Mostrando postagens com marcador NEUROCIÊNCIA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador NEUROCIÊNCIA. Mostrar todas as postagens

LER POESIA AJUDA MAIS AO CÉREBRO DO QUE AUTOAJUDA, DIZEM CIENTISTAS.

“O objetivo do poeta não é descobrir novas emoções, mas utilizar as corriqueiras e, trabalhando-as no elevado nível poético, exprimir sentimentos que não se encontram em absoluto nas emoções como tais” – T. S. Eliot

Ler autores clássicos, como Shakespeare, William Wordsworth e T.S. Eliot, estimula a mente e a poesia pode ser mais eficaz em tratamentos do que os livros de autoajuda, segundo um estudo da Universidade de Liverpool.

Especialistas em ciência, psicologia e literatura inglesa da universidade monitoraram a atividade cerebral de 30 voluntários que leram primeiro trechos de textos clássicos e depois essas mesmas passagens traduzidas para a “linguagem coloquial”.

Os resultados da pesquisa, antecipados pelo jornal britânico “Daily Telegraph”, mostram que a atividade do cérebro “dispara” quando o leitor encontra palavras incomuns ou frases com uma estrutura semântica complexa, mas não reage quando esse mesmo conteúdo se expressa com fórmulas de uso cotidiano.

Esses estímulos se mantêm durante um tempo, potencializando a atenção do indivíduo, segundo o estudo, que utilizou textos de autores ingleses como Henry Vaughan, John Donne, Elizabeth Barrett Browning e Philip Larkin.

Os especialistas descobriram que a poesia “é mais útil que os livros de autoajuda”, já que afeta o lado direito do cérebro, onde são armazenadas as lembranças autobiográficas, e ajuda a refletir sobre eles e entendê-los desde outra perspectiva.

“A poesia não é só uma questão de estilo. A descrição profunda de experiências acrescenta elementos emocionais e biográficos ao conhecimento cognitivo que já possuímos de nossas lembranças”, explica o professor David, encarregado de apresentar o estudo.

Após o descobrimento, os especialistas buscam agora compreender como afetaram a atividade cerebral as contínuas revisões de alguns clássicos da literatura para adaptá-los à linguagem atual, caso das obras de Charles Dickens.
Fonte: FSP Ilustrada

SOBREPESO MENTAL, AS CONSEQUÊNCIAS DE PENSAR DEMAIS

Se você sente que seu corpo está constantemente cansado, rígido ou dolorido, você pode estar sofrendo de excesso de peso. Mas não nos referimos a um aumento no volume físico, nem ao aumento do perímetro craniano, mas ao sobrepeso mental. Há um excesso de pensamentos negativos, inertes e improdutivos.

Durante o dia imaginamos, entendemos, refletimos, criamos, calculamos, tomamos decisões… Em suma, nós vivemos pensando. Mas nem todos os pensamentos são válidos ou úteis, na verdade, às vezes pensamos muito de maneira inútil e produzimos uma sobrecarga de pensamentos inúteis.

Se apresentarmos ideias que não contribuam com nada, ou não nos levem a qualquer lugar, no final a mente acaba ficando sobrecarregada. Torna-se pesada, fica bloqueada e renuncia a exercitar outros processos de aprimoramento.

Os pensamentos são a unidade básica da mente
Como vemos, pensar faz parte da natureza humana. Na verdade, é um dos processos que nos diferenciam do resto dos seres vivos. Mas nosso pensamento, ao contrário do que geralmente é considerado, não é apenas consciente, muito pelo contrário.

Pensemos em um iceberg. A ponta ou o que fica descoberto na superfície seria o pensamento consciente. Enquanto isso, o gelo que está submerso, que é a maioria, constitui a parte inconsciente.

De acordo com o Dr. Michael Shadlen, pesquisador principal do Brain Behavior Institute Mortimer B. Zuckerman, de Columbia (Estados Unidos), “A grande maioria dos pensamentos que circulam no nosso cérebro ocorre abaixo do radar de consciência, o que significa que mesmo que o nosso cérebro os processe, não temos consciência disso”.

Portanto, a qualidade dos nossos pensamentos determina o nosso dia a dia. Dependendo das ideias conscientes e inconscientes que passam pela nossa mente, assim será o resultado do nosso desenvolvimento.

Pensamentos inusitados engordam nossas mentes
Os pensamentos indesejados são aqueles cuja recorrência se desgasta porque eles não nos trazem nenhum tipo de benefício. Eles são um raciocínio vazio e até mesmo tóxico, e são originados em nossa mente consciente. Ou seja, o sobrepeso mental não é o resultado de processos mentais reprimidos, impulsos ou desejos, mas fruto de uma elaboração deliberada.

Eles são supérfluos e desnecessários, então, em vez de nos proporcionar maior autoconhecimento e vantagens cognitivas, eles nos corroem energicamente e diminuem o resto do processamento consciente. Eles nos impedem de serem criativos, compreendendo ou aprendendo novas habilidades. Eles nos bloqueiam e paralisam outras virtudes.

É por isso que, quando estamos com excesso de peso mental, nossos pensamentos atuam como uma refeição pesada, e provocam consequências físicas que até podem ser análogas às da obesidade. Entre elas, o esgotamento físico, que causa dificuldades para andar ou fazer esforços físicos. Também problemas para respirar normalmente, um aumento na sudorese, dores generalizadas nas articulações ou mesmo distúrbios da pele, como a acne.

Causas de sobrepeso mental
Existem muitos tipos de pensamentos tóxicos, mas alguns aos quais nós recorremos com mais frequência são os seguintes:

A crítica: quando repreendemos, julgamos ou condenamos outra pessoa, na realidade estamos nos negando. Há uma desvalorização de nossa própria autoestima e todas as nossas impotências são projetadas para outra pessoa.

A pena: a vitimização é um dos obstáculos criados pela nossa mente para que não possamos progredir. A mudança é sair daquele sofrimento autoimposto e não se envolver em pensamentos negativos, frustrantes ou impotentes.

As suposições: a única coisa que as suposições fazem é nos desgastar. As conjunturas, enigmas ou figurações apenas danificam e geram sobrepeso mental quase que automaticamente.

As condições: “Se eu tivesse feito isso, agora …”, “Talvez eu devesse ter ido …”. Se você não fez aquilo naquele momento, não se atormente. O que está feito está feito.

 Agora você só pode aprender com isso. Esses pensamentos só servem para julgar e destruir a si mesmo.

Como perder o peso mental?
Para evitar ser assediado pela toxicidade mental, não podemos deixar que os pensamentos nos dominem. Ou seja, é necessário aprender a controlá-los, e para isso você pode implementar as seguintes dicas:

Descanse sua mente: a meditação é um exercício fantástico para tentar atrair apenas ideias positivas. Outras práticas artísticas, como a pintura, podem ajudar a liberar tensão e a substituir os pensamentos por outros mais produtivos. A leitura, o cinema ou a realização de workshops e seminários também nos fazem descansar mentalmente.

Elimine as toxinas sociais: identifique as relações sociais que podem estar prejudicando você. Por exemplo, se você se cercar de pessoas que são muito críticas, acabará fazendo o mesmo. Procure um ambiente mais enriquecedor e que transmita força, energia e positividade.

Pare de pensar: ponha fim a essa recorrência tóxica. Por mais paradoxo que possa parecer, concentre-se nas ideias negativas ao máximo. E depois de alguns minutos dedicados inteiramente a elas, corte-as radical e bruscamente. Esvazie a mente.

Se os pensamentos negativos estão presentes de tempos em tempos, sua incidência física é praticamente imperceptível. Mas ao mantê-los constantemente presentes, eles podem inibir nossas capacidades e diminuir nossa qualidade de vida.

As pessoas com mentalidades excessivamente negativas buscam se afastar de sua própria realidade e se sobrepõem ao seu vazio interior com a riqueza pessoal dos outros. 

São indivíduos que precisam descarregar seus pensamentos improdutivos e libertar-se de todas as emoções desagradáveis ​​que eles produzem. Não se deixe contaminar e lute para prevenir o sobrepeso mental.

