TIMIDEZ: UM FANTASMA DIFÍCIL DE CONVIVER - Solange Bittencourt Quintanilha


A timidez é caracterizada por um complexo de inferioridade, falta de confiança em si próprio, sentimento de vulnerabilidade...  
Uma pessoa tímida tem dificuldade na busca de novos empregos, ao iniciar novas amizades e namoros, quando precisa pedir informações a estranhos, quando tem necessidade de reclamar seus direitos , falar com chefes ou qualquer autoridade, em qualquer situação desconhecida. Assim, a timidez surge nas mais variadas e diferentes situações da vida social.
As maiores causas da timidez são o medo de não ser aceito, não ser gostado, não ser apreciado e acabar sendo rejeitado. Ao mesmo tempo sente uma necessidade vital de agradar a todos, de receber amor e carinho.
O tímido tem muitos medos, tais como, falar em público, expor sua idéias ou a si mesmo, conversar com estranhos, ser o centro das atenções, pois teme ser avaliado, julgado e não aceito. Discrição é a palavra favorita dos tímidos. Essas inibições , portanto trazem limitações em todas as esferas da sua vida
Nas situações sociais, falam pouco, não aproveitam de muitos eventos , mesmo que agradáveis, apresentam dificuldades de interação, principalmente se for com uma pessoa de quem eles se sentem atraídos (costumam se achar desajeitados e incompetentes ). Vivem muito em casa, num certo isolamento, para evitar situações que lhe provoquem sofrimento, e deixam de treinar suas escassas habilidades por medo, permanecendo num círculo vicioso.
Nas atividades profissionais são muitas vezes prejudicados no trabalho, porque têm dificuldade de pedir aumento, de manter uma boa postura profissional, inseguros nas entrevistas não só com chefes, mas com clientes também.
Costumam viver com muito conflito, porque são extremamente exigentes com eles mesmos. Carregam dentro deles uma voz implacável, que está sempre julgando, criticando, impedindo a interação pela falta de confiança tão grande que costuma sentir.
Importante chamar atenção para um fato, que é o tímido, por estar sempre tenso nas situações sociais, passar para as outras pessoas uma imagem de “poucos amigos“, de ser alguém de difícil acesso ou até mesmo uma imagem de ser uma pessoa arrogante. É uma situação muito triste, pois é totalmente irreal e até injusta.
Importante averiguar o clima em que ela cresceu. Se ela se sentia rejeitada e mal-amada, carregando com ela o sentimento de desvalorização, de baixa autoestima e de insegurança. Tentar se aprofundar nas suas dificuldades diante de uma possibilidade de fracasso e na incapacidade de suportar a avaliação do outro, por acreditar que só poderia ser péssima. Conhecer também quais as experiências ruins do passado que colaboraram para esse sentimento e comportamento.

A timidez pode ter diversos sintomas. Os mais comuns são:
- elevada ansiedade
- taquicardias
- suor frio
-aperto no peito / dor no estômago
- se ruborizar, abaixar os olhos para não encarar o outro...

O sofrimento é muito grande, e por isso é bastante importante uma terapia, para que a pessoa possa entender seus medos, suas desvalias, suas dificuldades, suas inseguranças pessoais, adquirir mais confiança para obter uma transformação gradativa de di própria, na busca de uma tranquilidade e fortalecimento da sua autoestima. No momento em que ela adquirir esses recursos para uma mudança, ela viverá com mais alegria, por enxergar sua beleza interior.
Com toda a certeza, é possível superar a timidez e ter uma vida normal. 

FERNANDA TORRES - Mundo animal

No morro atrás de onde eu moro vivem alguns urubus. Eles decolam juntos, cerca de dez, e aproveitam as correntes ascendentes para alcançar as nuvens sobre a Lagoa Rodrigo de Freitas. Depois, planam de volta, dando rasantes na varanda de casa. O grupo dorme na copa das árvores e lembra o dos carcarás do Mogli. Às vezes, eles costumam pegar sol no terraço. Sempre que dou de cara com um, trato-o com respeito. O urubu é um pássaro grande, feio e mal-encarado, mas é da paz. Ele não ataca e só vai embora se alguém o afugenta com gritos.

Recentemente, notei que um bem-te-vi aparecia todos os dias de manhã para roubar a palha da palmeira do jardim. De vez em quando, trazia a senhora para ajudar no ninho. Comecei a colocar pão na mesa de fora, e eles se habituaram a tomar o café conosco. Agora, quando não encontram o repasto, cantam, reclamando do atraso. Um outro casal descobriu o banquete, não sei a que gênero esses dois pertencem. A cor é um verde-escuro brilhante, o tamanho é menor do que o do bem-te-vi e o Pavarotti da dupla é o macho. Sempre me impressiono com o volume dos trinados vindos de um bichinho tão pequeno.

A ideia de prender um passarinho na gaiola, por mais que ele se acostume com o dono, é muito triste. Comprei um periquito, uma vez, criado em cárcere privado, e o soltei na sala. Achei que ele ia gostar de ter espaço. Saí para trabalhar e, quando voltei, o pobre estava morto atrás da poltrona. Ele tentou sair e morreu dando cabeçadas no vidro. Carrego a culpa até hoje. De boas intenções o inferno está cheio.

Vi a notícia de uma pesquisadora do Pantanal que espalhou abrigos de madeira pela região para ajudar na reprodução das araras-azuis. Uma ideia simples que fez diferença e ainda contribuiu para que outros irmãos penados, como corujas e águias, tivessem um teto. Estou pensando seriamente em fazer o mesmo aqui.

Quase infartei de espanto no dia que vi a capivara da Lagoa. Eu não esperava que fosse tão grande. Era um sábado ensolarado, ela estava dormindo na beira d’água, debaixo do manguezal. Os pelos eram como agulhas pontudas e juntou gente para tirar foto. Soberana, a bicha nem se importou com a fama, levantou a cabeça, olhou em volta e retomou o cochilo.

Estive no Zimbábue em 1996. A vida selvagem da África é tão imperiosa que o hotel recebia a visita habitual de elefantes, javalis e babuínos. Não estou falando de uma reserva afastada, era na zona urbana que circunda Victoria Falls. Havia placas espalhadas por todo o lodge alertando os visitantes de que não era seguro brincar com os animais.

