LEMBRAR É ESSENCIAL - Márcia Tiburi

O homem é o animal que lembra. Podemos dizer isso tendo em conta que não haveria, de um modo geral, a cultura, sem o trabalho da memória. Definir o que é a memória, porém, não é fácil. Os cientistas tentam explicá-la afirmando seu funcionamento físico-químico em nível cerebral. Os historiadores criam suas condições gráficas por meio de documentos e provas, definem, com isso, uma linguagem compreensível sobre o que ela seja: o que podemos chamar de “campo da memória”. Os artistas e escritores tentam invocar seus subterrâneos, aquilo que, mesmo sem sabermos, constitui nosso substrato imagético e simbólico. Mas o que é a memória para cada um de nós que, em tempos de excesso de informação, de estilhaçamento de sentidos, experimenta o fluxo competitivo do cotidiano, a rapidez da vida, como se ela não nos pertencesse? Como fazemos a experiência coletiva e individual da memória? É possível lembrar? Lembrar o quê? Devemos lembrar?
Se esta pergunta é possível, a contrária também tem validade: haverá algo que devamos esquecer?

A memória é um enigma.
Para os antigos gregos Mnemósyne era a deusa da memória, a mãe das nove musas que inspiravam os poetas, os músicos, os bailarinos. Seu simbolismo define que a memória precisa ser criada pelas artes. Numa civilização oral como foi a grega nada mais compreensível do que uma divinização da memória. A memória é a mãe das artes, tanto quanto nelas se reproduz, por meio delas é que mantém sua existência. Por isso, ela presidia a poesia, permitindo ao poeta saber e dizer o que os humanos comuns não sabiam. Que a memória seja mãe das musas significa que a lembrança é a mãe da criatividade. Mas de que lembrança se está tratando?
Para além da mitologia, na filosofia, distinguiam-se dois modos de rememoração: Mneme, espécie de arquivo disponível que se pode acessar a qualquer momento e Anamnese ou a memória que está guardada em cada um e que pode ser recuperada com certo esforço. A primeira envolve um registro consciente, enquanto a segunda manifesta o que há de inconsciente na produção de nossas vidas, ou seja, o que nos constitui sem que tenhamos percebido que nos aconteceu, que se forjou por nossa própria obra.

A memória era a deusa que permitia a conexão com os mortos, com o que já foi, com o que poderia ter sido, com o que, para sempre, não mais nos pertence desde que, com ele, não partilhamos o tempo.

Quando esquecer é uma culpa mal-resolvida
O atual modo de vida, pleno de elementos descartáveis, não privilegia a memória. O que se chama “consumismo” tem relação direta com o abandono e o descaso com a memória. Descarta-se tudo, de objetos de uso doméstico a amigos, de roupas a amores. O projeto ecologista da reciclagem é, de certo modo, um trabalho de memória. Na apressada vida urbana vige a regra de que tudo passa, o encanto pertence apenas à novidade, tudo vira lixo instantaneamente. A fungibilidade, a capacidade de trocar, é universal. Se tudo o que existe deve ser descartado, significa que sua existência não faz muita diferença. Esquecer assim, ou elevar o esquecimento a esta lei, é algo perverso.
Este gesto tem, porém, uma estranha e maléfica compensação. Numa cultura em esquecer é a lei, ressentir é inevitável. O ressentimento é a incapacidade de esquecer, impossibilidade de deixar de lado, de abandonar o verdadeiro lixo, ou, em outros termos, o passado com o que, nele, foi espúrio. Ressentimos porque não somos capazes de ver além, carregamos o sofrimento como gozo, ou seja, como o que, contraditoriamente, nos faz bem.

Por outro lado, o ressentimento é movido pela culpa de ter abandonado algo que, injustiçado, tempos depois, reclama sua volta. O ressentimento é um mal por ser fruto da culpa. A culpa, por sua vez, é como uma doença contagiosa da qual a humanidade inteira foi vítima, e ainda é, enquanto não aprende a compreender e aceitar suas próprias escolhas. A esta capacidade chama-se hoje responsabilidade. Mas mesmo com a responsabilidade é preciso tomar cuidado para que ela não seja um mero disfarce da culpa que ainda não eliminamos. Responsabilidade só é possível quando há solidariedade. Quando nos responsabilizamos não apenas por nossas vidas e atos, mas percebemos que somos apenas parte da vida e que muitas de nossas escolhas são coletivas.