Se nos atentarmos para a qualidade de nossos pensamentos, estaremos cuidando da qualidade de nossas vidas.
 ____________________

O QUE É A MENTE? - Silvia Helena Cardoso, PhD

O cérebro, ainda que seja a mais complexa estrutura existente na Terra - talvez no universo - é um objeto bem definido: ele é uma entidade material localizada dentro do crânio, que pode ser visualizado, tocado e manipulado. É composto de substâncias químicas, enzimas e hormônios que podem ser medidos e analisados. Sua arquitetura é caracterizada por células neuronais, vias neurais e sinapses. Seu funcionamento depende de neurônios, os quais consumem oxigênio, trocando substâncias químicas através de suas membranas, e mantendo estados de polarização elétrica interrompidos por breves períodos de despolarização.
Mas... e a MENTE ?
É impressionante verificar que mesmo após vários séculos de refexões filosóficas, árdua dedicação à pesquisa cerebral e notáveis avanços no campo das neurociências, o conceito de mente ainda permanece obscuro, controverso e impossível de definir nos limites de nossa linguagem.
Uma visão fortemente sustentada, é a de que a mente é uma entidade separada do corpo; esta especulação tem suas raízes históricas: teorias antigas, determinaram hipóteses dualísticas da função cerebral, as quais admitiam que o cérebro pode ser visto mecanicamente, mas que a mente é uma entidade com uma característica física não definida. Em tais teorias, a mente era vista como um sinônimo da alma, formando uma parte integrante da cultura religiosa prevalecente. Por exemplo, René Descartes (1596-1650), o filósofo francês, perpetuou o dualismo mente-corpo de Platão (428-348 A.C.), separando filosoficamente a mente e o corpo (1). Ele estimulou o debate "Como a mente não-material influencia o cérebro e vice-versa ?" . Suas idéias permearam visões filosóficas e cientificas até os presentes dias, mudando assim, a abordagem de pesquisa do problema do "eu". Desde que a mente e o cérebro passaram a serem vistos como entidades isoladas, as pesquisas nestas áreas foram, de maneira geral, inerentemente separadas. Bioquímicos têm se preocupado com mecanismos somáticos; psicólogos têm se esforçado com as propriedades subjetivas da mente; filósofos e teólogos trazem com eles o espírito e a alma.
Mente é uma definição que tenta resgatar a essência do homem. A essência de uma pessoa emerge da existência de funções mentais que permitem a ela pensar e perceber, amar e odiar, aprender e lembrar, resolver problemas, comunicar-se através da fala e da escrita, criar e destruir civilizações. Estas expressões estão estreitamente relacionadas ao funcionamento cerebral. Assim, sem o cérebro, a mente não pode existir, sem a manifestção comportamental, a mente não pode ser expressada.
Espírito e alma parecem ser interpretações religiosas e metafísicas da mente. A neurociência tem entendido o cérebro e a mente como resultado da investigação experimental. Aceitação ou rejeição da existência de espírito ou alma depende de fé ou convicção religiosa, as quais não podem ser provadas ou desaprovadas por métodos experimentais. Parece ser mais coerente pensar que crenças são dependentes da atividade fisiológica do cérebro e de nosso ambiente cultural. Nós não podemos ter conceitos religiosos se nós não temos um cérebro funcionante (por ex., como quando a atividade do cérebro é bloqueada por coma ou anestesia profunda), e nós não podemos acreditar em coisas que nós não aprendemos, ouvimos e experenciamos. 
Não é impossível pensar que algumas pessoas podem "aprender" a acreditar na existência de Deus, vida após a morte e forças sobrenaturais porque o cérebro é provido com centros emocionais afim de satisfazer necessidades psicológicas.
Eu frequentemente pergunto a mim mesma: "Existe alguma região cerebral envolvida com a experiência mistico-religiosa ? Poderiam lesões ou a ausência daquelas regiões abolir crenças religiosas? Ou, ao contrário, poderiam "tempestades elétricas" (hiperestimulação de circuitos neuronais) provocadas por crises psicóticas ou epilépticas estar atuando em circuitos cerebrais que processam um possível sentimento religioso?"
Os cientistas geralmente são relutantes em combinar trabalho experimental com filosofia, e geralmente rejeitam considerações de possíveis implicações teológicas de seus estudos. Entretanto, poucos estudos neste campo começaram a aparecer. Saver & Rabin (2) encontraram que pistas para o substrato neural da experiência religiosa, experiência próxima da morte e alucinações, podem ser deduzidas da epilepsia límbica (o sistema límbico é descrito como o centro emocional do cérebro). Ramachandran (3) reportou que pacientes com crises do lobo temporal (o lobo temporal está envolvido com muitas funções complexas incluindo emoção e memória) algumas vezes experienciam êxtase religioso durante crises e são intensamente religiosos. Assal & Bindschaedier (4) reportaram um caso de delírio religioso em uma mulher de 39 anos de idade que tinha sofrido de injúria cerebral com concussão temporal direita 13 anos antes.
Poucos neurocientistas, tais como o prêmio Nobel Sir John Eccles, admitem que a mente é distinta do corpo, mas a maioria deles agora acredita que todos os aspectos da mente, os quais são frequentemente equiparados com a consciência, provavelmente são explicados como comportamento e química de células neuronais. Na opinião do famoso neurofisiologista José Maria Delgado (5) "é preferível considerar a mente como uma entidade funcional destituída de implicações metafísicas e religiosas per se e relacioná-la somente à existência de um cérebro e à recepção de inputs sensoriais".
Se o cérebro tem explicado a mente, como explicar os eventos mentais como sendo causados pela atividade de um grande conjunto de células neuronais? Os neurocientistas, timidamente, têm começado a combater a idéia de que esta questão é puramente filosófica ou ilusória para estudar experimentalmente, e estão começando a abordar o problema cientificamente. Eles começaram a ganhar algum entendimento sobre possíveis mecanismos cerebrais que podem ser subjacentes à processos mais complexos na experiência e comportamento humano, tais como o fenômeno da consciência, atenção e pensamento.
Um dos mais notáveis exemplos para ilustrar a relação entre o cérebro e a consciência são os achados que assumem que existem "dois cérebros" em cada cabeça (6), ou seja, cada hemisfério (cada metade do cérebro) é anatomicamente uma imagem em espelho do outro hemisfério, desde que a maioria das estruturas estão presentes em ambos os lados e se comunicam por feixes massivos de fibras. Funcionalmente, entretanto, cada hemisfério tem suas próprias áreas de especialização mental, um fenômeno que nós chamamos de "lateralização cerebral". Por exemplo, o hemisfério esquerdo está mais envolvido com funções verbais e racionais, enquanto o hemisfério direito está relacionado com funções artísticas e visuo-espaciais. As fibras interconectantes exibem um papel importante na coordenação das atividades dos hemisférios; sua lesão pode levar o indivíduo a se comportar como se os dois hemisférios fossem responsáveis por duas conciências separadas, como foi inicialmente notado por R. Sperry (o qual foi consagrado com o prêmio Nobel por isso). Em outras palavras, se a "ponte" entre os dois hemisférios é destruída, um hemisfério não pode saber o que o outro está fazendo.
Outro achado significativo nas neurociências é a correlação de eventos mentais, tais como a aprendizagem, com alterações químicas e estruturais das células nervosas (7). Atualmente, nós sabemos que em nosso cérebro novos ramos neuronais crescem em resposta à diversidade cultural, isto é, ao treino e à experiência do dia-a-dia. Cada neurônio parece contribuir para muitos comportamentos e atividades mentais. Técnicas modernas estão agora começando a revelar como o cérebro tem conseguido a notável proeza da aprendizagem. Redes artificiais de neurônios sobre computadores estão ajudando a explicar a habilidade do cérebro em processar e reter informação. Também, as ciências cognitivas modernas, que utilizam um vasto conjunto de técnicas novas, estão sendo capazes de estudar objetivamente muitos componentes do processo mental, tais como atenção, cognição visual, linguagem, imaginação mental, etc., e estão sendo correlacionadas com atividade neural por meio de imagem funcional computadorizada e estão agora abertas à investigação científica.
Finalmente, nós percebemos não somente o brilho e a fascinação exercida pelas funções mentais humanas, as quais são responsáveis pela criação e evolução de nossa sociedade, mas também a escuridão e o desespero das desfunções mentais, as quais afetam e destroem o ambiente interno e externo do ser humano. Também neste campo, os impressionantes avanços na neurociência e genética estão revelando as bases anatômicas, bioquímicas e hereditárias da esquizofrenia, mania, distúrbios afetivos e do humor, ansiedade, déficits intelectuais, distúrbios da memória e muitos outros (8, 9).
Assim, cada vez mais, estamos percebendo o que muitos influentes filósofos e teólogos dos séculos passados não podiam entender: o cérebro é complexo o suficiente para explicar os mistérios da aprendizagem, memória, emoção, criatividade, consciência, experiência místico-religiosa, loucura. Se nós concordarmos em pensar na mente como se ela fosse um conjunto de funções mentais, mais do que espírito, alma ou substância imaterial, será mais fácil continuar com os necessários estudos empíricos e então um progresso ainda mais substancial poderá ser feito não somente na busca para a natureza do homem como um indivíduo cognitivo, mas também no alívio das doenças mentais e no melhor entendimento de crenças culturais e religiosas, as quais, ao longo dos séculos, têm trazido grandes prazeres - e aflições - à humanidade.
__________________________

Gostou?
Compartilhe, o Cult agradece!