Os javalis enfezados encaravam a gente no caminho do lobby e os macacos invadiam os quartos. Nós, homens, éramos menos donos dali do que eles, uma inversão rara de sentir no mundo civilizado, um receio ancestral de ser mais frágil, mais lento e menos preparado para sobreviver à seleção natural das espécies.

Na Índia, os animais também dominam as ruas, andam em gangues e te miram com curiosidade. É uma experiência estranha a de pedir licença aos macacos para entrar em um templo ou se sentar para jantar.

O Rio de Janeiro existe entre lá e cá, entre o asfalto e a Mata Atlântica, mas a fauna daqui é mais delicada do que a africana e a indiana. Quem tem janela perto do verde conhece bem o que é conviver com os micos. Nos meus tempos de São Conrado, eu costumava acordar com um monte deles esperando a boia. Foi a primeira vez que experimentei cativar espécies não domesticadas.

Lanço aqui a campanha: crie vínculos com um curió, uma paca ou um formigueiro que seja. Eles são fiéis e independentes, não exibem sinais de carência e conectam você com a mãe natureza.

Experimente, ponha um pãozinho no parapeito e veja se alguém aparece.

FERNANDO BRANT - O egoista e o solidário

Dizer que se ama a humanidade é fácil. 
Difícil é respeitar os outros no dia a dia.

Gente existe que pensa que tem o rei no umbigo. Anda pela vida como se fosse o maioral, um deus a quem todos devem reverência. Pisa em quem estiver à frente, o que importa é que seus desejos sejam satisfeitos.

Houve um tempo em que pensei que isso fosse exclusividade do capitalismo, que exacerba o individualismo e a competição desenfreada. Aprendi que não importa o nome do regime e que por baixo de discursos de desprendimento e compreensão coletiva se escondem farsas, mentiras e violência.

É fácil amar a humanidade, essa abstração presente nas palavras dos sinceros e dos demagogos. Difícil é, no dia a dia, no cara a cara com as pessoas, respeitar de fato as pessoas com quem convivemos nos lugares em que realmente habitamos: a casa, a rua, nossa cidade. Fala-se muito que padecemos de uma herança colonial que acostumou os que eram, e ainda se sentem, senhores a mandar e desmandar de acordo com sua conveniência. E que nem a independência e a proclamação da República apagaram essa mácula que nos acompanha até hoje.

A igualdade de todos perante o coletivo se apaga, o sociólogo Roberto da Matta nos lembra sempre, diante da frase abominável que ainda se ouve, infelizmente, em nosso país: “você sabe com quem está falando?” Quem diz isso é um idiota, que não compreende sua insignificância diante dos semelhantes e, muito mais, diante da vastidão do planeta que é um grão de areia em relação ao que conhecemos do universo.

Sabemos de inúmeros exemplos de pessoas que se dedicam à solidariedade, à ajuda desinteressada aos outros. Eles são essenciais, embora pareça uma ilusão a idéia de que algum dia, pela tecnologia e pelo esforço de todos, se chegue a uma desigualdade menor, uma igualdade possível. Mas vamos, cada um, fazendo a sua parte. Nas relações do dia a dia em casa, no trânsito, no trabalho, na escola.

E é necessário que se lembre que a generosidade que existe no mundo vem muito mais de pessoas comuns, aquelas que vivem e sofrem o mesmo que seus vizinhos. Não de quem quer se promover, sair nos jornais e postular posições na política ou na sociedade.

Os egoístas são falastrões e pretendem ser os eternos mandões, mesmo que seu mandato tenha se encerrado e, mais importante, que ele seja apenas mais um na multidão. A democracia é o poder de todos, e ninguém manda em ninguém. Os solidários entendem isso, mas preferem se calar por recato.

A Cultura, tão desprezada por nossos governos, nos traz sensibilidade, aguça a inteligência, abre caminhos para que compreendamos melhor o barro de que somos feitos. A razão e a falta dela estão com o Oriente e o Ocidente. Os bons não estão só de um lado, nem os maus. O ser humano é complexo, mas vale a pena.

VIVIANE MOSÉ - Sobre as mulheres

O ser humano nasce pronto, mas incompleto.

 Essa incompletude se resolve na vida e nas relações sociais. Ser mulher, assim como ser homem, mais do que um fator biológico, é um fenômeno social. Não somente os papéis sociais, mas a própria subjetividade se compõe a partir de modelos que se fazem e desfazem de acordo com a época, a cultura, a idade, a necessidade.

O mal que a sociedade fez, a nós mulheres, assim como fez aos homens, foi a imposição de um único papel social, de um único modelo. Ao contrário dos gregos que, mesmo sendo bastante opressora com as mulheres, as representavam em papéis muito distintos, como a guerreira, a mãe, a esposa ciumenta, a mística, a sedutora, etc, nos foi dado um lugar restrito, confinado, sem opção, o lugar de santa, dona de casa, esposa casta, mãe. Mas e o lugar dos homens era um bom lugar?

O homem, mesmo ocupando o papel de opressor, também sofria a restrição de um papel social excessivamente rígido: homens não choram, são provedores da família, têm que ser viris, etc. E a luta das mulheres, ao contrário de ser contra os papéis sociais opressores, se tornou, em uma determinada perspectiva, contra os homens.

Ainda permanece nas lutas que travamos um ranço, uma reatividade, uma vingança, não somente contra os homens, mas contra a maternidade, os trabalhos domésticos, o cuidados com os filhos, a fragilidade, a sensibilidade, ou tudo que nos lembre aquilo que um dia fomos. E terminamos nos tornando um ser híbrido, que nasceu não de uma ação, mas de uma reação, um ser que nega a si mesmo, nega seu corpo, seus hormônios, suas lágrimas pré menstruais, e busca cada vez mais conquistar espaços sociais, honras, que nunca fizeram felizes aos homens e hoje oprime e apaga mulheres cada vez mais sozinhas e poderosas. Que percebem, tarde demais, devido ao limite de nosso relógio biológico, que não era nada daquilo que queriam.