Vantagens da memória e do esquecimento
Nietzsche, filósofo que morreu em 1900, dizia que a memória tinha vantagens e desvantagens na vida. É certo que quem quiser viver bem, quem almejar de algum modo ser feliz, deverá provar o equilíbrio entre lembrar e esquecer. Temos, neste momento, um problema de distinção: o que devemos esquecer, o que devemos lembrar? Na busca de um meio termo, mais vantajoso será guardar o que nos traz bons afetos, ou alegria e descartar o que nos traz maus sentimentos, ou tristezas. Motivos para a infelicidade não faltam a quem quiser olhar para a história humana e a história pessoal. Mas enquanto a memória histórica nos faz bem, pois nos mostra o que se passou para chegarmos até aqui, a memória pessoal faz o mesmo, mas ela só tem sentido se conectada à memória coletiva. Para poder buscar a alegria de viver é preciso olhar para a frente, para o futuro e reinventar a vida a cada dia. É esta invenção do presente que nos dará, no futuro, um passado do qual tenhamos prazer em lembrar. Viver do passado ou no passado, só prejudica o presente no qual, elaboramos o que será amanhã o passado.

Esquecer com criatividade
Diante do trauma, da lembrança que ficou recalcada em substratos profundos de nossa inconsciência, que define o ser e o agir sociedades inteiras, como o que foi vivido em catástrofes como a nazista, a do Vietnã, a da colonização e escravização no Brasil, e tantas que conhecemos nas vidas pessoais e familiares, esquecer torna-se um remédio contra o sofrimento. Mas esquecer não é apagar o que se viveu de modo abstrato, muitas vezes é justamente pela “rememoração” que nos lembramos. Por isso, contar histórias, fazer arte, ou seja, deixar-se levar pelas musas, continua sendo a melhor saída. A vida criativa é a única que evita o mau esquecimento e, por outro lado, a má lembrança que é o ressentimento.
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MÚSICA, DANÇA E SILÊNCIO - Nelson Motta

Quando o velho gramofone deu lugar aos novos tocadiscos, na virada dos anos 20, a festa começou. O lugar do gramofone era a sala de casa, onde as famílias se reuniam para ouvir ópera e música clássica. Com as vitrolas e os discos de galalite, muito mais práticos e com melhor qualidade sonora, a música gravada se tornou popular. E foi para as ruas, para os salões e para galpões transformados em pistas de dança, onde, atrás das cortinas, tocavam as “orquestras invisíveis”. Daí para as raves e os bailes funk foi um pulo.

A partir dessas ilusões sonoras as festas viraram trabalho para muita gente, se tornaram um negócio, um hábito de consumo de receita infalível: música, bebida e dança para todos os gostos e bolsos. Da favela aos clubes chiques, dos bares bagaceiros aos salões elegantes, a indústria festeira cresce sempre, até mesmo em tempos de crise, quando há pouco a celebrar, e por isso mesmo ela é mais urgente.

E como não há festa sem música, é desse encontro de interesses que vive e cresce a musica dançante. É nas pistas da noite que acontecem as modernas formas da ancestral “dança do acasalamento” dos documentários de National Geographic. Muita gente diz que ama a dança pela dança e a ela se entrega com paixão, mas desde os cabarés, os dancings, as boates, discotecas, danceterias, raves e bailões, ela e a música não são a principal motivação das festas.

São o cenário, a oportunidade e a trilha sonora para ver e ser visto, para dar uns beijos, ficar com, ou pegar alguém.

Se para dançar a música é uma solução, para fazer ambiente é um problema.

Como bem disse Chico Buarque, se ela é boa, distrai a atenção e atrapalha a conversa, e se é ruim … então para que ouvir? A cada salto tecnológico, a música adquiriu novas funções. Hoje está em toda parte, no ar, nas ruas, nos celulares e laptops. E o silêncio nunca foi tão valorizado.

Apesar de todo o meu esforço e de muitas horas de trabalho, sorry leitores, mas sinceramente acho que esta crônica ficou meio boba. Quanto sacrifício para não falar, provavelmente impropérios e grosserias, sobre as paixões eleitorais.
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CONSELHOS QUE SEMPRE DÃO ERRADO 1 - Ana Carolina Prado

 Extravasar a raiva faz bem.

A explosão dos livros de autoajuda tornou a psicologia tão popular que, agora, muita gente acha que entende e vive dando pitaco na vida alheia. Por isso, um monte de conceitos errados de psicologia estão sendo espalhados por aí disfarçados de conselhos bem-intencionados. 

Conheça alguns deles.

Grite num travesseiro, xingue alto, parta para cima de um saco de pancada. Você provavelmente ouviu a vida inteira que isso funciona para fazer a pessoa liberar o estresse e se sentir melhor. Afinal, quem engole sapo e guarda a raiva para si, um dia vai explodir e não vai ser legal. Mas não é bem assim.