CONHEÇA AS IMPRESSIONANTES MUDANÇAS CEREBRAIS QUE A LEITURA PROVOCA

Você conhece as impressionantes 
mudanças cerebrais que a leitura provoca?

Diferentes atividades podem gerar mudanças cerebrais positivas. Uma delas é a leitura. Ela é fascinante e provoca modificações incríveis. Devo dizer que nem todos os livros são capazes de causar grande impacto mental. De acordo com vários estudos, ler histórias sobre personagens, reais ou fictícios, é uma das atividades que geram mais transformações.

Atualmente muitos se perguntam para que serve a literatura. Na verdade, algumas pessoas até questionam seu valor, acreditando que é o mesmo que assistir a um filme, mas com uma dose extra de dificuldade. Um livro e suas letras devem competir com os efeitos especiais alcançados no cinema ou na televisão. Nem todos conseguem chegar a esse ponto onde você faz parte do livro que está lendo, então, preferem ver tudo em uma tela.

No entanto, é claro que a leitura é uma experiência muito diferente da de assistir a um filme. Primeiro, você precisa de mais concentração, abstração e imaginação. Em segundo lugar, as mudanças que ela provoca no cérebro são muito mais intensas e duradouras. Vejamos o que alguns especialistas dizem sobre isso.

Mudanças cerebrais na percepção

A sua percepção do mundo muda quando você está lendo. Como afirma Keith Oatley, professor de Psicologia Cognitiva da Universidade de Toronto (Canadá), ler uma cena bem descrita equivale a vê-la.

O que sua mente faz é trazer objetos da sua memória que são semelhantes à cena descrita. Isto é como criar uma espécie de fotografia mental. Portanto, vários processos são ativados ao mesmo tempo, envolvendo memória, percepção e criatividade.

No final de uma leitura que contenha várias cenas bem descritas, teremos a capacidade de criar um álbum de cenas próprio e intransferível. É a sua mente que acomoda todos os elementos, fazendo uma associação entre o que lê e o que sabe. Isso produz mudanças no cérebro em termos de percepção e inteligência.

Ler também é viver

Raymond Mar, pesquisador, doutor em Psicologia pela Universidade de York, vai mais longe. De acordo com estudos feitos sobre isso, tudo parece indicar que o cérebro não distingue bem o que lê do que vive. Algo semelhante acontece quando assistimos a um filme, mas no caso da experiência da leitura, ela é mais íntima e profunda, de modo que gera mudanças cerebrais mais importantes.

Nossos cérebros se comportam de uma maneira muito semelhante quando imaginamos uma história e quando a vivemos na realidade. O Dr. Mar disse que ao ler o que um personagem está fazendo, em nosso cérebro são ativadas as mesmas áreas que o personagem precisaria ativar para realizar o que se propunha. Em outras palavras, vivemos esta leitura como se fôssemos o próprio personagem.

Estas mudanças que acontecem no cérebro são tão relevantes que podem ser localizadas e identificadas através de exames de neuroimagem. Por exemplo, quando o personagem anda, em nosso cérebro são ativadas as áreas motoras relacionadas ao andar. Literalmente vivemos o que lemos, e tudo graças a um tipo específico de neurônios, os neurônios-espelho. Sim, aqueles mesmo que, por exemplo, nos fazem imitar um bocejo quando vemos alguém bocejar, ou os mesmos que fazem um bebê sorrir quando lhe sorrimos.

A leitura e a empatia

Os pesquisadores dão muita ênfase às mudanças cerebrais induzidas pela leitura sobre a empatia. Primeiro, eles detectaram que as áreas do cérebro que são usados ​​para ler e compreender as ações de certos personagens são as mesmas que usamos para entender outras pessoas. No final, o que se resta no fundo de ambas as experiências é um processo de comunicação.

Assim, por um lado, vivemos o que o personagem vive como se fôssemos nós mesmos. Por outro, ao fazer este exercício também estamos aumentando nossa capacidade de compreender os outros, ao associar situações e emoções. Conclusão: a leitura é uma maneira de praticar e enriquecer nossa empatia. Nós alteramos nosso ponto de vista quando fazemos uma leitura que envolve contar uma história.

A leitura modifica nosso cérebro

O Dr. Mar dá um exemplo concreto disso. Ele se refere ao caso de uma pessoa com deficiência. Se suas experiências são narradas com muitos detalhes, e ainda que não tenhamos nenhuma limitação, chega o momento em que nós entenderemos o que aquela pessoa sente. Em outras palavras, aprendemos a nos colocar no lugar dos outros.

Estas são apenas algumas das contribuições que leitura nos traz. São as mudanças cerebrais que acontecem quando você pega um livro em suas mãos e é capturado por ele. Elas são dezenas. Uma boa leitura nos transforma positivamente, nos permite crescer, unir-nos mais profundamente à humanidade e nos tornarmos mais inteligentes.

3 CASOS CLÍNICOS QUE AJUDARAM A ENTENDER O FUNCIONAMENTO DO CÉREBRO

A neurociência conseguiu progredir graças a uma árdua pesquisa que inclui casos clínicos comuns, mas também outros realmente surpreendentes. Alguns desses casos ficaram em evidência principalmente porque suas contribuições foram decisivas para entender o funcionamento do cérebro.

O ser humano tem se mostrado resistente a admitir que a chamada “alma” ou o chamado “coração” na verdade correspondem a processos que ocorrem no cérebro. O mais importante desses casos clínicos que se tornaram clássicos é que, de uma maneira ou outra, eles evidenciam a ação e o funcionamento do cérebro no nosso mundo psíquico.

 “Todo homem pode ser, se assim se propuser, 
escultor do seu próprio cérebro.”
-Santiago Ramón y Cajal-

Nós ainda estamos longe de compreender o cérebro. No entanto, passo a passo avançamos, desvendando alguns mistérios e descobrindo outros. Os três casos clínicos que apresentamos a seguir merecem ser lembrados e levados em consideração pelo que representaram nesse sentido.

Casos que desvendaram mistérios sobre o funcionamento do cérebro

Phineas Gage, um dos casos clínicos mais interessantes
Phineas Gage era um trabalhador ferroviário dos Estados Unidos que sofreu um acidente incomum. Em setembro de 1848, o jovem operário tinha que explodir uma rocha, mas cometeu um erro e a explosão aconteceu antes do esperado. Como resultado desse erro de cálculo, Phineas voou mais de 20 metros. Ele também foi atingido por uma barra de metal que ficou alojada na sua bochecha e atravessou seu crânio, saindo pela testa.

O caso de Phineas Gage
Foi o doutor Harlow quem o atendeu e deixou seu depoimento sobre o ocorrido. O médico se mostrou muito impressionado pelo fato de Phineas ter se mantido consciente depois do acidente e não mostrar sinais de ter perdido o contato com a realidade. Ele passou por uma recuperação que durou apenas 10 semanas e em nenhum momento demonstrou ter perdido sua capacidade cognitiva.

Depois da recuperação, Phineas Gage voltou a realizar seu trabalho normalmente, mas começou a mostrar várias mudanças na sua personalidade. Antes ele era um homem tranquilo e se tornou extremamente irritado. A mesma coisa aconteceu com outras características. Esse é um dos casos clínicos que se tornou clássico porque representa uma evidência de que os padrões de comportamento – ou até mesmo o que chamamos de personalidade – estão relacionados fisicamente com o cérebro.

Apesar disso, alguns estudiosos sugerem que o efeito do trauma e o fato de ter ficado com uma deformação no rosto não foram fatores suficientemente estudados. Na opinião de alguns estudiosos, esses fatores também podem ter tido grande impacto na mudança que Phineas sofreu.

O caso do paciente HM
Esse também é um dos casos clínicos que impactaram o mundo da ciência no que diz respeito ao funcionamento do cérebro. Estamos falando de Henry Molaison, que entrou para a história como o “paciente HM”. Quando tinha 27 anos, ele passou por uma cirurgia na qual foi extraída uma parte do seu cérebro, da qual faziam parte o hipocampo e um pedaço da amígdala. O objetivo era colocar um fim aos ataques de epilepsia que esse homem sofria.

O resultado da cirurgia foi, no mínimo, surpreendente. O paciente HM se tornou incapaz de armazenar novas memórias. Ele se lembrava de tudo que tinha acontecido antes da cirurgia, mas nada além disso. Esse homem viveu para sempre, e literalmente, no presente. Ele se esquecia de tudo logo após acontecer. Por exemplo, se alguém entrava, o cumprimentava e logo em seguida saia, quando minutos depois a mesma pessoa voltava, HM era incapaz de reconhecê-la.