Quem somos mulheres de hoje? Mulheres cada vez mais independentes, mas talvez excessivamente independentes, ou oprimidas pela independência. Por isso mulheres maravilhosas, incríveis, criativas, fantásticas, belas, mas sozinhas, aprisionadas por um plano, um projeto de vida construído em reação a opressão a que fomos submetidas. A hora agora nos exige um novo passo: não se trata mais de tomar um lugar, mas de criá-lo: qual o lugar de nossa diferença, qual o lugar que nos faz florescer? Precisamos construir um espaço que nos caiba e este espaço deve ser necessariamente complexo, como nosso corpo, nossa potencialidade. A mulher expande pra dentro, mas também explode pra fora em forma de broto, filho criação, invenção.

ANA PAULA PADRÃO - O Valor das Diferenças

A lei que obrigaria empregadores a pagar salários iguais 
para homens e mulheres na mesma função é louvável. 
Pena que seja inócua.

Acho curioso o argumento pelo qual a mulher ganha menos que o homem na mesma função porque trabalha menos ao longo da vida. Afinal, ela procria. Passa meses em casa cuidando da cria. A tese é, em geral, defendida por homens.

E a lógica masculina costuma ser uma via de mão única. Ora, partindo desse raciocínio, bastaria que a mulher cedesse os direitos sobre seu útero ao empregador! Aposto que algum executivo já pensou nisso – e achou uma boa ideia –, apenas não teve coragem de implementá-la. Sabe como é, dizem eles, essas feministas fazem um barulho danado…

Sei que temos, nós mulheres, alguma responsabilidade sobre esse estado de coisas. Defendemos ardorosamente a igualdade de gêneros por tempo demais. Graças ao bom-senso, essa época ficou para trás e até Camille Paglia já mudou de opinião. Somos, homens e mulheres, muito diferentes. E as corporações foram feitas por eles, para que eles trabalhassem nelas. Empresas são masculinas. A gestão empresarial é masculina.

Talvez por isso seja mais fácil para os CEOs pensar em controlar os úteros infiltrados ali do que mudar métodos gerenciais. Ou simplesmente não fazer nada e elas que se conformem com salários mais baixos.

Outra iniciativa, até louvável, é a lei aprovada no Senado brasileiro que obrigaria empregadores a pagar salários iguais para homens e mulheres na mesma função. Pena que seja inócua. Em 1963, John Kennedy assinou o Equal Pay Act, proibindo as diferenças salariais entre gêneros nos Estados Unidos. Hoje, quase 50 anos depois, as mulheres americanas ganham em média 81 centavos para cada dólar recebido por um homem na mesma função. Além de injusto é ilegal. E ilegalidades costumam dar cadeia nas democracias desenvolvidas. Mas não tenho notícia de um dono de empresa que tenha ido parar atrás das grades por pagar menos às mulheres.

Do ponto de vista feminino a coisa toda é muito mais simples. Ganhamos menos que os homens por vários motivos, todos associados à cultura empresarial. Não tomamos uísque no happy hour da firma.

Não estamos no futebol das quartas-feiras à noite. Não participamos dos torneios de golfe dos fins de semana. Portanto, não fazemos networking, que é o saudável papinho que resolve tantos problemas além das reuniões. Não temos, na empresa, a ajuda de uma diretora para acompanhamento de carreira. Não temos exemplo. Não fazemos autopromoção. Em geral achamos a prática cabotina. E temos sim uma infinidade de funções paralelas ao nosso trabalho na empresa. Inclusive a função de mãe.

Não nos comportamos como homens porque não somos homens. E não devemos ser, pelo bem da diversidade criativa. Empresas que por suas práticas gerenciais empurram mulheres ambiciosas à masculinização só colaboram para que nos tornemos umas chatas. Para alcançar postos de direção e bons salários somos condenadas a viver eternamente cansadas, representando um papel que não nos cabe e alimentando uma frustração permanente com nosso reflexo no espelho. Ou, se desistimos da carreira e vamos para casa cuidar da família, viramos umas párias sociais, as fracassadas, as mulherzinhas. Empresas, não briguem com nossos úteros. O melhor de nós está
na feminilidade. O melhor do mundo está nas diferenças. Tenham coragem de mudar. Para que as mulheres que trabalham aí não precisem fazer isso. 


CAMINHOS DA LIBERDADE - Autoria desconhecida

Quando cortas uma flor para ti, começas a perdê-la...
Porque murchará em tuas mãos e não se fará semente para outras primaveras.

Quando aprisionas um passarinho para ti, começas a perdê-lo...
Porque não mais cantará no bosque para ti 
e nem criará outros passarinhos para continuarem seu canto.

Quando não arriscas tua liberdade para tê-la, começas a perdê-la...
Porque a liberdade que tens só se comprova quando te atiras optando e decidindo por vontade própria.

Quando não deixas partir o teu filho para a vida, começa a perdê-lo...
Porque nunca o verás voltar para ti livre.
Lembre-se: Não existe preço para a Liberdade, 
mas uma belíssima recompensa para quem a utiliza com o desprendimento da alma.

Ter para sempre, junto a si a Fidelidade daqueles que, livres dos grilhões, 
se comprazem em serem seus eternos amigos!

Quem Ama ... Liberta com a certeza da volta espontânea ao aconchego!
Aprende no caminho da vida a paradoxal lição da experiência:

Sempre ganhas o que libertas e perdes o que reténs.

VÍDEO PALESTRA - QUEM CUIDA DE QUEM ? - PETER BURKE (Legendado)

Quem cuida de quem?
O café filosófico cpfl traz o historiador Peter Burke falando sobre a preocupação com o outro. Cada vez mais ouvimos, especialmente em filmes de Woody Allen, “I care about you” (eu me preocupo com você), quando o sentido mais próprio seria “gosto de você” ou mesmo “eu te amo”. Quando e por que o gostar do outro incorporou essa ideia de cuidado, de preocupação com o que o outro faça ou sofra?
Peter Burke é historiador.

O MEDO DA MUDANÇA – Edmir Silveira

O medo está nos rondando o tempo todo,
nos fazendo engolir sapos maiores que a boca.
Mas, por outro lado, foi o que nos manteve vivos até aqui...

Sem nos darmos conta, lá está ele tentando encaixar nossas atitudes, e pior, as dos outros também, em modelos que nem sabemos direito se servem aos nossos anseios. Tudo para termos a sensação de segurança.