Brad Bushman, um psicólogo da Universidade de Iowa, colocou essa ideia à prova e descobriu que extravasar a raiva é “o pior conselho que você pode dar” a alguém. 

Em um teste, Bushman provocou a irritação de um grupo de 600 estudantes universitários ao fazer comentários desagradáveis ​​sobre textos que eles haviam escrito. Depois, ele os dividiu em grupos: um descontou a raiva em um saco de pancadas e outro foi se distrair fazendo outras atividades. No fim, o grupo que usou o saco de pancadas estava mais bravo e agressivo do que o outro. Segundo o psicólogo, liberar a gressividade “é como usar gasolina para apagar um fogo – isso só alimenta as chamas”. 

Ao extravasar os sentimentos negativos, a pessoa estaria estimulando uma rede de emoções, pensamentos, sentimentos e ações motoras agressivas, o que não ajuda a acalmar os ânimos. Bushman diz que, às vezes, explodir de raiva pode até fazer você se sentir um pouco aliviado na hora, mas o efeito não dura muito e você só vai fortalecer seus impulsos agressivos.

Um estudo mais recente feito com estudantes perfeccionistas da Universidade de Kent, na Inglaterra, foi nessa mesma direção. Os pesquisadores pediram aos 149 voluntários que fizessem um diário de suas atividades por 3 a 14 dias, relatando suas falhas mais incômodas nesse período, as estratégias que usaram para lidar com o fracasso e como eles se sentiram no final do dia.

Os que tentaram lidar com o estresse desabafando com amigos, extravasando a frustração, sentindo-se culpados ou tentando negar o fato que os incomodava acabaram se sentindo pior do que antes.

Assim, o estudo não só derrubou o mito de que extravasar a raiva faz bem, mas também mostrou que nem sempre conversar com um amigo é o melhor modo de se sentir melhor a respeito de um problema.

A estratégia que se mostrou mais eficaz foi se esforçar em ver o lado positivo da situação e desviar a atenção da raiva e da frustração. Assistir a uma comédia ou ler um livro legal também funciona.

Atividades físicas podem ajudar, desde que não sejam agressivas – segundo a pesquisa de Brad Bushman, mesmo que a pessoa não esteja pensando no que a irritou, jogar uma partida de rúgbi logo depois de passar raiva pode piorar o seu estado.

A AGENDA - Luis Fernando Verissimo

Um homem chamado Cordeiro abre a agenda em cima da sua mesa de trabalho e vê escrito: "Comprar arma”. Ele não se lembra de ter escrito aquilo. Como tem agenda justamente para ajudá-lo a se lembrar das coisas, compra uma arma, mesmo não sabendo para quê. No dia seguinte, vê na agenda: "Marcar almoço com Rodrigues." Mais uma vez, não se lembra de ter escrito aquilo, nem tem qualquer razão para almoçar com o canalha do Rodrigues. Mas marca o almoço. Durante o qual ouve do canalha do Rodrigues a notícia de que pretende se afastar da companhia e vender sua parte ao canalha do Pires, que assim terá a maioria e mandará na companhia, inclusive no Cordeiro. Cordeiro insiste para que Rodrigues venda sua parte a ele e não ao Pires, mas Rodrigues ri na sua cara e ainda por cima não paga a sua parte no almoço. 

Naquela tarde, Cordeiro vê na sua agenda: "Matar Rodrigues. Simular assalto." E o dia e a hora em que deve acontecer o assassinato, sublinhados com força. E na mesma folha: "Providenciar álibi: lancha." Lancha? Cordeiro vira a página. Lá está o plano, meticulosamente detalhado. Sair com a lancha no domingo, assegurando-se de que todos no clube o vejam sair com a lancha, encostá-la em algum lugar ermo onde deixou seu carro no dia anterior, ir de carro até a casa de Rodrigues, matá-lo, jogar a arma fora, voltar de carro para a lancha e voltar de lancha para o clube, onde todos o veriam chegar como se nada tivesse acontecido. É o que faz. 


Na segunda-feira, Cordeiro arregala os olhos e finge estar chocado quando chega à firma e ouve do Pires a notícia de que houve um assalto no fim de semana e o Rodrigues foi baleado, e está morto. Pires revela que estava desconfiado de que Rodrigues iria vender sua parte na companhia a Cordeiro. Pretendia marcar um almoço para discutir o assunto com o canalha do Rodrigues, mas no dia Rodrigues dissera que tinha outro compromisso para o almoço. Na saída do escritório, Pires diz que na última reunião dos três sócios tinha saído por engano com a agenda do Cordeiro e pergunta se por acaso o Cordeiro não ficou com a sua agenda.