Durante toda sua vida, o paciente HM viveu rodeado por médicos e em meio à terrível tragédia de não conseguir formar novas memórias. Ele morreu em 2009. Como seu caso era um dos casos clínicos mais famosos, a autópsia do seu cérebro foi realizada com transmissão ao vivo pela Internet. Nesse processo se descobriu que a área mais deteriorada do seu cérebro era o “córtex entorrinal”, a mesma que fica comprometida nas fases iniciais do Alzheimer.

O caso Donald
Donald foi um homem que assassinou sua namorada sob efeito de PCP (fenciclidina). Depois ele não se lembrava de nada. Perante esses fatos, foi diagnosticada amnésia orgânica. Após sair de um confinamento psiquiátrico, Donald foi atingido fortemente na cabeça e ficou em coma. Quando ele acordou, uma coisa espantosa começou a acontecer.

Donald começou a se lembrar do assassinato, repetidas vezes, até que essa lembrança se tornou incontrolável. Continuamente ele via o assassinato na sua mente e o recriava repetidamente, uma coisa desesperadora para ele. Além disso, Donald apresentava algumas crises e dormência do lado esquerdo do seu corpo.

O caso de Donald é um dos casos clínicos mais misteriosos. A ciência ainda não conseguiu explicar por que uma lembrança perdida retornou. Muito menos sabe por que, quando a lembrança voltou, ela se manifestou de maneira tão conturbada para o paciente, algo que foi mais conturbado que a própria lembrança. 

Esses são alguns dos casos clínicos mais relevantes da história. Cada um deles nos permitiu fazer progressos, às vezes às cegas, no campo do conhecimento do funcionamento do cérebro. Lamentavelmente, as pessoas que tornaram possíveis esses progressos sofreram os efeitos de não possuir “um cérebro normal”, mas deixaram um grande presente da humanidade.

COMO NOS DESAPAIXONAMOS?


"Fomos um breve conto que lerei mil vezes."
Bob Marley

Todos nós sabemos o que é o amor, as etapas pelas quais ele passa e o que é preciso fazer para mantê-lo vivo. Mas… o que acontece com a fase do “desapaixonamento”?

Sim, isso também acontece. Nós nos apaixonamos, mas também nos desapaixonamos. A questão é por que e como isso acontece. Podemos evitar? Sempre vamos nos desapaixonar com o tempo?

Atração física e mental 
Quando nos apaixonamos por alguém nos sentimos atraídos por essa pessoa. Então por que, de repente, deixamos de nos sentir atraídos? Será que nos “cansamos” do nosso parceiro?

A atração é um dos primeiros estágios da paixão que diminui com o tempo. O nervosismo que sentíamos quando recebíamos uma ligação, por exemplo, ficou para trás, quando a pessoa nos convidava para sair ou quando queria fazer uma surpresa, também… Onde foi parar isso? Nosso corpo mudou. Já não somos os mesmos. A rotina começou a fazer efeito.

O poder do costume 
Algo de que não gostamos porque não nos trás nada de bom: tédio e monotonia. Antes tudo era novidade e agora é tudo igual.  Onde está aquilo que antes nos surpreendia? Os planos feitos juntos se perderam… já não há espontaneidade.

A falta de contato físico é fruto do costume, da rotina… começamos a reprimir demonstrações de afeto em público e as palavras carinhosas somem do nosso vocabulário. Existe uma rotina e isso “nos acomoda”, mas com o tempo, isso trás consequências. Começamos a cansar do nosso parceiro e, muito importante, a ver defeios onde antes não víamos.

Críticas destrutivas
Por que no começo tudo era perfeito e agora não é mais? Como, de repente, todos esses defeitos resolveram aparecer? Éramos cegos? Essa também é uma das fases do amor, quando vemos as qualidades exaltadas. Nós as aumentamos no início, mas quando conseguimos vê-las tal e como são, já não nos agradam.

Começamos a nos cansar daqueles comportamentos que antes tolerávamos e já não nos importamos em dizer tudo o que pensamos ao nosso parceiro, sem pensar se o estamos machucando ou não. Antes tentávamos ser mais empáticos, mais compreensivos… e de repente nos transformamos em escravos de queixas, de chateações e, até mesmo, de discussões.

Falta de comunicação 
Muito importante em qualquer relação: a comunicação. Ela nunca pode faltar, caso contrário a relação estará perdida.

É preciso interagir com o parceiro. Mas, atenção! Estamos falando de conversar, não de discutir. Trocar desejos, emoções e confiar um no outro. Tudo isso também é perdido quando acaba a atração e quando começamos a ver defeitos. Já não reconhecemos nosso parceiro… muitas vezes vemos um desconhecido.

A linha tênue da afeição 
Certamente, você já ouviu essa frase “Já não te amo, mas tenho muito carinho por você”. Todo o anterior desemboca nesse ponto. É aqui onde está perfeitamente a linha que divide o amor da afeição.

Apesar de nos desapaixonarmos, sentimos carinho por aquela pessoa com a qual compartilhamos parte da nossa vida. Foram bons e maus momentos, e vivemos todos eles. Foi uma parte importante de nossas vidas e não pensamos nela como algo negativo. Mas… o amor acabou..

Como mencionávamos anteriormente, a força da rotina e do passar dos anos provoca o desencanto, a falta de comunicação… tudo isso faz com que o amor se transforme em mera afeição.

E agora vem a grande pergunta: pode-se evitar o desamor? Depende. Nem todos os casais conseguem preservar o amor ao longo do tempo, por isso muitos acham que o amor tem data de validade. Talvez a afinidade que exista e o tipo de personalidade do seu parceiro influencie o tempo de duração do amor. O bom humor, o positivismo, fazer coisas juntos, se divertir… Isso costuma ajudar, mas depende como como sonos e de como nos sentimos.

Todo amor entre casais acaba se transformando em carinho? Você acredita que é possível evitar o desamor? 

A CIÊNCIA E O BUDISMO ESTÃO DE ACORDO: NÃO EXISTE NENHUM “EU” DENTRO DA GENTE.

Evan Thompson da Universidade de British Columbia comprovou a noção budista de anatta, ou não-“Eu”. 

A neurociência tem se interessado pelo budismo desde o fim da década de 1980, quando o Instituto Mind and Life foi criado por Sua Santidade o Dalai Lama junto com uma equipe de cientistas. Os resultados científicos que vieram desses primeiros estudos validaram o que os monges já sabem há anos – se você treinar sua mente, você consegue mudar seu cérebro. À medida que os neurocientistas começaram a estudar a mente, eles se voltaram para aqueles que são mestres da mente.

Embora o Buda não tenha ensinado anatta para as pessoas leigas – achando que poderia ser confuso demais – o conceito está centrado na ideia de que não existe um “Eu” independente. A ideia de que somos a mesma pessoa de um momento para o outro, de um ano para o outro, é uma ilusão. Thompson afirma que “o cérebro e o corpo estão em um constante fluxo. Não há nada que corresponda à sensação de que há um “Eu” que não muda”.

Se não há um “Eu” independente, isso significa que não precisamos ficar levando tudo para o lado pessoal.

É válido assistir um vídeo seu do passado ou ler algo que você tenha escrito alguns anos atrás. Seus interesses, pontos de vista, crenças, apegos, relacionamentos, etc., tudo mudou em algum sentido. Anatta não significa que você não existe; significa apenas que você está constantemente mudando, constantemente evoluindo, e tomando formas diferentes. Por que isso é importante? O que importa se não há um “Você” ou um “Eu” sólido?

Dr. Rick Hanson, autor de “O cérebro e a felicidade” e “O cérebro de Buda”, argumenta que, se não há um “Eu” independente, isso significa que não precisamos ficar levando tudo para o lado pessoal. Ou seja, nossos pensamentos internos são apenas pensamentos, e eles não nos definem. Eventos externos são apenas eventos externos, e eles não estão acontecendo para nós, pessoalmente. Ou, como diz Tara Brach, “nossos pensamentos são reais, mas não verídicos”.

É uma tremenda libertação não nos identificarmos com nossos pensamentos ou com uma ideia estabelecida do que somos. É então que conseguimos crescer e mudar – com a ajuda da neuroplasticidade. Aí, então, há a esperança de que podemos nos livrar dos nossos vícios ou maus hábitos (da mente e do corpo), uma vez que, se não estamos presos às crenças auto limitantes que são inerentes ao “Eu” independente, podemos nos orientar na direção de nos tornarmos mais quem gostaríamos de ser.

A ideia de que somos a mesma pessoa de um momento para o outro, de um ano para o outro, é uma ilusão.