Quanto mais previsível, quanto menos mudanças na rotina, mas seguro o ser humano se sente. É a, estranhamente, chamada zona de conforto, que de conforto não tem nada. O nome certo é zona de tédio.

Essa, erradamente chamada zona de conforto, é uma consequência não desejada causada pelo medo que a simples idéia de mudança, de um status quo para outro desconhecido, provoca. Mas as mudanças ocorrem o tempo todo, percebamos ou não. Não dependem da nossa vontade.

Esse é o cenário de um dos nossos maiores conflitos internos, provocado pelo antagonismo entre o medo transcendental, instintivo e necessário e a capacidade de pensar e entender adquirida durante esses milhares de anos de evolução que nos permitiram controlar um sem número de perigos reais aos quais aquele medo servia como alerta fundamental para a sobrevivência.

Mesmo com todo essa evolução, o medo da mudança continua a ser uma força muito poderosa no ser humano, só que, atualmente,  é menos explícito e vive escondido nas pequenas coisas, sendo um dos responsáveis por diversos tipos de sofrimento em nossas vidas. 

Ouvi de um amigo psicanalista algo que me ficou na cabeça e que os anos só reforçam a verdade que ela traduz:

- "O ser humano só se sente seguro vivendo uma rotina previsível, mesmo que isso signifique viver em péssimas condições, aparentemente insustentáveis se vistas de fora, mas que ele já conhece e está acostumado. É péssimo, mas é um péssimo que ele conhece. Essa força é tão poderosa que a simples idéia de romper com a situação e partir para algo novo causa pânico. Resumindo, a natureza do ser humano o impele a ficar no sofrimento conhecido, mas que não o mata, a arriscar qualquer outra coisa que ele não conheça. A origem desse comportamento é aquele mesmo medo necessário e primitivo que o fez permanecer vivo para contar e fazer história há milhares de anos. O que diferencia cada indivíduo é o nível de coragem para enfrentar esse medo, que hoje já não é tão necessário quanto na época em que fugíamos de predadores nas florestas”.

Não raras vezes, nos deparamos com essa realidade em vários aspectos da vida. Nas relações familiares, profissionais, amorosas, fraternas e quantos mais aspectos houver.

Admiro muito as pessoas que conseguem se desvencilhar rápido de situações incomodas da vida.

É claro que tudo tem sua particularidade e nada pode ser posto numa mesma sacola. Mas, existe uma linha, que pode ser tênue, de onde, a partir dali qualquer um tem certeza do dano que aquela situação está trazendo a um ou a quantos mais estiverem envolvidos.

Seja em que âmbito for, chega um momento em que o desgaste é tão forte e nítido que a mudança é absolutamente inevitável e urgente. E isso sempre gera insegurança, que é outro nome para o medo.

No amor isso é muito nítido. Do início da descida até se esborrachar no fim, a gente vem se ralando todo ladeira abaixo. E, não raras vezes, essa ladeira dura anos. Imagine quanta ralação, quantos machucados daqueles bem ardidos poderiam ser evitados.

É bem doloroso. Quando mais tempo dura a ladeira com mais machucados a gente chega no final. O que esquecemos é que podemos, a qualquer momento, interromper essa descida e evitar mais machucados.

Saber interromper antes que os machucados se aprofundem demais é o que decide os próximos relacionamentos e conseqüentemente nossa possibilidade de ser feliz. 
Ou seja, essa decisão é das mais sérias: a hora de parar. A hora de dar um fim a uma situação infeliz e não olhar mais para trás.

Saber a hora de parar de sofrer é fundamental para não perder a crença em si mesmo. É necessário acreditar que podemos produzir nossa própria felicidade.

Porque, quantos mais machucados estivermos mais tempo eles demorarão a cicatrizar. E a vida não espera. O tempo passa.

É importante sermos sinceros ao respondermos nossas próprias perguntas. Precisamos saber pelo menos o que pensamos de verdade sobre nossos próprios assuntos. Precisamos estipular nossos limites.

A Tolerância é necessária, sem ela não se vive, não se aprende e nem se evolui. Mas, a partir de um tênue limite, passa a ser submissão, conformismo e covardia.

Mudar dá medo. Principalmente quando a decisão da mudança envolve coisas básicas como mudar de casa, ficar sozinho, trocar um emprego mais ou menos, mas que paga as contas, por um projeto que se der certo vai te dar a vida que você deseja (isso não está ligado a dinheiro necessariamente!). Mas, que também pode dar errado.

E daí? Tudo pode dar errado, principalmente o que está dando certo.
Já que o que está dando errado, se mudar, só pode mudar para dar certo.

Se der errado é porque não mudou. Então, vai ter que continuar mudando até dar certo.

E, pode ter certeza, uma das coisas que mais ajudam a persistir até que dê certo, é o bom humor e o autoconhecimento. Sem eles a vida não tem graça.
Ou seja, veja-se por que ângulo for, é preciso mudar sempre.

Até para que o que já está dando certo continue dando.

*Essa crônica faz parte do livro A Casa Encanta - Contos do Leblon, Edmir Saint-Clair
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LYA LUFT - Drogas: o labirinto

 


"O vício se desenvolve e se torna poderoso nas águas turvas 
do desejo de morte, da falta de equipamento para enfrentar 
a vida, da fuga da realidade para uma solução mais fácil."

O drama da adição e sua rara salvação é um desses temas que rodeia na ponta dos pés, num misto de medo, compaixão e respeito. Escrevi em meu livro mais recente (A Riqueza do Mundo) um capítulo inteiro sobre o labirinto da adição: não com conselhos ou receitas, mas mais uma vez partilhando angústias. A humanidade sempre gostou ou precisou fugir do real, que pode ser duro, às vezes duro demais. Freud comentou certa vez que a dor do mundo se torna quase insuportável para alguns, que precisariam do conforto de um remédio, droga, qualquer coisa, para sobreviver. Drogas têm sido o assunto nosso de cada dia, não o pão, mas o veneno da alma. O tema nos atinge com uma tremenda sensação de impotência, pois avassala o mundo mata a juventude, enriquece os traficantes, e deixa perplexos médicos, psiquiatras e policiais. Uma vez dentro desse labirinto que nos devora, dificilmente encontramos a saída.