Ou então: Na segunda-feira, Cordeiro arregala os olhos e finge estar chocado quando chega à firma e ouve do Pires a notícia de que houve um assalto no fim de semana e o Rodrigues foi baleado, e está morto. Os dois marcam uma reunião para tratar do que fazer com a parte do Rodrigues, mas não chegam a um acordo e brigam. Naquele mesmo dia, Cordeiro vê escrito na sua agenda: "Incriminar Pires." É o que faz. Orientado pela agenda, consegue plantar pistas falsas e convencer a polícia de que Pires matou Rodrigues porque este pretendia vender sua parte na firma a Cordeiro. Com Pires afastado, Cordeiro assume o comando da firma e a faz crescer como nunca ― sempre seguindo as ordens da agenda, que não erra uma. 


Até que um dia a agenda lhe manda juntar todo o dinheiro em caixa na firma, vender o que for possível para levantar mais dinheiro e jogar tudo na bolsa. "Agora!", ordena a agenda. Cordeiro jogou na bolsa todo o dinheiro que tinha, o seu e o da firma. Foi na véspera da grande queda. Perdeu tudo. Quando consultou a agenda de novo, desesperado, sem saber o que fazer encontrou apenas a frase: "Quem entende a bolsa?”. 


E no dia seguinte: "Comprar arma”.
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SER PAI - Arthur da Távola


Ser pai
é acima de tudo, não esperar recompensas.
Mas ficar feliz caso e quando cheguem.
É saber fazer o necessário por cima e por dentro da incompreensão.
É aprender a tolerância com os demais e exercitar a dura intolerância
(mas compreensão) com os próprios erros.

Ser pai
é aprender errando, a hora de falar e de calar.
É contentar-se em ser reserva, coadjuvante,
deixado para depois. Mas jamais faltar no momento preciso.
É ter a coragem de ir adiante, tanto para a vida quanto para a morte.
É viver as fraquezas que depois corrigirá no filho, fazendo-se forte em
nome dele e de tudo o que terá de viver para compreender e enfrentar.

Ser pai
é aprender a ser contestado mesmo quando no auge da lucidez. É esperar.
É saber que experiência só adianta para quem a tem, e só se tem vivendo.
Portanto, é agüentar a dor de ver os filhos passarem
pelos sofrimentos necessários,
buscando protegê-los sem que percebam,
para que consigam descobrir os próprios caminhos.

Ser pai
é saber e calar. Fazer e guardar. Dizer e não insistir.
Falar e dizer. Dosar e controlar-se. Dirigir sem demonstrar.
É ver dor, sofrimento, vício, queda e tocaia, jamais transferindo aos filhos o que, a alma, lhe corrói. Ser pai é ser bom sem ser fraco. É jamais transferir aos filhos a quota de sua imperfeição, o seu lado fraco, desvalido e órfão.

Ser pai
é aprender a ser ultrapassado, mesmo lutando para se renovar.
É compreender sem demonstrar, e esperar o tempo de colher,
ainda que não seja em vida.
Ser pai é aprender a sufocar a necessidade de afago e compreensão.
Mas ir às lágrimas quando chegam.

Ser pai
é saber ir-se apagando à medida em que mais nítido
se faz na personalidade do filho,
sempre como influência, jamais como imposição.
É saber ser herói na infância, exemplo na juventude
e amizade na idade adulta do filho.
É saber brincar e zangar-se. É formar sem modelar, ajudar sem cobrar,
ensinar sem o demonstrar, sofrer sem contagiar, amar sem receber.

Ser pai
é saber receber raiva, incompreensão, antagonismo, atraso mental, inveja,
projeção de sentimentos negativos, ódios passageiros, revolta, desilusão
e a tudo responder com capacidade de prosseguir sem ofender;
de insistir sem mediação, certeza, porto, balanço, arrimo, ponte,
mão que abre a gaiola, amor que não prende, fundamento, enigma, pacificação.

Ser pai
é atingir o máximo de angústia no máximo de silêncio.
O máximo de convivência no máximo de solidão.
É, enfim, colher a vitória exatamente quando percebe que o filho
a quem ajudou a crescer já, dele, não necessita para viver.
É quem se anula na obra que realizou e sorri, sereno,
por tudo haver feito para deixar de ser importante.”