Enquanto a Ciência e o Pensamento do Oriente continuarem andando juntos, é possível que mais estudos do século XXI deem respaldo a ideias de 2.600 anos. Contudo, como disse Sua Santidade o Dalai Lama: “Imagine que algo seja definitivamente provado por meio da investigação científica…. Imagine que esse fato seja incompatível com a teoria Budista. Não há dúvida de que devemos aceitar o resultado da pesquisa científica”.

Ouvir um posicionamento pró ciência vindo de um líder religioso é um alívio para muitos. No fim, budismo e neurociência parecem ter objetivos similares: o que é essa coisa que chamamos de mente e como podemos usá-la para nos tornarmos um pouco menos infelizes e um pouco mais felizes? Talvez só 10% mais feliz, como escreveu Dan Harris. 

Se não há um “Eu” independente, é pelo menos minha intenção que meu “Eu” que sempre está mudando seja equânime e, por que não, 10 por cento mais feliz. Não importa quem eu seja. 
Artigo traduzido do site Big Think

A TEIMOSIA DO CÉREBRO - Gláucia Leal


A maioria das pessoas não percebe é que um aspecto que nos faz nos apegarmos a certos pontos de vista (em detrimento de outros, mais eficientes) está diretamente relacionado com nosso próprio funcionamento cerebral.

Todo mundo quer acertar. Não importa a área da vida – ansiamos por ter ideias inteligentes, fazer a melhor escolha, tomar a decisão mais acertada.  

Não é difícil perceber que vários fatores podem nos atrapalhar no momento de privilegiar determinada linha de pensamento e seguir esse caminho. 

O que a maioria das pessoas não percebe é que um aspecto que nos faz nos apegarmos a certos pontos de vista (em detrimento de outros, mais eficientes) está diretamente relacionado com nosso próprio funcionamento cerebral.

Essa espécie de “teimosia” é resultado do que os neurocientistas denominaram efeito Einstellung (fixação funcional). 

Trata-se da “persistente tendência do cérebro de se ater a uma solução familiar para resolver um problema – aquela que primeiro vem à mente – e ignorar outras possibilidades”, explicam os cientistas Merim Bilalić e Peter McLeod, ambos doutores em psicologia.

Eles sabem do que falam: a pesquisa de Bilalić sobre esse fenômeno ganhou o Prêmio da Sociedade Psicológica Britânica para Contribuições Excepcionais de Pesquisa Médica para a Psicologia e McLeod,presidente da Fundação Oxford para Neurociência Teórica e Inteligência Artificial, tem feito importantes incursões nesse assunto. 

Os dois reconhecem que, na maioria das vezes, tipo de raciocínio é um processo cognitivo útil, já que por meio dele desenvolvemos métodos bem-sucedidos para resolver os mais variados problemas do cotidiano, desde descascar uma fruta até resolver uma equação matemática. 

E, se funciona, não há motivo para tentar várias técnicas diferentes toda vez que precisamos novamente desempenhar aquela atividade. 

O problema com esse atalho cognitivo é que ele pode inibir a busca de soluções mais eficientes ou apropriadas.

Diante disso, podemos pensar: se nosso cérebro nos faz acreditar em certas abordagens, a ponto de ignorar outras mais adequadas, ou mesmo desconsiderar que elas existam, o que podemos fazer? 

Ficamos reféns desse órgão tão sofisticado, com o qual nos confundimos? 

Simples: desconfie de suas certezas e não se contente logo de cara com as boas soluções. É claro que, ao compreender como esse curioso processo ocorre em sua cabeça, fica muito mais fácil acreditar – e apostar – que, não raro, seu cérebro poderá encontrar outras saídas ainda melhores que a primeira.
_______________________________________

QUAIS SÃO OS TIPOS DE INTELIGÊNCIA?

 

Einstein foi mais inteligente do que Tesla? O que existe em Messi e outras grandes estrelas da atualidade? Realmente é possível definir quem é o "mais inteligente de todos"? Veremos a seguir.

Até pouco tempo atrás, ninguém falava nos diferentes tipos de inteligência. A inteligência era considerada algo inato e absoluto. Acreditava-se que uma pessoa podia nascer inteligente ou não e que era impossível que isso pudesse mudar por meio da aprendizagem. Acreditava-se também que a pessoa inteligente era excepcional em todos os âmbitos da sua vida.

Howard Gardner colocou isso em dúvida e, com o tempo, expôs o que conhecemos como Teoria das Inteligências Múltiplas (1983), que indica a existência de diferentes tipos de inteligência e sugere que muitas delas podem ser desenvolvidas por meio da inteligência emocional.

Ser inteligente não significa fazer tudo com perfeição

Gardner define a inteligência como a capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que sejam valiosos em uma ou mais culturas. Ele não estabelece uma só inteligência com diferentes características, mas um conjunto de inteligências múltiplas, diferentes e independentes entre si. Desta maneira, amplia o campo do que considera inteligência e afirma que o sucesso científico não quer dizer que a pessoa seja mais inteligente em todos os aspectos da sua vida.

Ser bem-sucedido em finanças, negócios, esportes ou análises, etc., requer ser inteligente, mas em cada campo utiliza-se um tipo específico de inteligência. Pode ser que, para uma determinada disciplina, seja necessário possuir uma das inteligências, mas nenhuma é melhor ou menos relevante do que as outras. Consequentemente, na hora de se desenvolver na vida, o currículo acadêmico tem uma importância relativa.

Stephen Hawking não é mais ou menos inteligente que Seu João, o verdureiro do bairro, que é uma pessoa amorosa com os vizinhos e com seus clientes e tem uma linda família. Nem Einstein é mais inteligente que Lionel Messi, nem Bill Gates que Picasso. Essas pessoas simplesmente possuem inteligências diferentes.

Se a inteligência é entendida como uma capacidade, implica uma forma de construir o mundo, de traçar distinções, de olhar a vida. De centralizar a atenção em certos aspectos do fenômeno que se nota de acordo com o tipo de inteligência predominante na pessoa.

“Não temos apenas uma inteligência. Cada ser humano possui uma combinação única”.

– Howard Gardner-

Os oito tipos de inteligência

Todos os seres humanos são capazes de conhecer o mundo a partir de oito modos diferentes, já que são oito os tipos de inteligência descritos por Gardner.

As pessoas aprendem e implementam o sabem de diferentes maneiras. De fato, Gardner acredita que todos os seres humanos têm a capacidade de desenvolver amplamente a sua inteligência.

Essas diferenças mostram a preferência por uma área de conhecimento e constituem um desafio ao sistema de educação, que estrutura seu plano de estudos de maneira universal sob a crença de que todas as pessoas podem aprender as mesmas matérias da mesma maneira.

Vejamos, a seguir, quais são os diferentes tipos de inteligência.

Inteligência linguística

A inteligência linguística é predominante entre os líderes políticos, os escritores, os poetas, os bons redatores, etc. Utiliza os dois hemisférios do cérebro, e parece que ambos contribuem para o processamento e a compreensão da linguagem:

O hemisfério esquerdo processa o significado linguístico da prosódia. A prosódia é a cadência da fala, o ritmo, os tons e as ênfases.

O hemisfério direito processa as emoções comunicadas pela prosódia. Implica a capacidade de compreender a ordem e o significado das palavras na leitura, na escrita, e também ao falar e escutar.

No cérebro, a área de Broca está envolvida no processamento da gramática, ou seja, na produção de orações gramaticais, e a área de Wernicke na compreensão da fala.

Inteligência lógico-matemática

A inteligência lógico-matemática é a que historicamente foi considerada como a “única inteligência”. Mostra a habilidade na resolução de problemas matemáticos e de lógica.

Possui um predomínio do hemisfério esquerdo e é a inteligência dos cientistas, engenheiros, economistas, etc., pois permite a dedução, sistematização na construção de hipóteses e avaliação das mesmas, o processamento da informação e a contemplação de inúmeras variáveis ao mesmo tempo.

Nos testes mentais, principalmente os que exploram o quociente de inteligência (QI), são avaliadas a inteligência lógico-matemática associada com a linguística, já que a primeira é não verbal e se desenvolve mais no campo das ideias.

Inteligência espacial

A inteligência espacial é a que consiste em formar um modelo mental do mundo em três dimensões: é a inteligência predominante nos artistas, principalmente nos escultores, arquitetos, marinheiros, engenheiros, cirurgiões, decoradores, fotógrafos, desenhistas e publicitários, entre outros.

 

O hemisfério direito é a parte do cérebro encarregada do cálculo espacial. Quando ocorre uma lesão na parte posterior do cérebro no hemisfério direito, a pessoa tende a ficar desorientada, não reconhecendo rostos ou cenas.