Então, por que nos drogamos? Irresponsabilidade, brincadeirinha, desafio ao mundo instituído, medo da realidade, desespero pelo excesso de pressão? Tudo nos pressiona: a sociedade (ou a família) quer que sejamos bons, competentes, os melhores; a sexualidade é imposta com precocidade e insensatez; o mercado de trabalho é difícil, somos lançados nele quase sem preparo; os péssimos exemplos vindos de autoridades e líderes nos incutem desesperança; somos atropelados de todos os lados. Então a gente esquece os compromissos, machuca os amores, foge do olhar interrogativo ou do silêncio acusador, sucumbe ao conforto do esquecimento cada vez mais urgente, olvido na garganta, na veia.
Um ponto singular é que a maioria dos que bebem ou usam drogas (exceto o crack, que produz uma adição quase imediata, e a morte rápida) não se vicia. Isso torna a questão mais complexa ainda: por que uns sim outros não? O vício se desenvolve e se torna poderoso nas águas turvas do desejo de morte, da falta de equipamento para enfrentar a vida, da fuga da realidade para uma solução mais fácil. Uma vez instalado, corrói a honra, a dignidade, a vontade, os amores. Chega quase inexoravelmente o abandono da família , pois nessa tumultuada arena a família adoece também, de várias formas. O viciado é um náufrago: arrasta consigo os que o amam, e não sabe disso. Ou não pode evitar. Em casa torna-se um estranho, buscando sobreviver, os envolvidos se afastam ou fingem ignorar. Possivelmente antes disso chegou também a ruína financeira. O desastre profissional. A fuga dos amigos. Por isso nos anestesiamos ainda mais: morreu o instinto de sobrevivência, último a nos abandonar.

Leio que agora até no sertão brasileiro o crack, mais barato e mortal que outras drogas, começa a sua devastação. É vendido em rodoviárias, levado para o interior, permitindo talvez que muitos miseráveis e sem esperança tenham seus momentos de delírio e sonho, fujam da realidade para logo ser levados deste mundo, pois essa droga, mais que todas, mata rapidamente. Ricos e pobres, intelectuais e operários ou domésticas, a vida é para todos perturbadora. Precisaríamos ser um pouco heróis, um pouso estoicos, para escolher outro caminho, para resistir. Ou um pouco mais sábios, isto é, tentando remar contra a maré do consumismo, dos joguinhos de poder, da cobiça (mais cargos, mais grana, mais prazeres, como a criança que não larga o peito de mãe) Insaciáveis e insuficientes para nossos próprios tão vastos desejos, por outro lado pusilânimes, apelamos para a droga (incluindo o álcool) com uma espantosa ignorância dos males que causa, como se eles fossem lenda, histórias de bruxas par assustar crianças. Nós, porém, somos onipotentes, somos inatingíveis, conosco nada vai acontecer além de momentos de alívio. Faltando estabilidade, projetos, afetos, alegria, qualquer rodoviária nos abrirá as portas do falso paraíso, mesmo que ele dure só alguns momentos, e atrás dele se abram os abismos do inferno, não míticos infernos de anjos caídos, mas o labirinto onde se desperdiça a vida.

MÁRCIA TIBURI - Somos livres?

Somos livres. Esta frase pode parecer muito abstrata hoje diante do cotidiano atropelado de afarezes, atividades, responsabilidades que todas as pessoas têm. Ninguém tem tempo de pensar na questão de “ser livre” e esta falta de tempo parece ser a prova de que a liberdade não existe. Quem, ao trabalhar demais, sem poder realizar outros aspectos de sua vida (como o conhecimento que envolve leituras, filmes, boas conversas, até mesmo a possibilidade de freqüentar cursos, de fazer viagens, de desenvolver sua criatividade, de aprender, enfim, coisas novas), pode dizer que é livre?

Lazer é o nome que damos a tudo isso que constantemente nos falta. O lazer não é algo que podemos abandonar em nome do trabalho. Em geral, é o que deixamos de lado quando estamos na luta pela sobrevivência. Mas é o nosso lazer que nos ensina e nos prepara para sermos seres humanos melhores, mais elaborados, inclusive no trabalho e, sobretudo, em relação a nossa família e amigos. É neste mundo que recarregamos nossas energias para os esforços que temos que fazer em nosso dia a dia.

Onde entra a liberdade neste caso? O lazer não é só um pacto que fazemos com a liberdade, mas a chance de expandi-la para todas as esferas da nossa vida. Liberdade é o nome que se dá ao fato de que escolhemos nossos rumos. Se não escolhemos não somos livres. O fato de que não temos tempo para o lazer prova que não temos liberdade. Ou que não sabemos usá-la. Uma parte da vida se perde aí. O problema maior da liberdade é que a vida também pode ficar meio sem sentido quando não pensamos no que estamos fazendo com ela. A liberdade é, portanto, mais do que algo que se tem ou não se tem, que se sabe ou não se sabe usar. Ela é uma capacidade de pensar na própria vida e de optar de modo responsável pelas próprias escolhas.

A liberdade é algo que faz parte do ser humano. Ninguém pode sentir que se tornou um ser humano sem que tenha tomado a liberdade como algo seu. Esta é uma idéia que vem de não muito tempo atrás. É uma idéia moderna que apareceu junto com o desejo humano que cada indivíduo tem de ter posse sobre si mesmo. Liberdade não é apenas algo que nos limita desde que pensamos que a de um termina onde começa a de outro. É mais que isso. Liberdade é a capacidade de organizar a vida para que trabalho e lazer possam ser possíveis. Mas, sobretudo, é ter consciência de si dentro destas dimensões da vida.

COMO DEIXAR A VIDA MAIS LEVE E AGRADÁVEL.- Solange Bittencourt Quintanilha

Muitas vezes, nossas preocupações são sobre coisas 
que ainda nem existem e podem nem acontecer. 