ERA UM PROJETO SIMÉTRICO, RAZOÁVEL E GENEROSO - Alberto Goldin


"CHAMO-ME MARÍLIA, (28), MORO COM O BERNARDO, (30) e nos relacionamos há sete anos. Sou bonita, me cuido... Quando o conheci, ele era magro, atraente, mas, há 2 anos, mudamos de cidade, por causa do trabalho...O Bernardo é extremamente dedicado e bem sucedido, mas isso prejudica sua vida pessoal, e nosso relacionamento.Não enxerga mais nada na frente dele, nem a mim, nem a ele mesmo. Engordou muito, perdeu vaidade, mal arrumado, não cuida dos dentes, não procura médico, não me procura para fazermos sexo. Ele só trabalha e nas horas livres, joga vídeo game ou bebe com os amigos. Não gosta de conversar, parece um estranho em casa... Eu me sinto humilhada! Não aceita críticas. Eu tento ajudá-lo a fazer dieta, mas ele me ignora, quanto mais eu falo, mas ele não quer.
Já ameacei me separar, ele diz que não quer, que me ama muito, mas não existe companheirismo, diálogo, sexo, o fato de ele estar engordando muito, tem esfriado o meu desejo. No início éramos muito ativos, mas depois tudo esfriou.
Não quero ir embora, o trai-lho. Não sei quanto vou aguentar.
Ajude-me!!!
Marília"

ERA UM PROJETO RAZOÁVEL, SIMÉTRICO E GENEROSO. 
Ele cuidava das economias, ela organizava a casa, cozinha, limpeza. O carro, tarefa de homem, ela, as roupas... Uma distribuição correta, convencional. Outro detalhe, ela cuidaria do seu corpo para manter a atração e desejo mútuos... Ele, sendo homem e menos ligado estas questões, respeitaria as premissas básicas de cuidado e elegância...

Até que um imprevisto quebrou o delicado equilíbrio. Foi a sonhada ascensão profissional do Bernardo, maiores responsabilidades, mais dinheiro, ideal para um sujeito ambicioso. Foi uma ascensão que marcou o começo da derrocada. Bernardo engordou e descuidou a Marília, que perdeu espaço na cama do casal, migrando para a ingrata tarefa de reprimir a alimentação, lembrar as regras de saúde, higiene, dentista ou clínico. Marília se transformou na mãe de um adolescente viciado em videogame, retraído e indiferente, que, realizado financeiramente, se exime do resto das suas obrigações.

- “O corpo é meu.”, reclama Bernardo. “Com ele faço o que eu quiser e ninguém tem nada com isso...”.

Bem, finalmente chegamos ao centro da questão. Não é verdade. Marília tem tudo a ver com isso. Pessoas casadas não são proprietários exclusivos dos seus corpos que, de alguma forma, são um bem comum. Estabelecer uma relação é um projeto que aliena parte da individualidade, a doença de um é problema de dois, quando ela engravida, ambos respondem pela nova vida.

Numa boa relação o corpo de um interessa ao outro, como co-proprietário e por isso precisa de cuidados, tantos quanto os filhos, a casa ou o carro... Sei perfeitamente que desde a abolição da escravatura os corpos são próprios, porém “meu” marido ou “minha” mulher denunciam a propriedade conjunta. O sexo, inclusive, é exclusivo do casal, e quem o utilizar fora arrisca ou acaba com a relação. 

O declínio físico do Bernardo poderia ser consequência de uma depressão, um pedido de ajuda, porém Marília não é sua terapeuta, é apenas sua mulher, que faz o possível para ajudá-lo, seu esforço acabará sendo inútil sem alguma colaboração do próprio Bernardo.


O fato real e concreto é que perderam um bom casamento para inaugurar uma família disfuncional de uma mãe chata e um filho rebelde. As ameaças da Marília de abandonar ou trair denunciam seu sentimento de que já foi abandonada e traída. Precisam desistir desse modelo para recuperar uma vida melhor.

Não tenho bons conselhos para o Bernardo, que sabe que precisa se recuperar para recuperar a Marília e, se for possível, consultar um profissional para decifrar os motivos da sua regressão. Talvez alguma atitude do seu pai o tenha feito pensar que fundamental na vida é ganhar dinheiro. Errado, não existem bons motivos para perder o amor próprio, porque, quando perdido, bloqueia o amor alheio.

Marília, de sua parte, precisa entender que seus conselhos perderam efeito, certamente seu silêncio será mais eficaz do que suas palavras. Os adultos conquistam com seus méritos, os adolescentes exigem amor com suas más-criações. O melhor é não responder a elas, com o tempo os mais inteligentes desistem e se corrigem.
Revista de domingo de O GLOBO, 08 de janeiro de 2012 

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.
Livros de Edmir Saint-Clair

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