A resolução de problemas espaciais é uma capacidade utilizada da navegação, no ato de dirigir um carro em direção a um lugar desconhecido, no uso de mapas, até no jogo de xadrez e, é claro, nas artes gráficas e visuais, e no uso de três dimensões. Permite criar imagens mentais, representar ideias e, consequentemente, permite desenhar mostrando a representação ideal. A seletividade na atenção está depositada em detalhes visuais.

Inteligência musical

A inteligência musical é a que possibilita a expressão adequada de músicos, cantores, bailarinos, compositores, críticos musicais, etc. Permite escrever, criar e analisar a música. É a capacidade de cantar, dançar, escutar, tocar instrumentos.

No hemisfério direito encontram-se algumas áreas que não estão totalmente localizadas, e que estão relacionadas à percepção e à produção musical. No desenvolvimento infantil, existe uma habilidade natural e uma percepção auditiva (ouvido e cérebro) inata na primeira infância. Esta é a habilidade para aprender sons, tons, tocar instrumentos.

Inteligência corporal cinestésica

A inteligência corporal cinestésica é a capacidade de se expressar através do corpo e desenvolver ações que exijam força, coordenação e equilíbrio, rapidez, flexibilidade, fazer reparos ou criar por meio das mãos, etc.  É a inteligência dos artesãos, esportistas, cirurgiões, escultores, atores, modelos, bailarinos, etc.

 

O controle de movimento e domínio do próprio corpo está localizado no cérebro, mais precisamente no córtex motor: cada hemisfério domina ou controla os movimentos corporais correspondentes ao lado oposto.

Além da motricidade grossa, a evolução dos movimentos corporais específicos (motricidade fina) é de grande importância para o desenvolvimento da espécie humana, desde a habilidade de coordenar o macro, até resolver problemas que implicam a habilidade de manusear ferramentas.

Está claro que existe uma distinção entre conduzir cineticamente para solucionar um problema e utilizar o corpo para competir ou praticar um esporte, ou expressar emoções em dança ou criar esculturas, já que enquanto a primeira é combinada com uma inteligência lógico-matemática, o restante ingressa no universo da intuição.

Inteligência intrapessoal

A inteligência intrapessoal é a que permite conhecer e entender a si mesmo. É a que possibilita realizar uma introspecção sobre os aspectos internos, conscientizar-se a respeito da própria identidade, acessar o universo das emoções, interpretar as próprias condutas nas ações, conectar-se com o próprio sistema de crenças, em síntese, tudo o que envolve se relacionar com o mundo interno.

São os lobos frontais que proporcionam a quota analítica e crítica sobre nós mesmos, e os pré-frontais os que nos proveem dos valores morais que nos guiam sobre o que está certo e o que está errado.

A inteligência intrapessoal é a capacidade de planejar objetivos, entender as próprias habilidades para desenvolvê-las, conhecer o próprio potencial de acordo com as metas. Implica poder refletir sobre si mesmo gerando autoconhecimento com o intuito de dar o melhor à sua volta. Em outras palavras, permite se compreender melhor e trabalhar consigo mesmo.

Fundamentalmente, esta análise e reflexão sobre si é a base que acentua a identidade pessoal (quem sou), é o que nos possibilita ter um lugar nos sistemas.

A inteligência interpessoal é a que permite compreender outras pessoas, e inclusive trabalhar com elas, assim como ajudar as pessoas a identificar e superar problemas. Por esta razão, é possível encontrar bons vendedores, líderes políticos e religiosos, professores ou terapeutas e mestres.

É a capacidade de detectar nos outros seu estado de espírito, características de personalidade, expectativas, até mesmo sua intencionalidade. É a habilidade de alcançar a interação humana, de captar intenções, ler a linguagem implícita, mensagens paraverbais, conseguir agir da maneira mais efetiva, tendo empatia nas relações.

Dentro dos aspectos neurofisiológicos, os lobos frontais e pré-frontais desempenham um papel importante no conhecimento interpessoal. Os seres humanos integram sistemas que implicam a interação social, cooperação, solidariedade, ajuda, liderança, elementos que geram coesão e harmonia em grupo.

Inteligência naturalista

A inteligência naturalista é a capacidade de observar e estudar a natureza com o objetivo de conhecê-la, classificá-la e ordená-la. É própria dos biólogos e botânicos, que agrupam espécies ou grupos de objetos e pessoas e estabelecem diferenças e semelhanças entre eles.

Gardner afirma que esta inteligência teve suas origens nas necessidades do homem primitivo de se adaptar ao contexto, já que deveria reconhecer quais eram as espécies permitidas para alimentação e quais eram prejudiciais, além da necessidade de construir elementos para a caça, adaptar-se ao clima e às suas mudanças, poder se refugiar e se proteger dos perigos.

Os naturalistas são hábeis para observar, identificar e classificar os membros de um grupo ou espécie, ou criar novas tipologias. Possuem a habilidade de reconhecer fauna e flora. Isso também pode ser aplicado em qualquer âmbito da ciência e cultura, pois as características desta inteligência são as características de pessoas que se dedicam à pesquisa e aplicam sistematicamente o método científico.

Em maior ou menor medida, as pessoas aplicam este tipo de inteligência quando se ocupam de plantas, animais, mudanças climáticas, etc., mas essa capacidade se une à classificação científica. A inteligência naturalista é uma revisão posterior de Gardner (1986) e foi adicionada às inteligências múltiplas, razão pela qual atualmente são 8 os tipos de inteligência descritos.

Ser inteligente é ter consciência de quem somos

“A inteligência, o que consideramos ações inteligentes, são modificadas ao longo da história. A inteligência não é uma substância na cabeça, como a gasolina é para um tanque [de carro]. É uma coleção de potencialidades que se completam”.

– Howard Gardner-

Certamente, quando você leu cada um dos tipos de inteligência e suas descrições, sentiu-se mais identificado com uma ou várias. Isso é algo perfeitamente normal e, além disso, muito útil.

Ser consciente do tipo ou tipos de inteligência que possuímos nos dá a possibilidade de reconhecer nossas limitações e capacidades, bem como treinar as inteligências nas quais não nos consideramos tão hábeis.

Polir a inteligência que temos e melhorar nosso déficit é uma forma de melhorar a nós mesmos e nosso universo de vínculos.

Ser inteligente não é somente ser hábil em matemática, saber classificar melhor todas as espécies de animais, fazer uma escultura monumental bem detalhista ou ter um bom currículo ao se candidatar a um emprego. Na vida real, ser inteligente é muito mais do que isso.

Fonte: a mente é maravilhosa

_______________________________________________________________________________________________________________

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.
Livros de Edmir Saint-Clair

Escolha o tema:

- Mônica El Bayeh (1) 100 DIAS QUE MUDARAM O MUNDO (1) 45 LIÇÕES QUE A VIDA ME ENSINOU (1) 48 FRASES GENIAIS (1) 5 CHAVES PARA FREAR AS RELAÇÕES TÓXICAS NA FAMÍLIA (1) 5 MITOS SOBRE O CÉREBRO QUE ATÉ OS NEUROCIENTISTAS ACREDITAM (1) A ALMA ESTÁ NA CABEÇA (1) A FUNÇÃO SOCIAL DA CULPA (1) A GREVE DAS PALAVRAS (1) A LUCIDEZ PERIGOSA (1) A PANDEMIA VISTA DE 2050 (1) A PARÁBOLA BUDISTA (1) A PÍLULA DA INTELIGÊNCIA (1) A PRÁTICA DA BOA AMIZADE (1) A PREOCUPAÇÃO EXCESSIVA COM A APARÊNCIA FÍSICA (1) A QUALIDADE DO SEU FUTURO - Edmir Silveira (1) A SOMBRA DAS CHUTEIRAS IMORTAIS (1) A Tua Ponte (1) A vergonha pode ser o início da sabedoria (1) AFFONSO ROMANO DE SANT'ANNA (5) Amigos (4) amizade (2) ANA CAROLINA DECLAMA TEXTO DE ELISA LUCINDA (1) ANDRÉ COMTE-SPONVILLE (3) ANTONIO CÍCERO (2) ANTÓNIO DAMÁSIO (3) ANTÔNIO MARIA (2) ANTONIO PRATA (2) antropologia (3) APENAS UMA FOLHA EM BRANCO SOBRE A MESA (1) APOLOGIA DE PLATÃO SOBRE SÓCRATES (1) ARISTÓTELES (2) ARNALDO ANTUNES (2) ARNALDO BLOCH (1) Arnaldo Jabor (36) ARTHUR DA TÁVOLA (12) ARTHUR DAPIEVE (1) ARTHUR RIMBAUD (2) ARTHUR SCHOPENHAUER (5) ARTUR DA TÁVOLA (9) ARTUR XEXÉO (6) ASHLEY MONTAGU (1) AUGUSTO CURY (4) AUTOCONHECIMENTO (2) BARÃO DE ITARARÉ (3) BARUCH SPINOZA (3) BBC (9) BBC Future (4) BERNARD SHAW (2) BERTRAND RUSSELL (1) BISCOITO GLOBO (1) BRAINSPOTTING (1) BRUNA LOMBARDI (2) CACÁ DIEGUES (1) CAETANO VELOSO (10) caio fernando abreu (5) CARL JUNG (1) Carl Sagan (1) CARLOS CASTAÑEDA - EXPERIÊNCIAS DE ESTRANHAMENTO (1) CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (23) CARLOS EDUARDO NOVAES (1) CARLOS HEITOR CONY (3) CARTA DE GEORGE ORWELL EXPLICANDO O LIVRO 1984 (1) CECÍLIA MEIRELES (5) CELSO LAFER - Violência (1) CÉREBRO (17) CHARLES BAUDELAIRE (4) CHARLES BUKOWSKI (3) Charles Chaplin (4) Charles Darwin (2) CHÂTEAU DE VERSAILLES (1) CHICO ANYSIO (3) Christian Ingo Lenz Dunker (9) CIÊNCIA E RELIGIÕES (1) CIÊNCIAS (20) CIENTISTA RUSSO REVELA O QUE OCORRE CONOSCO APÓS A MORTE (1) cinema (6) CLARICE LISPECTOR (17) CLÁUDIA LAITANO (3) CLAUDIA PENTEADO (8) Coletâneas Cult Carioca (1) COMO A INTERNET ESTÁ MUDANDO AS AMIZADES (1) COMO A MÚSICA PODE ESTIMULAR A CRIATIVIDADE (1) COMO A PERCEPÇÃO DO TEMPO MUDA DE ACORDO COM A LÍNGUA (1) COMO A PERDA DE UM DOS PAIS PODE AFETAR A SUA SAÚDE MENTAL (1) COMO A SOLIDÃO ALIMENTA O AUTORITARISMO (1) COMO COMEÇAR DO ZERO EM QUALQUER IDADE (1) COMPORTAMENTO (528) Conexão Roberto D'Avila - STEVENS REHEN - IMPERDÍVEL - ALTISSIMO NIVEL DE CONHECIMENTO (1) CONHEÇA 10 PESSOAS QUE QUASE FICARAM FAMOSAS (1) conhecimento (6) CONTARDO CALLIGARIS (17) CONVERSAS NECESSÁRIAS (1) CORA CORALINA (3) CORA RÓNAI (6) CORTES DIRETO AO PONTO (32) Cristiane Segatto (8) CRÔNICAS (992) Crônicas. (172) CRUZ E SOUSA (1) CULT MOVIE (5) CULT MUSIC (10) CULT VÍDEO (21) DALAI LAMA (5) DALTON TREVISAN (1) Dante Alighieri (1) DANUZA LEÃO (30) DE ONDE VÊM OS NOMES DAS NOTAS MUSICAIS? (1) DEEPAK CHOPRA (3) DENTRO DE MIM (1) DRAUZIO VARELLA (11) E. E. CUMMINGS (3) EDGAR MORIN (2) Edmir Saint-Clair (78) EDUARDO GALEANO (3) ELIANE BRUM (25) ELISA LUCINDA (4) EM QUE MOMENTO NOS TORNAMOS NÓS MESMOS (1) Emerson (1) EMILY DICKINSON (1) Emmanuel Kant (1) Empatia (3) entrevista (11) EPICURO (3) Epiteto (1) Erasmo de Roterdam (1) ERÓTICA É A ALMA (1) Eu Cantarei de Amor Tão Docemente (1) Eu carrego você comigo (2) Fábio Porchat (8) FABRÍCIO CARPINEJAR (5) FEDERICO GARCIA LORCA (2) FERNANDA TORRES (23) FERNANDA YOUNG (6) Fernando Pessoa (13) FERNANDO SABINO (4) FERREIRA GULLAR (24) FILHOS (5) filosofia (217) filósofo (10) FILÓSOFOS (7) Flávio Gikovate (25) FLORBELA ESPANCA (8) FRANCISCO DAUDT (25) FRANZ KAFKA (4) FRASES (39) Frases e Pensamentos (8) FREUD (4) Friedrich Nietzsche (2) Friedrich Wilhelm Nietzsche (1) FRITJOF CAPRA (2) GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ (2) GEMÄLDEGALERIE - Berlin - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) GERALDO CARNEIRO (1) Gilles Deleuze (2) HANNAH ARENDT (1) HELEN KELLER (1) HELOISA SEIXAS (10) Heloísa Seixas (1) Henry David Thoreau (1) HERMANN HESSE (10) HILDA HILST (1) IMMANUEL KANT (1) INTELIGENCIA (2) intimidade (6) IRMÃ SELMA (1) Isaac Asimov. (1) ISABEL CLEMENTE (2) IVAN MARTINS (22) JEAN JACQUES ROUSSEAU (1) JEAN PAUL SARTRE (1) JEAN-JACQUES ROUSSEAU (3) Jean-Paul Sartre (2) JEAN-YVES LELOUP - SEMEANDO A CONSCIÊNCIA (1) Jô Soares (4) JOÃO CABRAL DE MELO NETO (1) JOÃO UBALDO RIBEIRO (14) JOHN NAUGHTON (1) JORGE AMADO (1) JORGE FORBES (1) jornalista (3) JOSÉ PADILHA (2) JOSE ROBERTO DE TOLEDO (1) JOSÉ SARAMAGO (8) JULIO CORTÁZAR (2) KAHLIL GIBRAN (3) Kant (2) KETUT LIYER (1) Khalil Gibran (5) Klaus Manhart (2) KRISHNAMURTI (1) Lao-Tzu (1) LE-SHANA TOVÁ TIKATEVU VE-TECHATEMU - Nilton Bonder (1) LEANDRO KARNAL (3) LEDA NAGLE (2) LÊDO IVO (2) LETÍCIA THOMPSON (2) literatura (69) literatura brasileira (23) LUIGI PIRANDELLO (2) LUIS FERNANDO VERISSIMO (15) LUIS FERNANDO VERÍSSIMO (7) LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO (13) LUIS VAZ DE CAMÕES (2) LUIZ FERNANDO VERISSIMO (6) LYA LUFT (33) LYGIA FAGUNDES TELLES (1) MADHAI (4) Mahatma Gandhi (5) Maiakowski (1) MANOEL CARLOS (11) MANOEL DE BARROS (1) MANUEL BANDEIRA (4) MAPA INTERATIVO PERMITE VIAJAR NO TEMPO E VER 'SUA CIDADE' HÁ 600 MILHÕES DE ANOS (1) Marcel Camargo (12) MARCELO RUBENS PAIVA (7) MARCIA TIBURI (12) MARÍLIA GABRIELA entrevista RAFINHA BASTOS (1) MARINA COLASANTI (6) MÁRIO LAGO (1) Mário Prata (3) MÁRIO QUINTANA (15) MÁRIO SÉRGIO CORTELLA (4) MARIO VARGAS LLOSA (1) MARK GUNGOR (1) martha medeiros (92) MARTIN LUTHER KING JR (1) MARTINHO DA VILA (1) MELATONINA: O HORMÔNIO DO SONO E DA JUVENTUDE (1) MIA COUTO (14) MIA COUTO: “O PORTUGUÊS DO BRASIL VAI DOMINAR” (1) MICHEL FOUCAULT (1) MIGUEL ESTEVES CARDOSO (4) MIGUEL FALABELLA (14) Miguel Torga (2) MILAN KUNDERA (1) MILLÔR FERNANDES (3) MOACYR SCLIAR (12) MÔNICA EL BAYEH (4) Monja Cohen (1) MUSÉE D'ORSAY - PARIS - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) MUSEU NACIONAL REINA SOFIA - Madrid - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) MUSEU VAN GOGH - Amsterdam - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) NÃO DEVEMOS TER MEDO DA EVOLUÇÃO – Edmir Silveira (1) NARCISISMO COLETIVO (1) Natasha Romanzoti (3) NÉLIDA PIÑON (1) NELSON MANDELA (1) NELSON MOTTA (28) NELSON RODRIGUES (3) NEUROCIÊNCIA (143) NILTON BONDER (1) NOAM CHOMSKY (2) NOITE DE NATAL (1) O BRASIL AINDA NÃO DESCOBRIU O CABRAL TODO (1) O CLIQUE (1) O MITO DA CAVERNA DE PLATÃO: A DUALIDADE DA NOSSA REALIDADE (1) O MITO DO AMOR MATERNO – Maria Lucia Homem (1) O Monge Ocidental (2) O MUNDO DA GENTE MORRE ANTES DA GENTE (1) O MUNDO SECRETO DO INCONSCIENTE (1) O PENSAMENTO DE CARL SAGAN (1) O PODER DO "TERCEIRO MOMENTO" (1) O PODER TERAPÊUTICO DA ESTRADA - Martha Medeiros (1) O QUE A VIDA ENSINA DEPOIS DOS 40 (1) O QUE É A TÃO FALADA MEDITAÇÃO “MINDFULNESS” (1) O QUE É A TERAPIA EMDR? – Ignez Limeira (1) O QUE É BOM ESCLARECER AO COMEÇAR UM RELACIONAMENTO AMOROSO (1) O QUE É CIENTÍFICO? - Rubem Alves (1) O que é liberdade (1) O QUE É MAIS IMPORTANTE: SER OU TER? (1) O QUE É MENTE (1) O QUE É MODERNIDADE LÍQUIDA (1) O QUE É O AMOR PLATÔNICO? (1) O QUE É O PENSAMENTO ABSTRATO (1) O QUE É OBJETIVISMO (1) O QUE É SER “BOM DE CAMA”? (1) O QUE É SER INTELIGENTE (1) O QUE É SER LIVRE? (1) O QUE É SER PAPA? - Luiz Paulo Horta (1) O QUE É SERENIDADE? (1) O QUE É UM PSICOPATA (1) O QUE É UMA COMPULSÃO? - Solange Bittencourt Quintanilha (1) O QUE FAZ O AMOR ACABAR (1) O que se passa na cama (1) O ROUBO QUE NUNCA ACONTECEU (2) O Sentido Secreto da Vida (2) OBRIGADO POR INSISTIR - Martha Medeiros (1) OCTAVIO PAZ (2) OLAVO BILAC (1) ORGASMO AJUDA A PREVENIR DOENÇAS FÍSICAS E MENTAIS (1) ORIGEM DA CONSCIÊNCIA (1) Os canalhas nos ensinam mais (2) OS EFEITOS DE UM ÚNICO DIA DE SOL NA SUA PELE (1) OS HOMENS OCOS (1) OS HOMENS VÃO MATAR-SE UNS AOS OUTROS (1) OTTO LARA RESENDE (1) OUTROS FORMATOS DE FAMÍLIA (1) PABLO NERUDA (22) PABLO PICASSO (2) PALACIO DE VERSAILLES - França - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) Pandemia (2) PAULO COELHO (6) PAULO MENDES CAMPOS (2) PEDRO BIAL (4) PENSADORES FAMOSOS (1) pensamentos (59) PERFIL DE UM AGRESSOR PSICOLÓGICO: 21 CARACTERÍSTICAS COMUNS (1) PERMISSÃO PARA SER INFELIZ - Eliane Brum com a psicóloga Rita de Cássia de Araújo Almeida (1) poemas (8) poesia (281) POESIAS (59) poeta (76) poetas (18) POR QUE A CULPA AUMENTA O PRAZER? (1) POR QUE COMETEMOS ATOS FALHOS (1) POR QUE GOSTAMOS DE MÚSICAS TRISTES? (1) porto alegre (6) PÓS-PANDEMIA (1) PRECISA-SE (1) PREGUIÇA: AS DIFERENÇAS ENTRE A BOA E A RUIM (1) PROCRASTINAÇÃO (1) PROPORÇÕES (1) PSICANALISE (5) PSICOLOGIA (432) psiquiatria (8) QUAL O SENTIDO DA VIDA? (1) QUANDO A SUA MENTE TRABALHA CONTRA VOCÊ (1) QUANDO FALAR É AGREDIR (1) QUANDO MENTIMOS MAIS? (1) QUANDO O AMOR ACABA (1) QUEM FOI EPICURO ? (1) QUEM FOI GALILEU GALILEI? (1) Quem foi John Locke (1) QUEM FOI TALES DE MILETO? (1) QUEM FOI THOMAS HOBBES? (1) QUEM INVENTOU O ESPELHO (1) Raul Seixas (2) Raul Seixas é ATROPELADO por uma onda durante uma ressaca no Leblon (1) RECEITA DE DOMINGO (1) RECOMEÇAR (3) RECOMECE - Bráulio Bessa (1) Reflexão (3) REFLEXÃO DE BERT HELLINGER (1) REGINA NAVARRO LINS (1) REJUVENESCIMENTO - O DILEMA DE DORIAN GRAY (1) RELACIONAMENTO (5) RENÉ DESCARTES (1) REZAR E AMAR (1) Rick Ricardo (5) RIJKSMUSEUM - Amsterdam - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) RIO DE JANEIRO (10) RITA LEE (5) Robert Epstein (1) ROBERT KURZ (1) ROBERTO D'ÁVILA ENTREVISTA FLÁVIO GIKOVATE (1) ROBERTO DaMATTA (8) Roberto Freire (1) ROBERTO POMPEU DE TOLEDO (1) RUBEM ALVES (26) RUBEM BRAGA (1) RUTH DE AQUINO (16) RUTH DE AQUINO - O que você revela sobre você no Facebook (1) Ruy Castro (10) SAINDO DA DEPRESSÃO (1) SÁNDOR FERENCZI (1) SÁNDOR MÁRAI (3) SÃO DEMASIADO POBRES OS NOSSOS RICOS (1) SAÚDE MENTAL (2) Scott O. Lilienfeld (2) século 20 (3) SÊNECA (7) SENSAÇÃO DE DÉJÀ VU (1) SER FELIZ É UM DEVER (2) SER MUITO INTELIGENTE: O LADO RUIM DO QUAL NÃO SE FALA (1) SER OU ESTAR? - Suzana Herculano-Houzel (1) Ser Pai (1) SER PASSIVO PODE SER PREJUDICIAL À SAÚDE (1) SER REJEITADO TORNA VOCÊ MAIS CRIATIVO (1) SERÁ QUE SUA FOME É EMOCIONAL? (1) SEXO É COLA (1) SEXO TÂNTRICO (1) SEXUALIDADE (2) Shakespeare. O bardo (1) Sidarta Ribeiro (4) SIGMUND FREUD (4) SIMONE DE BEAUVOIR (1) Simone Weil (1) SINCERICÍDIO: OS RISCOS DE SE TORNAR UM KAMIKAZE DA VERDADE (1) SÓ DE SACANAGEM (2) SÓ ELAS ENTENDERÃO (1) SOCIOLOGIA (10) SÓCRATES (2) SOFRER POR ANTECIPAÇÃO (2) Solange Bittencourt Quintanilha (13) SOLITÁRIOS PRAZERES (1) STANISLAW PONTE PRETA (5) Stephen Kanitz (1) Steve Ayan (1) STEVE JOBS (5) SUAS IDEIAS SÃO SUAS? (1) SUPER TPM: UM TRANSTORNO DIFÍCIL DE SER DIAGNOSTICADO (1) Super YES (1) Suzana Herculano-Houzel (10) T.S. ELIOT (2) TALES DE MILETO (2) TATE BRITAIN MUSEUM (GALLERY) (1) TERAPIA (4) THE METROPOLITAN MUSEUM OF ART (1) THE NATIONAL GALLERY OF LONDON - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) THIAGO DE MELLO (2) TODA CRIANÇA É UM MAGO - Augusto Branco (1) Tom Jobim (2) TOM JOBIM declamando Poema da Necessidade DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (1) TONY BELLOTTO (3) Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (2) TRUQUE DO PANO: PROTEJA O CACHORRO DO BARULHO FEITO PELOS FOGOS DE ARTIFÍCIO (1) UM CACHORRO PRETO CHAMADO DEPRESSÃO (1) UM ENCONTRO COM LACAN (1) UM VÍRUS CHAMADO MEDO (1) UMA REFLEXÃO FABULOSA (1) UNIÃO EUROPEIA INVESTE EM PROGRAMA PARA PREVER O FUTURO (1) ÚNICO SER HUMANO DA HISTÓRIA A SER ATINGIDO POR UM METEORITO (1) velhice (2) Viagem ao passado (2) VICTOR HUGO (4) VÍDEO - O NASCIMENTO DE UM GOLFINHO (1) VÍDEO - PALESTRA - MEDO X CRIATIVIDADE (1) VÍDEO ENTREVISTA (2) VÍDEO PALESTRA (14) Vinícius de Moraes (3) VIVIANE MOSÉ (4) VLADIMIR MAIAKOVSKI (2) W. B. YEATS (1) W. H. Auden (2) WALCYR CARRASCO (4) WALT WHITMAN (4) Walter Kaufmann (1) Way Herbert (1) Wilhelm Reich (2) WILLIAM FAULKNER (1) William Shakespeare (4) WILSON SIMONAL e SARAH VAUGHAN (1)

RACISMO AQUI NÃO!

RACISMO AQUI NÃO!