São apenas pensamentos negativos, apenas fantasias que só existem na mente e não na realidade. Muitos adoecem sem saber que a causa disso é um emaranhado de preocupações.
Várias coisas insignificantes levam muita gente a viver conflitos que causam diversos sofrimentos. Pouquíssimos, dentre nós, são vítimas de grandes danos e crueldades. São os pequenos golpes em nosso amor-próprio, certas injustiças, ligeiros abalos em nossa vaidade, expectativas que não se realizaram, falhas que não suportamos, que causam grandes parte dos nossos sofrimentos.
Precisamos ter certa aceitação dos problemas que acontecem, das situações desagradáveis, pois esse é o primeiro passo para se dominar as consequências de qualquer infortúnio. Podemos escolher entre aceitá-las como coisas inevitáveis, e ajustar-nos a elas, ou prejudicar a nossa vida com descontroles e revoltas. Até certo ponto, a decisão entre um caminho ou outro é racionalmente de cada um de nós.
A verdade, é que desperdiçamos enormes quantidades de energia e sofremos profundamente pela ansiedade que é gerada quando nos sentimos angustiados quanto ao futuro, principalmente porque desejamos ter controle sobre ele.

A vida (e na maioria das vezes aprendemos muito tarde) está em se viver cada hora a cada dia, realizar uma tarefa de cada vez, valorizando o “hoje”, ao invés de perder tanto tempo pensando: “Quando eu for adulto, quando eu me casar, quando eu me aposentar, quando eu ganhar na loteria...”

Muitas pessoas vivem sonhando com um mágico roseiral colorido que se encontra além do horizonte, em lugar de apreciar as rosas que desabrocham hoje à nossa volta.

A confusão é a causa principal das preocupações.
Na verdade, um problema bem formulado já é um problema meio resolvido, já que 50% das preocupações se dissipam logo que se chega a uma decisão clara e definitiva. Ou seja, o principal obstáculo para isso é a confusão mental, a falta de clareza na formulação da situação de forma realista.

Para isso, é necessário tentar entender os fatos da maneira mais realista possível, porque, por estarmos muito preocupados, nossas emoções ofuscam a clareza e a objetividade, e ficamos agitados, confusos, andando de um lado para o outro.

Muito importante, portanto, é examinar atentamente todas as possibilidades, as causas e os efeitos e se organizar para por em prática a decisão tomada, sem adiar as suas decisões.

Fadiga e cansaço
O trabalho mental sozinho não cansa tanto, são os fatores psicológicos ou emocionais, tais como: tédio, ressentimento, perfeccionismo, ansiedade, preocupações, pressões, sentimento de rejeição ou de inutilidade... que produzem tensões nervosas em nosso corpo e nos cansam enormemente.
Muitas vezes é necessário falar com um profissional que possa nos escutar, nos orientar e nos ajudar a elaborar esses conflitos.

As circunstâncias, por si sós, não nos tornam felizes ou infelizes. É a maneira como reagimos ante as circunstâncias que determina os nossos sentimentos.
Importante, é aceitar que há situações inevitáveis, que não podem ser de outro modo, mas que podemos tentar buscar as alternativas possíveis para a melhor resolução.

Outro ponto importante é a pessoa se aceitar e gostar de si mesma. Quando ela luta porque quer ser diferente, quer ser outra pessoa, essa é uma fonte de muitas neuroses e sofrimento.

Inúmeros homens de sucesso começaram a vida com tantos obstáculos que precisaram de um empenho enorme, acima do normal, para realizar seus empreendimento mas que conseguiram sucesso e grandes recompensas. Temos vários exemplos históricos: Beethoven era surdo, Darwin era inválido, Tchaikovsky tinha muitas depressões, Ray Charles era cego e Helen Keller era cega e surda...

O que se torna muito pesado, é que raramente as pessoas pensam no que tem, mas sempre no que falta. Com esse pensamento, fica difícil uma pessoa se sentir satisfeita ou realizada na vida (o “buraco” ou a “falta” estará sempre presente).
É preciso valorizar as coisas boas que possuímos.

Finalizando
Os nossos pensamentos têm uma grande influência na nossa saúde física e mental.
Se escolhermos os pensamentos acertados e positivos, estaremos no caminho que nos conduzirá à solução dos problemas, sem deixar que os erros e fracassos nos derrotem. Devemos utilizar as vivências do passado somente como aprendizado e crescimento emocional, mas nunca ficar prisioneiro dele.
As coisas não se resolvem magicamente e nem no exato momento que desejamos, existe um tempo para que as coisas se resolvam.
É muito importante modificar nossa atitude mental, procurando ver a melhor maneira, o melhor ponto de vista, para fazermos escolhas acertadas.
É de vital importância fazermos, também, na vida o que gostamos, o que nos dá prazer e alegrias. É lá, onde o nosso interesse for atraído, onde vislumbrarmos a alegria e satisfação, que se encontrará a energia que precisamos para viver bem.
Solange Bittencourt Quintanilha

HOMENS E MULHERES ENXERGAM O MUNDO DE MANEIRA DIFERENTE?

Homens e mulheres têm uma perspectiva diferente do mundo? 
A ciência já tem uma resposta para isso.

Porém, ela não é psicológica. O que um novo estudo da Universidade da Cidade de Nova York (EUA) descobriu é que os dois sexos têm literalmente uma visão diferente do mundo.

Por exemplo, os homens têm uma maior sensibilidade a pequenos detalhes e objetos em movimento rápido. Já as mulheres são melhores em distinguir entre as cores.

Fisicamente diferentes
Os pesquisadores já sabiam que os sexos exibiam diferenças nas funções sensoriais. O córtex cerebral (região do nosso cérebro) tem um número muito elevado de receptores de testosterona, o que pode ser uma base para as diferenças entre homens e mulheres quanto aos nossos sensos.

Por exemplo, a audição tem claras diferenças de sexo (relacionadas aos níveis de testosterona). De todos os principais sistemas sensoriais, apenas a visão não tinha ainda sido examinada em busca de diferenças entre os sexos, o que, segundo os cientistas, é surpreendente, porque o lobo occipital (nossa área primária de projeção visual) pode ter a maior densidade de receptores de testosterona no córtex.

Sendo assim, eles examinaram funções visuais básicas em homens e mulheres com visão normal, em busca de diferenças.

Quando os voluntários foram solicitados a descrever cores mostradas a eles dentro de todo o espectro visual, os pesquisadores notaram que a visão de cores dos homens era “desviada”. Eles precisavam de um comprimento de onda ligeiramente mais longo para observar a mesma tonalidade que as mulheres.

