela continuaria a ser feliz e não estaria chorando como estava. Ser mãe sempre fora seu maior desejo e ela tinha muita dificuldade para engravidar. Em cada detalhe daquele carro havia algo que eu reconhecia dela. Ela tinha tudo que merecia, e eu não podia colocar isso em risco.

Eu havia tido minha chance de ser feliz. Ela havia sido total e completamente minha mulher, tanto, que mais seria impossível. E ela havia sido mais.

Espero nunca me arrepender do que fiz. Dei um longo e carinhoso beijo naquela linda boca macia, choramos abraçados por um longo tempo e ninguém falou. Quando sai do carro desejei o mais patético feliz Natal da minha vida.

Ela ficou parada me olhando sair andando pela frente do carro. Soluçávamos tanto, que dava para perceber os movimenos corporais característicos dos choros convulsivos. Minhas lágrimas quase não me deixavam ver as delas. Olhei para trás algumas vezes, até que ela arrancou, passou por mim e foi embora.

Talvez ela nunca saiba o quanto eu chorei de saudade aquela e outras noites, o quanto lembrei de tudo que ela havia feito por mim e de como éramos almas gêmeas tão felizes que, quando estão juntas, parece que o corpo de um se encaixava no outro como peça de quebra-cabeça. Naquele momento,  percebi como ela havia me modificado para melhor, em minha alma.

Fiquei um longo tempo esperando o ônibus, segurando aquela sacola. Pensando em quanto bem ela havia me feito e esperando ter feito, ali, o melhor que poderia, por alguém tão absolutamente maravilhosa quanto Clara.

NINGUÉM MAIS NAMORA AS MULHERES DEUSAS - Arnaldo Jabor

Outro dia, a Adriane Galisteu deu uma entrevista dizendo que os homens não querem namorar as mulheres que são símbolos sexuais. É isto mesmo. Quem ousa namorar uma mulher desejada por todos, homens e mulheres, verdadeiras Deusas ?

As mulheres não são mais para amar; nem para casar. São para "ver".

Que nos prometem elas, com suas formas perfeitas por anabolizantes e silicones?

Prometem-nos um prazer impossível, um orgasmo metafísico, para o qual os homens não estão preparados...


As mulheres dançam frenéticas na TV, com bundas cada vez mais malhadas, com seios imensos, girando em cima de garrafas, enquanto os pênis-espectadores se sentem apavorados e murchos diante de tanta gostosura.

Os machos estão com medo das "mulheres-liquidificador".

O modelo da mulher de hoje, que nossas filhas ou irmãs almejam ser (meu Deus!), é a prostituta transcendental, a mulher-robô, a "Valentina", a "Barbarela", a máquina-de-prazer sem alma, turbinas de amor com um hiperatômico tesão.



Que parceiros estão sendo criados para estas pós-mulheres? Não os há.
Os "malhados", os "turbinados" geralmente são bofes-gay, filhos do mesmo narcisismo de mercado que as criou.

Ou, então, reprodutores como o Zafir, para o Robô-Xuxa.

A atual "revolução da vulgaridade", regada a pagode, parece "libertar" as mulheres.
Ilusão à toa.

A "libertação da mulher" numa sociedade escravista como a nossa deu nisso: Superobjetos. Se achando livres, mas aprisionadas numa exterioridade corporal que apenas esconde pobres meninas famintas de amor, carinho e dinheiro.


São escravas aparentemente alforriadas numa grande senzala sem grades.

Mas, diante delas, o homem normal tem medo.
Elas são "areia demais para qualquer caminhãozinho".
Por outro lado, o sistema que as criou enfraquece os homens.
Eles vivem nervosos e fragilizados com seus pintinhos trêmulos, decadentes, a meia-bomba, ejaculando precocemente, puxando sacos, lambendo botas, engolindo sapos, sem o antigo charme "jamesbondiano" dos anos 60.
Não há mais o grande "conquistador".

Temos apenas os "fazendeiros de bundas" como o Huck, enquanto a maioria virou uma multidão de voyeur, babando por deusas impossíveis.

Ah, que saudades dos tempos das bundinhas e peitinhos "normais" e "disponíveis"...
Pois bem, com certeza a televisão tem criado "sonhos de consumo" descritos tão bem pela língua ferrenha do Jabor.

Mas ainda existem mulheres de verdade.

Mulheres que sabem se valorizar e valorizar o que tem "dentro de casa", o seu trabalho.
E, acima de tudo, mulheres com quem se possa discutir um gosto pela música, pela cultura, pela família, sem medo de parecer um "chato" ou um "cara metido a intelectual".

Mulheres que sabem valorizar uma simples atitude, rara nos homens de hoje, como abrir a porta do carro para elas.

Mulheres que adoram receber cartas, bilhetinhos (ou e-mails) românticos!!
Escutar no som do carro, aquela fitinha velha dos Beegees ou um cd do Kenny G (parece meio breguinha)...mas é tão boooom namorar escutando estas musiquinhas tranquilas!!!

Penso que hoje, num encontro de um "Turbinado" com uma "Saradona" o papo deve ser do tipo:

-"meu"... o meu professor falou que posso disputar o Iron Man que vou ganhar fácil!."
-"Ah "meu"..o meu personal Trainner disse que estou com os glúteos bem em forma e que nunca vou precisar de plástica". E a música???
Só se for o "último sucesso (????)" dos Travessos ou "Chama-chuva..." e o "Vai serginho"???...

Mulheres do meu Brasil Varonil!!! Não deixem que criem estereótipos!!

Não comprem o cinto de modelar da Feiticeira. A mulher brasileira é linda por natureza!!

Curta seu corpo de acordo com sua idade, silicone é coisa de americana que não possui a felicidade de ter um corpo esculpido por Deus e bonito por natureza. E se os seus namorados e maridos pedirem para vocês "malharem" e ficarem iguais à Feiticeira, fiquem... igual a feiticeira dos seriados de Tv:


Façam-os sumirem da sua vida!

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

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