Eles também eram menos capazes de discriminar entre as cores, ou seja, para os homens, é como se o espectro de cores fosse “menor” (talvez seja por isso que carmim, escarlate, coral, salmão, vinho, etc., para eles é tudo “vermelho”, mas nós, mulheres, sabemos que não são).

Os pesquisadores também usaram uma imagem de barras claras e escuras para medir a sensibilidade ao contraste dos participantes. Essas barras podiam ser horizontais ou verticais, e os voluntários tinham que dizer qual delas eles estavam vendo. Mas, em cada imagem, quando as barras claras e escuras eram alternadas, a imagem parecia tremer.

Variando a rapidez com que as barras eram alternadas, ou quão próximas elas ficavam, os pesquisadores descobriram que, a taxas mais lentas de mudança de imagem, os observadores perdiam a sensibilidade quando as barras eram próximas, e ganhavam sensibilidade quando as barras eram afastadas.

Quando a mudança de imagem era mais rápida, ambos os sexos eram menos capazes de adivinhar corretamente as imagens. Ainda assim, em geral, os homens eram mais capazes de “resolver o quebra-cabeça” com imagens mais rápidas e mais próximas.

Conclusão
Como com outros sistemas sensoriais, existem diferenças marcadas na visão dos sexos. Os pesquisadores acreditam que a testosterona desempenha um papel importante, levando a conectividades diferentes em homens e mulheres.

As mulheres têm uma melhor visão de cores, e os homens têm sensibilidade significativamente maior para detalhes e estímulos em movimentos rápidos, o que os cientistas acreditam ser consistente com os papéis sexuais em sociedades de caçadores-coletores (da qual nós evoluímos).
Por Natasha Romanzoti[Daily Science]

AMOR DA FAMÍLIA É FUNDAMENTAL PARA DESENVOLVIMENTO SADIO DO CÉREBRO


Segundo um novo estudo da Universidade Harvard e do Hospital Infantil de Boston, ambos nos EUA, estar em um ambiente familiar propício estimula o crescimento do cérebro e o desenvolvimento de habilidades mentais nas crianças.

Os pesquisadores analisaram imagens de ressonância magnética do cérebro de órfãos romenos de 8 a 11 anos de idade, sendo que alguns deles tinham sido adotados.

Os cientistas afirmam que a maioria dos lares de adoção (casas institucionais de cuidados dos órfãos) tem poucos cuidadores para muitas crianças, e, sendo assim, o atendimento é altamente regulamentado e o investimento do cuidador nas crianças é baixo.

Ao comparar as crianças colocadas em cuidados de terceiros com as que cresceram em um ambiente tipicamente doméstico, os pesquisadores descobriram que as primeiras menores níveis de substância branca e cinzenta, dois componentes do sistema nervoso central do cérebro.

Eles também descobriram que os órfãos que mais tarde foram adotados, ou seja, passaram a morar com famílias, tinham níveis normais de substância branca, mas menos massa cinzenta.

A substância branca retransmite mensagens para o cérebro e desempenha um papel fundamental na nossa capacidade de aprendizagem, permitindo que o cérebro funcione de forma apropriada, enquanto a substância ou massa cinzenta contém células nervosas e governa nossos músculos, sentidos, memória, emoções e fala.

Pode ser que o déficit em massa cinzenta nas crianças sob cuidados de terceiros tenha a ver com a ausência de estimulação necessária para o desenvolvimento normal do cérebro no inicio da vida, já que elas conviveram muito tempo com privação, negligência física e psicológica.

Também pode explicar por que as crianças que passam muito tempo sob cuidados não familiares têm, em média, QI mais baixo e menos competências linguísticas, além de estarem em maior risco de problemas de desenvolvimento, tais como déficit de atenção/hiperatividade e problemas de saúde mental.

A conclusão é de que crianças expostas à criação institucional (não familiar) passam muito tempo em um ambiente privado sem uma experiência adequada para o desenvolvimento normal do cérebro.

Os dois primeiros anos de vida são um período especialmente sensível, que exerce um efeito máximo no desenvolvimento cognitivo da criança. Para crianças em lares institucionais, o ideal é ser adotado o mais rápido possível.

E famílias que relegam o cuidado com seus filhos a terceiros, por exemplo, babás em tempo integral ou creches? A pesquisa não é clara nesse ponto, afinal estudou órfãos, mas essa é uma questão que vale reflexão, afinal, o estudo fala da importância de um ambiente familiar, amoroso, ou como os cientistas o chamam, “tipicamente doméstico”, para um desenvolvimento mental ideal.

Será que não é sempre melhor que os pais ou parentes mais próximos cuidem das crianças, do que “instituições” ou terceiros? O que você acha?
Por Natasha Romanzoti - [Telegraph]

HÉLIO PELLEGRINO - Supermãe

Mário de Andrade, em seu livro A Costela do Grão Cão, tem um poema que começa assim:
Existirem mães, /Isso é um caso sério. /Afirmam que a mãe /Atrapalha tudo, /É fato, ela prende /Os erros da gente, /E era bem melhor /Não existir mãe.” O poema segue, por aí afora, numa ascendente espiral de beleza, até a inigualável explosão final: “Oh virgens, perdei-vos, /Pra terdes direito /A essa virgindade /Que só as mães têm!”

Rubem Braga, numa crônica deliciosa de O Homem Rouco, dedicada ao Dia das Mães, conta a história de uma Mãe que, de repente, na praia, dá por falta do filho. Catastrófica, amputada, a Mãe hasteia o seu supergrito de desespero e horror: todo o mundo, siderado, põe-se a procurar o afogado, em rebuliço, em pânico, em convulsões e preces, até que o Joãozinho aparece lampeiro, com um sorvete na mão. A Mãe, com um tapa, quase derruba sorvete e filho — "menino desgraçado!" —, e a este, trombudo, humilhado, só resta o recurso de murmurar, entre dentes: "Mãe é chaata...".
Otto Lara Resende, num conto chamado Mater Dolorosa, narra a desventura de um menino progressivamente asfixiado pela longa — e incurável — doença da mãe. O sofrimento materno, à semelhança de um miasma em expansão, passou a impregnar todo o espaço doméstico, invadindo as salas, os móveis, o porão, o quintal, as gaiolas de passarinhos, e tudo o mais que existisse na casa. O menino, as criações,as próprias plantas começaram a morrer, confinados
e apáticos, até que a morte da mater dolorosa, num cruel paradoxo, lhes trouxesse de novo o sol, a vida e a liberdade.

Mãe será chata mesmo? Parece que, por um lado, os depoimentos neste sentido convergem, numa quase unanimidade afirmativa. O próprio Ziraldo, em bilhete a mim enviado, a propósito de sua personagem, a Supermãe, dá a respeito um testemunho saboroso. Diz ele: “Na província; nós fomos criados jogando bola na rua e voltando pra casa, pra lavar os pés e dormir. Mãe era uma coisa boa e meio distante. Cheguei aqui, e era um tal de fazer amigo que tinha que voltar pra casa, por causa da mãe, que eu fiquei besta. Cunhei até uma frase para um deles: ‘A mãe é o maior inimigo do homem´".

O Ziraldo, como bom mineiro, não se compromete. Fala da mãe dos outros e das supermães alheias, no que, aliás, obra bem. De qualquer forma, a frase dele é uma jóia de humor e de intuição psicológica. Mãe é coisa de tal forma portentosa, e de tão subida força, que um pouco é preciso denegri-la, pichá-la, para poder perdê-la. O curioso e dramático, na dialética da relação mãe-filho, é que o filho, para poder ganhar-se, enquanto sujeito humano autônomo, dono do próprio nariz, precisa criar uma distância respeitável, que o separe da mãe. Isto significa que o filho, para ter a mãe, saudavelmente, necessita perdê-la. O mesmo ocorre com a figura materna, na sua relação com o filho. Ter o filho, enquanto pessoa, centrado na própria liberdade, é abrir mão dele, é consentir na sua existência, como inventor de caminhos.

Mãe e filho se perdem para ganhar-se, e se ganham perdendo-se. É esta a contradição geradora da inevitável ambivalência que caracteriza a relação de mãe e filho, nos dois sentidos. Há um luto e uma perda a elaborar, no diálogo entre ambos. Há o tempo que passa, e a nostalgia incurável que dele roreja — pois o tempo não volta nunca. Há, por fim, um progressivo e doloroso reconhecimento de imperfeições, perdas e danos: a mãe,. com o tempo, se torna menor, na medida que o filho cresce, até que mãe e filho passam a ser do mesmo tamanho — ambos se tornam maiores.

O velho Freud, que não me deixa mentir, tem por um lado uma visão idílica — e isto nele é raríssimo — da relação da mãe com o filho. Trata-se do único vínculo de amor em que o desprendimento, a generosidade e o altruísmo constituem a tônica da relação. Mas, por outro lado, o criador da psicanálise, com a sua cerrada — e sábia — mania de referir tudo e todas as coisas aos componentes da sexualidade, afirma que o filho, para a mulher, é o ressarcimento, ou a indenização, por ela exigidos, em virtude do fato de lhe faltar o pênis. Pela maternidade, a mulher consegue superar a invidia penis, fonte para ela segundo o supracitado Freud — de mortificantes sentimentos de inferioridade. O filho, inconscientemente, para a mãe, pode vir a representar a insígnia fálica que lhe falta. Ele será, então, pedaço e brinquedo narcísico da mãe, coisa e loisa dela, propriedade privada e inalienável, sem direito a uma vida própria.

Eis aí, a meu ver, o substrato psicológico a partir do qual a mãe viria a transformar-se em supermãe. Ziraldo, cartunista de gênio, conseguiu apreender a essência do problema, através do seu traço e das situações, universais,e cotidianas, fixadas pela personagem que criou. E espantoso como o artista, pela graça do seu talento, chega a resultados que o cientista só alcança depois de longa — e porfiada — capina. Supermãe, como o mostra Ziraldo, é mãe demais, dominadora e engolfadora, cuidadosa e fervorosa a ponto de transformar o filho num permanente afogado, do qual ela representa a salvação — ou o salva-vidas. Acontece, porém, que a supermãe, ao mesmo tempo que é salvação e salva-vidas, é também o oceano, o báratro profundo, mundão de água onde o filho submerge, por contraditório decreto daquela que o deu à luz.

É isso aí: a supermãe dá o filho à luz, isto é, ao pai, ao mundo, à cultura, aos outros e, ao mesmo tempo, quer reabsorvê-lo, aspirá-lo, reintegrá-lo na noite do seu ventre. A supermãe, na verdade, é servidora da noite, rainha da escuridão, e trabalha no sentido de uma dissolução das diferenças. Ela aspira à unidade, à fusão, ao esplendor espesso e escuro do que é completo e silencioso — esfinge de pedra.

Acontece que a supermãe, além do mais, corresponde ao mais profundo sonho que o coração humano é capaz de sonhar. Ou melhor: a supermãe corresponde ao desejo de um sono sem sonhos, onde possamos nos perder sem sequer termos notícia de que estamos perdidos. Neste sentido, a supermãe, do ponto de vista psicanalítico, representa em nós a pulsão de morte, a tentação que temos de abdicar de nós mesmos, num naufrágio que nos dissolva no grande oceano cósmico: “É doce morrer no mar”.

Nascemos prematurados, desequipados, numa inermidade enorme. Costumo dizer que o ser humano tem sempre mãe de menos, na medida que, ao ser dado à luz da realidade, não tem condições de suportá-la. A criança, nos seus primeiros tempos de vida, veste-se de mãe, cria para si, na fantasia, um agasalho de carne, onde se refugia - como num útero. Ela fica, desta forma, fundida à mãe — à supermãe! —, totalmente identificada a ela, num sono e num sonho em que recupera o paraíso perdido: “e que tudo o mais vá para o inferno” .

É assim, a partir desses primórdios, que nos acumpliciamos com a supermãe. No princípio, a exigimos, por questão de sobrevivência. Depois, não sabemos abrir mão dela. Por fim, não queremos abrir mão dela. Fruto do desejo da mãe e do filho, a supermãe é criação a dois, exclusiva e excludente. Haja pai, haja terceiro, haja luz e Logos, para resolver a parada.

Do contrário, estaremos fritos.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

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